segunda-feira, novembro 24, 2008

Olhos dos Espíritos

- A Unga conseguiu! – Gritou Yarhan extasiado fazendo várias das suas cabeças de gado olharem para ele assustadas. – É a feira!
- Feira? Qual feira?
- A feira de Greadot! Nunca ouviste falar dela? – Inquiriu Yarhan perplexo
- O nome não me é estranho, mas não estou mesmo a ver o que possa ser. – Respondeu Skor esfregando o queixo, não tirando os olhos da coluna de fumo.
- É a feira de mercado dos pele-verde! Não acredito que não conheças. Corre todo o seu território sendo possivelmente o maior posto de comércio na terra! – Agarrou-se ao cajado e parou um pouco para não perder a respiração. – Eles raramente saem do território, mas a Unga conseguiu traze-los!

Não tardou a formar-se um sorriso na face de Skor, mas não pelo aparecimento da feira, mas pelo trabalho que Unga estava a desenvolver pelo seu povo. Ela via a felicidade na cara de Yarhan e mesmo sem entender as razões, tudo parecia estar a desenrolar-se para o melhor.

Yarhan levou o seu gado de volta para a aldeia, tão excitado com o que se aproximava quase se esqueceu que Skor existia, mas esta segui-o de perto sempre com um sorriso na cara, contagiada pelo entusiasmo do jovem. Na aldeia acabaram por se despedir e seguiram por caminhos distintos. A aldeia estava em alvoroço pois também tinham recebido observado a feira a deslocar-se, havia homens e mulheres a carregar várias mercadorias, outros ocupavam-se por desimpedir a praça de qualquer tipo de entulho, havia vários a montar bancas e no centro de tudo Unga gritava ordens enquanto ia ajudando um pouco em todo o lado. Skor sentiu-se perdida por instantes, nunca tinha visto tanto reboliço naquela aldeia nem os trolls tão agitados. Ficou de olhos esbugalhados a ver a correria de gente e a confusão que já estava instalada, ainda a caravana não estava bem visível.
Alguém a agarrou pelo braço e arrastou-a do meio da rua esbarrando contra algumas pessoas. Só quando pararam é que ela notou que era Jorin quem a puxara, o que mais uma vez a deixou perplexa, não era a primeira vez que acontecia, mas de cada vez que aquela troll dava exactamente com o local dela e era capaz de a conduzir para um exacto local um arrepio percorria Skor.
- Onde estiveste? – Perguntou Jorin um pouco irada.
- Com o Yarhan. – Explicou não conseguindo dizer mais nada, pois Jorin acabou por interrompe-la outra vez.
- E deixaste-me sozinha? Eu queria ter ido contigo!
- Mas tu não gostas quando eu vou com ele. – Disse Skor pausadamente, estranhando a sua reacção. – Tu sempre me disseste que as cabras te faziam confusão.

Não conseguindo discutir aquele argumentou Jorin corou e cruzou os braços amuada, o que fez com que Skor sorrisse para ela e a abraça-se. A inquietação de Jorin cessou e rendeu-se ao abraço.

- Tens estado tão estúpida nestes últimos dias. Senti saudades da minha irmã!

Skor não se dignou a dizer uma única palavra pois nunca se sentia com vontade de estragar estes momentos quando surgiam.

Desde que Skor tinha voltado à aldeia, o pai de Jorin, Taril, tinha-a hospedado em sua casa. A inicio apenas porque ele tinha os conhecimentos necessários para tratar das feridas que Skor tinha sofrido, mas ficou obvio que Skor não tinha mais sitio nenhum onde ir e que aquela aldeia era a única casa que alguma vez tinha conhecido, portanto cedeu-lhe o humilde quartinho que tinha para hospedes. Não aceitando como estadia permanente a principio, Skor insistiu em pagar com trabalho prometendo ajudar em qualquer coisa que fosse preciso, o que fez Taril, sem pensar duas vezes, pô-la como ajudante da sua filha. Jorin é uma troll em tenra idade, muito perspicaz e muito carinhosa, a sua característica mais distinta são os olhos brancos e vazios, pois nascera cega. Ela possuía uma grande afecção por Skor, no que ao início parecia apenas culpa, foi se mostrando algo mais puro e sincero, como um amor entre família, incapaz de se compreender mas forte e incontestável. As duas partilharam de uma grande cumplicidade, enquanto Skor ajudava Jorin a mover-se, Jorin por seu lado ensinava-lhe todas as pequenas artes dos mais humildes trabalhos.
Durante o curto reinado de Urnia, Jorin assim como outras poucas selectas trolls tinham sido escolhidas para serem acólitas, ou como Urnia as chamava: “as correntes de uma nova magia”. Cega, inocente e ignorante ao que se passava em sua volta, Jorin sentiu-se privilegiada ao ser escolhida e acatava as ordens de Urnia como se fossem chamamentos divinos. No entanto nos últimos dias de Urnia, uma inquietação tinha apossado o seu espírito e os seus olhos começavam a ver algo que não entendia pois nunca tinha visto: cores. Primeiro difusas e nubladas, ainda escondidas por traz da escuridão que ela via, lentamente com o passar dos dias, começaram a ganhar força e ela reparou que todas essas cores envolviam as criaturas, com diferentes cores dependendo da pessoa. No dia em que Urnia morreu, Jorin teve a visão mais esplendorosa e a mais aterradora que alguma vez viu. Quando lhe chegou aos ouvidos que algo se passava de errado e os sons de batalha invadiram a aldeia, ela pode observar uma luz a envolver uma figura esguia mas imponente, a luz brilhava num azul claro e puro como uma chama acabando em labaredas vermelhas, essa luz consumia tudo em sua volta e todas as outras auras que se aproximavam acabavam consumidas. Nesse instante, Urnia chamou-lhe a atenção e ordenou-lhe que afiasse um punhal, o que ela acatou rapidamente, mas sempre com o desejo de vislumbrar outra vez a chama azul que se aproximava.
Entregou a faca a Urnia e esperou de olhos fechados. Temia o que iria acontecer mas não queria duvidar de Urnia. Foi sobressaltada ao sentir um calor imenso a apossar-se do seu corpo antes que pudesse reagir viu-se dentro da mesma chama azul que à pouco vislumbrava, as labaredas dessa luz envolviam-na e fluíam pelo seu corpo como suaves e ternas carícias. Ao virar a cara para observar outra vez a fonte da luz, estacou-se em assombro, pois não via uma figura sem forma a libertar essa aura, mas todo o detalhe que os seus olhos nunca viram. O que foi uma fracção de segundos, para ela tornou-se uma eternidade. Uma criatura, de pele alva com traços suaves e infantis, longos cabelos loiros, ondulados e manchados por terra e sangue, não só dela. A sua cara estava marcada por vários e recentes cortes vermelhos, ainda tingidos por sangue fresco enquanto que os seus olhos brilhavam ardentemente na mesma cor da chama que as envolvia. Empunhava uma espada que trespassava um corpo. Os fios de sangue escorriam pela lâmina acabando por escorrer para o chão e esse sangue era de Urnia, isso era algo que ela já não conseguia ver, mas tinha a certeza. Assim que a vida de Urnia findou, uma pequena luz rosa trémula e fraca como se tivesse resistido a anos de opressão, surgiu em frente da guerreira que ainda se encontrava no mesmo sítio. Antes de essa luz voltar à sua força natural, algo negro ergueu-se, não uma luz ou uma aura como Jorin tinha visto até agora, era outra coisa. Algo com forma mas ao mesmo tempo disforme, algo com cor mas sem luz. E olhava para a guerreira, a sua negridão que sugava toda luz debatia-se com a chama da guerreira tentando, com extrema violência, consumi-la, mas falhava. Enfraquecido e furioso o ser lançou um enorme grito que para alem de ferir os ouvidos trespassou a alma de Jorin, enquanto fugiu pelo ar. Com esse grito, Jorin perdeu forças caindo no chão, não conseguindo manter as suas pernas a sustê-la, lentamente as cores foram outra vez fugindo do seu mundo, tendo como único consolo uma chama azul se recusava em murchar.
Foi nesse fatídico dia que os laços entre essas duas criaturas tinham-se formado e que com o passar do tempo apenas se tornavam mais fortes.

Normalmente Skor ajudaria a pequena troll logo de manhã na busca de ervas para o seu pai. Não que fosse algo que Jorin conseguiria fazer devido à sua cegueira mas agradava-lhe os passeios longos e o maior contacto com a natureza. Mais tarde elas tratariam da lida da casa e ajudariam Taril na criação de mais alguns unguentos e remédios. Desta vez o dia não se mostrava muito normal, desde ser a altura em que Skor se voltou a abrir ao mundo até à caravana que se avizinhava.
As duas voltaram para casa onde comeram um caldo que Skor preparou rapidamente, visto que Taril não se encontrava presente, ás ordens de Unga, Jorin obrigou Skor a vestir a sua armadura e equipar a sua espada, foi motivo de uma pequena discussão mas Jorin foi resoluta e Skor acabou por ceder.
Ela não tocava nela à uma eternidade. Mas ainda ela encontrava-se no mesmo sítio guardada numa bainha e com uma película de pó em cima. Ficou a olhar em silêncio para o cabo, os lobos cravados nele pareciam uivar por o seu toque, para que ela a empunhasse outra vez. Receosa mas calma, Skor levou a mão ao cabo e puxou-a lentamente para fora da bainha, sentindo um calafrio a percorrer-lhe o corpo. Ainda estava tão afiada e limpa desde o dia em que pegou nela pela primeira vez e reluzia com a luz fraca que entrava pela janela. As memórias que lhe passavam pela cabeça não a deixavam, por mais que a desculpassem e por mais que ela dissesse a si mesma que tinha encontrado paz com a situação, ainda algo lhe afligia o seu mais intimo ser.
Skor bateu com a bainha contra a parede para sacudir o pó e colocou-a no seu ombro, em seguida embainhou a espada tentando cortar os pensamentos da sua mente e sem dizer mais nada abandonou o quarto, deu o braço a Jorin e ambas saíram para a rua.

Com a aproximação da caravana os trolls aglomeravam-se à entrada da aldeia, com algumas poucas excepções. Unga estava rodeada de alguns anciões á entrada de sua casa, que lhe vestiam uma túnica roxa e azulada, elaborada e ornamentada com madeiras como se fossem vários totens. Após a complicada túnica estar vestida o ancião mais reverenciado da aldeia, um velhote de nome Rasi, acompanhou-a até perto de Skor.

- Obrigado. – Disse Unga dirigindo a palavra a Jorin. - Ainda bem que já estás pronta, temos de ir!
- Mas para que foi isto tudo? – Questionou Skor ainda não muito à vontade com a situação.
- É uma simples cortesia Skor. – Explicou-me Rasin. – Uma, digamos, introdução formal, em que a líder irá apresentar-se aos convidados, tu vais estar lá, e assim trajada porque os Pele-Verde têm um enorme respeito por a tua pessoa e deixara-os satisfeitos poderem ver-te ou até falar contigo.
- Para alem disso, não sei se me sentia com a mesma coragem sem ti ao meu lado. – Terminou Unga com um sorriso, fazendo Skor baixar a cabeça envergonhada.
- Então e eu? – Indignou-se Jorin.
- Sem ti não conseguíamos tirar esta de casa. – Brincou Unga e todos riram-se sem excepção, apesar do riso de Skor ter sido baixo pois ainda estava um pouco envergonhada.

Os trolls abriram caminho para a líder, seguida de perto por Rasi e por Skor que conduzia Jorin por um braço. Todos mostravam grande reverência e apreço à jovem líder. Pelo meio da multidão conseguia-se ouvir uns quantos gritos de apoio a Skor, de facto alguns dos pupilos que Skor treinava estavam entre a multidão e gritavam palavras de apreço à sua capitã.
Todos concordariam que Unga estava deslumbrante, apesar da roupa vestida confinar-lhe demasiado os movimentos ela encontrava-se com uma graciosidade tremenda, os cabelos tinham sido eximiamente bem tratados e o seu brilho alaranjado quase se fundia com as cores da roupa. Os seus olhos castanhos cintilavam como o sol do meio-dia enquanto mantinham-se focados no caminho á nossa frente. Lutando para se manter equilibrada com essa roupa aparatosa que não estava habituada a vestir, apoiava-se num bordão ornamentado com o símbolo da aldeia.
No fim da multidão estava o início da rua de entrada para aldeia. A caravana ainda estava a uma distância considerável mas já pouco teriam de esperar. Skor conseguia vislumbrar ao longe criaturas estranhas e outras familiares, umas maiores outras menores. Desde lobos gigantes que eram usados como montada, até outros seres de ainda maior porte, cinzentos, de focinhos com fileiras de cornos assustadores que carregavam incontáveis sacos e arcas. Quando mais próximos, Skor finalmente reconheceu aquelas criaturas que tanto tinha ouvido falar denominadas de peles-verdes e só quando estavam prestes a chegar á entrada da aldeia é que ela conseguiu ver todas as diferenças entre eles. Havia dois tipos, uns mais pequenos, não mais altos que uma criança. Esses movimentavam-se rapidamente, em cima daquelas criaturas colossais e cinzentas, com uma agilidade tremenda, como macacos usavam os pés como mãos para se agarrarem em cordas e outros objectos, mas estes tinham garras afiadas em vez de dedos. Tinham narizes e orelhas pontiagudas e vozes estridentes. Os outros eram de uma estatura mais próxima da dos trolls, mas mesmo assim alguns não passavam do tamanho de Skor, os homens eram largos e musculados, enquanto que as mulheres eram mais altas, esguias mas igualmente bem constituídas. Tinham quase todos cabelos compridos, adornados de tranças, pedaços de metal entre outros. Estes caminhavam em volta das criaturas cinza ou montavam os lobos.

Com vários gritos a caravana foi parando. Um dos pele-verde que seguia á frente desmontou do seu lobo, esperando por uma das criaturas de menor estatura se juntasse a ele. O menor era uma mulher, ou aparentava ser, tinha traços femininos tanto na cara como no corpo, ostentava uma cabeleira com um tom loiro que parecia tender para o rosa, presa por um gancho no topo da sua cabeça e cheia de caracóis bem definidos como se tivesse preparado cada um pormenorizadamente. O seu vestido descia até aos pés e apresentava-se sem ombros e com um decote bastante avantajado para uma criatura daquela estatura, a sua cara e especialmente orelhas estavam pejadas de pequenos objectos de metal. O maior, apesar de aparentar já ter uma idade avançada, possuía um aspecto ameaçador e imponente. Tinha as costas totalmente direitas com uma pose imponente, tinha o crânio completamente sem cabelo excluindo uma enorme trança grisalha atrás e quase parecia reluzir com os raios do sol. Por baixo de um manto de peles tinha vestida uma armadura leve do que parecia ser cota de malha.
Unga, Rasi e Skor mantiveram os olhos nos dois enquanto se aproximavam, ambos os lados apresentavam expressões sérias e insensíveis até se encontrarem frente a frente. A primeira a ceder foi Unga mostrando um sorriso tímido, de seguida a pele-verde menor respondeu com um largo sorriso.

- Eu, Eve’leth, representante dos Goblins da feira de Greadot, O Dragão Verde, saúdo-vos. – Disse a criatura com uma voz bastante aguda e mantendo o seu sorriso.
- Saúdo-vos Eve’leth, por parte de Kandia e seus habitantes. O meu nome é Unga e sou a líder desta aldeia. – Respondeu Unga fazendo a maior vénia que o seu vestido a deixou fazer. – Este é Rasi, mais sábio ancião de Kandia. E esta é Skor, salvadora e guerreira de Kandia.
- Ah... este é-
- Eu sou Gork’ran filho de Guern’ran e representante dos Orcs. – Cortou o pele-verde com uma voz soante abafando a sua companheira. - É uma honra estar na vossa aldeia, assim como é uma honra estar na presença da Loba-Guerreira.

O orc levou a mão ao peito e fez uma vénia a Skor. Envergonhada, a loba anuiu e retribuiu a vénia.

- Mas chega de formalidades! – Guinchou a Goblin dando um pequeno pulo. – Minha cara Unga, recebemos a sua carta e pedido com grande entusiasmo pois nunca tivemos um pedido formal para que o Dragão Verde visitasse outra cultura. E é com muito gosto que aqui estamos para partilhar um pouco do melhor entre Trolls e Peles-verde.
- Agradecemos a vossa gentileza, quem sabe as maravilhas que poderemos ensinar uns aos outros. – Discursou Rasi com o seu tom sábio como sempre. – Tínhamos conhecimento da vossa feira ser um dos melhores pontos de comércio em todo o norte, mas que mais puderam trazer?
- Temos muito para oferecer caro Rasi. Pela primeira vez, não só oferecemos os nossos materiais assim como oferecemos a nossa cultura e o nosso conhecimento. – Respondeu-lhe rapidamente Eve’leth sempre sorridente. – E esperamos que os Trolls de Kandia retribuam com o mesmo! Agora só precisamos de um local onde assentar acampamento.
- Só têm por onde escolher. Para alem das nossas casas e quintas não roubamos mais espaço nenhum à terra. – Prosseguiu Unga.
Olhando em volta a goblin ponderou por alguns instantes antes de questionar ao companheiro que ainda não tinha desviado o olhar sério e frio de Skor.
- Tu tens melhor visão que eu! Onde achas que devíamos ficar?
- Perto do riu. – Respondeu Gork’ran fechando os olhos. Lentamente desviou a cabeça para encontrar o olhar da goblin e prosseguiu. – Voltamos um pouco abaixo no caminho em frente á floresta, onde a relva já não está tão verde mas onde ainda podemos desfrutar do que esta terra nos oferece.
Skor já se encontrava perturbada pelo olhar de Gork’ran, mas agora o discurso fizera-a arrepiar-se. Não esperava que o Pele-verde possuísse tanta clareza e serenidade. A sua raça intrigava-a e num esforço tímido para esconder a curiosidade acabou por perguntar:
- E precisaram de alguma ajuda?
O olhar glaciar do orc derreteu-se pela primeira vez esboçou um sorriso.
- A ajuda é sempre bem-vinda, a feira precisa sempre de umas mãos extra e os trabalhadores agradecem se alguém lhes trouxer comida.
- Gork! – Ralhou a pequena Pele-Verde. – Não vamos exigir nada a estas boas criaturas!
- Não, não. – Atalhou Unga. – Aqueles que quiserem ajudar estão na sua livre vontade. E claro que não vos iremos deixar passar fome!
Eve’leth riu-se e acabou por puxar os outros a acompanharem o riso.

Assim despediram-se, Gork’ran gritou uma ordem e a caravana começou a rodar para se deslocarem ao local pretendido. Unga anunciou para quem quisesse ajudar estaria livre de o fazer e assim os Trolls também acabaram por se dispersar.
Skor sentia-se intimidada por Gork’ran e pela sua raça. Todo o tempo que tinham estado frente a frente ele parecia estuda-la. Havia um grande respeito por parte do Orc, mas também parecia haver uma grande dúvida, no entanto o seu espírito benevolente fez Skor ganhar algum interesse. Jorin sentia a apreensão de Skor, mas preferiu não se pronunciar. Ambas voltaram a casa onde Jorin ajudou-a a despir a armadura e Skor vestiu algo mais leve. Depois, a guerreira deixou Jorin ao cuidado do pai e decidiu ir ao local onde a feira iria ser montada.

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