domingo, maio 16, 2004

Contos de Terror do Mordomo Stuart (5º Conto)

"E se no Mundo existissem criaturas ferozes, com força física colossal, inteligência sobrehumana e com pior feitio que o Zé Mortinho?", começou Suart, a narrativa do seu conto mais polémico, ontem à noite. "E se existissem criaturas gigantescas, com garras e presas descomunais, capazes de furar rocha? E se existissem criaturas com patas tão grandes, capazes de derrubar a maior das árvores? E se todas estas capacidades se juntassem só numa única besta, juntando o facto de o seu ronco ser mais brutal e assustador que a voz do Shagráfo dos Deemhu?". Fiquei tão assustado com esta introdução ao conto, que até perdi a capacidade de raciocinar. "Ok, traz me lá uma lata de Cocaine Glue que estou com sede". Stuart ignorou o pedido e continuou a narrativa. "Essas bestas descomunais, titânicas e com grande sentido de camuflagem são, obviamente, ... os Ursos!". "Brrr! Que medo! A minha bebida, quando é que a trazes?". Stuart, indignado, deu me uma canelada e mandou-me calar. Depois iniciou a sua narrativa, mas de um modo parateatral. E devo confessar que era aterrador, mas a merda da canelada tinha me aleijado. "Dasse"! Antes era o fiambre demoníaco, agora até o marreco do mordomo me dá porrada... Onde é que isto irá parar?!

Lenda dos Cavaleiros BAU (Brigada Anti-Ursos)

Os BAU eram seis cavaleiros destemidos, escolhidos pelo Rei Malaquias, para enfrentar as bestas que aterrorizavam as suas terras. De arbusto em arbusto, os Ursos iam ganhando cada vez mais avanço sobre os humanos e nada os conseguia deter. Os Cruzados Negros, mas que de vez em quando se vestiam de azul, branco e castanho, tinham perdido contra aquelas criaturas infernais. Os BAU eram a única esperança para aquele inteiro povo. Eles, em 23 de Março de 932 Depois da Era Comum, cinco anos depois de se unirem, seguiam uma pista, pista essa que acreditavam que os ia levar ao covil dos Ursos.


Filipe, el Parvo: Aqui está um bom local para acamparmos.
Rumba: Também acho, irmãos. Fiquemos por aqui. (diz, enquanto se senta a ler a Bíblia)
Abutre: Será que há por aqui comida...?
Goth: Ali estão umas árvores, talvez umas tenham frutos.
Abutre: Não é isso... Eu referia-me a gajas!
Rumba: Sempre a pensar nisso, pah! Tu até enervas um santo!
Nerzhul: Por acaso umas pitas davam jeito para rituais...
Abutre: Tu deves ser uma testemunha de Jeovah, oh Rumba!
Nerzhul: E então se viessem com vestes cor-de-rosa, ui...!
Rumba: Não é nada disso! É que tu, Abutre, és um depravado do caraças! Dizes ser crente em deus, mas pergunto-te eu, já pediste a deus para te ajudar nesse ponto? Para te livrar da tentação?
Abutre: Eh pá, um homem não é feito de ferro. Eu não consigo resistir à tentação...
Goth: (divagando) A tentação a que todos somos sujeitos, mas que nenhum de nós é capaz de resistir. A tentação à noite, à lua, à escuridão. Pelo menos falo por mim, pois eu, como criatura das trevas, abraço este momento e entrego-me a ti, noite, minha companheira, protege-me sobre o teu manto negro.
Rumba: Pois, pois, Abutre...! Nunca pediste auxílio a deus para suportar a tentação!
Filipe, el Parvo: Paremos com isto! Vamos fazer algo de útil como...
Nerzhul: Roubar as vestes cor-de-rosa a uma pita, para mais tarde fazer rituais com elas?
Filipe, el Parvo: Não! Bora ao E?
Goth: ...
Rumba: Bora aonde?!
Filipe, el Parvo: Ao E...
Abutre: Oh, seu estúpido, nós estamos no século X! Como é que queres ir ao pavilhão E, se ainda nem existe?
Filipe, el Parvo: Eh... Deixem-se de desculpas. Bora lá...
Goth: Depois diz que não gosta da MdFritos... Mentiroso!
Filipe, el Parvo: Não, não gosto! (diz de um modo pouco convicto)
Nerzhul: Ok, vamos todos ao E procurar a MdFritos para o Filipe, mas primeiro terminemos a nossa missão.

E então ouve-se inesperadamente "Bluaaaaaaaahhhhhrrrrrr!". Um Urso ataca os nossos heróis. Estes depois de uma batalha sangrenta vencem-no, ficando só ligeiramente feridos.

Abutre: Malvado bicho! Ia me decepando um braço!
Rumba: Yá! E a mim, que me ia arrancando uma página da Bíblia...!
Goth: Calma! Não estamos todos! Falta um! Nós devíamos ser seis!
Nerzhul: Não! Nós somos seis! Seríamos quatro se não estivesse cá o Abutre, mas como está cá somos seis.
Goth: Ah, sim. Tens razão.
Filipe, el Parvo: Meu deus! Ele tem um pico na meia!
Abutre: Não te preocupes. Não me está a aleijar.
Filipe, el Parvo: Não é isso, cromo! É que pode estar aí um Urso escondido...
Nerzhul: Um Urso de 2 metros e meio escondido num pico de 1 centímetro?
Filipe, el Parvo: Nada é impossível para estas criaturas...
Rumba: Mas...
Filipe, el Parvo: Shhh. Silêncio.

Filipe dirige-se, cautelosamente, para ao pé do Abutre, com a espada na mão esquerda e a adaga de lâmina negra na mão esquerda. É que este não tem mão direita, mas em compensação tem duas mãos no braço esquerdo... pronto! Ok! Eu confesso! Enganei-me! *adaga de lâmina negra na mão direita. Estão satisfeitos!? Enfim, continuando: Filipe eleva a sua enorme espada no ar.

Abutre: Mas... é só um pico...
Filipe, el Parvo: Eu salvo-te, não te preocupes.

E então Filipe, de um movimeto só, corta a perna do Abutre. Cuidadosamente, retira o pico da meia que cubria o pé mutilado.

Filipe, el Parvo: Ufa! Foi falso alarme.
Abutre: Aghhhhh! Seu filho da mãe! Cortas-me a perna só por causa de um pico e dizes que foi falso alarme!? Seu animal! Aggghhhh! Malditas dores!

Surpreendentemente, sai um enorme Urso da perna mutilada. Goth, Nerzhul e Filipe atacam-no, enquanto Rumba trata do ferido. O Urso quebra o cabo do machado do Goth, com um murro e a lâmina salta, girando em direcção do Rumba e do Abutre. Rumba desvia-se a tempo e a lâmina decepa a cabeça do Abutre, matando-o de vez. Nerzhul aproveita este momento de distracção e ataca a cabeça da besta com o seu ceptro, fazendo a perder os seus sentidos.

Rumba: Maldito monstro assassino! Matou o Abutre!
Nerzhul: E agora? Sem ele seremos apenas quatro e não seis!
Goth: Eu ainda não percebi bem essa conta...
Filipe, el Parvo: Vinguemos o nobre Abutre! Matemos a besta!
Rumba: Não. Esperem. Eu tenho um plano melhor...

E então, Rumba, o Evangélico, conta o seu plano, que consistia em esconderem-se e esperarem que o Urso recuperásse os sentidos, para o perseguirem até ao seu covil e exterminarem a raça de vez. Quanto ao cadáver do Abutre, decidiram deixá-lo onde estava, para poder alimentar as aves necrófagas, pois era com certeza o desejo dele.
E assim se sucedeu. O Urso acordou e, sempre se camuflando através da vegetação, foi se dirigindo para o seu covil. Os nossos heróis seguiram-no até se encontrarem numa área desconhecida. Andaram meses e meses, sem saberem em que país estavam. Mas uma coisa era certa: iriam continuar a perseguir a besta, para darem por concluída a sua missão. Nem que tivessem de morrer por isso! Bem, não iremos tão longe... Mas eram capazes de resistir a tortura, com o fim de concluir o seu dever! Tortura também é um bocado exagerado... Pronto, mas uma coisa é certa, dariam a vida do Abutre para ver os Ursos exterminados. Mas o Abutre já estava morto... Não interessa, vocês entenderam o que eu quis dizer...


Estavam eles vagueando por uma floresta, quando encontram dois cavaleiros carregando um canteiro, seguidos de seus escudeiros.

Nerzhul: Boas tardes, nobres e atarefados cavaleiros. Por acaso podiam nos dizer se conhecem por aí, quem sabe, um covil com Ursos?
Cavaleiro da coroa: Boa tarde. Sim, existe um desses covis a nordeste daqui. Mas acautelem-se, pois os Cavaleiros que dizem "Ni!" andam por aí...
Rumba: Isso vemos nós. (diz ironicamente, a apontar para o canteiro)
Cavaleiro do capacete esquisito: Por acaso estás a gozar connosco?
Rumba: E se estivesse?
Cavaleiro da coroa: Pode parecer que não, mas a nossa missão é sagrada! Não andamos aí a caçar Ursos...!
Filipe, el Parvo: Pois, pois, mas pelo menos não parecemos uns idiotas a carregar canteiros... Isso é ridículo, mesmo que tenha sido ordenado pelos Cavaleiros que dizem "Ni!"!
Cavaleiro do capacete esquisito: É isso e a tua mãe!
Goth: O que é que chamaste à minha mãe?
Cavaleiro do capacete esquisito: Não era à tua...
Goth: Pois não! Mas é como se fosse! Nós todos somos como irmãos!
Filipe, el Parvo: Não, não somos...
Goth: Pois não, mas faz de conta.

Enquanto discutiam, passa por eles um jovem com os seus 14 anos, tocando gaita de beiços.

Nerzhul: Olha o puto da gaita!!!
Rumba: Porque é que disseste isso?
Nerzhul: Não sei... Veio-me à cabeça. Mas bora dar lhe porrada?
Goth: Por mim...
Filipe, el Parvo: Eu alinho nisso! Venham vocês também. (disse aos outros cavaleiros com quem anteriormente discutiam)

E então foram todos espancar o pobre moço que, por sinal, devia ser Filisteu. Os nossos heróis demoraram demasiado e perderam de vez o rasto do Urso. Quando chegaram ao covil indicado pelos cavaleiros que tinham encontrado na floresta, notaram que os malditos seres deviam ter sido avisados da sua presença e bateram em retirada. Nunca mais conseguiram descobrir o seu paradeiro.
Mas, actualmente, o futuro do Mundo está depositado nas mãos de outros seis valentes jovens. Descendentes de estes guerreiros lendários (e curiosamente com nomes ou "nicks" iguais), neles estão depositadas as esperanças de todo o Mundo. Eles, sim, darão tudo por tudo, farão o que estiver ao seu alcance, para eliminar as bestas! A BAU está de novo no activo!

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