quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A Saga da Lua

(Humor? só a partir deste para baixo : As aventuras da gazela Anuket em Marte!)

Um lobo chamado Skor e uma troll chamada Unga

Mais tarde vim a descobrir que fiz o contrario, a Unga deliciava-se com a historia que os irmãos lhe contaram, de como a discução começou, da luta e da derrota de Torg, e para minha satisfação e alivio, a Unga, assim como toda a familia riam-se desmesoradamente com a escepção de Yorgsh, talvez não estivesse a acreditar na parte em que Torg insultou a Unga e eu defendia a honra dela, ou a parte em que eu peguei numa cadeira e parti-a nas costas de Torg, ou quem sabe não acrerditasse que o chefe da aledeia veio congratularme por aquele enorme favor á sua patria, talvez porque Yorgsh fosse ele proprio o chefe da aldeia mas parece que todos esses pensamentos foram em vão, pois o velho levantou-se e disse-me:

Yorgsh: Skor, mais uma vez fizestes um grande feito pela minha familia e povo, eu sei que me estou a repitir, mas tenho de te dizer, mas neste pouco tempo que entrastes na vida da minha filha, só tenho tido boas impreções tuas, eu podia desejar ter um filho como tu, mas os meus dois filhos já me dão muita satisfação, mas por outro lado aquele falhanço de futuro genro não me dá qualquer gosto...

E enquanto Yorgsh divagava eu podia ver as duas cunhadas a entre olharem-se com ar de que planeavam uma coisa, nem quis começar a pensar no que seria. Nisto a Unga sentou-se ao meu lado e agarrou-se ao meu pescoso, senti um ligeiro sufoco, mas não propriamente causado por ela a agarrar-me mas por algo que não precebi, se calhar estava a ficar com pulgas, ou se calhar foi das gomas que andei a comer, mas o tempo passava e o Yorgsh não parava de divagar e então para quebrar o ambiente de tedio que as teorias de Yorgsh causavam, a mãe de Unga foi gentil o suficiente para me perguntar por certas coisas:

Urnia: então Skor, fala-nos de ti, não é todos os dias que temos um convidado na nossa mesa, muito menos um lobo que fala.
Skor: eu gostava muito de dizer quem sou, mas...
Brov: és um espião ultra secreto e estás numa missão super mega secreta?
Unga: shhh, deixa-o contar Brov
Skor: eu por acaso gostava de confirmar isso rapaz, mas eu na realidade estou muito confuso, eu só sei que era humano.

O abraço de Unga torna-se mais apertado por uma razão desconhecida, talvez fosse o meu pelo a causar-lhe comixão ou porque estava com sono, mas isso tambem não interessava muito agora, a menos que o seu aperto me fizesse saltar o cerebro da cabeça.

Skor: não sei o que aconteceu, mas tambem não me lembro da minha identidade, as vezes sinto que fui alguem poderoso, que tinha um mundo a meus pés, mas outras vezes, outras vezes sinto que vivia algo mais pacato, uma casa simples na floresta com uma mulher.

Palavras que me causaram uma certa tristeza recordando os tempos passados que escorriam vagamente na minha mente, trocados e emaranhados como duas vidas vividas em tempos destintos, tal discurso e tal desmotivação do meu ser fez com que a Unga encostasse a sua cabeça á minha, com este acto as cunhadas entreolham-se outra vez. Agora eu achei mesmo que algo estranho se passava, mas mesmo assim, decidi não ligar coisas mais estranhas se passaram.

O tempo passou-se e com ele varias gaivotas voaram norte presseguidas por enormes gruas amarelas, castores começaram a fazer os seus rituais satanicos, o que foi um berbicacho para a tribo de trolls a que eu me tinha juntado, ajudei na caçada a esses vies servos da Demonstração, que foi algo que correu ás mil maravilhas, a tribo tinha peles novas para os artezãos fabricarem novas roupas e eu tinha ganho um gosto pelas caçadas realizadas por estas criaturas que agora chamava de minha familia. Mas esta paz não durou para sempre. Meses depois, tambores foram ouvidos á distancia o soar de melodias de batalha despertou os mais jovens que desejavam provar-se em batalha e receber mais gomas, mas o que me mais custou ver foi as mulheres que choravam pelos seus irmãos, maridos e filhos que se queriam lançar loucamente ao encontro da morte. Mas foi então que a ideia me surgiu, um flache da memoria de uma victoria antiga, perdida na minha mente, corri para avisar o lider do grupo que se preparava para defender a aldeia, que neste caso era Grizaldo, mas antes de ir falar com ele ainda tive tempo de mandar uma moeda ao poço, pedir um desejo e ir comer qualquer coisa. Ao fim de estar bem alimentado finalmente dirigi-me assim como a minha palavra ao irmão de Unga.

Skor: Grizaldo isto são tambores de ursos!
Grizaldo: diz-me algo que eu não saiba.
Skor: antes da batalha, estes tambores, eles têm um espaço de tempo em que fazem danças tradicionais e não as interrompem por nada.
Grizaldo: eu não acredito! quer dizer que…
Skor: sim!
Grizaldo: ainda podemos ir comer a feijoada!
Skor: podias ter poupado a piada previsível.
Grizaldo: sou novo nisto, o que queres? Bem, vamos então aproveitar da situação e matar ursos?
Skor: ora ai está algo que eu não ouvia á muito tempo. Com gosto! Lidera o caminho.

E assim percorremos as planícies brancas deste eterno Inverno até que ao subirmos uma colina, deparamo-nos com um enorme exército de ursos, o Grizaldo até ficara assombrado de medo com a imensidão de tamanho exército, mas desta vez quem não estavam prontos eram eles. Com um tremendo grito o irmão de Unga comandou o seu pequeno grupo a atacar o exército acampado e como perdido por uma fúria e sede de sangue mais antigas que o próprio mundo, eu lancei-me na companhia dos Trolls sob o exército incrédulo dos ursos. A batalha começou e sem dificuldades o pequeno grupo organizado de Trolls subjugou os ursos que tentavam combinar a sua dança frenética com as artes de combate só conhecidas por eles. Por entre as hordas infindáveis de dançarinos lá estava um ou outro a fazer gazeta, que eram rapidamente subjugados pois os guerreiros podiam dar-se ao luxo de desviar a atenção dos dançarinos para atacar os gazeteiros. Mas tanta facilidade era de estranhar e os meus receios não foram ao acaso, pois quando a vitoria parecia assegurada, um urso bem pequeno, mas com uma mão enorme aparece pelo meio dos restantes ursídeos e ataca o Grizaldo com uma fúria e um poder incrível, abanando a sua mão de um lado para o outro. Três outros Trolls tentam defender o seu líder mas acabam por sucumbir aos furiosos ataques do urso pequeno. Quando eu tento reagir sinto as minha patas presas, batalha continua mas quanto mais eu tento avançar, mais dor sinto até que, cansada da minha recusa, a minha captora revela-se, ou pelo menos a sua voz.

Captora: Esta não é a tua batalha! Nunca foi!
Skor: e quem és tu para decidir isso? O que eu faço é de minha escolha apenas.
Captora: silencio criança! Não tens nada a decidir aqui o destino deles está traçado.
Skor: O destino é aquilo que fazemos dele sua cobarde. Mostra-te e luta!
Captora: Não admito que deites tudo a perder por um erro de julgamento, insolente.

A minha atenção é desviada desta estranha conversa pelo que decorria no campo de batalha. Brov que nem devia estar aqui tinha se posto entre o pequeno urso e o seu irmão, o que seguiu da batalha ficou fora da minha percepção pois a força que me agarrava, forçou-me para o chão e fez-me desmaiar…

Voz: Midd… Midd acorda
Outra voz: …Pai… o que é que estás a fazer?
Ainda Outra voz: quer poupar em chamadas de longa distância?

Os meus olhos abrem-se lentamente para observar duas figuras femininas no meio de uma imensa escuridão, ambas estavam vestidas com enormes capas e capuzes que impossibilitavam de ver como eram mas as suas vozes eram tão familiares que me faziam estremecer o… pelo?
Levantei-me e observei que eu era do mesmo tamanho. Já não era um lobo mas sim um humano e as roupas que me cobriam, essas sim eram feitas de pelo de um lobo negro.

Voz: onde é que estás Midd? Eu procuro-te mas não te consigo encontrar…
Outra voz: Pai… nós precisamos de ti, iremos desaparecer no esquecimento sem ti…

Eu gritei para elas, mas nenhum som saiu da minha boca, tanta coisa que queria explicada e que desejava que elas me explicassem mas algo não estava certo. Tentei falar outra vez, mas era como se a minha voz se tivesse apagado do mundo. E as duas raparigas repetiam as mesmas frases, vezes e vezes sem conta enquanto o desespero começava a invadir-me. Naquela câmara escura, para alem do passado desconhecido que me atormentava, as mesmas correntes invisíveis me aprisionavam. A fúria e o desespero consumiam-me cada vez mais enquanto que o humano escondia-se e o lobo começava a vir ao de cima. Mas por fim, algo acontece que faz toda a minha fúria desvanecer.


Uma rapariga que não teria mais de oito anos corre em direcção a mim agarrando num pequeno lobo de peluche, chegando perto de mim, desaparece como se não passasse de uma miragem. Não me deixando recuperar do choque, outra rapariga corre em minha direcção, esta era muito parecida á primeira menina, mas esta não era nenhuma menina, mas uma jovem na flor da idade, ela abraça-se a mim e desaparece como a primeira, deixando-me como um estranho e frio terror. Segundos depois uma terceira aparece, esta não corria como as duas primeiras, mas o gelo dos seus olhos azuis e o fogo do seu cabelo curto marcaram-se em mim. Esta não hesita nem um instante e ao chegar perto de mim dá-me uma violenta chapada desvanecendo logo de seguida por entre um riso maligno e ensurdecedor. E para finalizar, uma anciã aproxima-se de mim, com longos cabelos tornados brancos pela idade, mantos também brancos e com um olhar que mostrava uma infinita sabedoria. Ela caminha lentamente até perto de mim e ao contrário do que eu esperava ela não desaparece mas dirige-se para mim com uma voz estranhamente pouco desgastada pela idade.

Anciã: peço desculpa pela atitude das minhas irmãs, elas são novas e inconscientes. Eu sei que não podes falar, culpa a ruiva, ela ganhou um terrível gosto em brincar contigo, enquanto que as pequenas simplesmente não sabem o que fazer contigo mas está descansado, não vais ficar á mercê delas por muito mais tempo.

Ainda outra voz: telefone já e poupe connosco que não iremos revelar o nome mas somos bons em fazer pessoas poupar

E com essas palavras sou solto da prisão invisível e caio no chão com um sufoco enorme quando volto a olhar para cima a anciã tinha desaparecido e por entre as sombras que me sufocavam consegui ver um rosto azul que me envolvia de calma. E a sua voz trémula dizia-me com algum alívio.

Unga: pensava que te tinha perdido também…
Skor: também…?

Afastada dali mas também com algum pesar na voz a sua tia anuncia:

Kandia: O Grizaldo foi morto na batalha, o Broy foi gravemente ferido…

Fim...

2 comentários:

Nerzhul disse...

Que post tão esquisito!

A partir de uma certa altura, torna-se tudo tão irreal que até assusta. Escusado será dizer que não percebi nada do que aconteceu após a Captora entrar em cena, mas provavelmente será tudo explicado nas sequelas.

Sim, porque irão haver sequelas, apesar de teres escrito "Fim..." no final. O leitor mais distraído ainda vai pensar que acabas a série neste post..

Bom post! Bons blogs!


PS: A piada da feijoada não foi assim tão previsível!

Lunático disse...

--Spoilers Alert--

Drama! Não é muito comum vermos isto num post deste blog verde esquisito.
Aliás, se não estou em erro, esta foi mesmo a primeira vez que no Imperialium duas personagens com que o leitor simpatiza com facilidade morrem assim tão inesperadamente. Ok, o Brox não chegou a morrer, mas pronto, vocês entenderam o que quis dizer!

Mas gostei dessa inovação, sinceramente. Veio trazer um ar sério à história.

Bom post!

P.S.: Aquela parte das irmãs foi muito à Dream Black!