sábado, março 06, 2010

Comunicado

Imperialium, Sociedade Pública de Humor e Maçãs© informa que, por despacho nº 5462/DP do Ministério Público e a pedido dos representantes legais do Exmo Senhor Eng.º Célio HardToSue, vem por este meio fazer um pedido de desculpas público a todos os lesados desta "piada de mau gosto que se limita a revelar a falta de carácter e excesso de bovinice dos seus criadores".

O Imperialium dirige as suas mais sinceras desculpas ao Sr. Célio e respetivos advogados. Não voltará a acontecer.

Prometemos.




Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico para não prejudicar a nossa situação num outro processo que temos em tribunal.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

EqF 3 - Culto dos copos com sal.


Estava Eu, num dos sítios normais onde a população de hoje em dia gosta de fazer o tal “curtir” (outra palavra que odeio, pelo menos usada nesta situação) ou seja, em cima de uma sofá, com Ela em cima de mim e as bocas fundidas por uma camada de saliva. O habitual… corpos quentes, com as mãos por todo o lado, roupas a quererem começar a saltar… o habitual. Quando tivemos a ideia de correr para o quarto e continuar as coisas lá. Assim o fizemos, metemo-nos no quarto e com um violento estrondo lançamo-nos para a cama. Estava quase a acontecer, já conseguia imaginar o grupo coral, que tenho escondido no meu armário para tal ocasião, a saltar de lá e com vozes afinadas e angélicas entoar o tão conhecido “Aleluia!”. Naquela altura em que por entre toques beijos e uma respiração ofegante, nós não conseguimos pensar em rigorosamente nada. No entanto houve algo que nos parou.

Um grande estrondo na porta ouviu-se no quarto.

Saltei de cima dela, assustado e ela retribuiu-me o olhar.


Eu: O que é que foi isto?

Ela: Não sei…


O estrondo foi ouvido outra vez. Ela levantou-se e puxou os cabelos para trás. Gesto que normalmente me deixaria com vontades mas nesta situação não me fazia sentir nada devido aos estrondos consecutivos que me distraiam. Algo não cheirava bem. O estrondo foi soando menos audível e mais ritmado até que tornou-se apenas um simples bater à porta. Confuso por tal não disse nada mas Ela tomou a iniciativa:


Ela: Quem é?

Voz: É o papá e a mamã!

Ela (sussurrando): O facto de estarmos em tua casa torna isto estranho.

Eu: (sussurrando): Acho que já sei o que se passa.

Voz: Podemos entrar?

Eu: sim.


A porta abriu-se e duas criaturas moveram-se como se os seus pés não tocassem no chão. Estavam todas cobertas num robe negro que apenas revelava as mãos ossudas e grotescas assim com as suas bocas cinzentas repletas de dentes finos e aguçados. Nas suas cabeças possuíam uma coroa estranha que era ornamentada com um copo de plástico no topo. Uma das criaturas era mais baixa que a outra e também mais corpulenta, foi essa que falou:


Criatura: Obrigado por nos deixares entrar, és um querido.

Ela: O que são estas coisas.

Eu: Eqfs.

Ela: Quê?

Criatura: Oh, devia apresentar-nos não devia? Eu sou a Rosaliterigalaminugaturakina e o meu companheiro é o Bob.

Bob: Prazer.

Kina: O meu querido Bob fala pouco, vem de uma família também muito pouco faladora, por isso é que tem esse nome.

Eu: O que é que vocês querem?

Ela: E não podiam quere-lo daqui a 40 minutos?

Eu: Hei! Não penses pouco de mim sim? Eles têm de vir agora ou então só podem vir cá amanhã.

Ela: Então o que é que eles estão aqui a fazer AGORA?

Kina: Nós somos os magníficos e terríveis EqF’s dos Copos de Sal no Canto dos Quartos!


Com essas palavras ditas, Bob deslocou-se para um dos quatro cantos e retirou o copo do topo da sua coroa onde imediatamente outro copo tomou o seu lugar. Em seguida colocou-o no canto e da sua boca cuspiu um liquido translúcido muito espesso. Depois estendeu o braço à sua companheira e pediu:


Bob: Sal.


A Kina tirou um saleiro debaixo do manto e lançou-o contra Bob que apanhou-o com a sua mão horripilante e passou de seguida ao próximo canto.


Eu: Mas que vem a ser isto?

Kina: Não te preocupes, é só metermos os copos nos cantos do quarto e deixamo-vos aos vossos… desígnios.

Ela: Hei, os nossos desígnios não são para ser… designados… na presença de nenhuns copos!

Kina: Oh vá lá, não fazem mal nenhum.

Eu: Não ouviu a senhora? Não, é não.


Com isso dito, peguei no copo que Bob já tinha colocado e lancei-o pela janela fora. Da rua consegui ouvir alguém a dizer “ahahah está a chover! A chover!! ahahah”. No entanto, Bob apenas voltou a cabeça para o canto onde tinha posto o copo que tinha acabado de voar pela janela e disse.


Bob: Não, não…

Bob deslocou-se para perto de mim e afastou-me com a sua mão, como se a única coisa que lhe fizesse era estorvar o caminho. E lentamente recomeçou o processo de colocar o copo no canto.

No entanto Kina manteve-se quieta a olhar para Ela e com um sorriso na cara perguntou:

Kina: Gosto muito do teu cabelo, é pintado?

Ela: É sim, mas hoje nem está grande coisa.

Kina: Oh minha menina, não digas isso. Qualquer dia ainda pinto o cabelo assim. E que tinta usas?

Bob: Sal.

Kina: Eu já te dei o sal!

Bob: Ah.

Kina: Eu costumo pintar no cabeleireiro, mas as tintas deles são cheias de químicos e daqui a pouco estrago o cabelo todo.

Eu (mandando outro copo pela janela): Tu não devias estar a ajudar o teu Bob? É que a este ritmo vocês nunca saem daqui

Alguém: HIHIHI. Está a chover outra vez! WEEEEEE!!

Kina: O quê? Achas alguma vez que alguém do meu calibre se rebaixaria a tal trabalho? Para além do mais estou cansada, tive o dia todo a planear esta invasão.

Ela: Coitado do Bob, de facto.

Kina: Coitado? Filha! Devias estar do meu lado, nós mulheres temo-nos de manter unidas contra estas bestas que só se preocupam com moldavas.

Eu/Bob: Russas.

Ela: Claro que eles vão se preocupar com as moldavas…

Eu/Bob: Russas.

Ela: … isso. Mas nós temos de mostrar que somos melhor que as moldavas, russas, asiáticas, o que for que eles querem. Temos de lhes mostrar que para além de conseguirmos ser mais bonitas, somos também inteligentes, divertidas que lhes sabemos dar valor. Do outro lado, eles também têm de fazer o mesmo, de se mostrar inteligentes, de se manterem bonitos para nós, de saberem lavar pratos e é melhor que saibam cozinhar ou então passam fome!!

Kina: Tu estás a viver no passado! Eles deviam ser nossos escravos! Lamber-nos as botas dos pés e nós devíamos engordar e ficar feias e eles só deviam era de gostar!

Ela: certo…

Kina: Certo sim! Nós merecemos ser deles independentemente de…


Farto da conversa não pensei duas vezes e em vez de pegar no copo que o Bob acabara de pousar peguei na Kina e lancei-a janela fora. Consegui outra vez o “AHAHAHAHA está a chov…” mas não passou disso quando coincidiu com o estrondo da Kina a estatelar-se no chão. O Bob parou o seu ritual e olhou para nós. Com um sorriso nos sua boca disforme e disse simplesmente:


- Obrigado.


Entreolhamo-nos enquanto o Bob se deslocou para a mesa-de-cabeceira. Do seu manto negro tirou uma nota de 50€, colocou-a em cima da mesa e disse antes de abandonar o quarto.


Bob: Protecção.


Ficamos a olhar um para o outro com um olhar confuso com o que se tinha passado. Será que estes EqF’s não conseguiam subsistir um sem o outro? Ou será que eram um casal como muitos outros descontentes com a relação que tinham, ou será que Bob tinha sido vítima de um EqF e odiava o trabalho que fazia e sem a Kina a comanda-lo ele tornou-se livre.

Mas problemas desses teriam de se pensar noutra altura que agora a única coisa que me passava pela cabeça era a combinação de vermelho rosa e de pele branca e sedosa que e encontrava por entre cobertores azuis. Ai como as coisas deste mundo desvaneciam não presença de uma mulher com pouca roupa… é por isto que o mundo no futuro ou será dominado por mulheres, por gays ou por robôs… e agora já estou a divagar. Mais tarde conto-vos o resto.

Fim.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

L2 - As Tortas Caoticas

Acima dos céus, longe dos comuns mortais, no arranha-céus da sua multinacional, os Deuses viviam as suas vidas atarefadas. Mas algo na terra se movia para um evento de celestial importância, algo que não podia ocorrer sem passar pelas suas mãos.
Na sala de conferências, acompanhado por Huginn e Muninn, Odin pensava em como derrotar os jacarés que lhe atormentavam o seu escritório, ocupando-lhe os sofás e tomando controlo da televisão, não o deixando ver os seus programas favoritos. Odin já tinha prometido a si mesmo que fosse obrigado a ver “aquela mariquice dos vampiros-da-moda” outra vez, faria da população de jacarés ser uma em vias de extinção. Mas agora não era altura para fúria, agora Odin relaxava e pensava como o fazia muitas vezes, de olhos fechados e com o seu Típico Roncar Meditador™.

Seth: Tu estás a dormir?
Odin: O quê? … Eu? … Não! Estava a … meditar. Isso! Meditar! Não ouviste o meu Típico Roncar Meditador ™.
Seth: Certo… Por acaso não viste por ai a minha faca de trinchar pois não?
Odin: Não. Também porque que irias deixar a tua faca na sala de conferências?
Seth: Porque a ultima coisa que me lembro de fazer com ela foi o papercraft durante a última reunião.
Odin: Não. Não está aqui.

Abalado mas não rendido, Seth suspirou e abandonou a sala de conferências em busca do seu valioso artefacto. No entanto Odin decidiu voltar à sua meditação. Não conseguiu entrar imediatamente no seu estado meditativo pois estava sempre preocupado em ver se a Huginn e Muninn faziam algo mais do que dormiam agarradas uma à outra, mas sem sucesso nessa área começou a render-se ao seu estado de meditação. Apesar de que quando começou com o Típico Roncar Meditador™ foi imediatamente interrompido por outro a chama-lo:

Osiris: Odin, vem rápido! O Seth está quase a matar os jacarés.
Seth (gritando): Agora vão ver o se Rei do Deserto faz de vocês grelhados ou não!
Odin: Não vez que estou a tentar meditar? A lata desta gente!
Osiris: O Ares já está a segura-lo, a Ísis está a tentar ralhar com ele até à submissão, mas sabes como o meu irmão é, não vai chegar.
Seth (gritando): Ai é? Então espera até eu enfiar-te o #$%*# pelo teu *$#&#%$ de *$%#%$ a dentro e fazer &%$##” em $%R#”% da tua família toda!
Odin: Ok, vamos lá ver disso.

Quando Odin saiu para o corredor viu que Ares agarrava nos braços de Seth enquanto Ísis apontava um dedo no seu focinho e tenta chamar-lhe a atenção. Num dos braços Seth tinha a sua faca de trinchar no outro levava uma lança e apontava-a para os jacarés que espreitavam do interior do gabinete de Odin.

Ísis: Seth, Seth, olha para mim! Seth!

Ela viu que Odin estava presente e então decidiu apelar a ele.

Ísis: ainda bem que estás aqui! O meu cunhado está louco, diz que vai fazer carteiras dos descendentes destes jacarés! Chama-o à razão. Já temos um Deus da guerra a segura-lo, precisamos de outro para ajuda-lo a raciocinar.
Odin: tudo bem vou fazer o que conseguir.

Odin aproximou-se do seu semelhante que bramia de fúria e lutava para soltar-se das mãos do Deus grego.

Odin: Seth, acalma-te! O que te deu para fazer isto?
Seth: eles já deviam estar fora daqui à muito! Insolentes jacarés. Se fossem como os crocodilos! Esses sim sabem mostrar respeito.
Odin: Mas não são razões para estares assim, são nossos convidados Seth.
Seth: Oh sim! Convidados exemplares. Arrotam à mesa, só vêem porcaria na televisão sem deixar mais alguém ver e para além disso comeram duas sacerdotisas minhas. As outras estão aterrorizadas e não me prestam culto desde que esses %$%#& meteram as bocas onde não era devido.
Odin: Sem esquecer que destruíram o jardim da Freya e da Afrodite.
Ares: Verdade. E andaram a roer todas as armas que tínhamos guardadas.
Odin: Eliminaram-me os saves de Warcrap.
Ares: Deitam as cascas de amendoins para chão.
Odin: E acabaram com o café.
Seth: Já chega! Larguem-me que eles nunca mais vêm a luz do dia!
Odin: Acho que o devias largar Ares.
Ares: Bem me parecia que a Ísis estava a dizer algo de errado eu só não estava a entender bem o quê.

Com isso dito, Ares soltou o tempestuoso Seth que passou rapidamente à chacina dos jacarés, sob o olhar horrorizado do seu irmão e cunhada.
Entretanto Ares puxou Odin por um braço para ambos falarem em privado.

Ares: tenho algo para te perguntar.
Odin: força, agora já vi que não vou meditar nada.
Ares: há um mortal que fez uma promessa que iria postar um fabuloso épico bélico num blog igualmente épico, mas que falhou cumprir essa promessa. Eu já falei com o Seth enquanto estava a segura-lo e ele concordou que uma maldição seria bem-feita.
Odin: o que tens em mente?
Ares: o Baco deu-me uma ideia interessante se quiseres, posso partilha-la contigo.


Agora a continuação de L2 – As tortas caóticas.

No ultimo episódio de L2 – As tortas caóticas, os BAU após massacrarem exércitos intermináveis de ursos encontraram duas jovens guerreiras que diziam tê-los procurado para evitar uma grande catástrofe. Com os esforços unidos o grupo chegou a uma aldeia a tempo de vislumbrar um grupo de alces que planeavam algo perigoso envolvendo queijos.
Então, não esperança de encontrar respostas mais rapidamente o grupo dividiu-se. O Abutre e o Rumba foram os primeiros a chegar ao fundo da colina, rapidamente seguidos por o Varg, que com igual velocidade se embrenhou na população da aldeia.
Entretanto Neo acompanhado pelas L’s foi investigar quem era o sósia do Lunático e que edifício era aquele que ela começava a ser construído.
Quando chegaram aquele local viram que o sósia do Stuart levava pedras, uma a uma, para aquele local e o sósia do Lunático apressou-se a falar com os recém chegados.

Sósia-Lunático: Então pessoal. O que estão aqui a fazer?
Neo: Quem és tu? E o que fizeste ao Lunático?
Sósia-Lunático: O que queres dizer? Sou mesmo eu!
L2: O Lunático que eu conhecia não tinha um bigode tão farto e másculo.
Sósia-Lunático: Ah! Isto? Pois, é que estou numa missão secreta. Shhhh. Estou a mudar o meu castelo para aterrorizar esta aldeia.
L: Tudo bem. Imaginando que acreditamos nisso tudo. Porquê… melhor… Como é que desapareceste de perto de nós quando estávamos no bosque?
Sósia-Lunático que há a possibilidade de ser o próprio Lunático: Andei.
L: Andaste? Impossível! Não passaram mais de cinco segundos em que não olhamos para ti.
Sósia-Lunático que há a possibilidade de ser o próprio Lunático: Ah, mas eu já tinha a ideia, portanto não precisei de pensar em andar.
L: isso tem uma estranha lógica.
Rumba: não, tem não!

Em seguida o Rumba começou a lançar-se contra todos violentamente gritando como uma sirene.

Abutre: não é assim!

Com isso dito o Abutre juntou-se ao Rumba empurrando todos violentamente mas gritando “não tem lógica”.
Quando estavam todos cansados da actividade, sentaram-se e analisaram a situação.

Neo: O que descobriram?
Abutre: É uma aldeia que faz queijos.
L2: Queijos?! Ainda bem, que eu estou com alguma fome.
Abutre: Não, eles não vendem. Eles fazem.
Neo: então o que fazem com os queijos?
Abutre: Comem-nos, fazem arte. também tinham um serviço de construção civil com queijos, mas isso deu para o torto. Dinheiro desviado e construções que nunca eram feitas. E depois sempre tínhamos as bagas, oh as bagas, que tão amargas que eram, mas eu não conseguia parar de comer. Naquela noite de verão em que tinha chovido e a terra ainda tinha o cheiro da…
Rumba: Basicamente isso. Fazem queijo. Não o vendem. Eeeeeeee mais nada. E vocês o que sabem?
Neo: encontramos o Lunático, que não temos a certeza que é o lunático, mas se calhar até é.
Sósia-Lunático que há a possibilidade de ser o próprio Lunático: Hey! Eu estou aqui.
Neo: E?
Sósia-Lunático que há a possibilidade de ser o próprio Lunático: Podias não falar como se eu não estivesse aqui?
Rumba: Mas tens um belo bigode.
Sósia-Lunático que há a possibilidade de ser o próprio Lunático: Obrigado.
Abutre: … com enormes forquilhas que usavam para separar o gelo do petróleo…
L: Mas rapazes, independentemente dos queijos e do valente bigode do Lunático este é o sitio onde tudo vai desenrolar-se. E temos de estar…
Neo: Onde está o Varg?
Rumba: A comer bolos.
Neo: Bolos de queijo?
Rumba: Parece que sim. Ele disse que ia comer algo húmido e delicioso.

Após essas palavras terem sido pronunciadas o Lunático com o seu denso e másculo bigode olhou arreliado para o Stuart que tinha deixado cair a pedra que carregava, depois olhou com um esgar preocupado para o grupo e em seguida com um olhar de triunfo olhou para um bando de gaivotas que passava por ali e erguendo o punho aos céus gritou.

Sósia-Lunático que há a possibilidade de ser o próprio Lunático: Não é desta vez que me levam seus malditos ratos voadores do mar! Agora temos de ir para a aldeia rápido, o Varg pode estragar tudo!
Rumba: O que pode ele fazer?
Sósia-Stuart que há a possibilidade de ser o próprio Stuart: O senhor prometeu-me que a recompensa de mudar o seu castelo seria a primeira escolha.
Sósia-Lunático que há a possibilidade de ser o próprio Lunático: E com o Varg na aldeia… isso pode estar comprometido!

Sem mais questões ou demoras o grupo largou o ainda muito incompleto esqueleto do futuro Castelo do Lunático do Másculo Bigode!™ e deslocou-se até à aldeia.
Chegaram a um café chamado “O Queijo da Martinha” o local onde o Varg tinha dito ir buscar o seu pitéu delicioso e húmido. Todos temeram o pior quando viram uma rapariga algo formosa de cabelos negros a beijar a face de Varg e em seguida entregar-lhe um tupperwear.

L: Começou…
L2: Preparem-se!
Abutre: O que as senhoras estão ai a dizer? É claro que não aconteceu nada, até foi só um bolinho.
L2: Mas não é de bolos que temos de nos preocupar.

Antes de sequer poderem reagir, ursos e alces apareceram nas varias ruas que levavam até ao café, com os dentes, cascos, garras e cornos a brilhar à luz do sol… como a lua a reflectir perigosamente as laminas ensanguentadas dos adolescenteeeeeeeeeeeeeeeeeees.

Varg: Mas eu só salvei um gato do topo de uma árvore.
L: Miau…
Neo: E foste recompensado com queijo?
Varg: Não, mas deram-me um bolo delicioso.
L2: Não é só um gato, e não é só um bolo. Há vezes que um gato é tudo o que chega.
L: Miau, miau, miau, rnhau.
L2: Hei! isto é uma situação seria, comporta-te!
L: é só matar ursos e alces. Não te passes. Miaaaau!!
Rumba: Eu tenho de concordar com o miau.

Houve gritos de ameaças de ambos os lados, mas os ursos que os rodeava. Pareciam não querer avançar. Mas algo passou sem ser visto por entre os ursos e alces que fungavam ódio e espumavam de fúria. Algo pequeno, verde e que caminhava aos saltos. Um pequeno sapo verde afastou-se do grupo de ursos e chegou até ao B.A.U. e gritou com uma voz radiofónica.

Sapo: Geribaldo Matias! O fim dos teus dias.

E sem que ninguém prevê-se o sapo deu um enorme salto e atacou a canela de um urso que imediatamente caiu prostrado de dor. Com essa provocação o resto dos ursos caíram em cima dos heróis com uma fúria aterrorizadora.

…Assim batalha começou.

sábado, janeiro 30, 2010

Dream Black

Prologo - Ultima Parte


O carro parou num beco de uma rua com pouca luminosidade, o único foco de luz era um candeeiro que iluminava uma loja de antiguidades mesmo ao virar da esquina. Enquanto o resto da rua também tinha dos mesmo candeeiros, curiosamente esses pareciam não ter tanta luz como aquele especifico. Ao acabar de estacionar ambas saíram imediatamente do carro, a Mariana confirmou se tinha ficado bem fechado e ao erguer-se ela reparou que a rapariga que tinha salvado não tirava o seu olhar dela. Já não chorava nem parecia assustada, poderia ser o lýkos a fortalecer-se seu corpo, mas era pouco provável, não sentia agressividade vinda dela e o seu olhar era mais curioso do que predatório e esse era um tipo de olhar que não agradava à Mariana vindo de quem fosse, especialmente de um humano. Elas entreolharam-se por escassos segundos antes da rapariga, atrapalhadamente, acabar por desviar o olhar. Isso não demoveu Mariana, a rapariga estava curiosa em relação a algo e era melhor expor já a dúvida antes que algo acontecesse.

- O que foi? – Perguntou a Mariana

- Nada… Nada.

- Eu consigo ver que tens uma questão, mas não tenho premonição ou clarividência para saber o que é, portanto agradecia que dissesses o que te vai pela cabeça. – Inquiriu Mariana deslocando-se para a saída do beco.

A rapariga seguiu-a rapidamente, com a cabeça baixa, como se tivesse dificuldade em encara-la outra vez.

- Estou à espera. – Continuou Mariana.

- É que… – Disse a rapariga com dificuldade.

- Que?... – Questionou Mariana já ficando impaciente.

- Eu não sei o que está a acontecer – Lamentou-se, lutando para conter as lágrimas. - Eu não sei quem és tu… e já vi a minha dose de coisas estranhas hoje… abandonei o Tiago e agora levas-me para não sei onde e…

Houve um grave silêncio entre as duas, a Mariana parou e ficou a olhar para ela com um ar severo fazendo a rapariga parar a respiração por uns instantes e engolir a seco.

- É que tu. – Ela parou outra vez respirando fundo. – Os teus braços...

A Mariana conteve uma gargalhada levando a mão à cara. Sempre que trazia alguém para dentro da Ilusão a questão era sempre a mesma e a reacção também vagamente mudava à resposta. Este acto já se tinha tornado uma rotina no “recrutamento” para a Ilusão e a Mariana já exigia pouco esforço de si própria para lidar com a situação.

- Não irias entender. Talvez depois desta noite o faças.

- O que se passa? Para onde me levas? – Perguntou a rapariga agora num tom mais sério e algo perdido.

- Para aquele antiquário que passamos. – Respondeu a Mariana.

- E o que há lá?

- Espera e vês. Não sejas impaciente e não sejas chata.

Ao dizer isso a Mariana continuou a caminhada pela rua, obrigando a rapariga a correr um pouco para alcança-la e continuar a questionar:

- O que é que se passa comigo? O que é que vocês querem comigo?

- A sério, eu não sou a melhor pessoa para falar disto. Portanto podes te calar.

- Então quem é? – Questionou a rapariga quase num lamurio.

- O Xavier. É quem tu vais conhecer agora.

A rapariga parou por um bocado deixando Mariana ganhar algum avanço, havia uma miríade de questões na sua cabeça e a pessoa que ela pensava poder responder afastava-se delas, ela estava a ficar frustrada e irritada. Cada vez mais o medo começava a afastar-se dela, não é que não o sentisse, apenas, o seu corpo recusava-se a aceita-lo.

Eventualmente chegaram à casa de antiguidades. O candeeiro à sua entrada dava-lhe um brilho pouco natural. Debaixo do candeeiro todos os outros edifícios pareciam cinzentos e mortos, no entanto a pequena casa sob o seu brilho tinha um efeito hipnoticamente convidativo.

A Mariana empurrou a porta com um braço deixando-a aberta para a rapariga passar. Em seguida fechou a porta atrás de si. Entraram para um local bastante iluminado, para alem dos vários candeeiros espalhados pela sala, uma lareira crepitava numa das paredes e uma vela iluminava uma figura num balcão. O espaço da pequena loja estava cheio de estantes que formavam um pequeno corredor por onde as duas raparigas passaram até chegar ao seu destino, nessas estantes estavam vários objectos alguns comuns, outros um pouco mais invulgares e ainda uns selectos que eram ocultados pela Ilusão devido ao seu carácter não natural. No balcão, estava um velho que silenciosamente concertava um relógio de bolso. Tinha óculos grossos, uma longa barba grisalha e uma estatura bastante reduzida.

Quando a Mariana aproximou-se do balcão, a atenção do homem focou-se nela com um largo sorriso e uma calorosa saudação:

- Bem-vinda de volta ao meu santuário Mariana.

- Venho em trabalho Xavier, não há tempo para confraternização.

- Disparates rapariga, conta-me tudo. Já agora, como está a Cecile? – Questionou olhando para a rapariga que tinha entrado com Mariana.

- Da última vez que a vi andava entretida com as suas poções, mas também, já não à vejo há meses.

- Típico de ti. Pegas numa pessoa e depois larga-la num mundo desconhecido sem qualquer preocupação.

- Tu sabes que os humanos aborrecem-me Xavier, envoltos nas suas loucuras e no seu ego, fazem tudo menos olhar para o que fazem aos outros. – Mariana desviou o olhar e fixou o tecto. – Não têm qualquer consideração pelos outros, sejam da sua raça ou não, quanto mais vontade de ajudar… porque teria eu essa consideração por elas?

- Ai Mariana, Mariana. – Desaprovou o Xavier abanando a cabeça - Diz-me, quem é essa que trazes contigo? Também a vais deixar abandonada neste mundo.

A rapariga foi ficando cada vez mais nervosa com a conversa, mas não se demoveu, continuava estática no seu lugar com os olhos balançando tremulamente entre os outros dois seres e a lareira.

- Ela não está assim tão mal, apenas foi infectada pelo lýkos achas que pode ser curada?

- Foi infectada? Como foi infectada? O Ghar não devia estar a tomar conta dos seus pupilos?

- Devia mas não tomou conta deste. Estava solto e louco. Tive de o abater.

- Isso é interessante. – Disse para si próprio acariciando a sua barba farfalhuda. – Temos de falar com o licantropo. Ele tem de ser feito responsável. No entanto, esta menina terá de ser introduzida na Ilusão. Coitadinha, aposto que nem sabes o nome dela.

O Xavier levantou-se e caminhou lentamente para perto da rapariga. Ele era baixo, tinha bastantes rugas, uma corcunda acentuada e coxeava ligeiramente. Fez-lhe uma vénia e pediu-lhe pela mão com um gesto educado. Temerosa a rapariga entregou-lhe a mão que ele gentilmente beijou como um cavalheiro. Em seguida colocou a outra mão sobre a sua.

- Diz-me, como te chamas?

- Raquel. – Respondeu a rapariga imediatamente, mostrando-se extremamente desconfortável.

- Ora bem Raquel, acho que precisamos de falar. Mariana, podias esperar lá fora enquanto eu falo aqui com a nossa amiga.

A Mariana deslocou-se para a rua sem responder. Fechou a porta atrás de si acabando por ver Xavier a puxar uma cadeira para a Raquel se sentar. Encostou-se ao lado da porta e tirou um cigarro. Ao acender o isqueiro ficou a olhar para a chama. O brilho no meio da noite punha-a a ter pensamentos de outros tempos, em que nada disto era real para ela, em que não passava de outra criatura amada pelos pais e ignorante às maquinações do mundo. Ela riu-se para si própria e tirou os pensamentos da sua cabeça. Era parvo tê-los, especialmente porque lhe percorriam pela cabeça sempre que levava alguém a ser iniciado.

O tempo passou lentamente e o cigarro acabou rapidamente. A noite estava fria e pouco acolhedora. O casaco que ela tinha vestido não lhe favorecia muito a estadia na rua, mas era melhor que estar lá dentro. Quando um humano era iniciado na Ilusão as coisas podiam ser complicadas. Já tinha assistido a bastantes iniciações para entender que nem sempre as coisas corriam bem, apenas duas tinham sido aceites sem problemas mas de resto tinham sido, algo complicadas.

Durante a espera a Mariana conseguiu ouvir os gritos exasperados da rapariga que, certamente, não acreditando no que lhe era contado reagia à situação de forma pouco controlada. Felizmente o Xavier tinha prática e uma maneira muito peculiar de falar com as pessoas, convence-las e faze-las entender a sua situação. Era um facto bem conhecido que apesar da sua aparência, Xavier não era humano, era um dos antigos e há séculos que fazia o mesmo discurso de iniciação a todos aqueles que faziam parte da Ilusão. Nascidos nela ou aqueles mais tarde inseridos nela, acabavam todos por ser levados à presença de Xavier ou um dos outros anciões.

Ao completar os seus dezasseis anos, Mariana, como muitos outros antes dela, foi levada à presença de Xavier. Foi-lhe explicado o mundo em que ela existia, as politicas e as facções ocultadas toda a sua vida pelos seus pais. A partir desse dia a sua inocência quebrou e ela viu-se envolta numa teia de acontecimentos que parecia ter-se enrolado completamente em torno da sua vida muito antes de ela ter nascido.

Após a sessão de introdução, a Mariana foi chamada de volta para dentro da casa. Quando passou o limiar da porta, reparou que a rapariga olhava para ela com uma expressão assustada. Certamente já teria sido marcada e o véu da Ilusão levantado dos seus olhos, podendo ver o verdadeiro aspecto de Mariana. Ela avançou até Xavier e sorriu para a rapariga dizendo:

- Isto não é a coisa mais estranha que vais ver, eu asseguro-te.

A rapariga manteve-se imóvel no seu lugar, com o olhar brilhante e assustado a seguir a Mariana.

- Isto já está tratado, o resto estará nas mãos de Ghar. – Anunciou Xavier pegando no relógio em que estava a trabalhar. – Estamos em tempos negros Mariana.

- Não precisas me o dizer Xavier. As purgas dos vampiros têm aumentado.

- Sempre houve desdém das gerações antigas em relação ao sangue novo, mas nunca com esta envergadura. – Explicou Xavier levando uma mão à testa. – Os loucos dos Corvos estão a ganhar mais influencia e…

Xavier fechou os olhos e colocou o relógio no balcão directamente em frente de Mariana. O relógio tinha o seu ponteiro das horas nas sete e o ponteiro dos segundos ao invés de avançar, retrocedia a uma velocidade irregular.

- Quando for doze horas nesse relógio volta aqui, temos uma missão para ti.

A Mariana soltou uma grande gargalhada, pegou no relógio e animada perguntou ao ancião:

- Tu já sabias que eu vinha, não sabias?

- Precisamos que tragas mais uma criatura humana para a Ilusão, mas esta desta vais ser sua protectora.

- Xavier! Tu sabes que eu nunca me ofereci, nem nunca quis ser protectora, tu sabes disso. – Protestou.

- Não há discussões aqui Mariana. Não foi uma ordem qualquer vinda dos superiores. A tua mãe é que teve a visão e pediu-me pessoalmente para te informar.

Suspirando de resignação, a rapariga meteu o relógio no bolso e olhou para a outra figura que tinha entrado com ela naquele lugar. Muito possivelmente, na noite anterior, teria tido uma existência normal e agora estava ali sentada, aterrada, com uma miríade de dúvidas a correr-lhe pela mente, confusa sobre o que era real e o que não era. E agora iria passar pela provação de Ghar, assim como iria aprender a viver como uma licantropa. Talvez mais tarde ela se habituasse a esta vida. O surreal se tornasse normal e o desconhecido tornasse-se amigável. Mas agora o medo, a descrença e as dúvidas toldavam-lhe a mente, pois assim era a entrada de um humano para a existência conhecida como o Outro Lado.