terça-feira, outubro 24, 2006

Divindade divinosa das divinitudes

O divino que tem mão sobre os mortais, sempre conspirou para a mudança de histórias tanto de monarcas como mendigos. Nos seus majestosos templos, palácios e castelos eles maquinaram as histórias de poderosos heróis, a queda de grande nações, a inseminação de varias mulheres e afins…

Mas tudo muda com o tempo e a crise afecta tudo, até o Olimpo, Asgard e também aquele sitio onde os Egípcios andavam. Devido a essa crise económica, os poderosos Deuses viram-se obrigados a descer dos céus e a instalarem-se numa, muito mais modesta diga-se de passagem, sala de conferências de uma multinacional qualquer que eles controlam. Onde ai decidirão o destino e as malévolas traquinices que irão presentear a duas novas criaturas que decidiram entrar nesse mundo.

Odin: declaro aberta a sessão

Diz o valente Deus nórdico com uma voz sonante, apenas para ver que os seus companheiros não lhe prestavam nenhuma atenção

Afrodite: Dois
Ares: Vai pescar.

Odin: então pessoal! Eu pensei que hoje íamos conspirar um pouco!
Ísis: não, eu acho que não vai dar.

Responde a Deusa Egípcia sentando-se num sofá em frente a uma televisão junto de seus companheiros Osíris e Seth que viam com muita atenção o filme em que o Rei voltava.

Odin: vá lá! Estamos aqui todos podíamos…
Osíris: Mentira! Falta aqui Zeus
Odin: falta? Pois falta, onde raio é que ele se meteu?
Seth: Onde achas?
Odin: a engatar caloiras com certeza.
Osíris: exacto! Achas que ele ia ter um apartamento cá na terra sem engatar tudo o que é mortal.
Isis: ainda por cima agora que os mortais inventaram o preservativo? Isto agora já não há putos para a Hera se vingar.
Seth: maldito grego, vai lá com a história do: “mortais podes ter todos os dias, mas quantos deuses já se ofereceram a ti?” já mete nervos, qualquer dia mando-o Nilo abaixo.
Osíris: lá estás tu com isso! Deixa-te dessa ideia de uma vez por todas!
Seth: ohhhh, deixei o meu maninho nervoso.
Isis: EI! Vocês os dois! Calou! Não estou para aturar com essas birras de irmãos outra vez.
Seth: uhhh vem logo a noiva defender
Isis: Sutekh!
Seth: pronto, pronto, não te exaltes.

Ares: Ás
Afrodite: raios! Toma lá o Ás

Odin: porra, agora que eu queria chatear uns mortais… eu ainda sou do tempo em que estávamos todos condenados a morrer… e..

Seth: lá vem a historia! De tão bom que o tempo era antes do Ragnarok, olha, se tu gostaste de apanhar com um lobo na goela tudo bem, mas não nos relembres esses tempos está bom?
Odin: pronto está bom, e se Zeus chegar?
Isis: sim… eu acho que sim.
Odin: pois bem, então… Huginn, Muninn podem chegar aqui se faz favor que eu estou a precisar de uma massagem.

Diz Odin para um inter comunicador enquanto o panteão Egípcio olhava atónitos para ele. Passado um bocado entram pelas portas da sala duas morenaças vestidas em roupas muito reduzidas feitas somente de penas de corvo, que circulam a mesa de reuniões e começam a massajar o Deus Nórdico.

Seth: ai… que eu vou manda-lo Nilo abaixo
Osíris: eu mandava-as era Nilo acima

Nesse momento Seth e Oríris erguem as mãos e dão um valente “high five” parando gelados de medo, com o olhar zangado de Isis sobre eles. Mas passado poucos segundos Seth volta a pôr-se confortavelmente no sofá a ver o filme.

Seth: não olhes para mim, eu sou só teu cunhado
Osíris: eu… err… eu… foi… a culpa foi…
Seth: oh!!
Isis: epah Osíris, nem tentes.
Osíris: vá lá amor, tu sabes que és a única para mim…

Afrodite: Quatro?
Ares: vai buscar…

Parece que os Deuses não se estão para chatear com isto…

Começando com a historia em si…

Duas criaturas encontravam-se aos pés dum enorme monstro de betão que as olhava com as suas centenas de olhos espelhados as duas criaturas que perto dele pareciam nada mais que formigas. Essas duas criaturas eram uma anja chamada Eleinel e uma demónio chamada Vundália, ambas enviadas para as distantes e corruptas terras de Vale Fetal com as suas distintas missões, no entanto estas inimigas de gerações encontravam-se á espera do autocarro da mobília para entrarem em casa.

Elei: eu nunca pensei que esta dimensão fosse tão chata.
Dália: nem me digas nada, estamos aqui á meia hora á espera da porcaria da camioneta. Queres jogar ao peixinho?
Elei: é melhor não, aquilo não tinha assim tanta piada.
Dália: estragar a nossa entrada no primeiro post seria chato.
Elei: pois… e por falar em estragar, a minha irmã disse que estaria aqui. Ainda não a encontrei.

A anja anda um pouco em volta do prédio e dando pontapés em pequenas pedras tentando matar varias formigas que por ali passavam. Enquanto a demónio limava as unhas, confortavelmente encostada á parede. O tempo parecia não andar para a frente e as ruas começavam a ficar mais inóspitas conforme os ursos saíam para a rua para caçar.

Mãe urso: olha! Não te quero em casa tarde!
Urso: está bem mãe!
Mãe urso: dez horas no máximo!
Urso: mas mã…
Mãe urso: nem mas nem meio mas, depois queixas-te de seres apanhado pelos BAU e ainda por cima bêbados!!
Urso: está bem…
Mãe urso: e leva o chapéu-de-chuva, que parece que vai pingar.
Amigo urso: eh! A ouvir da cota! Tão man, apanhas da tua dama e agora também tas a apanhar da cota? Isso é memo buedesda gripin, “you nou watame sain”.
Mãe urso: Germildo! Queres que eu vá dizer á tua mãe que andas a usar essa linguagem?
Amigo urso: não senhora
Mãe urso: vai lá… caça muito…


Amigo urso: tava a ver que não te livravas da cota man.
Urso: yah sócio tas a ver ela tá a tripar bue por causa dos BAU...
Amigo urso: deixa-te dessas cenas, eles andam stop á bue time, achas que vão fazer alguma coisa. Olha, por falar em alguma coisa e que tal aquelas damas.
Urso: eeeyyyyyy bacano! Aquelas damas são fine, bora lá dar uma dentada nelas.

Antes que pudessem fazer mais qualquer coisa, do topo de um edifício Midd e Cassandra caiem em cima dos ursos ao tiro e á catanada mutilando-os fortemente após o sangue e tripas dirigem-se a correr para a toca deles e a Cassandra arromba violentamente a porta e destroem tudo o que está lá dentro. Em seguida saem, enchem a toca de gasolina e pegam-lhe fogo, finalizando o seu massacre com uma cuspidela em frente da casa. Após essa pequena aventura a Cassandra afasta-se com Midd a segui-la e aproxima-se das duas outras personagens ao conseguir diferenciar uma da outra ela abre os braços.

Cass: Mana!!!!

A demónio olha com estranheza enquanto a anja corre para os braços da succubus.

Elei: ahhh! Á tanto tempo que não te viaaaa! Estás tão diferente
Cass: não te ponhas com essas coisas sua parvinha, claro que estou diferente.
Elei: eu sei… eu sei…
Cass: uh! Toca a apresentar! Este é o Midd, Midd esta é a minha irmã Elei.
Midd: pera lá! Há aqui qualquer coisa de errado!
Elei: o facto de eu ter uma aureola e ela ter cornos?
Midd: não propriamente, o que me assusta mais é o facto de ela ser loira e tu seres… ok tinhas razão.
Cass: anjo caído.
Midd: ah! Muito prazer
Elei: igualmente. E aquela ali ao fundo é a Dália

A demónio faz um pequeno cumprimento com a mão e depois continua a limar as unhas pouco preocupada com os acontecimentos que aconteceram, no entanto a Elei parecia estar completamente histérica com o aparecimento da sua irmã.

Elei: mas conta lá! Conta lá! Como é isto de matar ursos e essas coisinhas?
Cass: é muito sujo…
Elei: ohhh que fofa que a minha maninha é!
Cass: Elei… estou a falar de sangue tripas… coisas assim

Mas era escusado a anja continuava com o mesmo sorriso de criança inocente admirando a sua irmã.

De repente vindo do nada um camião TIR aparece em alta velocidade tenta travar em frente ao prédio mas algo corre de mal, algo devido a inércia ou qualquer coisa. O camião vai a rebolar pela estrada rebentando segundos depois.

Elei: wow…
Dália: ainda bem que aquele não era o nosso camião.
Midd: bem meninas, gostaria de ficar aqui a falar e a ver coisas a arder… mas tenho de ir fazer outras coisas.
Cass: vai-te lá embora, a gente encontra-se em casa mais tarde

Dizendo isso outro camião aparece, este repte os paços do primeiro e acaba na mesma bola flamejante que o primeiro acabou. Em seguida aparece um terceiro camião, este já com alguma calma para mesmo em frente da casa e o que o condizia tenta chamar a atenção da demónio.

Camionista: Oh princesa, princesa, princesa, princesa, princesa, princesa, princesa… olha-me esta acrobacia.

E assim ele arranca com uma tremenda velocidade, nada natural para um camião daqueles, o que faz com que ele perca o controlo e assim que toca no passeio lança-se a voar pelo ar dando cambalhotas, batendo por final num poste que voa em direcção a um urso que estava a enterrar os seu companheiros á pouco mortos, enquanto o camião espeta-se em cima dos outros dois alimentando a chamas.

Após esse trio flamejante de jóias da condução portuguesa encontra o seu destino, um quarto camião aparece, este vem calmamente a conduzir e pára, como o seu predecessor, em frente á casa. O homem abre a janela enquanto as portas do atrelado também se abriam.

Outro camionista: Desculpem lá, oh meninas, mas tivemos uns problemas de gasolina e eu tive de ir beber umas jolas enquanto os gnomos encantados, faziam a mais magica das poções para encantar a gasolina.
Dália: oook... se tu o dizes...
Outro camionista: Rapazes! Toca a descarregar a camioneta!

Assim o Lunático e o Stuart saem do atrelado carregando um sofá.

Lunático: bem senhoras? Isto é para onde?
Dália: segundo andar
Lunático: subir isso tudo?
Dália: é para isso que vos pagam não?
Stuart: eu posso subir! E faço em metade do tempo se a menina, você sabe.
Lunático: stuart! Agora não que isto está a dar-me cabo das costas
Stuart: mas mestre, é a minha oportunidade de cometer um ou dois pecados com a pessoa certa.
Lunático: estou com sonoooooo....
Elein: Ei! Pera lá! Não te conheço?
Stuart: acredito que não, mas acho que podes conhecer...
Elein: tava a falar com ele.
Lunático: Não! Não me conheces de certeza!
Elein: uhhhh! Tu és aquele daquela banda!!!!!! Eu não acredito!
Lunático: não sou nada! Calunias!

Com isso dito, Lunático tenta fugir com o sofá pelas escadas acima enquanto a pequena anja corria atrás dele gritando e pedindo um autógrafo, enquanto isso a Cassandra e a Dália continuavam na entrada.

Cass: então, como vão as coisas pelo inferno?
Dália: a mesma coisa de sempre. Aborrecido como tudo.
Cass: tanto tempo e nada mudou.
Dália: ah, há uma falta de trigo.
Cass: estou a ver...

Bem, isto foi uma enorme perda de tempo... se eu tivesse a mínima ideia que ia ser assim tão estúpido nem me tinha dado ao trabalho de sair do plano dos deuses. Por falar neles, como é que estarão...

Enquanto o panteão egípcio continuava a ver o regresso do rei, odin já só tinha um dos seus..... “corvos” a oferecer-lhe a massagem. Enquanto os deuses do Olimpo continuavam a jogar ás cartas.

Afrodite: Sete
Seth: eu?
Ares: não, a carta... toma lá o sete.
Afrodite: yay! Peixinho!
Odin: ahh... hmmm… isso Muninn…
Seth: epah! Onde raio é que é esse poço?
Odin: hmmm tás a ver o...

Antes de poder acabar a sua frase, Odin é interrompido por Zeus que entrava pelo gabinete a dentro com duas mortais nos seus braços.

Zeus: e depois eu disse-lhe, Irmão, não te metas nisso, ou vais tar a nadar com os peixes, ahahahah.. ah........ Ei, porque é que estão todos a olhar assim para mim?....... A Hera não está aqui pois não?

Continua...?

segunda-feira, outubro 23, 2006

O que foi isto?

São 18:00 da tarde. Lunático está ocupado nos preparativos para o ataque mais arriscado da sua vida. O seu mordomo mostra estar preocupado.

Stuart: Senhor, tem a certeza que quer fazer isto?
Lunático: Tenho sim. Aqueles tipos andam-nos a roubar demasiadas vítimas. E para além do mais não gosto de e.t.’s!
Stuart: Bem… Se isto lhe serve de consolo, eu darei bom uso ao Lamborgini Diablo.
Lunático: Que Lamborgini Diablo?
Stuart: Aquele que me vai deixar pelo testamento.
Lunático: Mas eu não tenho nenhum Lamborgini…
Stuart: Não?
Lunático: Não.
Stuart: Um Ferrarizito?... Mercedes?... BMW?
Lunático: Nada disso.
Stuart: Ah… Então boa sorte, mestre!
Lunático: Obrigado.
Stuart: Mate-os a todos! E veja se arranja emprego pelo caminho! Para ver se compra um carrinho novo…
Lunático (saindo): Sim, sim…

Do armazém de marmelada nas caves subterrâneas do seu castelo, Lunático foi buscar o mapa do sótão e neste o mapa da cave, para descobrir o mapa de Vale de Fetal e começar finalmente a grandiosa aventura que só se concluirá no final deste post.


A Condução

Depois de obter o mapa, Lunático entra no seu LunMobil Panda e parte para as confusas ruas de Vale de Fetal. O seu veículo é nada mais que um urso panda capturado e domado através de um capacete construído por Óscar, o duende cientista de Lunático. É um óptimo veículo e pouco poluente, diga-se de passagem.

Adiante, depois de ter atropelado três grávidas, cinco idosos, e quatro marsupiais irrequietos que não respeitam a prioridade de condutores de ursos escravizados sobre os peões nas passadeiras, chega finalmente ao local onde tudo começará.

O Lazarim!


No Lazarim…

… abre-se um portal inter-dimensional que o leva para a FCTUNL, uma sigla que significa Formidáveis Circenses e Trapezistas de Urano Neptuno e Lua. Estes extra-terrestres fingem ser professores doutorados terráqueos para capturarem os jovens do nosso planeta e fazerem-lhes lavagens cerebrais constantes. O seu objectivo é impossibilitar que a espécie humana evolua e usá-la como entertainer num circo inter-planetário.


O Combate (aviso: seguem-se cenas de violência absurda)

Depois de lá chegar, Lunático decidiu abordar os seus inimigos da maneira mais violenta que pôde. Tirou um ancinho da mala do LunMobil para arrancar a pele aos sacanas dos alienígenas que andam a roubar vítimas aos vilões locais.

Mal entra pelos portões, é recebido por uma senhora aparentemente simpática de óculos.

Senhora aparentemente simpática de óculos: Boa tarde, o que des-

Sem pensar duas vezes, o nosso anti-herói espeta-lhe o ancinho no crânio, de onde saem vários tentáculos que se transformam em berlindes gigantes com metralhadoras. Depois de três cambalhotas para a direita e um salto para a frente, Lunático dá uma tacada num fazendo com que este se descontrolasse e alvejasse os colegas, “quincando-os” e pondo-os fora de combate.

Da boca da mulher com a cabeça esburacada sai um som semelhante ao de uma campainha.

Agentes especiais armados com guarda-chuvas laser e bóias como gravata aparecem vindos na direcção de Lunático. Este não pensa duas vezes e atira-lhes com uma pastilha elástica explosiva, outra invenção do seu cientista. Três agentes vão com os ursos, mas dois sobrevivem. Um segundo depois, uma ilusionista com uma moto-serra junta-se-lhes.

Um contra três.

Lunático atira com o ancinho decapitando uma funcionária daquele antro de maldade. A cabeça desta voa e acerta mesmo em cheio numa alavanca de uma grua amarela. O movimento da grua, causado pela alavanca, arranca o telhado da portaria que cai mesmo em cima da ilusionista. A moto-serra salta lhe das mãos e faz vários movimentos giratórios no ar decapitando um dos agentes de guarda-chuva.

Agente sobrevivente: Nada mau. Mas não bom o suficiente.

O agente mauzão não tem tempo de dizer mais nada para além daquela frase cliché, pois uma gaivota, afugentada pelos movimentos descontrolados da grua, voa a pique sobre este furando a bóia que trazia ao pescoço o que desencaixa a cabeça dele, fazendo com que o corpo expluda.


Desfecho do Combate

Outro som estridente sai da boca da senhora dos óculos e dos buracos. Desta vez foi mais parecido com uma sirene a tocar a Hall of the Mountain King.

Depois de um tremor de terra, irrompe do chão um elevador sem porta onde está …preparem-se para isto…








O Urso Ernesto! Com uma gargalhada sinistra, este dá um tabefe em Lunático, fazendo com que ele perdesse os sentidos.

Horas depois o imperialista acorda deitado numa maca e preso com cordas. Mas ele não está sozinho. Na enorme sala ouvem-se gritos de terror vindos de todos os lados.

Um homem de bata branca suja de sangue e máscara de cirurgião aproxima-se dele. Este está ao que parece a sorrir, avaliando pelo seu olhar. O médico malvado ergue então uma faca enorme e…


E…

… o protagonista acorda sobressaltado.

Lunático (pensando): Que sonho estranho…. Bem, vou mas é ver se adormeço, porque “amanhã” começo finalmente as aulas.

sábado, outubro 07, 2006

O desmentir do Egocentrismo Universal. O afirmar do Egocentrismo Humano.

Para tornar esta dissertação mais compreensível, vou dar um nome a dois conceitos distintos. A todas as leis do nosso Universo que consideramos factuais, ou seja, tudo aquilo à nossa volta que conseguimos sentir como sendo real, vou chamar de Conjectura Fictícia. Ao outro conceito que explicarei de seguida, chamarei de Conjectura Real.


No início, Deus não criou os céus e a terra. Na realidade, nem Deus existia no início, nem aquilo era realmente o início. Antes do chamado “início” apregoado na Sagrada Bíblia, já os céus e a terra tinham nascido e morrido um sem número de vezes.



Esta é a Conjectura Real.


Nunca existiu um início. O Universo em que vivemos criou-se a si próprio através do produto do seu final anterior e, um dia, este Universo autodestruir-se-á, dando origem a uma “nova” Criação, onde todos nós viveremos de novo as nossas mesmas vidas. Teremos o mesmo nascimento e o mesmo percurso até à morte, uma vez que todas as condições da Criação anterior repetir-se-ão invariavelmente. Portanto, de certa forma, nós escolhemos o nosso destino, mas este será igual ao que escolhemos em todas as Criações anteriores.

Não há maneira de determinar o número de Criações que já ocorreram. Supor que tal é possível faz tanto sentido como ir somando consecutivamente um algarismo a um número aleatório até descobrir o maior número existente. Sabendo que o Tempo é uma grandeza infinita e que existe um valor K constante que representa o tempo que cada Criação demora, é fácil admitir que o somatório do tempo de todas as Criações, nunca será superior ao Tempo absoluto.

Após tantas Criações, - admito que usar a expressão “após tantas” é um abuso de linguagem, mas não há outra alternativa visto que esta quantidade é inquantificável pela matemática convencional - gerou-se uma auto-reminiscência humana que se reflecte na conservação de memórias de uma Criação para as seguintes. Apesar de ser impossível provar-se este facto, ele constata-se pelo conhecido fenómeno de Paramnésia, vulgarmente chamado de Déjà vu. Já todos nós sentimos, a certa altura, uma familiaridade com um sítio onde nunca estivemos, ou, em casos menos frequentes, tivemos um sonho que se veio a concretizar. Essas são recordações do futuro da nossa vida, ou do passado se preferirem.


Será possível admitir que a Conjectura Real só se distingue da Fictícia no aspecto das re-Criações?


Não, mas as leis da Conjectura Fictícia não são muito diferentes das da Real. Actualmente (e de actualmente a K * n), sabe-se que toda a matéria é constituída por átomos. Contudo, enquanto na Conjectura Fictícia tal está limitado a um número finito de objectos palpáveis, segundo a Conjectura Real, essas leis aplicam-se a tudo o que existe, sem excepção. Assim, o nosso Sistema Solar é um átomo, composto pelo núcleo que é o Sol, e diversos electrões que são os planetas. A reunião de diversos sistemas solares geram as moléculas, também chamadas de galáxias e, tal como acontece em ambas as conjecturas, o agrupamento de moléculas gera a matéria palpável.



Opinião pessoal


Então, o nosso planeta é um simples electrão que faz parte de um objecto gigantesco (relativamente a nós), que desconhecemos. E por alguma razão estranha, esse objecto é destruído e renovado da mesma forma a cada K, num processo idêntico à união dos chamados de Big Crush e Big Bang na Conjectura Fictícia, e todos nós somos arrastados com ele nesse processo. Pensei em quatro hipóteses que podem explicar este padrão:


1) O objecto em questão (o nosso Universo), juntamente com um número finito ou infinito de outros objectos (organizados num Multiverso), é um ser vivo pertencente a uma civilização avançada. Por alguma razão, este ser vivo tem de ser destruído e reconstruído a intervalos regulares para assegurar a sua existência, numa versão melhorada do nosso processo de clonagem.


2) Fazemos parte de um teste científico que tem como objectivo verificar a incerteza experimental de um ensaio regular, executando-o um número infinito de vezes e registando se existiram ou não alterações em relação ao ensaio anterior.


3) Somos parte de um único ser omnisciente, omnipotente e omnipresente, que é tudo o que existe e que muita gente considera Deus. Correndo o risco de contradizer o que referi no segundo parágrafo, considero esta uma hipótese plausível, rejeitando que este Deus seja o mesmo que é referido na Bíblia Sagrada.


4) “A meio, Deus criou um pão com manteiga.” Apesar de omnisciente, “esqueceu-se” do pão com manteiga por vários biliões de anos em cima do balcão, a centenas de universos e milhares de anos-luz de distância do frigorífico. Como Ele nunca fez nada ao acaso, é lógico que tinha pensado nisto tudo antes de fazer aquele seu lanchinho. A certa altura, entre o meio e o suposto fim inexistente, Deus teve fome e foi à cozinha. Descobriu que o pão com manteiga tinha ganhado bolor ao ponto de lá terem crescido florestas, rios, vales e até macaquinhos pequeninos. Deixando o pão com manteiga exposto mais uns milhares de anos, pôde observar uma civilização minúscula de micróbios emergir no meio da zona mais fungosa da côdea.
Momentos depois, no pão nasci eu e tornei-me no Seu principal divertimento durante algum tempo. Até que Deus começou a abusar da minha boa vontade e a exagerar com aquelas coincidênciazinhas que geram situaçõezinhas chatinhas como o raio que O parta em pedrinhas pequeninas e biodegradáveis. E depois eu comecei a ficar chateado e comecei a não fazer caso aos abusos psicológicos de que era alvo. E depois Ele ficou chateado. E depois a humanidade ficou toda chateada por Deus estar chateado comigo. Mas Ele em vez de se vingar nos outros começou-se a vingar em mim e eu, não menos chateado, comecei-me a vingar das vinganças d'Ele atirando calhaus ao sol e à lua, que são as partículas sub-atómicas que Ele usa para nos iluminar de forma a poder observar-nos convenientemente. A certo dia, Ele começou a ficar incomodado com o meu egocentrismo e disse-me que se eu não parasse de achar que Ele estava a embirrar comigo, coisa que estava de facto a acontecer, Ele seria obrigado a colocar as minhas pernas no lugar dos meus braços e curar-me quando eu me quisesse coçar e não pudesse, não fosse eu espalhar a notícia pelos jornais do Vaticano. Claro que eu não me calei com os protestos de Ele se divertir à minha custa constantemente. Eu, que sempre pusera o Ego em egocentrismo e o centrismo em Ego, não me ia acobardar por uma simples ameaça da divindade com poder infinito que nos controla a todos.
Deus estava a fazer bluff, mas eu topei-Lhe a jogada. Eu sabia perfeitamente que se Ele não me conservasse vivo, Ele teria de ir ver televisão para se entreter e o Gajo não gosta nada desta geração MTV que tem relações sexuais ainda antes de perder todos os dentes de leite. E enquanto pensava isto, estava eu descansado e alegremente atirava calhaus para o céu. Se pensaram que por muitos calhaus que atirasse, nenhum haveria de acertar, enganaram-se. Deus ficou fulo e à rasca do olho, mas pior que isso foi a pedra ter voltado à Terra semanas depois e ter caído exactamente em cima da minha cabeça. Deus bem queria ter impedido esse acontecimento, mas Ele esteve desmaiado durante algum tempo. E quando eu caí a sangrar e a espasmar no meio do chão, Deus acordou para a vida e ficou visivelmente incomodado com o sucedido. E jurou-me ali mesmo, que iria ressuscitar o planeta Terra e consequentemente toda a humanidade a cada K, para que se pudesse continuar a divertir comigo. Eu não fiquei surpreendido. Afinal de contas, EU ERA o bobo oficial de Deus.
Foi então que Ele me disse que eu iria morrer e iria ficar preso no limbo até à próxima Criação. Perguntou-me se eu tinha algum último desejo ou pergunta a fazer. Após algum tempo a pensar, resolvi perguntar-Lhe algo que me atormentava desde que começara a escrever esta dissertação, há um sem-número de Criações. Resolvi perguntar-Lhe que elemento era o nosso Sistema Solar.




E Deus respondeu-me objectivamente e sem quaisquer rodeios. A Via Láctea era o átomo Imperialium.

NZL

terça-feira, outubro 03, 2006

Béarnaise de Lesmas Vampiras na Grelha

Ao contrário do que se possa pensar, este post não dirá a receita do prato referido no título, em vez disso relatará um evento bem mais aborrecido: o meu regresso ao Imperialium. Depois deste longo ano lectivo, das gravações com os God’s Evil Army e dos ensaios com a banda sensação do momento, os Cyberwolves (que ainda não têm baterista no seu alinhamento, vejam lá que injustiça!) tenho finalmente tempo para postar. Sim, porque eu não tenho postado por falta de tempo e não por ter tido uma crise de criatividade, como se consta por aí.

E já agora deixem me desmentir outro falso boato antes de começar a narrar o meu retorno aos posts: os esquimós não usam afias como isco para caçar lesmas vampiras, mas sim lápis de cera coloridos.

Quando as vão cozinhar, aquecem-nas ao lume e depois de dourados ambos os lados untam-nas com gordura de baleia.


O Regresso do Lunático

Tempera-se então as lesmas com dentes de alho picados, três folhas de louro, um fio de azeite e põe-se de molho em vinho branco.


O Regresso do Lunático Parte 2

Estava eu no avião (que fazia o trajecto Desinspiralândia – Imperialium World) sentado ao lado do meu mordomo que lia uma revista com receitas, quando este quebra o silêncio em que íamos há uns minutos.

Mordomo Stuart: Sabia que as lesmas vampiras têm de estar de molho três anos e meio em vinho branco para ficarem devidamente temperadas, mestre?
Lunático: Tanto tempo?
Stuart: E isto para as de tamanho médio.
Lunático: Impressionante. Depois levam-se à grelha?
Stuart: Não. Depois secam-se ao sol.
Lunático: Ah. Então é depois disso que se levam à grelha.
Stuart: Não. Depois disto põe-se as lesmas a assistirem aos Power Rangers.
Lunático:
No dia seguinte?
Stuart: Não, durante a noite.
Lunático: Como é que isso pode ser? Os Power Rangers não dão só nas manhãs dos fins-de-semana?
Hospedeira: Peço desculpa, mas o senhor Lunático não devia estar a relatar o seu regresso ao Imperialium?
Lunático: Só na próxima parte.
Hospedeira: Podia começar já, se faz favor?
Lunático: Mas ainda faltam umas sete falas ao todo…
Hospedeira: Ouça… Eu tenho de roubar essa revista ao seu mordomo, ir buscar um pára-quedas, atirar-me lá para baixo e dava-me jeito passar pelo Lidl para trazer de lá uns bolinhos para o café.
Lunático: Mas ainda me faltam…
Hospedeira: O Lidl fecha já daqui a meia hora. Faça me lá esse favor.
Lunático: Ok… ok… Como queira.


O Regresso do Lunático Parte 3

Estava eu no tal avião sentado ao lado do meu mordomo, quando inesperadamente uma hospedeira rouba a revista de receitas que ele lia.

Lunático: Filha da avó! Chegaste a descobrir a receita de tamboril que te pedi?
Stuart: Não.
Lunático: Então temos de recuperar aquela revista dê lá por onde der!

A hospedeira reaparece então com um pára-quedas às costas, abre aquela porta do avião cujo nome não me recordo, acho que tem qualquer coisa a ver com escuteiros, e salta lá para fora, abrindo o pára-quedas após umas quantas piruetas.

Lunático: Malvada!
Stuart: Malandra!
Lunático: Ladra!
Stuart: Pedófila!
Lunático: Má acrobata!
Stuart: Péssima acrobata!
Homem sentado na cadeira à frente da porta-escuteira: Epá, despachem-se lá que eu já estou farto de estar neste post de má qualidade!
Lunático: Ele tem razão, Stuart! Vamos buscar dois pára-quedas para irmos atrás dela! Anda!
Stuart: Bruxa!
Lunático:…?
Stuart: Feiosa!
Lunático: Oh não! Ele está a ter um ataque de epiloopsia! Alguém me ajude!
Stuart: Bígama!
Lunático: Médico! Preciso de um médico!
Stuart: Ralo da sanita!
Lunático: As sanitas não têm ralos.
Stuart: Têm sim!
Lunático: Não, não têm! Os bidés é que… hmmm! Voltaste ao normal! Vamos buscar dois pára-quedas para ir atrás dela!
Homem sentado na cadeira à frente da porta-escuteira: Vocês fazem ideia há quanto tempo essa porta está aberta? Despachem-se antes que alguém se constipe.

Ignorámos o homenzinho rabugento e fomos buscar dois pára-quedas, um para cada. E fizemos questão de não fechar a porta depois de saltarmos! Não sei se na realidade dava para o fazer, mas mesmo assim não tentámos. Demos-lhe uma boa lição!


O Regresso do Lunático Parte 4

Aterrámos perto de um café-restaurante e entrámos para perguntar onde era o Lidl mais próximo, com esperança de encontrar lá a malvada malandra ladra pedófila que nos roubou o livro de receitas.

Homem atrás do balcão: Vêm cá comer alguma coisa?
Lunático: Nós? Nem por isso. Queremos apenas…
Homem atrás do balcão: Beber umas cervejas?
Lunático: Não. Era apenas uma…
Homem atrás do balcão: Óptimo! Sai uma imperial para estes senh-
Lunático: Não!
Homem atrás do balcão: Uma pastilha então…?
Lunático:
Homem atrás do balcão: Uma… uma… umas…
Lunático: Era apenas uma...
Homem atrás do balcão: Ah, apenas uma. Mas uma q-
Lunático: …informação.
Homem atrás do balcão: Uma informação? Acho que não se vende cá disso. Experimente no super-mercado ali em frente.
Lunático: Quero apenas que me dêem uma informação!
Homem atrás do balcão: Dar? Isto é o meu ganha pão! Você não está à espera que eu lhe sirva um carioca, um croissant com creme e uma pastilha elástica de graça pois não?
Lunático: Mas eu não quero nada disso!
Homem atrás do balcão: E se for um croissant sem creme?
Lunático: Não!!
Homem atrás do balcão: Eu servia-lhe um pastel de nata em vez do croissant se tivesse cá.
Lunático: Eu quero apenas uma informação!!
Stuart: Não tem pastéis de nata? Que raio de café é este?
Homem atrás do balcão: Esgotaram-se todos de manhã.
Stuart: E vai ficar o resto do dia aberto sem um único pastel de nata? Já viu a clientela que vai perder?
Lunático: Vocês são capazes de parar com essa conversa?!
Homem atrás do balcão: O resto do dia não! Mais daqui a bocado, depois da hora de almoço, chega um carregamento de bolos vindos directamente da Padaria do Chico.
Stuart: Ah, pronto. Está a ver como se resolvem as coisas apenas conversando, mestre? Agora só tem de esperar até-
Lunático (pondo as mãos na cabeça): Stuart…
Stuart: Sim?
Lunático: Cala-te! E você aí…
Homem atrás do balcão: Sim?
Lunático: Diga-me onde fica o Lidl mais próximo?
Homem atrás do balcão: Ali em frente.
Lunático: Já ali em frente?
Homem atrás do balcão: Sim, basta atravessar a rua.
Lunático: Ah. Óptimo!
Homem atrás do balcão: São 54 cêntimos.
Lunático: Argh!! Stuart! Mata-me esse idiota!
Stuart: Peço lhe que reconsidere, senhor. O homem assim não lhe poderá vender o pastel de nata que lhe pediu.

E foi aí que desmaiei.


O Regresso do Lunático Parte 5

Acordei sentado à mesa… Sentado numa das mesas, digo, do tal café. Sentado numa das mesas?

Sentado numa cadeira à frente de uma mesa, é isto que quero dizer. Estando o Stuart estava sentado noutra cadeira à frente da mesma mesa, mas virado de frente para mim. Na realidade a cadeira não está à frente da mesa, mas sim virada de frente para a mesa, se é que me estão a perceber. A minha cadeira, que na realidade não é minha, mas sim do dono do café, também está virada de frente para a mesa, mas está na posição contrária da mesa em relação ao meu mordomo.

Ou seja, há uma mesa.
De um lado está uma cadeira virada de frente para ela onde estou eu sentado.
Do lado exactamente oposto está outra onde está o Stuart sentado.
Os outros dois lados que sobram estão desocupados, isto é, não têm cadeiras.
No topo da mesa está uma stripper a dançar.
Ok, mentira não está.
Mas era do meu agrado que estivesse.
Em vez da stripper estava a Madame Saraiva a descascar lesmas vampiras.


O Regresso do Lunático Parte 6

Lunático: Madame Saraiva?
Madame Saraiva (saindo a correr): Nheeeeeeeee! Fui descoberta!
Stuart: Ah, finalmente acordou!
Lunático: Tu viste aquilo?
Stuart: O quê?
Lunático: O quê?! A Madame Saraiva, pá!
Stuart: Onde?
Lunático: Onde?! Aqui em cima da mesa, pá!
Stuart: Ah. Não reparei.
Lunático: Não reparaste?! Mas como é que não reparaste?!
Stuart: Estava desatento a olhar para aquela moça ali, mestre.
Lunático (olhando): Qual mo- mo- Mon Dieu!
Stuart: Boazona, não é? Eu cá comia-a!
Lunático: Mãe do céu!
Stuart: Formosa, não é? Eu cá comia-a!
Lunático: Valha-me Deus!
Stuart: Toda grossa, não é?...
Empregada: Bom dia. O que desejam?
Stuart: … Eu cá comia-a!
Lunático: …?
Empregada:

B

Stuart: Sensual, não é? Eu cá comia-a!
Lunático: Oh não! Ouça, menina, ele não se está a referir a si. Ele tem uma doença… e- ele-
Stuart: Apetitosa, não é?...
Empregada:

BA

Lunático: Menina, tenha calma. Eu estou a falar a sério, ele não se está a referir a si, ele apen-
Stuart: Eu cá com-
Empregada:

BAM!

*BAM! = Cadeirada em cima da cabeça de um mordomo


O Regresso do Lunático Parte 6 Parte 2

Stuart: Ugh! A minha cabeça! Dói tanto! O que se passou?
Lunático: Tiveste outro ataque de epiloopsia.
Stuart: É a primeira vez que isto dá-me dores de cabeça. Unnnnh!
Lunático: E algo me diz que não será a única… Diz me uma coisa. Porque é que eu acordei aqu em cima- sentado na- à… sentado à me… a esta mesa? Na cadeira em frente a esta mesa digo. Bem, tu percebes.
Stuart: O mestre desmaiou, provavelmente com fome, há pouco. Então eu e o senhor Queirós trouxemo-lo para aqui, enquanto se espera pelos pastéis de nata.
Lunático: Mas eu não quero pastéis de nata! Queria apenas saber onde era o Lidl para apanhar a hospedeira!
Stuart: Então porque é que não disse logo?
Lunático (dando pontapés nas outras mesas, acertando ocasionalmente numa ou outra pessoa): Mas eu disse!! EU DISSE!! NHAAAAAAAAÁ!!
Selénia (aparecendo de repente): Ah, afinal estás aqui! Sabes quanto tempo fiquei à tua espera no Lid-
Lunático: Espera só um momento. Deixa-me só…


O Regresso do Lunático Parte 7

Lunático: Pronto, o que é que ias a dizer?
Selénia: Quem eu?
Lunático: Não… o Stuart… pfuh.
Stuart: Eu?
Lunático: Porra! Hoje ninguém me entende!
Selénia: Tu é que não te sabes explicar.
Lunático: Não me sei explicar uma ova!
Stuart: Mas eu ia a dizer alguma coisa?
Lunático: Não!! Ela é que ia!
Stuart: Então porque é que falou em mim?
Selénia: Porque é que falaste nele, Lunas?
Lunático: Lunas?! ‘Tás te a referir a mim?
Selénia: Não. Estou me a referir a ele…
Stuart: Eu outra vez?
Selénia: Eu estava a ser ir-
Stuart (magoado): Porque é que estão todos a embirrar comigo? Só falta me culparem do aquecimento global…
Homem que diz piadas relacionadas com posts anteriores: Hey! Você não é o Adolf Hitler?


O Regresso do Lunático Parte 7 Parte 2

Lunático: Vamos fazer o seguinte. Vamos ignorar esta parte e continuar onde tínhamos parado na 6.


O Regresso do Lunático Parte 8

Stuart: Ugh! A minha cabeça! Dói tan-
Lunático: Não, não, não! Não era tão atrás!
Stuart: “O mestre desmaiou, provavelmente com fome…”?
Lunático: Não! Onde é que foi parar a Selénia?
Stuart: Ela só entra no final desta parte.
Lunático: Pois! Eu queria mesmo era passar para a parte seguinte!
Stuart: Qual parte seguinte?
Lunático: A suposta 7.
Stuart: A primeira parte ou a segunda?
Lunático: A primeira.
Stuart: Passamos então à frente da 6 e da segunda parte da 6?
Lunático: Exacto. Selénia! Prepara-te para entrar!


O Regresso do Lunático Parte 8 (de novo)

Selénia (aparecendo de repente): Ah, afinal estás aqui! Sabes quanto tempo fiquei à tua espera no Lidl?
Lunático: Três horas?
Selénia: Frio.
Lunático: Uma hora?
Selénia: Ligeiramente mais quente.
Stuart: Peço desculpa interromper, mas não seria melhor continuarmos a história? É que ela já está parada à 253 palavras.
Lunático: Ele tem razão. Com que então, Selénia, o que é que andas aqui a fazer?
Selénia: A conspirar contra ti.
Lunático: O costume, hein?
Selénia: Tem de ser.
Lunático: Pois é… Vá, até já então.
Selénia: Até já nada! Eu tenho o que procuras!
Lunático: O meu livro de receitas?!
Selénia: Exactamente!
Lunático: O que é que tu queres desta vez?!
Selénia: Uma última competição para provar que sou mais maligna que tu!
Lunático: Óptimo! Se ganhar dás-me então a revista!
Selénia: Exacto. Se perderes, ficas à minha mercê!
Lunático: À tua mercê? Não te bastava ficares com a revista?
Selénia: Não.
Lunático: Ok, pronto. Seja… Stuart!
Stuart: Desta vez é comigo não é?
Lunático: Sim… Stuart!
Stuart: É o meu nome.
Lunático: Dá-me… a corda… de saltar!!
Stuart: A azul e encarnada?
Lunático: Não. A preta com as caveiras nas pontas.
Stuart (chocado): Mas mestre, essa corda é demasiado assustadora para se usar em público!
Lunático (orgulhoso): Eu sei.
Stuart: É provável que muitos idosos tenham ataques cardíacos só de verem o senhor a saltar com ela!
Lunático (orgulhosíssimo): Eu sei.
Stuart: Que honra em servir uma pessoa tão maliciosa como o mestre!
Selénia: O que tu não sabes, Lunas…
Lunático: Pára de me chamar isso, ou serei obrigado a saltar à corda em tua direcção de modo ameaçador!
Selénia: Ah! Pensas que eu tenho medo da tua corda preta com caveiras nas pontas? Tal como dizia, eu tenho uma Camaleão!
Lunático: Tu tens problemas na gramática, não tens? Repete comigo: Um… Um camale-
Selénia: Eu estou me a referir à corda de saltar.
Lunático: Tu-tu… tu tens uma Camaleão!?

Selénia retira então da sua mala uma corda que faz todos os presentes, com excepção dos nossos protagonistas, desmaiarem! Uma corda que causa temor no coração do mais valente dos valentes! Uma corda… invisível!


O Regresso do Lunático Parte 9

Era impossível competir contra alguém com uma Camaleão, portanto desisti. Não eram uns saltos que iam me fazer parecer mais assustador do que alguém com uma corda invisível.

A Selénia parecia que tinha engolido um rei.

Selénia: Ahah! Eu sabia que um dia iria provar que sou melhor vilã do que tu!
Lunático: És mais rica, isso sim. Se eu comprasse uma coisa dessas ninguém me parava.
Selénia: Azar.
Lunático: Aposto que foi o papá que te ofereceu pelo Natal!
Selénia: ‘Tá calado, Lunas! (tirando umas algemas da mala) Stuart! Estende os braços!
Stuart: Menina Selénia! Nunca pensei!
Selénia: Nunca pensaste o qu-? Esquece! Não quero saber. Estende os braços e cala-te.
Stuart: Mas aqui?
Selénia: Aqui o quê? Eu só te quero algemar!
Stuart: E depois?
Selénia: Depois do quê?
Stuart: Depois de me algemar. O que está a pensar em fazer?
Lunático: Eu aposto que foi o paizinho que te comprou as algemas!
Selénia: Calem-se os dois! Stuart, estende os braços!
Stuart: Mas eu não tenho aqui preservativos.
Lunático: Devias ter. Assim enchíamos um com hélio e voávamos daqui para fora.
Selénia: Só os cobardes é que fogem.
Lunático (olhando à volta): Onde é que poderia arranjar hélio, entretanto?
Selénia: Uargh! Vocês já me estão a começar a enervar!
Lunático: Será que o homem do café vende?
Selénia: Cala-te!! E tu, velho, estende os braços para que eu te possa algemar!
Stuart: Uma moça tão jovem como você devia tomar precauções. Eu já lhe disse que não tenho…

A Selénia deu então um pontapé na cara do meu mordomo, fazendo com que ele caísse. Em seguida atirou-se para cima dele no chão para tentar algemá-lo, mas o Stuart conseguiu resistir e foram os dois rebolar pelo café fora.

Lunático: Bah… Tu tens sempre sorte com mulheres. Eu vou voltar para casa! Diverte-te!
Stuart (ouvindo-se de longe): Até logo, mestre!

E lá ia eu pronto para sair daquele café pela porta da frente, quando de repente…!


O Regresso do Lunático Parte 10

Hospedeira: Alto e pára o baile! Não penses que te safas assim tão facilmente!
Lunático: Não?
Hospedeira: Não!
Lunático: E porque não?
Hospedeira: Porque eu tenho aqui o teu precioso livro de receitas!
Lunático (corrigindo): Revista de receitas.
Hospedeira: Isso.
Lunático (caindo em si): Meu Deus! Pois é! Eu tenho de descobrir aquela receita de carne!
Hospedeira: De peixe, queres tu dizer.
Lunático: Ah sim. De peixe.
Selénia (muito ao longe, por entre tachos a caírem no chão): Muito bem, Malvada Malandra Ladra Pedófila!
Lunático:
Calma aí. De peixe? Mas eu odeio peixe! Só há aí receitas de peixe?
Hospedeira: Sim. Aliás, para além de peixe, só lesmas vampiras.
Lunático: Bah. Não estou interessado então. Se me der licença…
Selénia (ainda ao longe): Mas era uma receita de tamboril! Ui! Seu bruto!
Lunático: Ah… pois era. Por acaso de tamboril gosto.
Hospedeira: Ahah! Então pede ao teu mordomo para se render, senão…!
Lunático: Stuart, rende-te senão…!
Stuart (ouvindo-se a voz mais perto): Senão o quê?
Lunático: Não sei… Senão o quê?
Hospedeira: Senão rasgo a revista de receitas!
Lunático: Senão ela rasga a revista de receitas!
Stuart: Não, não rasga!
Lunático: Não, não rasgas!
Hospedeira:
E pode se saber porquê?
Lunático: Porquê é que ela não rasga, Stuart?
Stuart (aparecendo juntamente com a Selénia): Porque eu tenho a companheira dela algemada e sob controlo!


Última Parte

Stuart: Ora bem, nada de te armares em engraçadinha, Malvada! Senão eu faço coisas más à tua amiga!
Madame Saraiva (entrando no café): Todos quietinhos! Vocês vão me dar essa revista!
Hospedeira: E porquê?
Madame Saraiva: Porque senão eu carrego neste botão do telemóvel e será enviada uma mensagem para os meus cúmplices…
Lunático: Qual botão?
Madame Saraiva: Este aqui.
Lunático: Não estou a ver. Está a tapá-lo com o dedo.
Madame Saraiva: Este!
Lunático: Ah, ok. E…?
Madame Saraiva: E o quê?
Lunático: E o que acontece?
Madame Saraiva: … Não me lembro. Onde é que eu est-
Stuart: Acho que a madame estava de saída.
Madame Saraiva (saindo): Ah, sim. Boas tardes então.
Stuart: Fique bem, minha senhora. Voltando ao tema de há bocado, passa para cá a revista, Malvada!
Hospedeira: Não!
Selénia: Cala-te e dá-lhe isso que este tipo é doido.

A revista passa para as mãos de Stuart, mas entretanto a Madame Saraiva volta a entrar dentro do café.

Madame Saraiva: Ahah! Lembrei-me! Se não me derem a revista os meus cúmplices encarregar-se-ão de distribuir um carregamento de lesmas vampiras envenenadas por todo o país!
Stuart: Nós estamos na Desinspiralândia, minha senhora. Nenhum de nós quer saber da gente que vive nesta nação.
Lunático: Eu até que quero, mas aposto que ninguém cá come disso.
Madame Saraiva: Fezes! Esqueci-me que estávamos fora do Imperialium World! Bem… *cough!* Vão me dar essa revista ou não?
Stuart: Não.
Madame Saraiva: Argh! Um dia…! Um dia eu hei de regressar e…!
Lunático: Que dia?
Madame Saraiva: Sei lá um qualquer!
Lunático: Pode ser num fim-de-semana também?
Madame Saraiva: Sim, sim!
Lunático: Ah, ok. E…?
Madame Saraiva: E o quê?
Stuart: E adeus! Ciao ciao!

A Madame Saraiva, mais uma vez confusa, sai do café acenando-nos. Mas as surpresas não tinham acabado por ali!


Última Parte Parte 2

A Selénia solta-se das algemas e tira a revista das mãos do meu mordomo.

Selénia: Muito bem, rapazolas estejam quietos. A revista está nas mãos das meninas e são elas novamente que mandam.
Lunático: Hmmm.
Stuart: Como é que se conseguiu soltar?
Selénia: Eu tinha a chave das algemas no bolso. Tu nem me revistaste.
Lunático: Agora são as meninas que nos vão revistar, suponho.
Selénia: Podes crer que sim!
Lunático: Hmmm.
Selénia: Hmmm? Ok… Na realidade nós ainda vamos discutir sobre isso. Talvez não seja necessário. Chega aqui, Malvada.
Stuart (sussurrando): Mestre, faça alguma coisa. Não deixa que a Selénia leve a melhor!
Lunático: Não te preocupes. Eu tenho sempre um plano em mente!
Stuart: Então do que é que está à espera?
Lunático: Que uma delas me reviste.
Stuart: Tem a ver com o plano?
Lunático: Não. Hmmm.
Hospedeira (regressando): Depois de muita ponderação, nós não vos vamos revistar.
Lunático: Bah! Saibam então que eu tenho uma metralhadora laser no meu bolso do lado direito e está pronta a disparar caso não me passem a revista.
Selénia: Não, não tens.
Lunático: Pois não, mas tenho um tamagochi e vou atirá-lo contra vocês se não desistirem.
Selénia: Não acertavas daí.
Lunático: Talvez. Talvez não me interesse sequer em acertar, porque… vocês não têm uma revista de receitas na mão, mas sim… um boné da nike!
Stuart: Tcharaaaaan!
Lunático: A verdadeira revista está entre a bagagem que levava no avião.
Stuart: Tcha tcha tcha tchaaaaan!
Selénia: Isto NÃO é um boné da nike!
Lunático: É sim.
Selénia (estalando a língua no céu da boca e acenando que não): *Nhck nhck nhck nhck*
Lunático: Ok, não é. Mas também não é uma revista… é uma tábua d- Está ali um rato no chão! Olha ele vai trepar-te pelas pernas acima!
Stuart (imitando os violinos no Psycho): Nhi! Nhi! Nhi! Nhi!
Selénia: Calem-se e sigam-nos.
Homem atrás do balcão (apontando-lhes uma arma): Ninguém sai daqui! Isto é um assalto! Todos para o chão! Já!

Todos deixámo-nos cair. E foi aí que tive uma boa ideia.


Última Parte Última Parte

Selénia: Você não devia estar desmaiado por causa da minha corda invisível?
Homem atrás do balcão: Cala-te! Tu falas muito! … Tu que falas menos, abre a caixa registadora e passa-me a massa!
Hospedeira: Eu?
Homem atrás do balcão: Despacha-te mas é!
Stuart: Porque é que o amigo vai assaltar o seu próprio café?
Homem atrás do balcão: O meu café?
Stuart: Sim. Qual é o objectivo?
Homem atrás do balcão (começando a limpar a arma com o pano dos copos): Olha, pois é. Devo ter batido com a cabeça no chão quando desmaiei, eheh. Vá vizinhos, voltem à vossa vida.
Selénia (levantando-se, tal como todos os outros): Vê se com cada um! Bem, sigam-nos.
Lunático: Não. Acabaste de perder a vantagem, miúda. Eu apanhei a tua Camaleão enquanto nos atirávamos todos para o chão.
Selénia: Não!! Seu filho da avó!
Lunático: Troca por troca. Tu dás me a revista e eu a tua preciosa corda.
Selénia (tentando-se manter calma): Dá me a corda então.
Lunático: Não. Primeiro a revista.
Selénia: Eu não confio em ti!
Lunático: Cala-te e passa-me a revista primeiro.
Selénia (atirando com a revista para a cara do meu mordomo): Pronto! ‘Tás satisfeito!?
Lunático: Ainda não.

E então abri uma janela e fiz um movimento brusco com o braço como quem atira com qualquer coisa.

Selénia (correndo lá para fora desesperada): NÃO!! Seu monstro!!
Hospedeira (saindo também): Espera por mim, Sel!
Stuart: Que plano perspicaz, senhor!
Lunático (orgulhoso): Eu sei.
Stuart: Diga-me só uma coisa. Você chegou mesmo a apanhar a Camaleão dela?
Lunático: Não. O mais certo é ela ainda a ter na mala.
Stuart: Eheheh!
Lunático: Agora que tens a revista de receitas de volta, diz-me o resto da receita do béarnaise de lesmas vampiras na grelha.
Stuart: Hmmm… Espere só um momento… Ah! Depois dos Power Rangers lavam-se com água e sabão.
Lunático: E depois vão à grelha?
Stuart: Não. Como é que elas poderiam ir à grelha se os esquimós não as têm?
Lunático: Então mas porque é que…? Bah, esquece. Vamo-nos embora deste sítio.

E apanhámos então o avião regressando de vez ao Mundo Imperialium.


Punchline:

Por falar em aviões, vocês sabem porque é que um cão entra dentro de um hangar militar? Porque… HEY! Eu não escrevi isto! O meu final era diferente, caramba! Alguém andou aqui a mexer! Com licença que vou falar com o Sr. Stuart.

LNTC
UÁIO