quarta-feira, maio 04, 2005

R.O.M.A.: Recurso Ocasional Mantido em Arquivo

Comunicado:

Na noite do dia 31 de Março de 2004, recebi uma carta sem remetente que dizia o seguinte:

“Yo! Vem ter connosco ou a gente destrói o Imperialium.”

Peguei no meu armamento e saí a correr do meu bunker, atravessando o Grande Pórtico para o mundo dos Ursos. Após um mês de batalhas sangrentas e de arrozes de cabidela, encontrei um Urso com um elevado cargo na hierarquia Ursista e torturei-o até ele me dizer algo sobre aquela carta. Ele disse-me que aquilo era uma brincadeira do dia das mentiras e pediu desculpa. Eu retribuí a brincadeira mutilando-lhe os braços e as pernas e deixando-o a apodrecer no meio do deserto. Contudo, não pedi desculpa.

Quando cheguei ao bunker, este tinha sido alvo de um ataque de uma equipa de Ursos jogadores de críquete feminino, que o profanou pintando as paredes com cruzes suásticas, pentagramas invertidos e estrelinhas coloridas.
Quando fui verificar os arquivos que guardo com os meus relatórios de segurança de entrada e saída do mundo Imperialium, estava tudo intacto, porém, a única coisa desaparecida tinha sido o post que eu acabara nesse dia sobre a cidade de Roma.

Recorri então ao meu arquivo de backup chamado de "Recurso Ocasional Mantido em Arquivo", através de um procedimento de alta segurança que demora um ano e envolve a introdução de uma password mega-secreta: "A Michelle é boua". Só hoje consegui obter a cópia de segurança que eu tinha feito e reparei que era de uma versão mais antiga e incompleta do post, pelo que seguidamente lerão essa versão e não a versão completa como eu tanto ansiava poder publicar.

Atentamente,
Nerzhul,

O demon-Buster.



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Inicio do backup 3165 do registo 6232:
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ROMA: Um post que tenta ser non-nonsense mas non-consegue.


Neste post:
- O comércio em Roma
- A língua romana
- A gastronomia
- A televisão
- Os Monumentos




O comércio em Roma

Em Roma, há dois tipos de comércio e curiosamente nenhum deles se aproveita.
Há o comércio à “larga” escala, caracterizado pelos pequenos centros comerciais que fecham 3 horas para almoço e encerram as portas às 17h00, funcionando 5 horas por dia; e pelos pequenos supermercados, dos quais o maior deles tem cerca de 1/3 do tamanho do Intermarché de Vale Fetal.

O comércio à pequena escala é caracterizado pelas pequenas feiras de “ciganos-conhecedores-de-jogadores-de-futebol-portugueses-que-querem-impingir-vegetais-não-identificados-à-força”. Aconselho-vos a utilizá-las só em caso de extrema necessidade e caso não haja outra alternativa. Apesar de tudo, estas têm uma vantagem em relação ao comércio de “larga” escala. Ao contrário dos “super”-mercados, nos mercados levantes não é preciso pagar por cada saco plástico que se leva.

Uma coisa muito interessante nos centros comerciais que acima referi, é que estes possuem escadas rolantes que se ligam sozinhas, de forma a tentar compensar pelo pouco tempo que estão abertos por dia.




A língua romana (não confundir com “A língua das romanas”)

Se pensam que a língua italiana é fácil de compreender, estão enganados. Quando um italiano começa a falar, percebem no máximo uma palavra por cada duas frases, e o mais certo é possuir um significado diferente do da língua portuguesa. Tal acontece ao contrário também: a não ser que apanhem pela frente um empregado de mesa que fale inglês, é preferível regressar a casa, porque ele não compreende (nem tenta compreender) estas grunhices que nós falamos. Só para dar um exemplo, quando tentei pedir uma colher ao Chico, empregado no “Ristorante Albino”, situado nas imediações de Roma, o diálogo foi o seguinte:

Eu: “OH CHICO! Traz lá uma colher para a gente ó faxavor!”
Ch: “Huh?”
Eu: “Colher, prego, hoje!”
Ch: “Sì!”

Tudo levava a crer que ele tinha percebido, mas 10 minutos depois ainda estava à espera da colher. Tive de me levantar e ir fanar uma colher a um carrinho que lá estava. Chegado a casa, fui ao dicionário e entendi a dificuldade do Chico. Colher escreve-se cogliere e lê-se “colhere”, e não “colher” como eu tinha dito no “Ristorante”.


Palavras importantes a conhecer caso vão a Itália:

“Grazie”, significa “Obrigado”.
Podem ouvir a mesma palavra dita das seguintes formas: “grazi”, “grazia” ou “grazias”. A última, ouvi várias vezes, talvez por pensarem que eu era espanhol.

“Prego” (a maravilhosa palavra multiusos), significa “De nada” e “Se faz favor”.
Serve também para comer no pão e para pendurar quadros. Não vos aconselho a usarem esta palavra para nos dois últimos sentidos, porque podem pensar que são anormais ou, pior ainda, espanhóis.

“Morbido” é uma palavra extremamente utilizada que significa, por incrível que pareça, “Macio”.
Podem ouvir falar em pão morbido, morbidizzante (amaciador da roupa) e, melhor de tudo, café morbido. Gostava de ver um italiano vir cá pedir um “caffé morbido”. Devem pensar que ele é fan de Holocausto Canibal, ou algo do género.

“Busta” significa “Saco”.
Se vos perguntarem “busta?” ou “buste?” na caixa de um super-mercado-pseudo-super e ficarem a olhar com cara de quem quer uma resposta, acenem não e levem as compras nas mãos, o vosso orçamento agradecer-vos-á.

“Burro” não serve para insultar italianos, mas para barrar no pão, pois significa “Manteiga”.

“Birra”, significa cerveja (depois perceberão por que razão é importante).

“Orso”, significa “Urso”. É muito, mas muito importante mesmo saberem isso. Por não saber, comecei a gritar por ajuda no meio do coliseu, quando vi a imagem de um urso numa sepultura, mas não houve nenhuma italiana boazona que me socorresse, visto nenhuma ter entendido o que eu dizia.




A gastronomia

A gastronomia italiana é variada dentro de pouca variedade, ou seja, só têm massa (La bella pasta!), mas têm uma enorme variedade desta. Entre as escolhas possíveis temos:

- Spaghetti à Bolonhesa;
- Spaghetti à Colosseo;
- Spaghetti à Zé do Pipo;
- Spaghetti à Brás;
- Spaghetti viscoso à moda do Chico;
- Spaghetti só (aka Spaghetti sem nada)
- Spaghetti com muitas almôndegas;
- Spaghetti com uma quantidade considerável de almôndegas;
- Spaghetti com algumas almôndegas;
- Spaghetti com poucas almôndegas;
- Spaghetti sem almôndegas;
- Spaghetti sem almôndegas, mas com sabor a almôndegas
- Spaghetti com espargos mal cozidos;
- Spaghetti no pão;
- Spaghetti na pizza;
- Spaghetti no forno a lenha;
- Spaghetti no forno a carvão;
- Spaghetti no forno eléctrico com electricidade oriunda da central eléctrica;
- Spaghetti no forno eléctrico com electricidade oriunda do gerador auxiliar;
- Spaghetti no forno eléctrico com este desligado da tomada;
- Spaghetti no prato;
- Spaghetti na chapa quente;
- Spaghetti na chapa morna;
- Spaghetti na chapa fria;
- Spaghetti sem chapa;
- Spaghetti sem prato;
- Spaghetti pré-cozinhado à moda da empregada boazona da camisa entreaberta;
- Spaghetti pré-invocado à moda do Zé Manel das Iscas;
- Spaghetti pré-martirizado à moda dos Ursos;
- Spaghetti pré-engolido à moda da Rita;
- Spaghetti com açorda alentejana;
- Spaghetti com açorda açoriana;
- Spaghetti com açorda italiana;
- Spaghetti com açorda da nacionalidade xpto-ana;
- Spaghetti com esparguete;
- Spaghetti sem esparguete;
- Spaghetti com molho de ostras;
- Spaghetti com molho de lubrificação vaginal;
- Spaghetti com ranho da Michelle;
- Spaghetti com rissóis;
- Spaghetti com ostras e cogumelos;
- Spaghetti com carne de Urso;
- Spaghetti com Bulachas à moda da Falta de Charme;
- Spaghetti com Café;
- Spaghetti com Fritos;
- Spaghetti com Bacalhau;
- Spaghetti com caldo verde;
- Spaghetti com caldo azul;
- Spaghetti com caldo burmeilho à moda da Michelle;
- Spaghetti com caldo vermelho sem ser à moda da Michelle;
- Spaghetti com narizinhos de bolacha em honra da Michelle;
- Spaghetti com narizinhos de carne à moda do Leproso-Cozinheiro-Potencial-Assassino-Involuntário-do-Papa-que-foi-vítima-de-engasgamento-durante-a-refeição-pseudo-santa-deste-com-uma-cartilagem-presa-na-garganta.
- Spaghetti com carne do recentemente assassinado Papa;
- ...

Apesar do esparguete estar, algumas vezes, um pouco cru para o meu gosto, comia-se bem o suficiente para afirmar que a culinária é, de facto, um dos pontos altos em Itália. Mas esqueçam as pizzas enquanto lá estiverem.

Os preços são também bastante apelativos. Uma refeição completa em forma de menu custa apenas €11. Contudo, o teorema do “Serviço de Restaurante”, uma transcendente teoria que desafia as leis da matemática para extorquir dinheiro a turistas esfomeados e desprevenidos, afirma que quatro menus a €11 cada um, custam nada mais, nada menos que €80!! Ou seja: Random(x), Total = 4 * 11 + x.

Esta matemática avançada é praticada por Chicas, empregadas em restaurantes, que dizem “Careful very háte!!!”, quando trazem os pratos de “Lasagna” aquecidos no forno. Para ser sincero a única coisa “hot” ali era a blusa dela semi-aberta.
Por outras palavras: Sim! eu apreciei a comida.. Sim! a lasanha estava morna.. Sim! ela era uma verdadeira brasa! (AI! Que eu lhe comia a lasanha toda!)




A televisão

Como devem calcular, como turista que fui, não estive o tempo todo em casa a ver televisão. Contudo, e apesar de não entender italiano, cheguei à conclusão que a televisão de lá não varia muito da nossa: possuem canais generalistas, em que passam desde filmes (dos quais 100% são dobrados em italiano), jogos de futebol (caracterizados pelos pequenos anúncios de publicidade irritantes que espreitam entre cada jogada ao espectador desprevenido) até concursos (idênticos aos portugueses, mas com efeitos especiais bem mais interessantes).

No entanto, há excepções. Entre elas, temos o canal de venda exclusivamente de tapetes! Leram bem!!.. Tapetes!!!! Mas não eram tapetes comuns, eram tapetes persas, da mais fina qualidade. Estes tapetes que se encontravam numa sala vazia de ornamentos, eram 24 horas por dia sacudidos e arrastados de um lado para o outro e exibidos por um monhé que, volta não volta, mandava vir violentamente com os seus dois ajudantes, uma dos quais ia sendo agredida em directo. Este monhé devia falar bem italiano, pois eu percebia pouco ou nada do que ele dizia e possuía um vocabulário limitado na adjectivação dos seus tapetes, repetindo incessantemente a palavra “fantastico”. Porém, a cara por ele feita quando contemplava lentamente a textura, os contornos, a qualidade do tecido.. parecia até querer saltar para cima das tapeçarias e violá-las, tanta observação não poderia ser senão à procura de um buraco…… Ou seja, “OHHHH!!! QUE FANTÁSTICOS TAPETES!!!! AHHHHNNN!!! SIIIIIIII!!!!!!! ESTOU-ME A VIR!!!! SIIIIIIIIIMMMMM!!!!”.
Por outras palavras, o gajo era um Chico-Tapetófilo, sortudo o suficiente para ter um canal na televisão, pois os seus “primos” portugueses têm de se contentar com uma miserável mesa de madeira bolorenta no meio de uma feira de ciganos.
Sortudo, qual actor de filmes pornográficos, por poder estar numa sala, praticamente sozinho, rodeado de tantos tapetes sensuais e desnudos.. ohhhhh.. siii, alcatifa-mos!!

Outro grande canal televisivo de lá é a MTV italiana, caracterizada por não passar música. Leram bem!! A “Music Television” Italiana não passou um único videoclip durante a altura em que eu estava a ver. Em vez disso, passa umas séries de comédia, que duram tardes inteiras. Como eram faladas em italiano, para não variar, não posso dizer se compensavam pelos clips da música horrorosa que a MTV portuguesa passa.

Finalmente, é de referir que a televisão passa umas meninas com muito calor à noite. Por outras palavras, aparecem umas gajas a despir-se em público, por volta das 22:00!!, hora italiana, 21:00 cá em Portugal, embora escusam de procurá-lo nas vossas televisões, porque o canal, possivelmente francês, denominado de “Las Ibizionistes” (ou algo assim, o francês não é o meu forte) não consta da grelha da TvCabo. Este canal é a razão do sucesso da televisão por cabo entre os italianos, e somente entre os italianos, pois entre os chicos-monhés-imigrantes, o canal dos tapetes é o único afrodisíaco das relações conjugais. Por outras palavras.. Putos-Hinduístas, agradeçam a vossa existência e venerem por isso aqueles onde limpam os pés!!!!.. por muito divinais que as vacas possam ser, não foram elas que deram tusa aos vossos papás............. e daí não sei.. as vacas também andam nuas.. a fantasia dos indianos e das indianas deve ser uma vaca enrolada num tapete.. e depois quando começa a sair o leite.. "ui ca bom.. ai o tapete molhadinhooooo..... ai que eu tou-me a vir pra cima da vaquinha........"
Ok.. isto está a ficar porco, mudemos de assunto..




Os Monumentos

É aqui que a Itália se excede. Como já disse, só estive em Roma, mas não precisei de ir mais longe para ver os mais bonitos monumentos que já alguma vez vira.

Entre eles está o Coliseu, o local dos gladiadores romanos que obteve o seu nome após a estátua colossal do Imperador Nero, aka “Mauzão”. História à parte, é um “ganda padaço de monumento” (para quem está a ler, mas não está a prestar atenção: NÃO!, não estava a falar da Michelle).
Bastante mais bonito (e deserto) de noite do que de dia, o Coliseu é um “mastodonte gigantesco” de proporções épicas, cujo valor estético é somente comparável ao histórico.
Como não sou crítico de arte arquitectónica, resta-me dizer que é um local muito agradável para se estar, e recomendo que lhe prestem uma visita, caso visitem Roma.
Nesta fotografia tirada por mim, pode-se ver o interior do coliseu. Naquela zona no centro da arena, outrora revestida em madeira e coberta por areia, podem ver o túmulo de um urso, que provavelmente morreu numa sangrenta batalha contra um dos ancestrais membros dos BAU. Não estão a ver? Está ali junto àquele rochedo! Mais para a esquerda…… aí mesmo.. é essa coisa castanha.
Para terem uma noção do tamanho deste “bichinho”, atentem no tamanho das pessoas em comparação com as paredezorras, que têm quase 2000 anos.


No final da “Via del Colosseo”, quem vem do lado do Coliseu, temos o Palácio de Victorio Emmanuel II, que é outro gigantesco local para visitar, possuidor de estátuas colossais e das características colunas enormes e espessas, de mármore maciça. Nós, portugueses, também temos umas colunas parecidas cá em Portugal, mas são ligeiramente mais pequenas e mais ocas.. ok.. talvez não sejam parecidas.. mas também têm a mesma forma cilíndrica que as italianas, o que já não é mau.

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Fim de backup.
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Eu sei que sabe a pouco, mas é melhor que nada. Outros posts de outros imperialistas vêm a caminho.
Após quase dois meses parado, o Imperialium vive novamente!

NZL

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