sábado, setembro 11, 2004

Tigerspheres Turbo Diesel

Ia Bruma no seu jipe por vales e montes, florestas e desertos, crateras e planaltos, icebergues e lava, aldeias e cidades, palácios e barracas, igrejas e casas de alterne, cemitérios e discotecas, salões de beleza e pocilgas, auto-estradas e caminhos portugueses, campo de Sporting Clube de Travancinha e Estádio da Luz, paraíso e inferno e constelações e ácaros, quando, despropositadamente, choca contra uma criança. Porém, o miúdo não demonstra qualquer ferimento e, enervado, levanta o jipe com os seus braços e atira-o ao chão. Bruma salta do jipe antes que este caia e tira a sua Kalashnikov de bolso, disparando, também sem querer, contra o miúdo que atropelara. As balas também não fazem efeito na estranha criatura que, em contraste com a sua baixa estatura, tinha uma força e resistência física descomunais. Ela, apavorada, deixa cair uma granada em cima dele, mais uma vez sem ser de propósito. Vendo que nada dava resultado para o parar, Bruma implora pela sua vida.
– Buá! Não me faças mal, peço-te! Eu faço-te um broche, se quiseres, mas por favor, não me mates!
– Porque me atacaste, seu monstro? – pergunta o rapaz não parecendo estar interessado na oferta de sexo oral.
– Eu não te ataquei, foi um acidente, juro! Buá, deixa-me em paz!
– E além disso estás no terreno da minha avó! Arrghh! Vou te desfazer em pedaços!
E aí, Bruma teve que fazer o que melhor sabia para acalmar feras, ursos, alienígenas e outras criaturas maldispostas: sacar uma imperial. Esta arte tinha passado da sua mãe, Rita Eugénia, para a sua filha. Contudo, como esta não se chamava de Rita não engolia, mas pelos vistos chupava tão bem ou melhor que a sua progenitora, pois até o rapazito ficou satisfeito.
– Wow! Desculpa lá ter sido rude contigo, seja lá o que fores…
– Hmm? Não me digas que não sabes o que sou!
– Eu não… Eu até diria que eras um homem mas, como me dás tusa, duvido que sejas.
– Eu sou uma mulher, jovem!
– Mulher?
– Então, não sabes o que é uma mulher?
– Não.
– Mas há pouco disseste que tinhas uma avó… Ela também é uma mulher.
– A avó uma mulher…? – diz o puto, pensativo – NÃO! NÃO PODE!!
Bruma diz então o motivo de ela estar naquela zona.
– Olha, peço desculpa ter entrado na propriedade da tua avó. É que não sabia mesmo que era privada. De qualquer maneira, só vim aqui por causa de uma esfera de quartzo.
– Esfera de quartzo?
– Sim! A lenda diz que, quando são reunidas 7 esferas de quartzo, um tigre mágico aparece e satisfaz o desejo da pessoa que as reuniu.
– Um tigre que satisfaz desejos… Onde é que eu já ouvi isso?
– É normal que já tenhas ouvido falar! Afinal é uma lenda bastante conhecida!
– Ah, já sei! No outro dia aquele homem que entrou num dos “posts” do Middnight chegou ali à minha casa e pediu-me a esfera, uma recordação da avó, para ele poder também chamar o Tigre Sagrado, de modo a este lhe dar uma criança eterna, tipo Peter Pano.
– Meu deus!! O CC também anda à cata das esferas de quartzo! – exclama Bruma, alarmada. – Rapazinho, tens de me ajudar a reunir as esferas antes dele! Aquele homem é um perigo para as crianças! É capaz de mudar de ideias e pensar em escravizá-las para satisfazerem os seus fetiches! Que horror! Temos de o parar!!
– Ok, eu ajudo-te, mas não pelas crianças. Vou colaborar contigo só pela tua boca sã!
– Como queiras! Já agora, o meu nome é Bruma. E tu, como te chamas?
– Eu sou o So Goto!
Depois de se conhecerem formalmente, foram à casa de Goto a fim de irem buscar a esfera do Tigre que este possuía. Pelos vistos, a avó do jovem guerreiro tinha morrido e deixado aquela esfera como herança.
Bruma, graças a um relógio da Tai Mex alterado cientificamente por ela, conseguia ver onde se situavam as outras esferas, tornando-se assim numa tarefa fácil encontrá-las.
Os nossos dois heróis começaram então a seguir um caminho que os guiavam a três esferas de quartzo que se encontravam reunidas. Quando estes passavam por um prédio em construção, três trabalhadores reparam em Bruma e “piropeiam”.
– Oh boa! BOA!! És toda boa!
– Oh grossa! Oh saudável! Oh avião! Comia-te toda, minha linda!!
– Oh chocolatinho! Anda cá que eu sou guloso!
So Goto e sua amiga não teriam ligado grande importância a estes senhores se eles não tivessem descido do andaime pondo-se depois à frente dos nossos heróis, barrando-lhes o caminho.
– Como é, meu? Não vais defender a tua garina?
– Garina? O que é isso? – pergunta Goto.
– A gaja com quem curtes, man!
– “Gaja” com quem “curto”? Vocês por acaso sabem falar?
– Ei! Já não estou a começar a gostar da brincadeira! Mas que bosta é essa? Caso não saibas eu sou Monteiro, o Punheteiro (link), e não terei piedade nenhuma de ti!!
– Não te convenças muito, meu caro. Eu sou um guerreiro de tal poder e força que só conheço a glória!
– Só conheces a Glória? Olha, depois do combate eu arranjo-te uns números doutras bacanas, tá descansado, man.
– Hmm, calma aí. ‘Tava agora aqui a ver o teu site. A Reef anda te a pagar? – diz o nosso herói vendo o fotoblog do Monteiro, no seu portátil.
– Nem por isso, mas diz lá que não merece patrocínio mesmo de graça!
– Ah pois! Essas fotos até me fazem crescer o “Zé” quase tanto como o meu bastão de combate. Eh! Eh! Eh!
Todos se riram da tirada de Goto. Bruma puxa-o à parte e pergunta-lhe:
– O teu bastão é mágico?
– Sim! Ele cresce se alguém o ordenar.
– Ah sim? E cresce muito?
– Infinitamente.
– Uau! Olha, emprestas-me o teu bastão, que eu vou só ali fazer uma coisa atrás da moita e já volto?
– Ok… – diz Goto estranhando – Não percebo é porque vocês, mulheres, se interessam muito pelo bastão. A avó também o usava muito, não sei para quê…
Depois de Bruma ter saído de trás do matagal, completamente despenteada e ainda a respirar fundo devido ao “esforço”, continuaram o seu caminho. Mais à frente encontram um velho com óculos de sol e aspecto rebarbado que lhes diz:
– Alto! Antes que sigam em frente devo-lhes avisar que enfrentarão um inimigo de elevado poder!
– Não vale a pena tentar me assustar, ancião. Eu nada temo! – afirma So Goto, convictamente.
– Nada?
– Pronto, o Zé Castelo Esbranquiçado, mas é o único, juro!
– Ah sim?
– Ok, ok, o Maical Geque San também me mete um bocado de medo…
– Bem, não enfrentarás adversários tão gays como esses, mas este tem uma vantagem em relação a eles: é extremamente poderoso!
– Não me diga que é um urso? – pergunta Bruma, mostrando-se amedrontada.
– Pior…
A frase do idoso é interrompido por uma súbita orquestra invisível que toca o “Tanananan!!”.
– Agora não idiotas! Vocês deviam tocar só quando eu dissesse o nome do vilão!! – ralha o velho olhando para cima.
– Err… Chefe, nós ‘tamos aqui. – diz uma voz vinda do lado esquerdo do estranho ancião.
– Eu quero lá saber onde estão! Quero é que façam as coisas como deve ser! Bem, vamos lá repetir…… Pior… É o… CARLOS VITÓRIA!!!
A orquestra desta vez actua a tempo mas, em vez do “Tanananan!!”, começa a tocar a Scherzo de Beethoven.
– Não, seus idiotas!! Não é nada disso!! Era a “Tanananan!!”!! Raios partam esta orquestra fantasma!!...
O velho continua a discutir com os seus músicos invisíveis e Bruma e Goto seguem o seu caminho, mas com cautela, pois toda a gente sabe que o Carlos Vitória não é para brincadeiras. Uns trinta metros mais à frente encontram no guardando uma fortaleza militar. Também ele estava com uma farda.
– A Legião Encarnada! Eu bem sabia que eles andavam metidos nisto! – murmura Bruma. – É melhor agirmos com cautela Goto. Vamos lá com calma ter com ele e ser simpáticos a ver se ele nos deixa entrar.
– Boa tarde. – dizem os dois, chegando-se perto de Carlos.
– Não, não digo!
– Desculpe? Não diz o quê?
– O que é que tu tens a ver com isso?!
– Bem, nada. Com licença, passe bem.
– O que é que foi?! O que é que ‘tás para aí a insinuar?!
– Olhe, por acaso você sabe sequer o que quer dizer “insinuar”. – diz So Goto, com ar superior.
– E se souber? Vais me bater?!
– Ah pois, ‘tá claro!
– Olha m’este…
– Olha me este o quê? – diz o nosso herói preparando-se para combater.
– O que é que foi? Queres andar à tareia é?
– É!!
– Deves ‘tar a pensar que não tenho mais nada para fazer, não?
– Oh, pá, vai pó…
– Vou para onde?
– Pó ***alho!!
– Acho bem que acabes as frases, porque senão…
– Senão o quê?
– O que é que tu tens a ver com isso, seu estúpido!?
– Com que então eu sou estúpido, não é? – diz Goto a um passo de saltar para a acção.
– Cala a boca, pah! Eu é que sou o estúpido, olha m’este…
– Não, não, eu é que sou estúpido, segundo o que tu dizes!
– Já me ‘tou a passar!! Eu é que sou o estúpido **dasse!!
– Ok, So Goto não ligues. Vamos embora daqui que este tipo só quer é desconversar. – afirma Bruma, puxando o seu amigo com ela para longe do guarda.
– Só quer é desconversar o quê, oh…?! – grita ainda Carlos, vendo-os afastarem-se.
Os dois amigos, depois de saírem do alcance do guarda malvado, discutem como hão-de passar por aquela barreira.
– Temos de pensar em alguma coisa e rápido antes que ele desconfie e venha cá averiguar o que se passa.
– Acho que já sei o que havemos de fazer.
– Já? Conta, conta, Goto! – diz Bruma, excitada.
– Eu tenho um ataque que é capaz de eliminá-lo mais à fortaleza de uma rajada só. Só há uma pequena falha: é preciso concentração. Portanto, vais ter que o distrair de longe.
– Ok, isso não é problema. Eu faço um “strip tease”, assim ele vai ficar entretido e darei tempo para o atacares.
– Óptimo, ‘bora lá então.
E assim foi. Bruma começou a despir-se ao mesmo tempo que dançava sensualmente, o que fez que Carlos reagisse da maneira que ela queria, pois ficou entretido ao máximo a olhar para ela. Goto recarregava energias silenciosamente, pondo-as mãos juntas em formato de concha viradas para trás. Subitamente aparecem mais dois indivíduos vindos do nada. Eram o Abutre e o Cristophe. Estes dois juntam-se ao Carlos e começam os três a masturbarem-se ao verem Bruma tirar o fio dental. Isto tudo deu tempo ao nosso herói para preparar o seu ataque. Uma bola de energia branca encheu-lhe as mãos Goto vira-se e gritando “Ahhhhhh!!!” dispara um raio de luz brilhante e enorme. Carlos e Cristophe vão com os ursos, o Abutre salva-se voando tão bem como o seu telemóvel. A fortaleza é feita em pó, feito este que demonstrou a deus que estava errado, pois não são os homens que se transformam em pó depois de morrerem, mas sim as fortalezas militares dos “posts” do Parvo.
Os nossos heróis apanham as três bolas que estavam debaixo de uns destroços, ficando então com quatro.

Esta história (infelizmente) tem continuação! Portanto, não percam o próximo “post” porque nós também não!!

Ass.: Stupid Son of Sam

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