sábado, dezembro 24, 2005

A Revolta Natalícia do Imperialium

Aproximava-se mais um Natal na aldeia do mundo Imperialium. Contudo, este natal prometia ser diferente de todos os outros, uma vez que o orfanato local pegara fogo precisamente na noite da Consoada. O fogo originou-se quando o São Nicolau entrou pela chaminé, que estava acesa, e pegou fogo ao resto da casa enquanto corria histérico, acabando por morrer carbonizado. Com o pouco dinheiro que o orfanato tinha, as crianças viram-se forçadas a viver na rua, alimentando-se dos restos de lixo, porque recusaram o alimento grátis do McAlfredo’s.
No entanto, o McAlfredo dava hambúrgueres grátis porque eles continham uma substância altamente tóxica que destrói por completo os genitais dos seres humanos e que também provoca múltipla personalidade. Essa substância havia sido desenvolvida, nem mais, nem menos do que pelo Fernando Pessoa ou, como era conhecido no sub-mundo do crime, Fernandino Queijos. A temível organização visava evitar o aparecimento de novos Imperialistas, atacando os mais novos, para esterilizar completamente a população. Disfarçados como uma loja de hambúrgueres, eles conseguiam atingir o seu objectivo lentamente e sem qualquer hipóteses de serem descobertos.

Assim que Fernandino Queijos soube que as crianças do orfanato estavam a recusar a sua comida contaminada, resolveu criar um outro plano para capturá-las e eliminá-las a todas. O que ele não sabia é que Esperto Carneiro, uma das suas personalidades benignas, comunicou este plano aos extraterrestres habitantes dos esgotos industriais da McAlfredo’s. Mas como estes extraterrestres estavam demasiado atarefados a dormir, depois de um cansativo dia a verem o canal vh1, Esperto teve de se virar para as forças sinistras, que até ele próprio tinha medo de usar. Através de um ritual antigo, invocou o demónio Alvaroth die Carpon, mas devido a um problema no ritual, que foi falta de sal no peru, o demónio acabou sendo apenas mais uma personalidade de Fernandino Queijos. Mas Esperto não podia desistir. Reunindo toda a pujança que obtinha da Natureza e dos seus cereais Chutapica ®, Fortes em Chocolate™, ele acolheu em sua casa todas as crianças que estavam a monte desde que o orfanato ardera.

Foi então que, do outro lado do Mundo, anunciado pela explosão incandescente de uma estrela, ocorre o nascimento de Judas Iscas Rotas, o primo do Zé da Tasca, cuja taberna se situava ao lado do McAlfredo.
E eis que, quando as crianças do orfanato viram a estrela, agarraram em baús cheios de cd's, rolos de papel higiénico e desodorizantes, montaram em cima do Rodolfo e o resto das renas que tinham herdado do São Nicolau, e foram até ao seu salvador, Judas Iscas Rotas, que os ia salvar de toda a comida contaminada do restaurante McAlfredo’s, passando três dias com uma grande dor de barriga e caganeira, para todos poderem ter a salvação.
Mas a sua partida foi descoberta. Principalmente porque Esperto foi atrás das crianças para as manter a salvo, mas esqueceu-se que consigo levava as suas outras personalidades. Alvaroth, que mostrava um enorme interesse em ajudar Esperto, secretamente tinha planos para violar as raparigas e transformar os rapazes em demónios ladrões de mercearias, e Fernandino, cujos planos já conhecemos, também esperava que fosse levado para perto das crianças para aí poder assassinar Esperto pela sua traição.

Quando as personalidades atrozes de Fernandino despertaram, aperceberam-se da falta de crueldade de Carneiro, por este ajudar as crianças orfãs que, apavoradas e esfomeadas, se sentavam num trenó de bancos rijos e frios, chorando os infortúnios e adversidades das suas vidas, enquanto as renas cagavam à sua frente. Esta triste imagem natalícia, capaz de provocar lágrimas em qualquer coração, veio apenas intensificar o desejo de vingança do Fernandino Queijos, que condenou Esperto Carneiro a escrever poesia sobre ovelhas para o resto da sua vida.
Mas ele não teve tempo para chegar a escrever poema algum, pois dos céus caíram vários mísseis tirando a vida a todos os presentes. Este impiedoso ataque tinha sido comandado pelo luso-alemão Titler.
Porém, este ataque foi um ataque falhado, porque onde Titler queria mesmo acertar com os seu mísseis era na terra natal do pai de S. Nicolau, um monstro cor-de-rosa gigante, com 30 patas e meia, uma boca sem dentes, língua de vaca, olhos de carneiro, dois pares de cornos de veado, um nariz vermelho parecendo uma batata, vestindo um fato verde semelhante às árvores de Natal desenhadas pelas crianças de hoje em dia, que bebia uma garrafa de UHU-Cola.
Mas este ataque só serviu para provocar a fúria dos deuses, mais especificamente Guilherme Cachalote, Deus dos Mares, que gostava muito de ler a Poesia de Fernandino. Vendo a notícia terrífica da destruição do seu ídolo, Cachalote lançou enormes maremotos recheados de carpas assassinas contra Titler.

Imprevisivelmente, as carpas não chegaram a atingir Titler. Isto porque um dos vários narradores decidiu que esta história tinha de voltar a fazer um mínimo aceitável de sentido e, usando os seus poderes divinos de Imperialista, baniu Titler para Auschtitz e transportou Guilherme Cachalote para o Oceanário. De seguida, ressuscitou as crianças órfãs e as personalidades múltiplas de Fernandino, apelando a todas as personagens intervenientes na história para que estas não se deixem levar por eventos que possam parecer irreais ou implausíveis de acontecer. Muito obrigado.

No entanto, um outro narrador contrata Wagner Stewart, avô de Titler, para atacar o narrador anterior com o seu exército de tanques feitos de metal reciclado directamente das sucatas. Wagner tomou também a iniciativa de bombardear os outros narradores presentes, através dos seus Minis Voadores Tailandeses.
Entretanto, o terceiro narrador, perdido no meio de tanto nome e já desconhecendo as personagens, começa a disparar rebuçados de caramelo contra a testa de qualquer um que aparecesse à frente.

Nisto, o quarto narrador barrica-se na casa de banho do fórum e com a precisão de um atirador furtivo, lança filhoses às cabeças dos outros narradores.
O primeiro narrador, farto de projécteis, arma-se com vários textos filosóficos e começa a lê-los num tom monocórdico, numa tentativa de adormecer os outros. Em seguida, pega em 30 euros e decide ir para um bar em Lisboa para ver se arranja alguma diversão.

O terceiro narrador finalmente acorda e começa a atirar espinhas de bacalhau mágicas para os outros narradores, ficando estes com borbulhas de Ketchup. O segundo narrador acorda também e contra-ataca, esfregando a cabeça do terceiro no vidro da cabine dos narradores, reparando que as crianças do orfanato estão pasmadas a ver a luta entre eles. Até São Nicolau estica a cabeça para fora dos bastidores para ter uma visão do que se passa. Tudo isto, enquanto a Mucklebone está sentada num canto da cabine do narrador, a arranjar as unhas e murmurando a canção: "...Quem será o narrador?....... Quem será o narradoooooor?...".

Perante este caos todo, chegam as três Rainhas Magas, que eram ruivas e jeitosas. Estas oferecem-se como presente aos narradores 1, 2 e 3 fazendo-os esquecer a sua batalha. O narrador 4, como não estava presente na reunião de criação da história, apesar da sua voz ser ouvida, não ficou com nenhuma. Com inveja dos outros, este planeou no seu quartel-general a sua terrível vingança.

Furioso por não ter nenhuma ruiva, o narrador 4 entope todas as sanitas da casa de banho e em seguida puxa todos os autoclismos fugindo do local o mais rápido possível. Perante tamanha pressão, a casa de banho rebenta num turbilhão de água, urina, fezes e outros dejectos que não merecem ser mencionados. Esse turbilhão avança sobre os outros narradores desprevenidos que são atirados contra as paredes do hotel onde tentavam entrar e manchados com a corrupção da casa de banho do fórum. Então, o quarto narrador invoca as forças do malévolo MSN que o tornam ou invisível, ou desaparecido, ou em espera perante os olhos dos outros, podendo assim planear a sua bloody revenge

O primeiro narrador entra por fim no hotel, perguntando-se qual a razão que o levou lá dentro, quando a sua Rainha Maga Ruiva o deixa pendurado, lembrando-se que ainda tem de ir fazer compras para o menino Jesus, uma vez que este nasce já amanhã. Foi então que este narrador resolveu pegar em 30 euros e ir para um bar de Lisboa divertir-se, com uma estranha sensação de déjà vu.
O terceiro narrador, ao ver que o segundo não quer narrar na sua vez, provavelmente por estar entretido com a ruiva, pergunta-se quem disse que ele queria uma ruiva (até porque ele nem acha piada a ruivas), e "dá" a ruiva ao quarto narrador para este não ficar chateado, indo de seguida à procura de uma certa não ruiva.

O narrador 3, entrando esbaforido na vez que não era sua, grita que o narrador 1 o quer espancar. Isto porque disse que se as criancinhas órfãs sobrevivessem, seria muito cliché e o narrador 1 pergunta como pode o 3 achar isto tudo cliché. Mas, continuando com a sua ideia, o narrador 3 manda todas as personagens do "Happy Bonsai Friends" para o meio das criancinhas e vamos lá ver se alguém sobrevive!

O chão abre-se. O céu fica vermelho. As árvores ganham vida e começam a saltar à corda. Os veados unem-se às lebres e começam a caçar leões e hipopótamos. As crias de raposa são abusadas sexualmente por animais invertebrados adultos. Toda a Natureza fica em polvorosa... Tudo isto devido ao surgimento daquele que anunciará os dias do fim. Daquele que com o seu olhar gela até o mais corajoso e que com as suas palavras venenosas engana o mais céptico de todos... Daquele que dominará todo o Mundo, mesmo sem o consentimento do Pai Supremo: Manuel Luís Trouxa!

Perante o espectáculo apocalíptico, o 4º narrador apercebe-se que o seu tempo terminou quando olha para o horizonte vermelho e observa uma estrela brilhante que se encontra no céu. Então, agarrando a ruiva que lhe foi dada, desaparece num géiser de sangue que dá mais um pouco de gore à situação. Esperando e fazendo coisas porcas à ruiva noutra dimensão, onde ficará preso até que seja preciso outra vez, seja para narrar uma batalha apocalíptica ou para simplesmente narrar o estado do tempo.

Ao ver a situação do narrador 4, o narrador 3 faz "txe txe" e dá uma olhadela pela janela da sala, vendo os pequenos "Happy Bonsai Friends" a espancar, mutilar e mais qualquer coisa as criancinhas, porque nenhum narrador se lembrou de os tirar de lá. De repente, começa a sentir uma sensação estranha a subir-lhe pelo tronco, misturada com uma dor. Começa a gemer, a contorcer-se devido a essa sensação. Cruza as pernas, descruza, volta a cruzar, volta a descruzar e corre para a casa de banho pois descobre que tem vontade de cagar.

O narrador 2 tem relações com a ruiva sem preservativo, apanha SIDA e explode por comer uma laranja durante a noite.

Quanto ao narrador 1, desiste da demanda de encher este post de espírito natalício e, acabada a carnificina das criancinhas, volta novamente para o bar, de onde é posto fora às 4h da manhã por começar uma briga contra um empregado que dizia ser urso. Actualmente, encontra-se internado num hospital ora em coma alcoólica, ora a fazer-se às enfermeiras.

Desaparecidos os narradores, eis que Jesus Cristo nasce, cresce, mata Manuel Luís Trouxa atirando a vaca do presépio para cima deste, vive uma vida próspera de carpinteiro Messias e morre na cruz, desejando um Feliz Natal a todos os que lêem o Imperialium!





Os desordenados alucinados narradores revoltados:

Lunático, Neoclipse, No_Imagination e Middnight,

desejam boas festas a todos os leitores.




(Último parágrafo narrado por Judas Iscas Rotas. Todos os direitos reservados.)