sábado, agosto 27, 2005

Imperialium 60k9 Primeira parte - Midd

“Data: 20/2/60009

Hora: 8:46

Localizamos os invasores Neoclipsios e preparamos para lançar um ataque, segundo forças de reconhecimento é apenas um pequeno grupo, os pontos critico são dois mechs de suporte, estão completamente armados e prontos para a defesa, precisamos de os eliminar antes de podermos avançar para o que parece uma escavação arqueológica ou um circo, o que um circo fará aqui? Talvez drogas, não sei o que eles procuram aqui mas não podemos permitir, foi-me dado um pelotão de recrutas, parece que os anciões querem os treinar rapidamente em combate, para os preparam para “grande escuridão” que prevêem, eu não me interesso por isso apenas acho que é um desperdício de soldados e de stripers.

Neste momento estamos a pouca distância do nosso inimigo e esperamos apenas a chegada de reforços e daquelas coisas bege…”

O exército preparava-se para o confronto, o Middnight vestia a sua grande couraça, todos os soldados preparavam as suas armas, possuíam pouco armamento de fogo, tinham poucas armas de alto calibre, tudo dependia nos seus reforços, passado um tempo ao longe vê-se sinais de movimento, aproximando-se mais soldados armados com miniguns e dois Ripers, tanques de guerra cada um com uma metralhadora de alto calibre, altamente devastadores contra infantaria. Aproximando-se da tenente, o Middnight dirige-lhe a palavra:

- É bom vê-la aqui tenente.
- Para com as merdas Midd, dá cá um abraço. – Responde a mulher.
- Ah Cassandra, ainda bem que te puseram finalmente na frente. – Diz o Líder satisfeito
- Não te ia deixar desprotegido pois não, salvastes-me daquela cessão de fiel e infiel, estou eternamente grata para contigo… eternamente mesmo.
- ahahah e como é que estão as coisas na capital?
- Há uma falta de mesas. – Responde a tenente
- Pois…
- Yah…
- Mas ainda bem que trouxestes os Ripers, vão nos dar uma boa vantagem. É penas não termos stripers, podíamos vencer os nossos inimigos com luxúria
- Quais são as tuas ordens.
- Vamos avançar, rebentar com aqueles montes de sucata.
- Central, central comuniquem – Fala a Cassandra para o seu transmissor. – Quero pedir um ataque aéreo sobre as seguintes coordenadas… 23.46.56.54.23.45.6.34.12.75.43.45… eu acho que eles deviam reduzir isto para menos dígitos – depois dirigindo-se para as tropas aos gritos. – Ora bem seus montes de estrume, é hora de prepararem para o ataque meninas! Não quero ver ninguém a chorar por ter unhas partidas, toca a acordar e a cheirar a morte que paira no ar, vá! A levantar. EI GEREMIAS, NÃO TE PONHAS A VESTIR OS COLANS AQUI! ESTÁS EM GUERRA.
- Mas eu sou o recruta mais afemininado e vou manter esse titulo por muito tempo. – Desculpava-se o soldado.
- Não quero saber, tu larga esse batom e ganha tomates como o resto das tropas! – Grita Midd para o soldado. – Isto é… excepto como a Cassandra, ela deve ter ganhado mais mamas… tomates não… quer dizer, é a única coisa com forma de…. Não lhe iam crescer os olhos pois não?
- Ah está melhor – afirma ela

As tropas Vargtidianas avançam pelo desfiladeiro ao encontro dos Neoclipsios, três naves cruzam os céus rapidamente, deixando cair três bombas, uma acerta um dos mec’s em cheio enquanto as outras falham absolutamente o seu alvo, apôs a queda das bombas e uma rápida reorganização os Neoclipsios abrem fogo sobre o exercito que avançava. Alguns Vargtidianos são atingindo e caiem logo no chão os restantes lançam-se para o chão, tiros são trocados durante um bom bocado são ordenas dois assaltos de Ripers não causando grandes estragos nas forças inimigas, a batalha torna-se mais intensa vendo que reforços chegam da parte inimiga, mas o ponto de torno dá-se, um dos inimigos levanta-se por de trás da sua protecção e grita “seus fornicadores!”, do outro lado um Vargtidiano rapidamente prepara a sua pistola e dá-lhe um tiro mesmo no crânio gritando “Issto é o que levas por descriminares ninfomaníacas”, após isso o Middnight ordena mais duas rajadas de metralhadoras serem disparadas, as defesas dos Neoclipsios cedem e tropas são atingidas pelo ataque dos Ripers, perdendo moral as tropas inimigas começam a retirar. Levantando-se rapidamente e determinada a Cassandra lança-se contra as tropas inimigas correndo contra as balas que os Neoclipsios disparavam, ela salta contra o mechs que retirava e crava-lhe a espada pela sua couraça, em seguida apanhando um tiro no capacete ela cai largando a espada, o mech severamente danificado acaba por sucumbir, ela retira-o rapidamente por lhe estar a fazer comichão e consegue ver dois guerreiros de Elite Neoclipsios a retirar, o resto das tropas Vargtidianas avançam pela ravina poeirenta lançando-se contra os invasores e então a Cassandra espirra.
A batalha decorre por mais algum tempo, até que o Midd, recebe uma transmissão das tropas que ficaram a proteger a retaguarda.

- Líder… estamos …. atacados por SSS’s…. Nós precis…. Ajud…. o r…. roeu…. da garr… d….. da… ssia – e assim a transmissão
- Porra parece que toda a gente quer enrabar os Vargtidianos hoje! – Grita o Líder irritado, apenas interrompido pelo Gremias.
- Líder eu por acaso gostava d…. – é calado por a pistola de Middnight na boca dele e o disparo furando-lhe a cabeça.
- O.K. que isto sirva de lição! Queremos cá homens com tomates! Pelo menos um… desde que tenham! Ah e mulheres com mamas grandes! – Os soldados começam a ganhar um sorriso na cara – não! Não é por isso… para isso temos o bar de stripers que é o que temos de proteger agora.
- Eles estão a atacar o bar de stripers?! – Diz um soldado chocado. – Não os podemos deixar conquistar esse território. – Grita outro. – O BAR DE STRIPERS! OU A NOSSA VIDA! - Gritam os soldados em conjunto enquanto lançam-se para a próxima batalha deixando o Midd e a Cassandra sozinhos.
- Bem eles estão incentivados. – Diz a Cassandra.
- Achas que eles sobrevivem?
- Interessa-te?
- Bah… nem por isso. – Responde o Líder
- Sabes o que me apetece fazer agora? – Pergunta a Cassandra com ar depravada
- Tu, não queres fazer isso não!
- Quero sim. - Diz ela continuando com um ar de depravada
- Aqui? No meio do nada onde qualquer pessoa pode ver.
- É já aqui! – Diz ela tirando uma caixinha da sua armadura multiuso.

“Data: 20/2/60009

Hora: 11:50
Demorou mas finalmente eu e a Cassandra acabamos, ela nunca me tinha dado tanto trabalho antes, mas agora podemos concentrar-nos na batalha que provavelmente ainda decorre, pois estamos mais aliviados e mais. Á tanto tempo que não dava uma cartada destas, com a guerra e tudo não dá oportunidade para fazer estas coisas.”

Então Middnight e Cassandra correm para se juntar a batalha no bar de strip, mas ao chegarem lá as suas tropas já tinham expulsado os invasores e agora a maioria dos soldados já se encontravam no chão, podres de bêbados e talvez alguns já em coma alcoólico, enquanto o Líder avançava pelo campo de batalha cheio de soldados no chão ele perguntava-se o que estariam as duas forças inimigas a fazer no seu território, perguntas que teriam de ser respondidas por o concelho de anciões, então esperando que as tropas retomassem os sentidos, tanto o Midd como a Cassandra vão para o bar de stripers, conhecido pelas suas propriedades regenerativas, quando as tropas voltam aos seus sentidos, então começa a marcha para a cidade.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Imperialium 60k9 Primeira parte - NZL

Num desfiladeiro no território inimigo um pequeno acampamento de Neoclipsios tinha começado uma escavação, dois robôs conhecidos como Mechs guardavam a entrada em conjunto com um pequeno número de tropas e o General Das Iscas, dentro do acampamento e a supervisionar a escavação o Líder Nerzhul escrevia no seu diário:

“Data: 20/2/60009

Hora: 6:00

Invadimos território Vargtidiano em busca de um valioso e antigo artefacto, os nossos cientistas disseram-nos apenas que era um valioso artefacto cheio de super poderes, que poderia virar o curso da batalha que já decorria a séculos, destruí-mos uma pequena habitação bárbara na nossa vinda para aqui, por isso temos de ser rápidos porque deverá haver uma retaliação em breve, neste momento estamos a proceder as escavações que estão a decorrer num ritmo lento, mas tenho de considerar as vidas dos meus homens, prefiro ter os mechs como defesa do que ser apanhado de surpresa enquanto eles tiverem a escavar.

P.s.: tenho de me lembrar de comprar laranjas”

Dirigindo-se para os soldados que escavavam o mais rápido que podiam, o Líder incentiva-os com promessas de mulheres com narizes bonitos e cartilentos:

- Vá lá rapazes não queremos ficar aqui o dia todo pois não?

- Não senhor! – Respondiam os soldados a escavar.

- Despachemo-nos para voltarmos para as nossas mulheres com narizes agradáveis!

- Yeah! – Gritavam os soldados. – E laranjas

O Nerzhul continua a andar de um lado para o outro, esperando que mais cedo ou mais tarde encontrem o artefacto. A tenção crescia pois por cada minuto que passava havia hum risco maior de um ataque por forças Vargtidianas, mas continuavam sem encontrar nada, nervoso, Nerzhul contacta via rádio o General Das Iscas, que protegia a única entrada para o local da escavação:

- Das iscas, comunica.

- Das iscas aqui Líder. – Responde o general.

- Como está a situação ai?

- Demasiado calma senhor, não há um único sinal de inimigos e já esgotamos o stock de laranjas. – Mudando o tom para um tom de loucura – mas se houverem eu mato-as a todas, todas, todas

- Estas a falar das laranjas?

- Errr… desculpe líder, foi um lapso

- Calma Das iscas, só precisamos de protecção até descobrir-mos o artefacto.

- Sim Sr.

- Se acontecer alguma coisa comunica.

- Sim Sr. Já agora Sr. Sabe que tipo de artefacto procuramos?

- Não, provavelmente uma arma super poderosa ou um vasto exercito de super mutantes que lançam radioactividade dos dedos após consumirem muitos pêssegos, mas não tenho a certesa. Volta ao mas é ao trabalho porque não te pago para fazer tricô

- Como é que….. Sim Sr.

“Data: 20/2/60009

Hora: 8:30

A escavação continua e começa a ser mais árdua, pois começa-se a descobrir ruínas por baixo da terra, blocos de pedra e aço, parece que um edifício se encontrava na localização, não temos a certeza do que se trata mas deve ser aqui que se encontra o artefacto, rezo a Rita e ao Grande nariz que o artefacto apareça, estar neste local dos bárbaros deixa-me com comichão no pé e o dedo miudinho dormente”

Ouvem-se sons altos vindos do céu e olhando para eles, vêem-se 3 naves a passar por cima do desfiladeiro e de repente ouvem-se três explosões ao longe, rapidamente o Nerzhul, entra numa tenda e pega numa arma, contactando de imediatamente o General Das Isca.

- Das Iscas, qual é a situação?

- Chupa-chupas e caramelos é que não é de certeza – Responde o General Zé enquanto se ouvia sons de tiros.

- Eu vi três naves a passarem por aqui, o que se passa, largaram presentes?

- Sim, como laços rosa e ursos no papel de embrulho

- Que insoburnação é essa General? Santa Rita, não nos amaldiçoes dessa maneira

- desculpe general é que são Vargtidianos e montes deles, estão bastante bem protegidos pelos destroços no desfiladeiro.

- Ok, eu vou para ai e levo reforços. Aguenta o que puderes.

- Sim, Sr.

O Nerzhul reúne uns quantos homens e corre para a defesa do perímetro, tiros ouviam-se por todos os lados, conforme chega a entrada procura protecção por entre as pedras e crateras assim como os soldados que já defendiam estavam a fazer, um dos grandes mechs disparavam balas de duas rotativas, queimando munição como se não houvesse amanhã, o outro mech, só sobravam as patinhas, parecia que tinha apanhado com uma bomba mesmo em cima, o Nerzhul rapidamente dirige-se para perto do General para trocar informação.

- Qual é a situação general?

- Não é boa, meu líder, imensos Vargtidianos estão sobre protecção das caracteras e rochas.

- Nós temos poderio de fogo superior ao deles. Qual é o problema?

- Eles são mais e têm dois ripers do lado deles, já sofremos 4 rajadas das suas metralhadoras. E tivemos sorte não ter furado pela pedra, tivemos de recuar, o mech foi atingido no lança rockets

- Não temos aqui nenhuma arma com explosivos? – Grita o Nerzhul para o resto do seu esquadrão. – Parece que não estes Vargtidianos, como é que eles conseguem ter tantas tropas.

Um dos soldados levanta-se, põe-se em cima de uma pedra e grita para os inimigos “Seus fornicadores!” ao dizer isso leva com dois tiros uma acerta-lhe no peito apenas furando a pele e não passando pela sua armadura, o outro acerta-lhe no olho furando o seu crânio fazendo-o tombar logo, enquanto do lado inimigo ouvia-se “Isto é o que levas por descriminares ninfomaníacas”, o tiroteio continua mais duas rajadas de metrelhadora são lançadas, desta vez furando algumas pedras e fazendo algumas baixas no exercito, o Nerzhul não querendo perder mais tropas manda a sua equipa recuar, conforme começam a recuar, um guerreiro Vargtidiano ergue-se e começa a correr em direcção aos Neoclipsios em fuga, vários tiros são disparados contra esse soldado, apenas acertando na sua armadura, quando chegou a distancia suficiente o soldado apesar do enorme peso da armadura dá um enorme salto e com uma espada de plasma perfura a carapaça do mech ao embater nele, deixando a sua espada no mech avariado, cai no chão, um do Neoclipsios recua para matar o soldado caído, mas é surpreendido quando esse soldado saca de uma pistola e fura-lhe o crânio. Enquanto o Nerzhul contactava a equipa de extracção, ele olhava para aquele guerreiro levantar-se, perante uma onda de soldados Vargtidianos que corriam pelo desfiladeiro após o segundo mech ter caído e após se levantar retira o capacete danificado e o Nerzhul vê algo que não esperava. Vendo que não poderia acabar este combate, recua para a zona de escavação onde se debate valorosamente contra os imensos números de inimigos, até que um grito de retirada se ouve do lado oposto e os Vargtidianos cessão fogo começando a recuar. Exaustos e com poucas munições os Neoclipsios ajudam todos na escavação para desenterrar o artefacto, até que finalmente o encontram. Pedindo evacuação, 3 naves de transporte aparecem rapidamente, carregando o artefacto e muitos dos seus materiais, os Neoclipsios a bordo das suas naves finalmente dão um suspiro de alívio estando fora do alcance dos Vargtidianos.

“Data: 20/2/60009

Hora: 11:26

Esta missão não foi sem riscos, perdemos poucos homens e dois mechs, já custou o suficiente, esperemos que este artefacto seja suficientemente bom para a nossa causa, observando-o parece um caixão, não sei o que poderá ele conter lá dentro, mas isso é para os nossos cientistas descobrirem.

Noutro assunto, tenho de dar graças a Rita, por ter sobrevivido neste dia, porque se os meus olhos não me enganaram, poderíamos estar em maus lençóis, é lógico que ela estivesse do lado deles, mas nunca esperei ver um ataque liderado por ela, tanta selvajaria, percebo porque é que sempre foram chamados as “bestas” só espero é não ter emoção destas nas próximas horas, agora só preciso de uma boa imperial e um bom nariz… e não me posso esquecer das laranjas”

As naves abandonam o território enquanto os Vargtidianos lutam outra invasão nas suas terras.

domingo, agosto 07, 2005

Cover de Whitered Leaves: "Cliffthorn: Chegada e Partida"

Este post é uma adaptação, ou se preferirem um completo assassinato, de um post originalmente feito pelo Midd que pode ser encontrado AQUI! Agradeço por isso ao Midd o post original e ao seu Blog Withered Leaves, onde o post pode ser encontrado. É claro que eu recomendo o post do Midd e não este cover, cujas semelhanças com o original não vão para além do título e algumas personagens.


NZL

(Post Anterior)
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Cliffthorn: Chegada e partida


Por entre montes e vales, marchava silenciosamente o segundo pelotão de Lazindur na sua caminhada de um dia até Cliffthorn. Nesse pelotão, encontrava-se Alexandra Wolfrage, uma delicada e graciosa guerreira cujo sangue borbulhava com a expectativa de poder empalar cruelmente os traidores de Mireti e deixar as suas carcaças apodrecer no meio do deserto. No entanto, nem todos os soldados partilhavam dessa sua insaciável sede por guerra. A maioria deles tremia com as simples árvores que delimitavam o caminho por onde o pelotão passava. Falavam inclusivamente de uma emboscada... bah.. noobs..
Alexandra, sempre vigilante, liderava o grupo seguindo de perto o comandante do pelotão.

Após várias horas a caminhar pela A5, o sol tinha já desaparecido no horizonte e ainda não havia sinal de Cliffthorn. Como os soldados começavam a ficar com fome, com sede e alguns com vontade de ir à casa-de-banho, o comandante do pelotão acabou por admitir que estavam perdidos e resolveu parar numa estação de serviço para pedir indicações.

Alexandra (lendo alto um sinal): A próxima é da Shell e fica a mi...

Subitamente, algo interrompe o discurso de Alexandra que fica petrificada a olhar para o céu. Não queria acreditar naquilo que lhe pareceu ver. Passados alguns segundos de assombro, baixou o olhar para o resto do pelotão e todos os soldados pareciam comportar-se naturalmente como se nada tivesse acontecido. Atribuiu a sua alucinação à falta de visibilidade da noite cerrada e prosseguiu:

Alexandra: ... e fica a mil metros daqui.

Mil metros depois, os cansados soldados sentavam-se desordenadamente junto às bombas de gasolina. Quando Alexandra viu o seu comandante entrar no pré-fabricado onde se paga a gasolina, levantou-se e foi a correr atrás dele. Quando entrou, já ele abrira o mapa em cima do balcão e ouvia atentamente as explicações da mulherzinha:

Mulher: Nordeste meu grande animal! Nordeste! Devias ter virado aqui neste sítio!
Comandante Abutre: Mas no outro post não dizia...
Mulher (apontando ferozmente para o mapa): Mas era para aqui! Não estás a ver aqui escrito Cliffthorn? Óh!...Óh!...Cliiiiiiffeeeeeteee-Hooooorneeeeee, meu grande corno! Estão os gajos lá à vossa espera à entrada da vila e vocês daqui a bocado já iam em Cascais. Jeez!
Alexandra: Posso dar-lhe uma palavra em privado comandante?
Abutre (dirigindo-se à mulher): Só um momento.

Afastaram-se alguns metros da mulher, que continuava a gesticular e a berrar contra a incompetência do comandante do pelotão.

Alexandra (segredando): Aquela mulher não lhe parece algo estranha?
Abutre: Como assim?
Alexandra: Como assim?!?
Abutre: Deixa ver... (olhou a mulher) Não, não noto nada estranho...
Alexandra: Nem o facto de ter os dentes todos podres, pêlos pelo corpo todo, tresandar a esgoto e ter a pele completamente verde?
Abutre: Ah........... isso... bem, eu era capaz de a comer na mesma.
Alexandra: Não duvido! Mas o que eu lhe estou a tentar dizer é que essa mulher é da raça dos Orcs! Os nossos inimigos, lembra-se?

Num ímpeto raríssimo, o Comandante Abutre resolve agir, ainda que sem saber muito bem o que fazer, e aproxima-se do balcão onde estava a mulher verde.

Abutre: Olhe, desculpe lá minha senhora, mas aqui a minha amiga Alexandra acha que você... bem, ela acha que err.. você é uma orc...
Mulher: Só um momento.

De um momento para o outro, a mulher baixa-se atrás do balcão e desaparece da vista de todos, para reaparecer de seguida com uma máscara de urso na cara.

Mulher (pouco convincentemente): Roar...
Abutre (virando-se para Alexandre): Vês? Não há nada a recear, ela não é um Orc mas sim um... Um... Urso????

Ágil que nem um milhafre real, o Abutre roda sobre si ficando de costas para a mulher, e procura na sua mala um amendoim que atira brutalmente para a parede oposta da estação de serviço. Em seguida deita-se no chão e fica à espera, apontando o seu revólver ao amendoim. Esperou, esperou, esperou, e como o seu alvo não apareceu, levantou-se lentamente e virou-se para trás. Deu de caras com a mulher orc com uma espada atravessada no seu pescoço.

Alexandra (retirando a espada da goela da orc): Agora deu-lhe para brincar com amendoins foi?
Abutre: Eu... ahm... queria ver se... ahm.. era possível uma amendoeira crescer num posto da Shell....... ahm.. em 20 segundos.... e sem cogumelos, ou o que quer que seja que as amendoeiras comem.
Alexandra: E?
Abutre (retirando uma amendoeira da sua mala): Pelos vistos é possível, está a ver?
Alexandra: Sim senhor... deveras interessante. Só há um pequeno senão... As amendoeiras dão amêndoas, não amendoins.
Abutre: Pois... mas o amendoim que eu plantei é diferente. Ele.. ahm.. tinha amêndoas por dentro. Senão como é que explica esta amendoeira que eu tenho na mão?
Alexandra: Isso é uma erva daninha dentro de um vaso partido.
Abutre: Exactamente. Então tenho razão ou não?
Alexandra: ??
Abutre: Obrigado por admitir que tenho razão. Vamos. Quero chegar a Cliffthorn antes de o sol nascer.

Já o seu comandante tinha saído da estação, quando Alexandra resolveu parar para examinar aquela orc. Chegou à conclusão que ela era feia. Muito feia mesmo. Para além desse pormenor que salta um bocadinho à vista, reparou que esta também possuía um medalhão ao pescoço e arrancou-o cuidadosamente, não fosse ela regressar do mundo dos mortos e pedir-lho de volta. Preparava-se para analisar o medalhão em pormenor, quando reparou que o seu pelotão já se tinha feito à estrada. Guardou a jóia na sua algibeira, e saiu apressadamente.

Horas depois, o pelotão chegava aos portões de Cliffthorn. No entanto, a entrada estava barrada por, surpresa das surpresas, dois estranhos seres de cor verde, com a excepção que estes mediam pouco mais de um metro.

Abutre (falando exageradamente alto para que Alexandra ouvisse): Ahah! Esta pele de cor verde não engana ninguém! Estamos perante orcs!
Alexandra: Eu acho que...
Abutre: Eu sei perfeitamente o que está a pensar Alexandra. É escusado mandar o pelotão todo para a frente para atacá-los, pois eles nem sequer estão armados. (dirigiu-se a um soldado que estava directamente atrás de Alexandra, olhando para ela de forma comprometedora) Tu, como te chamas?
Sozand (tirando as mãos dos bolsos): Eu não estava a fazer nada!!!
Abutre: Está bem. Como te chamas?
Sozand: Sozand senhor!
Abutre: Muito bem Soldado Sonasol. Pegue numa espada e elimine aqueles dois orcs ali à frente.
Alexandra (enquanto Sozand arrancava): Mas comandante eu acho que eles...

Sozand, com uma vontade enorme de se exibir à frente de Alexandra, partiu para eles brandindo a sua espada no ar. Estava apenas a alguns metros deles quando se deteve imobilizado. Perante o espanto de todos, os dois seres fixaram o seu olhar no Sozand e, passado alguns segundos, uma onda magnética surgiu do olhar dos dois seres e penetrou o crânio de Sozand como se este fosse feito de manteiga. O que aconteceu de seguida foi indescritível. O crânio de Sozand começou a aumentar de volume, ficando várias vezes o seu tamanho original, até explodir num surpreendente espectáculo de sangue e carne, projectados em todas as direcções.

Alexandra (terminando a sua frase): ... não são orcs.
Abutre: Ai o caraças... então primeiro dizes-me que é verde logo é orc. Agora vejo dois bichos verdes e feios como pigmeus e dizes-me que não são orcs. Agora são o quê? Marcianos?
Alexandra: Marcianos não digo. Mas são sem dúvida de outro planeta. Veja ali.

Alexandra apontava para um enorme disco voador, o mesmo objecto que ela tinha visto a sobrevoar a sua cabeça, horas antes, parado no estacionamento do Mini-preço que ficava junto à muralha de Cliffthorn, da parte de dentro. Possuía por baixo do limpa pára-brisas uma multa por estacionamento ilegal, uma multa pela falta do comprovativo de pagamento do imposto automóvel, uma multa pela falta de seguro e uma multa pela ausência do colete de segurança. Quando os extraterrestres se aperceberam dessas quatro multas, dirigiram-se ao Multibanco para efectuar o devido pagamento destas, deixando a muralha desprotegida. Apercebendo-se disso, o Comandante Abutre deu ordens para que todos entrassem na aldeia, o que fizeram em bicos de pés para evitar atenções indesejadas.

Chegados à aldeia (entretanto promovida a cidade), Roel encontra Alexandra que estava a passar pelas brasas, e acorda-a com um abanão.

Roel: Tu estás bem?
Alexandra: Cough! Cough!
Roel: Está tudo bem contigo?
Alexandra: Cough! Cough!
Roel: Tens os ossos todos?
Alexandra: Cough! Cough!
Roel: E as cartilagens?
Alexandra: Cough! Cough!
Roel: Foste roubada ou violada?
Alexandra: Cough! Cough!
Roel: E horas tens?
Alexandra (recompondo-se do seu ataque de tosse): São 6:53. Acho que tenho de largar o tabaco.
Roel: Ouvi dizer que mataste uma orc sozinha. Conseguiste-lhe fanar alguma coisa?
Alexandra (tirando da algibeira o medalhão): Apenas este medalhão.
Roel (arrancando-lho da mão): Uhh que giro... isto deve valer umas coroas no mercado negro. Olha, tem uma foto cá dentro. Dois orcs abraçados, que fofo!
Alexandra: O que sabes sobre orcs?
Roel: São... ahm.. verdes...
Uma voz: Isso é porque derivam de uma espécie superior. A verdade anda por aí. Só vê quem não quer.

Perante eles estava uma figura obscura, com um largo sobretudo cinzento e cara de quem não dormia há alguns dias.

Alexandra: Quem é você?
A figura: A verdade anda por...
Alexandra: Você é a verdade?
A figura: Não. Mas ela anda por aí.
Roel (olhando para todos os lados): Onde?
A figura: Por aí. Pelos cafés, pelos bares de strip, pelos casinos. Enfim, por todo o lado.
Alexandra: Parece ser uma maluca...
Roel: Também anda pelas igrejas?
A figura: Isso já não sei.
Alexandra: Quem é você afinal?

A figura sai da escuridão e aparece finalmente, por entre um nevoeiro insondável.

A figura: O meu nome é Mulder. Rolan Mulder. E ando à procura da verdade.
Alexandra: Pensei que você sabia onde ela estava.
Mulder: E sei. Só que ela tem andado incontactável.
Alexandra: Ah... compreendo... Você estava a falar algo sobre uma espécie superior?
Mulder: Exacto. Todos estes orcs são originários de marcianos, que são a sua espécie mãe. Os marcianos são muito mais pequenos e parecem muito mais serenos e leves, uma vez que não usam armadura.
Alexandra: Como sabes isso tudo?
Mulder: Eu trabalho, ao contrário de ti sua preguiçosa desleixada.

O nevoeiro misterioso volta a aparecer do nada e Mulder afasta-se, desaparecendo no meio dele. Minutos depois, o comandante reúne o exército na praça e faz um comunicado aos soldados:

Abutre: Soldados! Esta é Agente Lynn Scully, doutora licenciada em medicina, agente especial do FBI, e o seu colega, Agente Rolan Mulder, licenciado em psicologia, também oficial do FBI. Eles indicar-vos-ão a conduta oficial de agora em diante.

Scully: Temos a anunciar que o Agente Mulder descobriu finalmente quem lhe roubou os donuts na festa de anos da Solange, que é aquela gaja que aparece em todo o lado, mas nunca ninguém sabe quem ela é, no fim-de-semana passado. Para além disso, descobriu também uma base comum de orcs e marcianos que pode vir a tornar-se um perigo para nós. Em seguida, vamos criar uma pequena equipa para recuperar os donuts do Mulder. Ah, e para matar os maus verdes.

Mulder, que ficou encarregue de seleccionar os membros da equipa, seleccionou uns quantos a eito, deixando tanto Alexandra como Roel de fora. No entanto, Scully chamou-lhe a atenção para Alexandra e disse que ela era capaz de fazer falta. Em seguida, piscou o olho a Alexandra fazendo-a sentir um pouco desconfortável. Estando a equipa formada, Roel dirigiu-se a Alexandra e pediu-lhe que esta lhe trouxesse uns quantos donuts com recheio de chocolate. Ela assim prometeu e despediu-se dele, juntando-se a Mulder.

Alexandra: Por que raio é que me chamaste preguiçosa?
Mulder: Apeteceu-me, porquê?
Alexandra: Eu? Preguiçosa? Estás a insultar-me!
Mulder: Não estou nada, e que raio de confianças são essas? Tratares-me por tu?
Alexandra: Ok, sabes que mais? Esquece. Eu sei que estás a tramar alguma. Queres vigiar o que eu ando a fazer em privado, não é? Andas para aí a dizer que vês OVNIS nos chuveiros, não? Por acaso eras tu que estavas a espiar-me no outro dia quando eu estava a tomar banho?
Mulder: Eu? Não. Acho eu. Espera, tu moras onde mesmo?
Alexandra: Humpf... esquece.
Mulder: Esta gaja consegue ser mais paranóica que eu.

Por fim, chegam ao sítio onde supostamente os orcs e os marcianos estavam. À entrada do desfiladeiro começa-se a ouvir uma discussão sobre a maneira como os jovens de hoje são irresponsáveis ao ponto de se negarem aos direitos da democracia. Alguns orcs diziam inclusivamente que se os jovens não votam, talvez estejam interessados numa nova ditadura. Com um sentimento de culpa adicional, os abstinentes soldados entraram no inóspito covil.


Adaptação de: NZL

Post original de: Midd