quarta-feira, dezembro 19, 2007

Da tua amada que gosta de chocolates quentes de almada


Nerzhul
Gosto de ti,
Até quando te vestes de azul.

És as letras que inspiram o meu “postar”
Por favor não me mandes pastar.

Querias competir num post idiota,
Pois toma lá este
Oh minha coisa janota.

Epa existem tantas coisas que rimam com idiota,
Gostas de compota?
Não sei mas o aeroporto realmente não deveria ir para a OTA.


Estou a ficar com uma psicose…
Ose…
Ose…
Ose…
Quero de ti uma overdose!

Fim do post idiota!

quarta-feira, outubro 31, 2007

Stress Maligno I & II

Stress Maligno I:

- Parte 1

- Parte 2

- Soundtrack



Stress Maligno II:

- Parte 1

- Parte 2

- Soundtrack

terça-feira, junho 05, 2007

Saga Da Lua

Sementes de Melancolia

As dúvidas começavam a ser ainda mais fortes conforme o sol fazia o seu longo e demorado caminho pelo céu, não me deixavam vê-la, falavam-me que o seu sangue tinha despertado e que precisava de ser limpo. O Yorgsh mantinha-se num silêncio mortificante e numa tristeza imensa, enquanto que a sua esposa era movida por um ódio desconhecido e á muito adormecido, fazendo-a organizar toda a cerimónia que cada vez mais me parecia mais como uma execução pública.

“Para o bem da Unga e para que esta cerimonia corra bem, ela não pode ter contacto nenhum com o exterior durante 5 dias, tem de permanecer na tenta cerimonial e deixar o seu corpo sucumbir, enfraquecendo assim os agentes do mal que residem dentro dela”

Foi isto que Urnia me disse para me afastar, para me manter controlado, mas tudo parecia estar a correr mal, cada vez sentia mais que algo estava errado. Porque é que até á altura tudo estava bem e depois da morte dos dois rapazes esta vida que parecia simples caiu em desgraça? Que acusações foram aquelas que a Urnia lançou a Kandia e as que esta por sua parte lançou á sua sobrinha? Não fazia sentido nenhum, não conseguia entender o que se passava e já que ninguém me dava as respostas, decidi eu ir procurá-las. Esperei até o sol se pôr, diverti-me a contar quantos pelos tinha no corpo e correr atrás de galinhas e outros animais inferiores como um simples cão, mas quando o momento chegou, esgueirei-me pela atenta vigia dos dois guardas que estavam a emitir sons ameaçadores de roncos e consegui entrar na tal tenda. Podia dizer que não esperava o que vi, mas tal coisa nunca passaria pela cabeça de ninguém, dentro daquela pequena casa de palha, apenas se encontrava lá uma escadaria feita em pedra que abria passagem para o interior da terra. Desci esses degraus e senti o ar húmido e abafado da terra, avancei pela gruta que parecia ter sido escavada á muitos anos atrás, os corredores estavam repletos de estranhas figuras monstruosas esculpidas na própria terra, flamingos, ursos, um esquilo ou outro e umas coisas que pareciam o cruzamento entre uma codorniz, uma tartaruga e uma barra energética. Essas figuras iluminadas por várias tochas emitiam sombras aterradoras que envolviam a gruta – sim, sombras ainda mais aterradoras que as próprias estatuas – fazendo-me arrepiar o pelo. Estalactites desciam do tecto ameaçando cair a qualquer altura no chão daquela caverna e conforme eu ia avançando, o ar ficava mais abafado e difícil de respirar e um suave calor emanava do chão. Eu estava a deixar-me embalar por todos esses sentidos até que cheguei ao meu destino, no centro de uma enorme sala estava uma pedra, acorrentada a essa pedra estava a Unga, coberta com alcatrão que lhe desenhava estranhos padrões na pele, a pele em volta dessas marcas estava queimada e os seus olhos estavam vermelhos, cheios de dor e tristeza jorravam lágrimas que escorriam como um rio, constantes e imparáveis. Eu aproximei-me com as patas trémulas de emoção, pisando num chão banhado com pétalas de flores, que pareciam querer dar um ambiente festivo ao espectáculo grotesco que era este ritual. Cheguei perto da Unga, senti o cheiro intoxicante do alcatrão misturado com o aroma perfumado das flores e o odor da carne queimada, parecia que queria entrar em pânico mas uma força superior controlava-me a manter a serenidade superficial e tive de esforçar-me ainda mais quando ela olhou para mim, com os olhos pesados e avermelhados de tanto chorar.

- Skor, desculpa…
- Estás a pedir desculpa de quê? A única pessoa que devia pedir desculpa era a tua mãe por te ter condenado a isto. – Enquanto falava desloquei-me para perto das correntes que prendiam os seus braços e tentei arrancá-las com os meus dentes.
- não te esforces Skor, essas corrente são abençoadas, por mais que tentes não as conseguirás partir. – Elas provavam-se difíceis de arrancar, que eu nem queria pensar em quebrar. E assim desisti.
- Mas Unga, isto é tortura, o que estás a sofrer não se justifica!
- Justifica-se sim lobinho. – Apesar da dor que ela passava a sua voz suou doce como sempre. – O meu sangue não é puro, devo sofrer estas provas… porque se não…
- Tu não acreditas no que estás a dizer! Passar por isto? Para? Para quê?

Ela começou a chorar mais fortemente e eu reparei que tinha tocado numa ferida.

- Não! Não acredito! – Gritou ela – Isto é bárbaro e eu amo a minha família, nunca lhes faria nada de mal! Mas no entanto eles insistem nisto. Como os posso perdoar?

Os seus gritos não são ouvidos somente por mim, pois os guardas roncantes, mais Urnia apareciam por trás de mim e agarravam-me enquanto a matriarca gritava:

- Como te atrevestes a profanar este santuário, criatura desprezível! – Pelo que parece ela tinha mudado muito desde a primeira vez que a tinha visto. – Irás ser exilado desta aldeia, nunca mais quero ver esse focinho nojento á minha frente.
- Skor! Não lhe façam isso! Não me deixes! – Gritou a Unga com um desespero e dor na voz que até a mim me feriu só de ouvir, mas no entanto a sua mãe estava insensível e completamente abstraida da dor da filha.

Fui arrastado, puxado pelo pêlo por entre as paredes horripilantes da gruta, pelas ruas empoeiradas da aldeia como um troféu de caça ou de guerra, fechei os olhos e abstrai-me da realidade, por esses momentos em que o meu corpo batia em pedras, o meu pêlo era arrancado e a minha pele rasgada, fechei os olhos á multidão que olhava em choque, ás mentiras que eram cuspidas da boca da Undria, da dor, mas não de uma coisa, de que maneira fosse, eu iria soltar a Unga.
Senti o meu corpo a ser elevado e depois projectado, abri os olhos no momento errado, pois a única coisa que pude ver foi terra antes de embater contra ela, rebolei pelo chão e quando parei consegui levantar-me, sentia-me dorido mas isso não chegou.

- Vai! E nunca mais voltes rafeiro!

Engraçado que quem desta vez falava não era Undria mas sim Torg, parece que ele não tinha perdido tempo em deixar o que fazia para me ver cair em desgraça com um sorriso de vitória na cara.

Derrotado e humilhado, levanto-me e começo a afastar-me da aldeia acompanhando, se bem que a uma certa distancia, por Yorgsh, silencioso como nunca o tinha visto antes após estes acontecimentos. Algo enervado pela sua perseguição e também um pouco por nada ter feito para me defender viro-me para trás e confronto-o.

- Porque me segues? Pensei que vocês tinham deixado bem claro que não me queriam na vossa aldeia.
- Nos? – Diz o Yorgsh pausadamente, agora é que eu reparava que ele estava debilitado e os anos pesavam bastante nos seus ombros. – Devo-te relembrar caro lobo, que também a Unga é uma de nós e no entanto vistes como ela está a ser tratada.
- Não aprovas, estou a ver.
- Não! É claro que não aprovo, é a minha filha e se o Broko não recuperar, será a minha única descendente.
- Então porque permitiste isto? Porque deixaste que ela fosse torturada daquela maneira?
- Silencio – Interrompe-me ele com um tom de voz ferido. – Se procuras respostas vai ter com a minha irmã.
- Mas ela foi banida da aldeia pela tua… - de repente notei que este era o objectivo de Yorgsh aqui - espera lá o que me estás a querer dizer?
- Há uma presença maligna sobre nós e temo que ela se tenha apoderado da minha amada, mas como disse a minha irmã poderá dizer-te mais sobre isto.
- Mas… para… tu sabes para onde ela foi?
- Ela sempre foi uma bruxa e sempre será uma bruxa, terra é onde andamos, ar é o que respiramos, fogo ela sabe fazer muito bem… agora água… segue o cheiro a água Skor e encontrarás o que procuras… – Ao dizer isto ele começa a afastar-se enquanto eu continuo a fixa-lo, nem sabendo com que intuito, ou o que fazer. E ele acaba por terminar a sua frase – E com sorte, talvez salves a minha filha.

Estas palavras não me ajudaram nada, “segue o cheiro da água, onde é que isso me irá ajudar?” pensei, eu nem sequer sabia que a água tinha cheiro. Porque é que estas personagens típicas de histórias épicas só sabem falar em charadas.

Mas não tinha outra escolha, comecei a farejar o ar em busca do cheiro a água e de tão concentrado que estava nessa busca acabei por entrar na floresta de onde apareci, andei ás voltas pela densa folhagem, que talvez não fosse tão má se eu apenas me pudesse levantar e caminhar como um troll. Mas talvez por sorte ou mesmo por destino acabo por voltar ao mesmo lago onde me vi pela primeira vez, privado de memórias e um lobo que fala… também o mesmo sitio onde encontrei a Unga… os pensamentos podiam me perturbar a mente mas mantinha-se o facto que agora se encontrava uma casa perto do lago, feita em madeira, mas não construída, parecia que a própria natureza tinha se dobrado para formar aquela casa era tosca, mas robusta, parecia ser feita apenas das raízes das grandes arvores daquela floresta, tinha uma pequena chaminé que fumegava e uma luz saia das janelas. Como se isso não chegasse para comprovar que estava lá alguém, gritos, injúrias e outro tipo de lamentações ecoavam de lá de dentro.

Eu corri para a casa, com medo do que pudesse acontecer á minha fonte de informação, mas quando cheguei deparei-me com uma discussão algo… estranha. A Kandia estava a discutir com uma mulher algo bizarra, era bem mais baixa que a Kandia, estava vestida em túnicas negras, tinha a pele cinzenta, os seus dedos pareciam transformados em garras, tinha o cabelo negro com um tom pouco natural de azul, os seus olhos brilhavam numa cor amarela brilhante, como se fosse um fogo que queria escapar do interior do seu crânio. Ao eu entrar ela olha para mim e o seu rosto ganha uma expressão algo aflita e então continua a sua discussão.

- Estás a ver? Até a porcaria da fauna está a sentir este cheiro, não foi isto que eu te tinha pedido.
- Minha querida amiga, eu só te ajudei a concretizar o teu ultimo desejo e alegra-te, és tu mesma que o vais realizar, não nenhum terceiro. E para alem do mais, o Skor é inofensivo.
- Ah, então ainda por cima é teu animal de estimação. – Com esse comentário, a Kandia solta uma valente gargalhada.
- Eu não sou animal de estimação de ninguém – Replico, deixando a estranha mulher a olhar algo chocada para mim. – Quanto menos inofensivo.
- Ele fala. – Diz a mulher olhando em alternância para mim e para a Kandia. – O lobo fala.
- Claro que fala, tu também falas não é? – Responde-lhe a Kandia.
- Sim, mas…
- Chega de mas e meios mas, Kandia, o Yo… - interrompo
- Sim, eu sei Skor, o Yorgsh mandou-te vir ter comigo pois julga que eu tenho informações que te possam ajudar a salvar a sua filha, ora bem, entra e eu vou-te dizer tudo o que sei. Tu senta-te Kaly.

Aparentemente Kaly era o nome da mulher que se encontrava com a troll. Fiz como ela disse entrei e sentei-me perto da lareira da casa, a humidade da floresta colava-se ao pelo e eu sentia-me algo fresco demais com isto, a Kaly sentou-se num pequeno banco, quase afundando a sua cara entre as pernas puxou o cabelo para trás e respirou fundo, enquanto isto a Kandia pegou num cachimbo, enche-o de ervas e acendeu-o, sentou-se em cima da sua mesa e puxou o fumo do seu cachimbo esperando um largo espaço de tempo antes de o expirar. Parece que se sentia pronta para falar.

domingo, abril 08, 2007

God's Evil Army - Inquisitor Metal

Carreguem AQUI para fazerem o download do primeiro e último album dos GEA, a provavelmente única banda de Thrash/ Death/ Unblack Metal em Portugal.
E porquê o último? Ora bem...

O Torturer um dia embebedou-se, durante as gravações, e meteu-se com a Selenia, a nossa guitarrista. E a reacção dela foi a seguinte: BANG! Guitarra na cabeça do baixista careca!
Neste momento ela está presa e o Torturer a correr risco de vida. Contaram-nos que a pancada até lhe fez um galo na cabeça... Ele, mesmo que sobreviva, nunca mais vai ser o mesmo, coitado.

Portanto... O bonus CD que vem com este album (que é composto apenas por 5 instrumentais) não tem baixo e nem a contribuição de Selenia. As musicas foram gravadas apenas por mim, pelo Kriomn, pelo Staeb e pelo Colossus. Este último viu-se mais à vontade para gravar duelos de solos de guitarra, usando técnicas malucas que incluíam tocar com os dentes, com os dedos dos pés e fazer acordes com o cotovelo.

Resumindo: não temos baixista e não saberemos se ele recupera e nem quando; não temos guitarrista, pois ela ainda está à espera de ir a julgamento;

E para terminar, não quero trabalhar mais com o Padre Kriomn... Ele é um mau produtor! Não controlou bem os volumes, obrigou-me a fazer as vocals logo ao primeiro take, gozava com o Staeb constantemente e só andava na beijoquice com a Tina!

Para além do mais acho que o Colossus não me gramava nada por eu "compor só baladas" (palavras dele). Acho que ele também não gostou nada de eu tê-lo creditado como "Kolossus" na demo de Natal... Bah!

Mas bem, desejo uma boa Páscoa a todos os leitores e Imperialistas incluindo a recém chegada Miss Sama que a liko apesar de ela me hatar como tudo!

God bless you all!

terça-feira, março 20, 2007

Saga da Lua

Sementes de Melancolia

Pouco tempo tinha passado depois da batalha, por volta de 3 horas não mais e os preparativos para o funeral do falecido filho de Yorgsh já estavam bastante avançados, a família estava toda de luto e moral em baixo e entre o momento em que acordei e o funeral permaneci no quarto de Unga entre os braços dela, sentindo as suas lágrimas a ensopar-me o pelo. Na altura do ritual, a Unga recusou-se a comparecer quando a mãe a chamou, mas no fim consegui convence-la a ir por respeito ao irmão.
A tribo toda tinha se reunida em respeito ao falecido futuro líder, suas roupas e bens pessoais jaziam em torno dele, em cima de uma pira. Estava marcado com runas pintadas com sangue de animais e estava coberto de adornos de folhas e flores em seus pulsos, parecia tão em paz que fazia esquecer que estava morto, apenas parecia descansar para uma nova jornada.

No entanto fora da minha percepção, conhecimento e até memoria, em terras mais distantes do que alguma vez se tinha imaginado que o mundo pudesse albergar, abaixo desta terra guerras intermináveis e abaixo do território Imperialium, num reino esquecido do resto do mundo os problemas começavam a levantar-se.

- Princesa, os piratas voltaram a atacar a fronteira, os reinados do sul aliaram-se contra nós, temos de reagir! – Falava um homem de porte elegante mas com roupas empoeiradas e tão negras como o seu cabelo, tendo ás suas costas uma viola.
- Eu sei Pinguças...

A princesa esfregava a testa enquanto passava a mão por uma espada de um guerreiro perdido, até que ergueu a cabeça com falsa esperança ao ouvir a porta de entrada para a sala de trono. Quem surgiu dela foi Flahur, um homem alto, com um aspecto feroz, tão sábio quanto forte, era cego de um olho, tinha longos cabelos cinzentos e vestia uma couraça de um azul tão negro quanto um céu tempestuoso acompanhado por duas raparigas gémeas com grandes asas negras. Apesar de contente com o reaparecimento deste velho amigo e tutor, a princesa não se sentia aliviada

- Já não era sem tempo, já estava farto de substituir por ti. – Afirma Pinguças. O velho sábio não responde e continua a avançar, ajoelhando-se á frente da princesa sentada no trono.
- Princesa, eu servi a si e ao seu pai durante décadas da minha vida mas...
- Flahur, o que vais dizer? Eu só estava a brincar com aquilo. – Diz Pinguças temendo as próximas palavras.
- … Não tenho nada contra ti amigo, mas, os meus ossos já estão doridos e já não consigo atender ao chamamento de batalha, desejaria retirar-me…
- estás a brincar rapaz! Nós precisamos de ti mais agora que nunca…
- Silencio! – Interrompe a princesa. – Flahur, velho mestre, companheiro, conselheiro e amigo, mais que ninguém neste reino sacrificou tanto, fostes sempre e completamente devoto ao meu pai e consequentemente a mim. Se esse é o teu desejo, estás livre.

Flahur desembainhou a sua espada e presenteou o cabo á princesa enquanto que ao mesmo tempo as duas raparigas começavam a remover a armadura do guerreiro ao mesmo tempo que o bardo observava, mortificado a desistência de um dos seus mais fiéis amigos.

- Este reino já me deu tanto, que torna este gesto insignificante, mas entrego á minha pátria a minha força e resistência.
- Não. – Nega a princesa empurrando ligeiramente o cabo de volta para o seu dono. – se há uma coisa que o meu pai me ensinou, é que nunca se deve roubar a dignidade a uma pessoa eu sei, que ele nunca seguiu isso á letra, mas a ti ele nunca te roubaria a dignidade fizesses o que fizesses, leva a arma, leva a armadura, leva qual tesouro quiseres e serás sempre bem vindo a este castelo. Que o tempo te guie a caminhos seguros.

Com essas palavras, as duas raparigas repõem a armadura ao seu senhor e seguem-no na sua saída carregando com ele um sorriso triste nos lábios. Assim que o guerreiro saiu do salão, a princesa contorceu-se no trono contendo as lágrimas de um sentimento de abandono.

- Uma musica, Sothys?

Ela nada disse, apenas abanou a cabeça. E assim as notas e palavras de uma musica de gloria antiga e esperança futura ecoaram pela sala de trono ecoaram pela sala de trono e escaparam por uma janela envolvidas no vento que transportou-as para alem do horizonte. Notas que perderam a melodia por entre sopas de ursos de gomas e palavras que perderam o sentido por entre aves a engatarem miúdas demasiado novas para entrarem na televisão até chegarem como uma melodia triste e melancólica ao triste norte.
Triste neste dia após o funeral, o jovem Grizaldo tinha-se perdido num mar de fumo e de chamas e as suas cinzas guardadas numa cripta, assim a sua espada e um colar que a sua irmã lhe tinha feito. A família de Unga tinha voltado para a sua casa, tristes e desolados, ainda por cima quando o seu outro filho de nome incerto estava sem mostrar sinais de consciência. Mas para alem do que eu pudesse esperar, algo para alem de tristeza despoletava naquela casa, uma raiva antiga e esquecida que se reacendia como um braseiro espicaçado fazendo as acusações surgir

- A culpa é toda tua Kandia! – Acusou a mãe de Unga
- Minha? Onde é que a culpa disto é minha? Eu tentei prevenir isto.
- E de muito serviu, viu-se não se viu? Um dos meus filhos está morto e outro, sabe-se lá se os deuses vão poupa-lo!
- Mas pelo menos não fiquei parada com medo do destino como tu cunhada!
- Como te atreves. – Nesse momento Urnia deu uma chapada na cara da sua cunhada, fazendo-a quase perder o balanço e pondo-a a rosnar que nem um animal selvagem por entre os seus dentes fechados e caninos aguçados. Foi nesse momento que eu reparei que Kandia não era como os outros Trolls e a Urnia ajudou-me a perceber isso com as seguintes palavras. – Sai da minha casa bruxa! Sai! E nunca mais voltes a pôr cá os pés.
- Bruxa? Ah! Se eu sou bruxa a tua filha não é menos que eu. – O tom saiu tão frio e cruel que até a mim me fez gelar e quando olhei para o meu lado só consegui ver o cabelo vermelho da Unga a desaparecer para dentro do seu quarto.
- Já chega. – Gritou Yorgsh. – Kandia, eu não te culpo por nada, mas para o melhor de todos, sai desta casa.

Não fiquei para ouvir as próximas palavras, pois esgueirei-me para dentro do quarto de Unga. Encontrei-a na cama com um cigarro apagado, uma parede pintada e um lençol dobrado, um caranguejo guerreiro com um sabre cromado, qualquer descrição manhosa e o resto é sina!

… continuando...

A Unga estava na cama chorando compulsivamente e eu fui obrigado a esquecer qualquer questão ou qualquer sentimento de culpa gerado nestes últimos momentos, subi para cima da cama e encostei-me a ela, que hesitou um pouco antes de me abraças e puxar-me gentilmente para baixo conforme se deitara.

- Desculpa lobinho, desculpa isto tudo…
- Não tens de me pedir desculpas por nada, fizestes-me mais bem do que eu alguma vez podia esperar. – Murmurei.

Ainda jorrando algumas lágrimas ela acabou por adormecer abraçada a mim e eu também não tardei em adormecer, embalado pela imagem doce daquela amiga azul descansando num mundo menos cruel fez-me deslizar rapidamente com ela. Mas o sono não foi descanso, pois segundos após fechar os olhos voltei a abri-los e vislumbrei uma figura que me fez estremecer, pois quem estava sentada na cama era uma das raparigas da minha, que eu até agora pensava ser, alucinação. Tinha sido a segunda a aparecer e aquela que me tinha abraçado agora podia vê-la bem, sua pele era branca e pura como a superfície lunar, seus longos cabelos negros desciam-lhe pela cara em tranças como suaves sedas pela suas belas e jovens feições e quando ela viu a minha surpresa começou a falar com uma voz tão fresca quanto bonita.

- Não tenhas medo, eu sei que isto deve estar a ser bastante confuso para ti mas acredita que estou aqui para te ajudar.
- E… e quem és tu? – Perguntei nervoso.
- Oh, tão mal educada que eu estou a ser, o meu nome é Créstia.
- Eu só posso estar a sonhar – Reclamei.
- E estás, portanto ouve-me que o meu tempo é curto. – Explica ela deixando-me algo mais chocado. - Tens pouco tempo, mas se subires á Montanha da Lua terás as explicações que precisas, talvez até consiga ajudar com a tua memória.
- Um sonho? Não entendo, explica-me agora!
- Agora não posso e despacha-te! Não temos muito tempo, a minha irmã está quase a chegar.
- A tua irmã?
- Sim, somos quatro irmãs, a pequena é a Nova, a que tu já conhecestes chama-se Ming Te, ela é a mais velha e depois… - ela silenciou-se como se temesse mencionar o próximo nome.
- E depois? Quem é? É a de cabelo vermelho? – ela baixou os seus olhos e continuou com o mesmo pesar.
- Essa é a Xana, tem cuidado com ela, eu não sei o que ela está a tramar ma….


- Skor!!

Acordo com um susto enorme ao ouvir a Unga a gritar por mim e quando acordo reparo num troll, cheio de runas desenhadas na sua pele e nas vestes estranhas que usava, a arrastar a Unga pela porta enquanto os seus pais olhavam para o espectáculo impávidos e serenos. Eu salto para o chão e rosno:

- O que é que estão a fazer-lhe!
- É para o bem dela Skor. – Responde-me a Urnia – é um ritual usado á gerações pela nossa tribo para limpar o sangue impuro.

Apesar da sua mãe me assegurar o grito de desespero e assustado da troll a quem eu devo a vida ecoava na minha cabeça, algo tinha de ser feito.

- Skor não os deixes fazer isto!

sábado, março 10, 2007

Crianças divertem-se

(este post é a continuação/resposta a um post da Anuket que pode ser encontrado aqui. A série toda, por ordem inversa, encontra-se aqui.)




PARTE 1: A Missão Divina.




neo (aos berros): Oh mãe!! Fiz um dói-dói na cabeeeçaaaaa!

Foi o que gritei depois de ter dado uma espalhafatosa queda nos patins, causada pela sabotagem profissional feita pela Anuket, ao desprender aquele coiso que prende as rodas.

neo: Mããããe!!!

A Anuket é a Gazela Imperialista. Ela é má pessoa, é desajeitada, gosta de pensar que não é fofa e é incapaz de competir comigo, por isso estraga-me os patins para me fazer cair.

neo: Ohhhhhh Mãããããããããããe!!!!

O que pouca gente sabe é que ela própria também cai regularmente. Quando o faz, começa a dizer que fica zonza do nariz (que surpresa...) e a zonzice começa lentamente a subir-lhe para a testa enquanto as dores a fazem delirar e a deixam a rir que nem uma parvinha.

neo: MMMMAAAAAAANNNNNHHHHHHHEEEEEE!!!!!

Eu diria que a única coisa que a Anuket faz minimamente bem é ser minha inimiga, embora mesmo nisso ela tem sérias falhas, pois já me salvou várias vezes de morte certa, dá-me boleia ocasionalmente e, como se não bastasse, quer andar comigo ao colo e acha que eu sou boa pessoa.

neo (desmaiando): ...*fiiiiiiuu*... *póing!!*

E após aqueles quatro ou cinco gritos de desespero, o agora inconsciente neopinguim esvaía-se em sangue com a cabeça rachada. Tudo isto porque a Dona Anuket, “mãe de todos os Imperialistas”, não foi capaz de acudir em seu socorro. Porém, não pensem que isto foi uma demonstração de ódio por ele. Foi antes uma demonstração da sua incapacidade maternal e da sua falta de responsabilidade, porque ela até é fofa!

Instantes depois de o neopinguim ter desmaiado, a Anuket foi-se embora com o seu dragão papa-formigas mostrar-lhe as fotos fofas que tem no hi5.


Felizmente para o neo, “Aquela Coisa” do OVNI percebeu que tinha sido aldrabada pela Anuket, quando esta fugiu sem lhe dar o seu telemóvel e regressou do espaço para ajustar contas com ela. A Coisa alienígena, vendo o neo desmaiado no chão, pegou nele e levou-o para dentro do seu Disco Voador, onde o curou com uma escova de dentes futurista que, para além de curar fracturas cranianas, também fazia folhados mistos e pastéis de bacalhau e até resolvia equações diferenciais de terceiro grau. Não dava era para escovar os dentes.

neo (levantando-se): Estou curado! Como poderei alguma vez agradecer-te?
Coisa: Casa com a minha filha! Nós só voltámos à Terra porque ela me obrigou!
neo: Então não foi por causa da falta do telemóvel?
Coisa: Achas? Eu queria lá o telemóvel para alguma coisa... Eu até pagava para me ver livre da nhónhó da Anuket...
neo (com sensações no estômago): Hey!! Vê lá o que dizes!
Coisa: Ok... ok... Então casas com a minha filha ou não?
neo: O que é que ganho com isso?
Coisa: Eu salvei-te a vida! O que aconteceu ao “Como poderei agradecer-te?”?
neo: Quando foi isso? Não me lembro..
Coisa: Bah.
neo: Caso-me com ela se me deres a tua nave espacial.
Coisa: E vou para casa como?
neo: Chamas um táxi.
Coisa: Táxi para Marte?
neo: Chamas dois táxis.
Coisa: Combinado. E casas com ela?
neo: Caso.


A Coisa lá se foi embora e deixou-me o OVNI com a sua filha lá dentro e um manual de instruções com um número de páginas inquantificável por métodos humanos. Como o português que é bom português nunca lê manuais de instruções, tentei pegar logo no Disco Voador e, carregando em vários botões ao acaso, dei por mim a voltar atrás no tempo várias horas e fui cair mesmo em frente à casa da Anuket. Ela, quando viu a aeronave planar em frente à sua varanda, deve ter sofrido um ataque cardíaco nos seus pépés pois caiu inanimada no meio do chão, de forma fofa.

Entrei pela janela e pisei-lhe o pé. Olhei em redor. As paredes do quarto estavam forradas com budas, espanta-espíritos, gomas, chocolates, flores hippie, bruxas, tralhas indígenas compradas em lojas de chineses e outras quinquilharias roubadas da sucata. Em cima da cama repousava, sentado num trono opulento esculpido em marfim, largamente adornado com ouro, platina, pedras preciosas e outras coisas brilhantes de nome francês, um Urso feio e de ar ameaçador que me rosnou assim que me viu.

“É para o bem da minha inimiga”, pensei, “Salvá-la deste urso é um mal menor em prol do nosso ódio!”

Tirei o tranquilizante da mala e carreguei uma arma que trazia no coldre, enquanto o Urso corria para me atacar. Com um gesto rápido e destro, apontei-a ao Urso e disparei-lhe um dardo que lhe acertou mesmo entre os olhos, fazendo-o cair por terra a gemer e a contorcer-se. Quando o Urso tombou, soou um alarme ensurdecedor pela casa da Anuket e vários círculos coloridos apareceram de todos os lados, voando na minha direcção. Estes diagramas de Venn disparavam números inteiros que nem metralhadoras, forçando-me a fazer uma saída teatral à James Bond, que alcancei agarrando o Urso pela perna, abrindo a janela da varanda e saltando de lá para o Disco Voador em movimento, tudo enquanto a música do Indiana Jones tocava aos altos berros no auto-rádio da nave.

Como não tenho carta de condução daquele bicho voador futurista, ainda demorei até conseguir arrancar com ele. Durante esse tempo, os diagramas de Venn saíram à rua e começaram a disparar contra a nave. Um 4236236 atingiu o flanco esquerdo da nave e um 2356 atingiu o direito, fazendo a nave oscilar descontrolada de um lado para o outro. Estávamos a perder altitude porque os escudos de electrões já estavam a ceder à pressão, quando calhei de carregar num botão que fez a nave dar um salto gigante, como se fosse sugada para o meio do vácuo, tal como acontece nos filmes antigos de cowboys zombies, em que a toda a hora naves espaciais são sugadas de um lado para o outro quando não têm mais que fazer.


Ao que parece, o Disco Voador veio parar novamente ao presente. Não ao presente quando estava no passado, na cena da casa da Anuket, mas ao presente em que estava antes. Antes, não numa perspectiva temporal, mas na perspectiva do post, que é como quem diz o presente de há vários parágrafos atrás. (Isto tudo para dizer que escrevi duas páginas inteiras e a única coisa que mudou desde o início é que neste momento tenho uma nave espacial toda esburacada em minha posse, dentro da qual está uma ET feia de quem me esqueci até agora, um urso de peluche feioso na mão e uma data de leitores aborrecidos e a bocejar.)


A nave arrasada caiu no meio do chão, junto ao lidl onde eu patinava. O airbag disparou, os cintos activaram-se e a nave desfez-se como se fosse feita de legos. Saí lá de “dentro” e olhei para os destroços. Dos destroços saiu a tal rapariga feia e detestável com quem eu me devia casar, segundo o que eu combinara sem intenções de cumprir. O que eu não sabia é que a Anuket tinha exagerado um pouco na descrição da “filha da coisa”: ela não tinha 3 metros de altura, não tinha verrugas peludas, não tinha um nariz horroroso, tinha sapatos azuis e, acima de tudo, não parecia saída do filme da autópsia de Roswell. Era, inclusivamente, bastante simpática, educada e cabeluda! Ia mesmo convidá-la para ir jantar ao restaurante tibetano que há em Lisboa, quando apareceu o espírito de Zé perante mim, esmagando-a por baixo dos seus pés descomunais.

neo: Por que raio fizeste isso?
Zé: Não podes perder a competição de desencalhar!
neo: Que tens tu a ver com isso?
Zé: Sou o enviado de um dos deuses Imperialistas, que se está a divertir imenso com as vossas competições.
neo: Ah.. está bem. Fico-te eternamente grato.
Zé: Não tens que agradecer. Tenho uma missão divina para ti.
neo: E o que é que eu ganho em cumpri-la?
Zé: A satisfação de venceres a Anuket!
neo: Qual é o plano?
Zé: Vês aquele microondas gigante que eu fiz aparecer ali junto à pista de atletismo?
neo: Deixa-me adivinhar: queres que eu construa uma montanha-russa com o metal derretido das peças do OVNI. Acertei?
Zé: Hmmm!
neo: ??
Zé: Hmmmmm!!
neo: Ahm?
Zé: Hmmmmmmmmm!!
neo: O que é que isso quer dizer?
Zé: Eu ia sugerir fazeres tostas mistas, mas essa ideia ainda é melhor! Faz antes isso para ver se a gente se diverte mais no mundo Imperialium.
neo: Então e o que aconteceu ao competir com a Anuket para vos divertir?
Zé: Quê?! Hop! Hop! Montanhas-russas não se constroem sozinhas! Ao trabalho!

Tendo dito isto, Zé desapareceu a rir-se como uma criança e a assobiar o épico hino do Imperialium...




PARTE 2: O parque de diversões temático Anti-Anuket!



Após aproximadamente um ano a trabalhar sozinho no deserto do Mundo Imperialium, que equivale a pouco mais de três minutos no mundo comum, o neopinguim finalmente acabara de construir aquela que seria possivelmente a montanha-russa mais assustadora e mais intimidante de sempre, com excepção daquelas cor-de-rosa e com muitos flamingos. Toda feita em verde garrido, ela possuía quatro loops seguidos, nos quais entrava a uma velocidade superior a 150 km/h, após uma descida vertiginosa de mais de 90 metros. Cada viagem demorava aproximadamente 2 minutos, que se pretendiam repletos de gritos de pavor. Possuía apenas um comboio, ao qual faltava uma figura feminina como as naus tinham, pois não houve metal suficiente para construir uma. O comboio tinha mais de 30 lugares, que prometiam dar aos seus utilizadores a viagem da vida deles. Foi baptizada de: “O Pé Demoníaco!”.


Estava na hora de testá-la. Sentei o Freddy no lugar da frente e pu-la a funcionar pela cabine do engenheiro. Tudo correu bem, excepto na chegada ao primeiro loop, durante o qual o Ursinho de peluche da Anuket saiu disparado a uma velocidade alucinante, voou durante quase 500 metros e foi embater violentamente contra um cacto mutante que fez questão de aparecer novamente neste post. O cacto, que se chamava Óscar, estava a dormir tranquilamente quando foi acordado pelo Freddy, em quem se vingou dando-lhe imensos murros e coices.
Voltei a testar a montanha-russa, mas desta vez prendi o Freddy como deve de ser. Por um grande infortúnio, ele...

Ok, vou ser sincero. Não resisti a meter lá o Urso outra vez sem o segurar com o ferro de protecção. Vi-o voar e embater contra o Óscar outra vez e a levar porrada novamente daquele cacto com narcolepsia.

Mas à quarta ou quinta vez, prendi-o propriamente e pude ver a montanha-russa a funcionar em toda a sua glória. Deixei-o lá estar durante umas seis ou sete voltas, só mesmo até ele ficar sem voz, inconsciente e a sangrar do nariz. Depois peguei nele e, sem limpar o sangue que manchava o seu outrora belo pêlo branco, enjaulei-o e fiz dele a atracção principal da minha Casa Assombrada à qual chamei “Covil da Anuket”. Esta Casa Assombrada foi construída junto a’ “O Pé Demoníaco!” e, tal como o resto do meu futuro parque de diversões temático, possuía um tema Anti-Anuket, tendo imagens e esculturas dela espalhadas por todas as paredes, dando especial relevo ao seu nariz, com o intuito de aterrorizar adultos e crianças que pagassem para lá entrar.




Contudo, e apesar de já ter tido bastantes clientes para quem tinha apenas duas atracções a funcionar há menos de uma semana, o meu parque de diversões tinha falta de mais divertimentos. Talvez uns carrosséis, ou umas bancas com jogos para palermas que gostem de gastar dinheiro... Claro que os lucros todos seriam a favor da causa da BAU, fosse para comprar armamento, instrumentos musicais, gomas ou até mesmo gambas. Embora mais as duas primeiras que as duas últimas.

A ideia era simples: construir quatro ou cinco barracas para vender gelados, algodão doce, refrigerantes, hambúrgueres, dióspiros e quaisquer outras porcarias que os membros da BAU tivessem a mais em casa, como aranhas, bolor ou humidade. Depois, usar os lucros destas casas de restauro para construir os carrosséis, escorregas aquáticos, carrinhos-de-choque, etc.

O único senão é que me faltava dinheiro para poder investir nas barracas e nos seus trabalhadores, mas para esse problema arranjei uma solução genial! Resolvi enviar um pedido de resgate à Anuket pelo seu Urso, exigindo uma maquia tão gorda quanto a própria Anuket. Para a convencer, arranquei um olho ao Freddy e enviei-lho num envelope. Teria enviado um dedo, como em todos os filmes em que há raptos, mas ele não foi afortunado o suficiente para nascer com dedos.



Passado uns dias (tudo porque aparentemente ficou com o jipe enterrado na areia por diversas vezes), a Anuket lá apareceu. Fiz questão que ela me entregasse o dinheiro em primeiro lugar, não fosse fugir com ele como fugiu da Coisa com o telemóvel. Depois, como sou má pessoa e sou tudo menos fofo, não cumpri a minha palavra e não lhe devolvi o seu Urso zarolho. Em vez disso, acorrentei-a na parte da frente do primeiro carro do comboio d’ “O Pé Demoníaco!”, amaldiçoando-a a andar na "primeira fila" daquela montanha-russa horripilante para o resto dos seus dias!! Ela era, de facto, a coisa mais barata e mais parecida com uma figura feminina que eu conseguia arranjar de momento. Era isso ou usava o Óscar, e ele dá coices.


E foi assim que, por ironia do destino, o dinheiro da própria Anuket acabou por salvar o “Parque Anti-Anuket” da bancarrota. As obras dos novos divertimentos já começaram e por todo o Mundo Imperialium se fala deste prodigioso parque de diversões que irrompeu do nada no meio do deserto e que possui uma montanha-russa com a forma de um pé e uma casa assombrada por um Urso sem um olho, como principais atracções.

Obrigado, Anuket!


neop.X

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A Saga da Lua

(Humor? só a partir deste para baixo : As aventuras da gazela Anuket em Marte!)

Um lobo chamado Skor e uma troll chamada Unga

Mais tarde vim a descobrir que fiz o contrario, a Unga deliciava-se com a historia que os irmãos lhe contaram, de como a discução começou, da luta e da derrota de Torg, e para minha satisfação e alivio, a Unga, assim como toda a familia riam-se desmesoradamente com a escepção de Yorgsh, talvez não estivesse a acreditar na parte em que Torg insultou a Unga e eu defendia a honra dela, ou a parte em que eu peguei numa cadeira e parti-a nas costas de Torg, ou quem sabe não acrerditasse que o chefe da aledeia veio congratularme por aquele enorme favor á sua patria, talvez porque Yorgsh fosse ele proprio o chefe da aldeia mas parece que todos esses pensamentos foram em vão, pois o velho levantou-se e disse-me:

Yorgsh: Skor, mais uma vez fizestes um grande feito pela minha familia e povo, eu sei que me estou a repitir, mas tenho de te dizer, mas neste pouco tempo que entrastes na vida da minha filha, só tenho tido boas impreções tuas, eu podia desejar ter um filho como tu, mas os meus dois filhos já me dão muita satisfação, mas por outro lado aquele falhanço de futuro genro não me dá qualquer gosto...

E enquanto Yorgsh divagava eu podia ver as duas cunhadas a entre olharem-se com ar de que planeavam uma coisa, nem quis começar a pensar no que seria. Nisto a Unga sentou-se ao meu lado e agarrou-se ao meu pescoso, senti um ligeiro sufoco, mas não propriamente causado por ela a agarrar-me mas por algo que não precebi, se calhar estava a ficar com pulgas, ou se calhar foi das gomas que andei a comer, mas o tempo passava e o Yorgsh não parava de divagar e então para quebrar o ambiente de tedio que as teorias de Yorgsh causavam, a mãe de Unga foi gentil o suficiente para me perguntar por certas coisas:

Urnia: então Skor, fala-nos de ti, não é todos os dias que temos um convidado na nossa mesa, muito menos um lobo que fala.
Skor: eu gostava muito de dizer quem sou, mas...
Brov: és um espião ultra secreto e estás numa missão super mega secreta?
Unga: shhh, deixa-o contar Brov
Skor: eu por acaso gostava de confirmar isso rapaz, mas eu na realidade estou muito confuso, eu só sei que era humano.

O abraço de Unga torna-se mais apertado por uma razão desconhecida, talvez fosse o meu pelo a causar-lhe comixão ou porque estava com sono, mas isso tambem não interessava muito agora, a menos que o seu aperto me fizesse saltar o cerebro da cabeça.

Skor: não sei o que aconteceu, mas tambem não me lembro da minha identidade, as vezes sinto que fui alguem poderoso, que tinha um mundo a meus pés, mas outras vezes, outras vezes sinto que vivia algo mais pacato, uma casa simples na floresta com uma mulher.

Palavras que me causaram uma certa tristeza recordando os tempos passados que escorriam vagamente na minha mente, trocados e emaranhados como duas vidas vividas em tempos destintos, tal discurso e tal desmotivação do meu ser fez com que a Unga encostasse a sua cabeça á minha, com este acto as cunhadas entreolham-se outra vez. Agora eu achei mesmo que algo estranho se passava, mas mesmo assim, decidi não ligar coisas mais estranhas se passaram.

O tempo passou-se e com ele varias gaivotas voaram norte presseguidas por enormes gruas amarelas, castores começaram a fazer os seus rituais satanicos, o que foi um berbicacho para a tribo de trolls a que eu me tinha juntado, ajudei na caçada a esses vies servos da Demonstração, que foi algo que correu ás mil maravilhas, a tribo tinha peles novas para os artezãos fabricarem novas roupas e eu tinha ganho um gosto pelas caçadas realizadas por estas criaturas que agora chamava de minha familia. Mas esta paz não durou para sempre. Meses depois, tambores foram ouvidos á distancia o soar de melodias de batalha despertou os mais jovens que desejavam provar-se em batalha e receber mais gomas, mas o que me mais custou ver foi as mulheres que choravam pelos seus irmãos, maridos e filhos que se queriam lançar loucamente ao encontro da morte. Mas foi então que a ideia me surgiu, um flache da memoria de uma victoria antiga, perdida na minha mente, corri para avisar o lider do grupo que se preparava para defender a aldeia, que neste caso era Grizaldo, mas antes de ir falar com ele ainda tive tempo de mandar uma moeda ao poço, pedir um desejo e ir comer qualquer coisa. Ao fim de estar bem alimentado finalmente dirigi-me assim como a minha palavra ao irmão de Unga.

Skor: Grizaldo isto são tambores de ursos!
Grizaldo: diz-me algo que eu não saiba.
Skor: antes da batalha, estes tambores, eles têm um espaço de tempo em que fazem danças tradicionais e não as interrompem por nada.
Grizaldo: eu não acredito! quer dizer que…
Skor: sim!
Grizaldo: ainda podemos ir comer a feijoada!
Skor: podias ter poupado a piada previsível.
Grizaldo: sou novo nisto, o que queres? Bem, vamos então aproveitar da situação e matar ursos?
Skor: ora ai está algo que eu não ouvia á muito tempo. Com gosto! Lidera o caminho.

E assim percorremos as planícies brancas deste eterno Inverno até que ao subirmos uma colina, deparamo-nos com um enorme exército de ursos, o Grizaldo até ficara assombrado de medo com a imensidão de tamanho exército, mas desta vez quem não estavam prontos eram eles. Com um tremendo grito o irmão de Unga comandou o seu pequeno grupo a atacar o exército acampado e como perdido por uma fúria e sede de sangue mais antigas que o próprio mundo, eu lancei-me na companhia dos Trolls sob o exército incrédulo dos ursos. A batalha começou e sem dificuldades o pequeno grupo organizado de Trolls subjugou os ursos que tentavam combinar a sua dança frenética com as artes de combate só conhecidas por eles. Por entre as hordas infindáveis de dançarinos lá estava um ou outro a fazer gazeta, que eram rapidamente subjugados pois os guerreiros podiam dar-se ao luxo de desviar a atenção dos dançarinos para atacar os gazeteiros. Mas tanta facilidade era de estranhar e os meus receios não foram ao acaso, pois quando a vitoria parecia assegurada, um urso bem pequeno, mas com uma mão enorme aparece pelo meio dos restantes ursídeos e ataca o Grizaldo com uma fúria e um poder incrível, abanando a sua mão de um lado para o outro. Três outros Trolls tentam defender o seu líder mas acabam por sucumbir aos furiosos ataques do urso pequeno. Quando eu tento reagir sinto as minha patas presas, batalha continua mas quanto mais eu tento avançar, mais dor sinto até que, cansada da minha recusa, a minha captora revela-se, ou pelo menos a sua voz.

Captora: Esta não é a tua batalha! Nunca foi!
Skor: e quem és tu para decidir isso? O que eu faço é de minha escolha apenas.
Captora: silencio criança! Não tens nada a decidir aqui o destino deles está traçado.
Skor: O destino é aquilo que fazemos dele sua cobarde. Mostra-te e luta!
Captora: Não admito que deites tudo a perder por um erro de julgamento, insolente.

A minha atenção é desviada desta estranha conversa pelo que decorria no campo de batalha. Brov que nem devia estar aqui tinha se posto entre o pequeno urso e o seu irmão, o que seguiu da batalha ficou fora da minha percepção pois a força que me agarrava, forçou-me para o chão e fez-me desmaiar…

Voz: Midd… Midd acorda
Outra voz: …Pai… o que é que estás a fazer?
Ainda Outra voz: quer poupar em chamadas de longa distância?

Os meus olhos abrem-se lentamente para observar duas figuras femininas no meio de uma imensa escuridão, ambas estavam vestidas com enormes capas e capuzes que impossibilitavam de ver como eram mas as suas vozes eram tão familiares que me faziam estremecer o… pelo?
Levantei-me e observei que eu era do mesmo tamanho. Já não era um lobo mas sim um humano e as roupas que me cobriam, essas sim eram feitas de pelo de um lobo negro.

Voz: onde é que estás Midd? Eu procuro-te mas não te consigo encontrar…
Outra voz: Pai… nós precisamos de ti, iremos desaparecer no esquecimento sem ti…

Eu gritei para elas, mas nenhum som saiu da minha boca, tanta coisa que queria explicada e que desejava que elas me explicassem mas algo não estava certo. Tentei falar outra vez, mas era como se a minha voz se tivesse apagado do mundo. E as duas raparigas repetiam as mesmas frases, vezes e vezes sem conta enquanto o desespero começava a invadir-me. Naquela câmara escura, para alem do passado desconhecido que me atormentava, as mesmas correntes invisíveis me aprisionavam. A fúria e o desespero consumiam-me cada vez mais enquanto que o humano escondia-se e o lobo começava a vir ao de cima. Mas por fim, algo acontece que faz toda a minha fúria desvanecer.


Uma rapariga que não teria mais de oito anos corre em direcção a mim agarrando num pequeno lobo de peluche, chegando perto de mim, desaparece como se não passasse de uma miragem. Não me deixando recuperar do choque, outra rapariga corre em minha direcção, esta era muito parecida á primeira menina, mas esta não era nenhuma menina, mas uma jovem na flor da idade, ela abraça-se a mim e desaparece como a primeira, deixando-me como um estranho e frio terror. Segundos depois uma terceira aparece, esta não corria como as duas primeiras, mas o gelo dos seus olhos azuis e o fogo do seu cabelo curto marcaram-se em mim. Esta não hesita nem um instante e ao chegar perto de mim dá-me uma violenta chapada desvanecendo logo de seguida por entre um riso maligno e ensurdecedor. E para finalizar, uma anciã aproxima-se de mim, com longos cabelos tornados brancos pela idade, mantos também brancos e com um olhar que mostrava uma infinita sabedoria. Ela caminha lentamente até perto de mim e ao contrário do que eu esperava ela não desaparece mas dirige-se para mim com uma voz estranhamente pouco desgastada pela idade.

Anciã: peço desculpa pela atitude das minhas irmãs, elas são novas e inconscientes. Eu sei que não podes falar, culpa a ruiva, ela ganhou um terrível gosto em brincar contigo, enquanto que as pequenas simplesmente não sabem o que fazer contigo mas está descansado, não vais ficar á mercê delas por muito mais tempo.

Ainda outra voz: telefone já e poupe connosco que não iremos revelar o nome mas somos bons em fazer pessoas poupar

E com essas palavras sou solto da prisão invisível e caio no chão com um sufoco enorme quando volto a olhar para cima a anciã tinha desaparecido e por entre as sombras que me sufocavam consegui ver um rosto azul que me envolvia de calma. E a sua voz trémula dizia-me com algum alívio.

Unga: pensava que te tinha perdido também…
Skor: também…?

Afastada dali mas também com algum pesar na voz a sua tia anuncia:

Kandia: O Grizaldo foi morto na batalha, o Broy foi gravemente ferido…

Fim...

As aventuras da gazela Anuket em Marte!

Estava eu a dormir, confortável e quentinha quando de repente ao virar-me senti falta do Freddy (o tal ursinho de peluche que dorme comigo e faz de mim pecadora...) e acordei!


Eu quando acordo nunca vejo muito bem e ao levantar-me bati com a cabeça em alguma que pensei ser a porta do meu quarto como é costume, dirigi-me à casa de banho e ouvi um barulho horrível de tiros e vozes irritantes de seres desconhecidos que julguei ser o meu irmão a jogar Playstation, como é habitual…
Ia entrar na “casa de banho” quando reparei que não tinha saído do mesmo sítio e algo me impedia de avançar, olhei para o relógio, apenas com um olho semi-aberto e reparei que eram 11 da manhã.

Anuket: Onze da manhã??? Isto é madrugada…
Uma voz: Blá…blá...bla…e mais blás e blá blás
Anuket (a abrir os 2 olhos irritada e a tentar focar): Bolas mãe, estou de férias!!!

Olhei melhor e vi uma criatura verde com olhos pretos enormes e uma juba de Leão…

Anuket (baixinho): Ok…estou frita, cozida, assada…será que tenho Smarties aqui na mala para comprar a minha liberdade?

Aquela coisa que era ligeiramente mais bonita que o Neopinguim continuava com os blás para mim até que eu disse:

Anuket: Do you speak English?
Criatura Verde: blá blá blá...
Anuket: Spanish?
Criatura Verde: blá blá blá blá...
Anuket: Epa está bem ó coisa, cala-te que já não te posso ouvir, ainda falas menos Inglês que eu…deixa lá ver se encontro aqui algum papel na mala para falarmos por desenhos…

Já dizia a minha mãe, “ uma senhora nunca larga a sua mala que deve sempre combinar com os sapatos”, eu naquela altura percebi o verdadeiro sentido daquela expressão e arrependi-me de lhe ter dito tantas vezes: “És tão vaidosa…porque é que te pintas? Para ficares bonita? Então e porque é que não ficas? Hahaha”…Enfim, encontrei 3 batons, um suissinho fora de prazo, 3 caixas de óculos vazias, uns brincos que eu julgava perdidos hà mais de um ano, papeis de rebuçados, caixas de pastilhas, lenços com ranho do Inverno de há dois anos, um dragão, umas meias do meu irmão, 3 canetas e aquele caderno que eu uso para todas as disciplinas…!

Dragão: Hey Anuket, és capaz de te chegar para lá?
Anuket: Volta já para dentro da mala!!! Não temos espaço o dois aqui e tu cheiras mal da boca…
Dragão: Que mau feitio…
Anuket: Mau feitio nada…a minha dieta ainda não deu resultados e se me apertas muito fico com celulite!
Dragão: Gosto do teu perfume…
Anuket: Voltas para lá para dentro, hoje? Eu devo ter sido muito má na outra vida…

E lá foi o dragão a resmungar…

Comecei a fazer desenhos para ver se o outro me percebia, mas como os meus desenhos são ainda piores do que os de um miúdo da primária, ele não me percebeu e farto de me aturar foi sentar-se numa cratera fora da casa onde adormeceu e se pôs a grunhir. Eu presumi que aquilo fosse o ressonar lá da terra dele, depois de me lembrar que devia estar em Marte e que tinha sido levada por aquele amigo esquisito do Neopinguim.

Anuket (com a cabeça enfiada na mala): Hey Dragão! Tu derretes-me aqui o ferro da jaula onde estamos e eu dou-te as pastilhas que tenho na mala, apresento-te uma “Dragõa” toda jeitosa, que eu tenho no meu hi5 e ainda te faço o arranjinho com ela, o que dizes?
Dragão (a sair da mala e a deixar-me novamente quase sem ar…): Está bem, eu sabia que ia desencalhar primeiro do que tu…hahahaha…

Derreteu a fechadura da jaula e ia eu a sair quando um ser qualquer saltou para cima de mim e me mordeu a garganta tal como os leões fazem para matar as gazelas! Fiquei apavorada e comecei a perder os sentidos, quando de repente, ouviu-se um barulho e a criatura caiu no chão sem vida.

Acente-se a luz e eu vejo um ser barrigudo, de grandes olhos vermelhos, antenas cor-de-rosa bebé , 2 metros de altura, com uma longa juba, patas de leão e dentes grandes a dirigir-se até mim:
Aquela coisa parecida com um Leão: Olá escrava, tencionavas fugir?
Anuket: Bem, tu pelo menos sabes falar português…Olha lá, não me ias querer para escrava, eu não ponho sal na comida, estou sempre a partir copos, nem um botão sei coser e estrago os aspiradores todos…
Aquela coisa parecida com um Leão: Não faz mal, serves de jantar. Também pelo preço que foste…O outro idiota não sabia mesmo negociar devia ser burro como o patrão dele, um tal de Neo qualquer coisa…
Anuket: És um mercador inter-planetário? É por isso que sabes falar a minha língua não é?
Aquela coisa parecida com um Leão: Sim, sou um mercador, mas percebo a tua língua porque comprei um tradutor num dos anéis de Júpiter a semana passada, que traduz todas as línguas desde sistema solar e faz com que o que digo seja automaticamente traduzido também, é muito fixe por acaso, valeu bem o que paguei por ele…
Anuket: Quanto pagaste?
Aquela coisa(…) : A minha mãe.

Naquela altura percebi o quão cruel era aquela criatura e que não estava a lidar com um simples amador, pensei que a melhor forma para escapar dali seria negociar com ele…

Anuket: Queres o meu Dragão?
Dragão: O quêeeeeeeeeee? Tanto tempo a comer as formigas da tua mala para isto?
Anuket: Cala-te senão levas uma marretada!
Aquela coisa (…): Quero-te para o jantar!
Anuket: Estou demasiado gorda, ia-te fazer mal ao colesterol, acredita no que te digo lá na meu planeta finjo que estudo enfermagem!
Aquela coisa (…): Ah...está bem…então casa comigo!
Anuket: Sou demasiado ciumenta e possessiva não ias aguentar-me…
Aquela coisa (…): Hey, só tenho 33 mulheres nem são assim muitas…o meu irmão tem 101!!!
Anuket: Eu ia aniquilando as outras todas uma por uma, detesto concorrência, ias ter uma vida desgraçada, não te deixava ir aos jogos de futebol, não queria jogos de sueca lá em casa com os amigos, ias passar a ser vegetariano e quem passava a mandar lá em casa era eu…
Aquela coisa (…): Ok esquece lá isso…vais ficar encalhada para sempre com esse feitio…
Anuket: Ainda bem, tenho uma competição a ganhar! Olha, queres-me trocar pelo meu telemóvel? É um Nokia daqueles muito antigos, é quase uma peça de museu já…
Aquela coisa (…): Eh…tem músicas? Tens aquele toque das Pussycat Dolls?
Anuket: Só a do Dartacão, da Abelha Maia e do Inspector Gadget, serve? Já agora, gostavas também de ter um escravo guitarrista com a sua magnífica guitarra, a Michelle?
Aquela coisa (…): Então fazemos assim, vamos no meu Ovni lá ver esse guitarrista, dás-me o teu mega telemóvel e se eu ficar satisfeito, estás liberta!
Anuket: Não te vais arrepender, ele sabe cozinhar comida congelada, diz que sabe fazer bacalhau com natas, podes pô-lo a tocar a “Happy Birthday” em festas de anos e desde que não o ponhas a lavar copos nem a conduzir está tudo mais ou menos safo! Ah! Tem um problema… ele tem uns pés tão grandes que talvez quando o trouxeres, tenham que ir de fora, mas tapas-lhe a boca e não o tens que ouvir refilar…
Aquela coisa (…): Está bem! Vamos!

Chegamos ao planeta Terra, e lá encontrámos o Neo. Ficámos um tempo a observá-lo e ainda nos rimos pois este estava a andar de patins e acabava de mandar uma grande queda mesmo à frente dos nossos narizes…

Uma voz saída do Ovni (…): Uauuuuuuuuuuu! Ele é lindooooooooooooo!!!Que carinha de peixe-balão tãoooooo fofinha…
Anuket (com cara de parva): Olha lá, mas quem é aquela?
Aquela coisa (…):É a minha filha da minha 17º esposa, é a minha vergonha…nem por todo o dinheiro que eu tenho querem casar com ela…

Eu olhei e vi uma coisa estranha cheia de verrugas com pêlos no meio,3 metros de altura, mais gorda que o pai, um nariz gigante, mau hálito, cabelos oleosos, umas enormes argolas e uns sapatinhos azuis enfiados nuns pezinhos 35…

A filha da coisa: Paiiiiiiiiiizinho, quero casar com o peixe-balão, vá-láaaaaa!!!Obriga-o! Quero ter Mafaldinhas com ele e seremos felizes para sempre!!!!
O pai coisa: Aiii filha, o que eu não faço para me ver livre de ti…já viste o ar de arrogante dele?

ESPEREM!!!!! Isto seria um final mau de mais até para o Neoclipse, por isso vou abdicar da vitória que teria aqui na competição do “quem desencalha depois” e vou abdicar também deste final humilhante para lhe dar outra “chapada de luva branca”, e mostrar que o Odeio mais, mas que gosto tanto de o humilhar, que não quero que ele se vá já embora…temos muita competição pela frente!
Portanto, recuando…


Aquela coisa (…): Uauuuuuuuuuuuuu! O meu sonho era ter um Lidl!!! Achas que é um negócio rentável?
Anuket: Bem…acho que deve ser…faz uma plástica, muda para humano e faz “Franchising” disso, mas não abras em Portugal que a nossa economia está pela hora da morte! Não me perguntes mais detalhes porque não percebo nada de negócios…

Dito isto, desapareceu do nada e eu fiquei com cara de parva a olhar para o céu e para o Neoclipse caído no chão que só gritava pela mãe…
...Até que quando olhei novamente para o céu…

Dragão (a voar com um sorriso parvo em direcção a mim):Anukeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeet!!!!Bora lá ao Hi5!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anuket: ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh nãooooooooooooooo…






Anuket*

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Apaguem isto depois de lerem, por favor

Eu sei que o imperialium não deve ser usado como um fórum, mas queria deixar aqui a mensagem disponível para todos. Bem, é só para dizer que vou andar desaparecido por mais algum tempo do MSN e mesmo do mundo virtual porque estou a ver se resolvo umas coisas.
Com esta pausa vou também arrastar comigo a conclusão e publicação do album dos GEA (God's Evil Army). Eu depois tento recompensar-vos por esta espera enorme pelo "debut" oficial da banda cristã mais irritante e extremista de sempre.
Era só mesmo para dizer isto... portanto, peço que um dos administradores o apague após o pessoal o ler.
E mais uma coisa, se me precisarem de dizer qualquer coisa importante, ou simplesmente quiserem mandar-me spam como vingança de eu nunca cumprir prazos, escrevam para: filipesoares08@gmail.com .

Fiquem bem, pessoal. Que a inspiração esteja convosco!


(Edição pelo neopinguim: http://www.petitiononline.com/lunatico/petition.html)

sábado, fevereiro 10, 2007

Stress pós-exame (um disfarçado remake do Let The Games Begin!)

(este post é a continuação/resposta a um post da Anuket que pode ser encontrado aqui.)

A noite já durava há vários dias quando decidi que estava na hora de voltar para casa. Peguei na bicicleta da minha irmã e lá fui eu a pedalar, desde o Egipto até à Sobreda, amaldiçoando a múmia bolorenta que me deixou pendurado na Núbia, no seu último post.

Perdido no meio do deserto, dei de caras com uma raposa bem feia e bem vermelha, que me reconheceu instantaneamente.

Raposa bem feia e bem vermelha: Olha quem é ele!
neo: Tu? Aqui?

Percebi claramente que para uma personagem como aquela estar a entrar nesta história, certamente alguém na festa me tinha colocado uma substância qualquer na mousse de chocolate, que me estava a provocar um grave caso de obstipação intelectual e criativa.

Raposa: É mesmo. Que fazes?
neo: Pedalo... e tenho sede. Estou de regresso da festa mais secante de sempre. E tu? Que fazes por cá?
Raposa: Foi um tal de Zé Manel das Iscas que me telefonou. Disse que tinha uma missão para mim.
neo: Então anda lá, que eu dou-te boleia. Ele está alojado em minha casa.
Raposa: Nesse caso é melhor eu dar-te boleia a ti. Tenho aqui a minha sardinha voadora.
neo: Ok! Calha bem, porque não estou inspirado o suficiente para relatar uma luta com aqueles cactos mutantes que estão ali adiante.

Subimos para a sardinha, apertámos os cintos e tomámos a direcção de uma recta que possuía um vector director ortogonal ao plano formado pela areia e pelas rochas. Foi então que a Raposa bateu violentamente na sardinha com uma iguana até que a segunda derivada da posição desta fosse superior a zero, fazendo-nos levantar voo.
Pelo caminho, fomos perseguidos por uma nuvem rota a quem eu me esqueci de pagar uns servicinhos especiais. Só a conseguimos despistar a meio do Mediterrâneo, quando esta foi atropelada pelo Hot Wheels do Anjo da Morte, que andava a erradicar os pecadores da face da Terra desde que a Anuket fora ressuscitada. Porquê no Mediterrâneo, perguntam vocês? Ora essa, os carapaus também pecam... já dizia o Santo António.

Quando cheguei a casa, tinha duas aves raras à minha espera.

neo: Abutre!? Como é possível teres chegado aqui primeiro que eu, se ainda estavas na festa quando saí?
Abutre: Simples. Entrei no Portal para o mundo Imperialium que existe perto do Nilo. Quando lá cheguei, fui a pé até à base da BAU e a partir de lá apanhei o portal para a Sobreda. Poupei umas 6 horas de viagem. Como vieste tu?
neo (irritado por não se ter lembrado daquilo): Eu.. ahm.. também vim assim, mas.. parei várias vezes pelo caminho para apertar os atacadores.
Abutre: Ah, ok. Olha lá, tenho uma dúvida. Como é que anteontem descobriste que aquele Pelicano era o Padre Zé Manel das Iscas se nunca o tinhas visto antes?
neo: Sei lá... tenho poderes.
Abutre: E aquela história do tsunami.. eu pensei que o mundo estava às escuras. Não achas que tu--
neo: Não, não acho.
Abutre: Mas a sério, a única coisa que gostei nesta história toda foi quando começaste a dançar a macarena lá na festa, todo enfeitado de cor-de-rosa. Não achas que devias--
neo: Por falar nisso... Padre Iscas, a Joaninha Mecânica que eu programei para se declarar àquela feiticeira sua prisioneira já regressou?
ZMdI: Já sim. Está estacionada na garagem e voltou sem as antenas, conforme planeado.
neo (esfregando as mãos com um sorriso “béda evil”): Eheh..
Abutre: Até a Joaninha Mecânica foi mais esperta e chegou primeiro que o neo? Ehh.. como isto anda...
neo: É pá! Estou a ficar farto de te aturar a criticar os meus posts!! Não devias andar a comer chouriças?
Abutre: Calma jovem! Com tanto stress daqui a pouco viras zombie..
neo: Grr!! Eu devia era--

Nisto, tocam à campainha da casa do neopinguim, criando silêncio nos momentos seguintes.

Abutre: Como é que podem tocar à campainha se não há electricidade?
ZMdI: Cala a boca!!!........... irmão! Faça-se silêncio para o plano correr como combinado.

O neopinguim foi espreitar pela janela para ver quem era. Lá fora estava uma rapariga mascarada de plesiossauro, fazendo lembrar a monstra de Loch Ness, com um chapéu de aniversariante na cabeça e uma “batatinha” vermelha no nariz.

neo (pelo intercomunicador): Quem é?
Anuket vestida de Nessie (perdida de riso): Ohhh neeeeoooooo! Esqueceste-te das tuas antenazinhas cor-de-rosa tããããããão fófinhaaaaaaaaaas!! Hahahaha!
neo (fazendo sinal à "Raposa Vermelha" que brincava com um regador): É agora, Matrix! Rapta-a e leva-a para o teu planeta!

E o marciano Matrix, um descendente de Ozzy Osbourne de quem já poucos se lembravam, assim fez. Anuket estava paralisada com medo e nem sequer reagiu. Matrix agarrou-a pelos cabelos e levou-a para Marte na sua sardinha voadora, fazendo-a bater com a cabeça em várias estrelas que estavam espalhadas pelo céu.


No dia seguinte, o Sol voltou a nascer e tudo voltou à normalidade. O mundo estava salvo, por enquanto.


Anuket (berrando quando chegava a Marte): Maldito sejas neeeeeoooooooo!! Vou fazer queixa à Mariaaaaaaanaaaaaaaaaaaaaaaa!!!


neop.X

PS: Os créditos pelo título (a parte não entre parêntesis) vão para o 4oRbIdd3N.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Entrada para a Faculdade

Hail Imperialistas!

Para quem julgava que o _Ice_Mind_ tinha adormecido ou sido abatido em combate nesta procura das questões deveras interessantes que vos tenho exposto ao longo dos meus posts anteriores… está enganado: elas são cada vez mais e, se calhar, de melhor qualidade…
Não fui abatido, mas precisei de tempo para as amadurecer e arranjar uma maneira de as apresentar… algumas são boas demais… é por isso que recebi, com muito prazer, o vosso pedido para ajudar a colocar o Imperialium em bom caminho e, assim aproveito, para colocar em dia mais uns pensamentos e umas situações caricatas que qualquer pessoa que, com um senso crítico e minimamente analista como o meu, não pode deixar de achar que isto é uma delicia…

A entrada para a faculdade é algo muito bom… e não estou a falar de ficarmos com um curso superior, termos mais formação ou outro tipo de pensamento que vos possa ocorrer quando falamos em entrar para a faculdade… O assunto de que vos quero falar aqui é das experiências e das situações que este novo meio onde estou inserido nos proporcionam…
A primeira situação que me coloca algumas questões é a seguinte: Imaginem-se num auditório com não sei quantas pessoas que não conhecem e uma professora à vossa frente a apresentar-vos qualquer coisa que, às 9 horas da manhã, ainda não vos faz sentido e que, olhem quando olharem para aquilo, o sentido vai continuar a ser o mesmo… Agora peço-vos que naveguem nos vossos pensamentos… se conseguirem, é claro, eu às 9 horas… quanto muito… durmo de olho aberto!
Mas agora não interessa o que eu faço às 9 horas… interessa mais o que se passa a essa hora: estão então nessa aula e a professora está-vos a explicar algo até que não tem outra forma de vos explicar isso e recorre à super ajuda: a professora que se encontrava no fundo do auditório, mesmo por trás de ti e que tu nem sonhavas que ela lá se encontrava!
Mas recorre a ela apenas para destabilizar o ambiente, porque acabou por não justificar nada… e como devem imaginar, os alunos aproveitaram o momento para acordar… cumprimentar a colega que estava ao lado… lançar um bocado de charme… fica sempre bem! Mas a professora que estava aflita para descarregar os seus assuntos, sente que não está a controlar a situação e argumenta: “Não olhem para ela, que eu sou mais bonita!”
Parou tudo! Finalmente, e após eu ter torrado não sei quantas linhas nesta introdução, cheguei à primeira questão que surgiu na mente gelada: afinal não devemos estar atentos nas aulas porque é do nosso interesse, ou porque apenas queremos passar a uma cadeira… nós queremos estar atentos porque a professora que se encontra diante de nós é mais bonita que a que se encontra por detrás de nós! Faz todo o sentido! Agora pensem comigo… O sr. Ministro da Educação devia ter assistido a este momento e pensado bem na sua vida e nos resultados do sucesso escolar em Portugal e chegava à mesma conclusão que eu: os portugueses não têm melhores resultados escolares porque as professoras que lhes apresentam não são podres de boas! É verdade, finalmente percebi muita coisa… entre as quais o meu ódio de estimação à Matemática! Eu não odiaria, e penso que vocês também não, a Matemática se eu tivesse uma loira, nórdica, olhos claros… 1,80m de altura… e um corpinho de bradar aos céus a dar-me aulas! Ora aí está a solução… só me assusta que seja uma Mente Gelada como a minha a descobrir…
Não seria fantástico ter umas aulas assim? Em que não só não prestavam a mínima atenção ao que vos estão a expor, como fazemos no dia a dia, como tinham uma vista muito agradável em simultâneo!
Se os Imperialistas se juntarem, proponho que fundemos um partido político (está na moda… mas disso já nem quero falar…) e vamos lutar pela instituição de professoras com aspecto de muitas revistas de literatura avançada!

Outra das questões que me salta à mente e que me levam à escrita deste post é a seguinte: Numa aula de Matemática… (como não poderia deixar de ser) eu e os meus colegas chegámos a um brilhante conclusão: a resposta para tudo é “isto é uma função potência exponencial!”
Claro que vocês, neste momento, devem estar-me a chamar nomes por vir para aqui falar em termos que não devem conhecer e que eu estou armado em intelectual e dar um ar de superioridade… mas, a resposta a esse pensamento que vos possa ocorrer, é simples: Não sabem o que é? Óptimo! Eu passei este tempo todo a tentar descobrir e EU TAMBÉM NÃO!
Mas, voltando à questão em si, na altura quando ouvíamos esta resposta a qualquer dúvida que colocávamos não percebíamos o sentido… mas pessoal, o sentido da vida está ai!
Sim, num dos meus posts anteriores, pensava ter descoberto que os frangos estão no centro da vida e que são o seu verdadeiro sentido, mas, afinal, a resposta “potência exponencial” é que nos leva aos frangos!
Imaginem-se estão na estrada, precisam de saber o caminho para um determinado destino, encostam o carro e perguntam o caminho e obtêm como resposta: então você só tem de ver que isto é uma função “potência exponencial” e ficam logo a saber para onde querem ir! Eu ficava, vocês não ficavam?
Muitos filósofos existencialistas como Camus, Kierkegaard e Sartre levaram uma vida a tentar descobrir qual o sentido da vida e eu, _Ice_Mind_, um simples Imperialista de mente gelada, descubro ao entrar para a faculdade! Tomem lá países nórdicos com os vossos avanços nos conhecimentos das literaturas e científicos… as faculdades portuguesas são bem melhores! Não devíamos ter feito o tratado de Bolonha, deviam era ter feito o tratado de inserção ao Imperialismo! Se fossem imperialistas, se vivessem no nosso mundo, não gastavam anos em pensamento e pesquisa, já teriam acesso prévio a isso tudo!

Após este breve momento de exaltação dos nossos valores, despeço-me com apenas mais uma situação particularmente deliciosa que ocorreu na noite mais pseudo importante do ano: A PASSAGEM DE ANO!
É verdade, é uma noite fantástica, uma noite em que toda a gente finge ser o que não é e se embebeda… e aí é que vemos a verdadeira natureza da pessoa! Muitas vezes essa natureza é que nos proporciona momentos deliciosos…
Estava na passagem de ano organizada por uns amigos meus e, uns minutos após a meia-noite (como não poderia deixar de ser), uma boa percentagem dos presentes encontrava-se bêbada e as máscaras começavam a cair…
A primeira personagem que me deliciou foi vê-la a segurar muito séria um portão e fazer força para que ele não caísse! Está certo, pensem que o mundo é um sítio bem melhor porque os portões (que estão fixos) são seguros por pessoas muito competentes que não abandonam o seu posto de trabalho, nem mesmo na passagem de ano!
A segunda personagem… essa proporcionou um momento ainda mais brilhante! Tenho um enorme prazer em partilhar convosco o momento… Esta personagem tem o seu carro com os pára-brisas levantados (não faço ideia porquê, mas a resposta para isto deve vir mais à frente) e, bêbado, desata aos pontapés aos pára-brisas, pronto… eu confesso, mesmo sóbrio, não suporto vê-los levantados… só me apetece é desatar ao pontapé e parti-los todos! Ora bem… foi exactamente o que aconteceu, a nossa personagem pontapeou os pára-brisas até estes caírem… Quando questionado o porquê da sua acção a resposta foi inspiradora: “Epá… é o álcool!”
Não percebo porque é que não nos ocorreu esta resposta tão simples… e, voltando ao que disse anteriormente, que é quando bêbado que se encontra a verdadeira natureza da pessoa, cheguei à resposta óbvia: este gajo é estúpido! O álcool é o elixir da verdade…
P.S. para mim: esconder as garrafas todas de bebidas espirituosas a que o Pinto da Costa possa deitar a mão… seria uma enorme perda para o futebol português a falta de um presidente extremamente dedicado ao clube e a actividades de diversão futebolística quanto ele…

Despeço-me dos Imperialistas com a promessa de que tenho mais questões para vos colocar… aliás… elas devem estar por aí…

Hasta,

_Ice_Mind_

P.S. 2 – Usei a expressão “potência exponencial” entre aspas porque não é meu intento roubar os direitos de autor a ninguém… há que ser cívico e respeitar os direitos de cada um... e é por isso mesmo, ser cívico, e um cidadão consciente que vos coloco estas questões que assolam a minha Mente Gelada (ou então porque o Imperiallium me paga muito bem e eu venho aqui encher uns chouriços porque me pagam as contas…)

E ficámos animais assim...

Talvez fosse a hora de vos revelar como me tornei numa gazela...
Nós imperialistas sempre combatemos os ursos com muita paixão, assim como eles nunca perdem uma oportunidade de nos atacar.

Certo dia, estávamos todos a passar férias na Arca de Noé, que fazia um “cruzeiro” pelas ilhas Galápagos, quando um flagelo aconteceu provocado pelos nossos inimigos de sempre…

Eu, fazia animadamente o relato da viagem na minha máquina de filmar tirando algumas notas ao mesmo tempo, enquanto os outros imperialistas obrigados por uma valente birra feita por mim recolhiam amostras e animais como tentilhões e tartarugas.
Eu estava a elaborar um estudo detalhado sobre os diversos fenótipos, se tal acontecia devido a diferenças causadas por causa dos variados nichos ecológicos em que os animais viviam ou se por outro lado tinham sido modificados geneticamente pelo professor Porta-Velha, que era meu professor na faculdade.
Suspeitava que este me espiava e estava também intrigada que ele pertencia à máfia dos ursos. Ele era resultado de uma transformação genética de macaco para homem.

Esta experiência genética tinha sido realizada pela sua chefe, a flaminga Priscila. A Priscila, era uma flaminga que tinha pisado fezes de ursos e se tinha transformado num urso.
Na sua adolescência tinha se apaixonado pelo Rumba, sem que tivesse sido correspondida.
Ela tinha tentado chamar à sua atenção e também integrar-se na sociedade humana usando argolas com um raio de meio metro, pintando os olhos de azul e usando roupas de “dama”, mas o máximo que tinha conseguido tinha sido um emprego na “Natura” para ficar à porta de língua de fora.
Mal amada e de orgulho ferido (sentimentos mais temíveis numa fêmea), depois de não ter conseguido o amor do Rumba jurou vingança aos humanos, ao Imperialium e especialmente aos imperialistas.
Não sei, se ela é a manda-chuva dos ursos que tanto mal querem ao nosso amado Imperialium, pois este ser vil nunca deixou qualquer rasto, mas consegui apurar depois de uma investigação inconsciente de anos que ela fazia parte do grupo de cientistas malvados com pêlo em pé que trabalhavam para o crime dos ursos.

O Prof. Porta-Velha era seu aprendiz e experiência que lhe havia valido um prémio Nobel dos ursos da medicina malvada.
Ela havia destinado o Prof. Porta-Velha a seguir-me e a infernizar-me na faculdade (mesmo quando eu ia baldar-me às aulas e fugia pelas escadas, ele ia pelas escadas em vez de ir pelo elevador só para me apanhar em flagrante). A grande missão dele seria controlar as minhas investidas contra os ursos através de uma torre de controlo que eu tinha instalado no 15º andar da ESSCVP. Ali, eu fingia tirar o curso de enfermagem de forma a manter as aparências de uma pessoa normal e camuflar a minha profissão de agente secreta imperialista.
Cansada de aturar aquele macaquinho sempre atrás de mim, de mudar fraldas dos utentes nos hospitais e de aturar o Sr. Pombo (Auxiliar de acção escolar) sempre a dizer: “Os alunos não podem estar nas salas depois das aulas acabarem, muito menos no 15º andar”, arruinando por completo as horas extraordinárias que o Zé me pagava, decidi tirar férias com os outros imperialistas que estavam igualmente cansados de combater ursos!
O Zé, vendo-nos cansados ofereceu-nos umas férias na Arca de Noé às ilhas Galápagos com o subsidio das férias grandes adiantado.

Será que afinal não era bem uma viagem de férias? E que aquela birra toda que eu tinha feito quando estávamos a discutir o nosso destino de férias tinha sido através de um controlo de mente feito pelo Zé?
Nah… não questionemos o nosso guardião!
Tinha sido um “Ai Jesus” para impingir este destino de férias aos outros imperialistas, que exigiam Wireless e electricidade para irem à internet…
Anuket: Preciso de manipular as vossas mentes ou aceitam isto de uma vez?
Eles lá cederam porque se lembraram que eu era velhota e teria de aproveitar os menos 365 dias de vida que tinha em relação a eles... de qualquer forma era mãe deles quase todos. Por isso, aturaram-me com as manias de imperialista ambientalista e ajudaram na recolha de provas que confirmassem a presença de ursos naquelas bandas.
Eu sei que eram férias, mas apanhar ursos é quase tão irresistível como discutir com o Nerzhul…Eu sentia realmente o meu sentido de imperialista activo naquela zona e obriguei os meus companheiros que queriam bronzear-se um pouco a trabalharem também...
Construímos um laboratório improvisado a bordo da Arca de Noé e descobrimos que a variabilidade de fenótipos por ali, não era devida aos diferentes nichos ecológicos onde se encontravam aqueles animais, como dizia Charles Darwin na sua teoria, mas sim porque Ursulina pretendia conquistar o mundo humano, imperialista e vingar-se de nós, como vocês já sabem. Ela andava a fazer modificações genéticas naqueles animais como testes de uma experiência que seria futuramente aplicada em nós imperialistas.

No entanto, ela nunca imaginava que iríamos passar férias justamente para o local do seu laboratório experimental, e por isso seguia testando em animais dali conseguindo alterações bem notórias e rindo-se maleficamente todos os dias quando nos imaginava como tentilhões ou tartarugas alheios a tudo.
Quando a malvada Priscila soube pelo Porta-Velha que eu estava de férias precisamente em cima do seu laboratório subterrâneo, não pensou duas vezes e lançou um gás que nos pôs todos a dormir. Graças aos poderes imperialistas das nossas células cerebrais, estas bloquearam o efeito maléfico das injecções que nos foram dadas, ocorrendo apenas alguns casos de amnésia e somente a nossa aparência sofreu alterações.Também tivemos sorte, porque não fomos puncionados com o produto final dado que a má da fita não tinha ainda concluído as suas investigações.
Nós imperialistas, temos também uma protecção de emergência que é activada por um dos secretários do Zé em casos de emergência, que nos teleporta para a base nº1 da BAU caso estejamos nas mãos dos ursos.No entanto, este é um processo complicado e raramente funciona…O máximo que o secretário, o Sr. Gracindo, conseguiu foi tirar-nos da ilha…

Ocorreu uma falha e desaparecemos todos dos radares do Imperialium, assim como fomos todos espalhados pelo planeta Terra em lugar incerto...
Eu lembro-me de acordar meio atordoada e com febres altas na savana africana, não me conseguindo levantar e por isso arrastei-me durante km até encontrar água. Ia beber e…
Anuket: AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!! Mas…Mas…Eu não tinha encarnado num corpo humano, gigante, gordinho e meio careca???
Tentei comunicar com os outros imperialistas, mas os botões do inter-comunicador que tínhamos implantados na epiderme eram muito pequenos e os meus cascos não conseguiam carregar nos botões.

Fui tentando salvar a minha vida, como podia com o choque de ter perdido a minha aparência humana mas a certeza que o espírito imperialista permanecia bem vivo!


Anuket*

(esperem pela continuação...)







A Saga da Lua

Um lobo chamado Skor e uma troll chamada Unga

A minha primeira reacção foi correr em direcção a aldeia e perguntar o que tinha acontecido mas as minhas forças são rapidamente sugadas pois quando eu tento correr com a minha cauda agarrada pela azulinha. Cai por terra e ela agarrau-me pelo pescoço, puxando-me para perto dela.

Unga: não é boa ideia, pequeno, os inimigos ainda podem estar por perto.
Skor: chamastes-me o quê?
Unga: eles vêm do sul, já destruíram duas aldeias da minha raça e quem sabe quantas outras de homens. Eu tenho medo pequeno.
Skor: eu não sou pequeno, porra!
Unga: dizem que são homens urso. Eu não sei onde acaba a historia e começa as fabricações do medo, dizem que são metade homens metade ursos, que destroem tudo o que aparece pela frente e quanto atingem um grande prazer em batalha eles transformam-se completamente em ursos e que comem sem lavar as mãos.
Skor: isso não parece assim tão mau…
Unga: não?
Skor: não, ursos não são assim tão perigosos, são chatos sim, mas uma ou duas mocadas e…

A minha conversa é interrompida por um grande rugido por detrás de nós, olho para trás enquanto a Unga arrasta-se, assustada, pelo chão para trás de mim. Um homem alto e forte vestido em pele de urso e com garras do mesmo animal a fazer de arma avança sobre nós.

Homem-Urso: yo dama! Chilloutes isto aqui estás entre sócios.
Skor: ela não quer nada contigo, afasta-te.
Homem-Urso: ei, sócio, vê lá se não queres que te leve lá fora.
Skor: não sei se me ouvistes verme! Vai-te embora antes que eu te faça arrepender de ter saltado da árvore que te gerou.

O Homem-urso fica possesso de fúria e avança sobre mim rápida e monstruosamente sedento de sangue, eu tento pensar rápido, mas muito mais rápido que eu – como também extremamente misterioso – são os desígnios da natureza e antes que o aspirante de urso me pudesse atacar ou eu ataca-lo, uma arvore cai sem explicação alguma em cima do homem-urso esmagando-o.

Skor: Azulinha, estás bem?
Unga: estou, apenas estou assu… azulinha?
Skor: ah… uh… er…
Unga: não precisas de ficar assim Skor, achei piada.

Ela sorria para mim e eu, se eu tivesse lábios, aposto que também estaria a sorrir. Achava estranho, uma, uma fosse o que ela fosse, acarinhar-me tanto como se fosse um familiar, ou um amigo. Mais estranho, é que ela parecia conhecer-me apesar de não saber quem eu era e admito, era difícil não sentir também carinho por ela assim como era difícil não sentir uma leve comichão na orelha que me obrigou a usar a minha pata para me coçar.

Mas a nossa situação não passou despercebida, vários aldeões aproximaram-se de nós ajudando a Unga a levantar-se e ficando estáticos a olhar para mim não sei o que fiz, mas algo teve de ser para levantar a admiração e o medo que via nos seus olhos, a situação estava a tornar-se embaraçosa e outra vez vi-me forçado a recorrer á velocidade de pensamento para escapar desta situação, mas repetindo-se algo acontece cortando-me o pensamento e fazendo mover a historia. Um ser bastante alto mas encurvado, sustentando-se num cajado e com as formações ósseas bastante maiores fazendo lembrar hastes, irrompe pela multidão e lança-se aos meus pés, a Unga corre rapidamente ao seu encontro e agarra-lhe no braço, apesar de me parecer alta não se comparava á criatura que se encontrava prostrada diante mim.

Velho: salvastes a minha filha! Como é que alguma vez te poderei pagar.
Skor: eu… eu não quero nada.
Velho: tolices! Tenho uma divida para contigo que ultrapassa qualquer riqueza que possas pedir, portanto pede qualquer coisa! Até a minha vida te darei.
Unga: …guarida…

O silêncio devastador transforma-se num burburinho incomodativo, não conseguia perceber o que se passava, porque é que esta gente estava tão perturbada com a minha presença e porque é que o pedido da Unga causou tantos comentários por parte do povo, para alem do mais, como é que este velho se apercebeu que eu conseguia falar e o que raio ela queria dizer com pequeno?

Velho: … filha?
Unga: ele está sozinho, defendeu-me e nós sabemos o quanto ele é importante para nós, portanto pai, eu peço-te… já agora, o que é o jantar?
Velho: moelas.
Unga: gostas de moelas pequeno?
Skor: gosto sim!
Velho: então está decidido.

Afirmou o velho levantando-se com um fulgor que não assentava nada com a sua idade.

Velho: Este nobre lobo irá permanecer em minha casa e será tratado como membro da minha família pois está sobre minha guarida. E se alguém o tratar mal, é como se estivesse a tratar mal a minha família, pois eu decidi guardar este rapaz. Portanto não o tratem mal, pois ele é da minha família e…
Unga: pai, estás a divagar

Um maior clamor ergue-se da população, não conseguia perceber se os murmúrios eram bons ou maus mas pelo meio lá se ouvia um daqueles seres a gritar: “vamos morrer!!!” e em seguida a entrar em combustão instantânea e correr pela aldeia pondo mais algumas casas a arder antes de cair por terra. Com esses novos fogos os aldeões lançam-se outra vez aos trabalhos que faziam após o ataque, enquanto que eu, era levado por esta nova família para o que iria ser a minha casa.

A casa era maior que as restantes, o que parecia indicar que também a posição social desta família seria superior aos outros. E apesar de tudo a casa era muito simples, tinha um grande salão na entrada, com vários bancos compridos em volta de uma fogueira com um grande caldeirão por cima, e em volta deste salão estavam bastantes portas que eu assumi que levassem para os diferentes quartos. Mas agora estava na altura de conhecer a família.

Foram-me apresentando algo lentamente os membros daquela família, o velho que me tinha oferecido guarida era o senhor da aldeia de nome Yorgsh, duas mulheres vieram receber-me, uma delas chamava-se Kandia, era esbelta, de cabelo cinzento, um pouco mais alta que Yorgsh, as formações ósseas no seu corpo eram leves e comparadas a outras que tinha visto, quase imperceptíveis, era a tia de Unga que habitava com o seu irmão porque nunca tinha procurado alguém que a desposa-se, a outra senhora era a mãe de Unga, era uma mulher forte, com o cabelo igual á sua filha, mas repleto de tranças, o seu nome era Urnia.

Mais tarde cheguei a conhecer dois irmãos de Unga, um chamava-se Bron mais novo e tinha uma figura nada parecida com o seu pai ou sua mãe, fazia mais lembrar a tia apesar do cabelo ruivo mostrar de quem era filho, o ultimo rapaz, era tão alto quanto o pai e era uma parede de músculos e de osso, segundo me contavam seria ele o próximo líder da tribo e chefe das tropas da aldeia e tinha pelo nome de Grizaldo.

Bron: mas eu posso ficar com ele?
Yorgsh: não! Já te disse que ele é da tua irmã.
Unga: pára de o tratar como um animal de estimação.
Yorgsh: desculpa filha eu…
Urnia: a miúda tem razão, porque é que tens de estar sempre a...

Eu estava a ser o catalisador de uma discussão que nem compreendia porque acontecia. No entanto, num acto de benevolência, o membro da família mais prometedor na sucessão da sua família, interveio por mim, calando toda a sala.

Grizaldo: chega de discussão! Não vamos estragar um momento por causa de uma coisa estúpida, ele salvou a minha irmã e por isso estou-lhe eternamente grato.
Yorgsh: esse discurso era meu!
Kandia: Cala-te Yorgsh! O teu filho tem razão e não venhas gerar mais confusão por causa disso. Já bastou da outra vez por causa das peúgas!
Urnia: pois bem, mas nós não temos cama para onde ele dormir.
Kandia: tratamos disso depois, ainda temos de ir arranjar carne para o jantar, Unga, vens connosco
Yorgsh: mas aquele era o meu dircurso.
Unga: eu não queria deixar o Skor sozinho.
Skor: não te preocupes eu enrosco-me ai num canto.
Grizaldo: não te enroscas nada! Vens comigo e o meu irmão, a gente mostra-te ai as coisas.

Assim foi decidido e assim foi feito, a Unga despediu-se de mim e cada um de nós for para o seu lago, os dois rapazes mostraram-me todos os locais influenciáis da região. O terreno de treinos, o campo de arco, a casa de uma antiga vidente, a loja de gomas, o poço, local que me chamou muito a atenção e uma taberna. Segundo os rapazes me disseram, precisavam de ir buscar umas coisas á taberna e então entramos. Era um local acolhedor, mas não me está a apetecer fazer uma grande descrição, portanto eles sentaram-se no balcão e eu enrolei-me perto dos pés do Bron, nisto um outro rapaz de aspecto galante com uma estrutura óssea finíssima e um sorriso de orelha a orelha aproxima-se dos meus dois companheiros e cumprimenta-os.

Rapaz: então caros amigos, Bron, Grizaldo, como estão neste belo dia?
Grizaldo: nós não somos teus amigos Torg, tu só estás a falar connosco porque queres saltar para cima da nossa irmã.
Skor: frio.
Torg: uh, o cão fala! Então foi este rafeiro que salvou a vida á delicada Unga?
Skor: ei!
Grizaldo: enfia um urso vestido de ananás nessa boca minha besta, este “rafeiro” como tu dizes, fez algo que tu nunca farias e foi defender a minha irmã contra um homem-urso.
Torg: pois claro! Defende o rafeiro quando eu poderia ter-me safado muito melhor.
Brom: Torg, vai dar uma volta, ou vai haver problemas.
Torg: vejo que vocês são tudo menos cavalheiros, portan…
Grizaldo: não é o que eu digo? Olha-me para esta flor a falar, como é que isto pode alguma vez desposar a nossa irmã? Não concordas Skor?
Torg: que rudes…
Skor: eu não tenho muito a dizer, apenas não gosto das coisas que ele me chama.
Torg: o único que gatinha aqui és tu!
Skor: não por muito tempo.

Não é preciso dizer muito, começou uma rixa e este indivíduo de nome Torg saiu de rojo pelo chão a gatinhar e a chorar que nem um bebé a chorar pela mãe, claro que foi dois contra um e foi desequilibrado, mas pelo que parece o Grizaldo também não gostava dele, mas mal de tudo, parecia que ele andava interessado pela Unga. Espero que não tenha feito algo para a chatear.