segunda-feira, março 14, 2011

A trilogia das aventuras dos Todomés (Parte I)

Era uma manhã de Primavera cheia de sol e Varg deslocava-se cantarolando e aos saltinhos ao bunker do neo, inspirado pelo chilrear das andorinhas e pelo grasnar dos patos e pelo croaxar dos sapos (que dizem “Rebarbado Martins, o fim dos teus amendoins!”) e pelo relinchar de um ou outro canário com problemas sérios de identidade.

-Bom dia, caro colega Imperialista! - saudou Varg após carregar no botão do intercomunicador.
- Que fazes aqui? - respondeu neo com os seus bons modos habituais.
- Ora essa, hoje é dia do anual piquenique do Imperialium!!
-...
-...
- ... Do quê?
- Do piquenique?.... anual?.... do Imperialium?......Não?

Fez-se silêncio do outro lado.

- Não me digas que te esqueceste... - acrescentou Varg.
- Esqueci-me? Nem sabia que o Imperialium tinha piqueniques anuais!!
- Ah...
- Têm andado a fazer piqueniques nas minhas costas sem me convidar?
- Não!
- ...
- A sério...
- ...
- Ok, fizemos um. Ou três. Quisemos boicotar a fraca inspiração que assola os teus posts. Tirando a série dos Todomés, não postas nada de jeito há anos! Anos!!
- Como fizeste isso?
- Isto? O quê?
- Isso!
- Ah, isto? Não fiz nada!
- Sim isso! Essa coisa!
- Estás é a tentar desviar o assunto! Não postas nada de jeito e isso tem de terminar! Não tens vergonha?
- Agora não fizeste.
- Não fiz o quê?
- Aquela coisa.
- Qual coisa?
- O coisar por cima do coiso.
- Deixa-te disso e anda mas é embora que está-se a fazer tarde.
- Só um momento.

Ouviu-se um barulho de feedback por dois segundos e o intercomunicador ficou mudo. Em seguida, a porta do bunker abriu-se e neo emergiu de lá.

- É bom que tragas fritos aí dentro. - disse neo apontando para a lancheira à Gorrinho Vermelho de Varg.
- Está descansado.
- Então, onde vamos? - perguntou neo enquanto começavam a andar.
- Vamos ter com o Lunático ao castelo. E depois vamos à aldeia Imperialium buscar o Rumba e o Abutre.
- Eh.. Ainda temos de andar como o camandro...
- Não sejas menina.
- Menina não! Passei a noite toda a abater tartarugas! Estou cansado.
- No Guild Wars?
- Não.
- Na vida real? - disse Varg levantando a lancheira para dar com ela em neo.
- Aqui, no mundo Imperialium.
- Ah. - baixou-o – Ainda assim, és um bocado sádico.
- Não eram tartarugas normais! Voavam e disparavam raios laser!
- Certo.
- A sério!
- Ok, não disse nada.
- Disseste “certo...”.
- Não, disse “certo.”.
- É o mesmo.
- Não, não é. Estava a concordar.
- Se estavas a concordar dizias “concordo!”, seria mais compreensível.
- Não, não seria.
- Seria sim!
- Isso assim podia confundir-se com aquele avião antigo. Como é que isso seria mais compreensível?

A discussão continuou acesa, violenta e com Toquezinhos Irritantes™. Duas horas depois, em frente ao Castelo do Lunático...

- Não.
- Era!
- Era nada!
- A sério!
- Tretas!
- Tretas nada, o DP spiral é uma ferramenta que os deuses ordenaram aos criadores do GW que introduzissem de forma a baixar a taxa de divertimento por 60% para não quebrar a razão Diversão/Filmes musicais que, sofrendo a mais pequena instabilidade, pode causar o colapso do planeta Terra!
- Tretas! – berrou Varg – É superstição! É tão verdade como a cientologia, os pteródactilos e a monogamia!
- WOOOOOW!
- Que foi?
- Olha! - disse neo apontando.
- WOW! - exclamou Varg.
- Eu bem disse que era verdade!
- Hum? O que é que isto tem a ver com o DP spiral?
- Não é isso!
- Ah, não tinha visto as tartarugas. Pensei que te estavas a referir àquela multidão de pessoas histéricas que eu não conheço de lado nenhum...
- Espera... Eu conheço aquela gente...
- Conheces nada! - contestou Varg – Vá, àndari. Vamos ter com o Lunático.

Lunático e Stuart estavam a quatro ou cinco passos dali, a tentar controlar a multidão de pessoas histéricas que o Varg não conhecia de lado nenhum.

- HELO jovens! Tudo bem convosco? – saudou Lunático.
- Estou cansado. – protestou neo.
- Sim, e convosco? – perguntou Varg.
- 200 OK – respondeu Lunático.
- Desculpa?
- 200 OK! – repetiu Lunático.
- Que se passa com ele? – perguntou neo a Stuart.
- Não sei... – respondeu Stuart. Lunático olhou para ele com ar de fúria. – Quero dizer, 404 Not Found! – corrigiu Stuart. Lunático sorriu.
- Okay... – disse Varg ignorando – Prontos para mais um dia de piqueniques Imperialium?
- 400 Bad Request. Hoje não é dia internacional de falar à web?
- 200 OK – disse Stuart.
- Não, hoje é dia do piquenique Imperialium!

Lunático verificou o seu calendário e concluiu que, este ano, o dia do piquenique Imperialium coincidia com o dia de falar à servidor web.

- Boas notícias! Este ano, o dia do piquenique Imperialium coincide com o dia de falar à servidor Web!
- Oh goodie. – exclamou Varg cheio de euforia e entusiasmo. Neo dava saltinhos.

- Então e esta multidão faz o quê aqui?
- Estavam a protestar junto do Senhor a ausência de posts do Imperialium. – disse Stuart referindo-se ao desaparecimento do Lunático.
- O Senhor está aqui? – perguntou Varg.
- Está. Saiu de uma das tartarugas.
- Quais tartarugas?
- Aquelas tartarugas ali!
- O Lunático saiu dali?
- Não, foi o Senhor.
- Não foi o Senhor? Então era o Lunático disfarçado de Senhor?
- Não vírgula foi o Senhor.
- Quem é o Vírgula?
- Onde entra o Lunático então?
- 242 CONFUSED.
- Quem é que recebeu o Senhor?
- Ora bolas, não estou a entender nada deste post. – protestou uma voz do meio da multidão.
- Qual é o teu problema? – refilou neo sempre aberto a críticas. – És burro ou não sabes ler?
- 200 OK – concordou Lunático.
- E você cale-se.
- 503 SAD.
- Hey, isso nem é--
- AHHH! – exclamou neo – Agora eu reconheço esta multidão! Esteve a semana passada a protestar junto do bunker por causa da ausência de posts do Imperialium! Pisaram-me as orquídeas os bastardos!
- Como sabes que esta é a multidão que eu contratei que estava no bunker? – questionou Varg.
- EH! EH! Lá está outra vez o coiso!
- Qual coiso?
- Esquece. Sei que é porque reconheço aquele gajo disfarçado de macaco cor-de-rosa. É um bocado difícil de não notar.
- Bah. Eu logo vi. Geribaldo! – gritou Varg ao macaco cor de rosa – Despe isso e vai lá vestir o fato de sapo que o gajo de macacos não tem medo!
- Erm, de sapos também não... – sussurrou neo.

Fez-se uma pausa enquanto Geribaldo Fatias passava pelos quatro, lentamente, em silêncio e tristeza, agarrado à sua cauda felpuda.

- Agora que já arrumámos este asssunto... – disse neo enquanto a multidão saía de cena de forma rápida e organizada – Dá lá continuidade a isto de forma convincente se fazes favor.
- Ok, explica lá o que fazem aquelas duas tartarugas giantes despenhadas contra o teu castelo, Lunático.

Lunático abriu a boca para falar, mas não se lembrou de nenhum código Web que tivesse a ver com tartarugas alienígenas disparadoras de raios laser e cheetos futebolas, por isso acabou por não dizer nada.

- Bem, o que eu sei – disse neo – é que ontem abati três ou quatro que apareceram por cima do meu bunker. Se calhar vieram em queda até aqui.
- Ou se calhar, o Lunático andou armado em Frankenstein outra vez! – disse o Varg – Eu bem sei que existe uma razão para tu não apareceres cá fora regularmente! Criaste essas tartarugas nos teus laboratórios do macabro e do sinistro e do pérfido e do aperiódico!
- Criei nada.
- De certeza?
- Sim.
- Pronto, ok...
- Claro que há uma razão para eu não aparecer cá fora regularmente, mas não é essa.
- Qual é então?
- Ainda bem que perguntas. Sentem-se, caros amigos, à volta da fogueira e eu contar-vos-ei....... Stuart, faz uma fogueira!...  e eu contar-vos-ei a história do meu desaparecimento!

E assim foi.


A História do Lunático
Isto é, desde o seu desaparecimento até ao seu potencial reaparecimento
(como imaginada pelo neo)
(o que quer dizer que isto pode ou não ser verdade, mas não deve ser)
(embora nunca se sabe)


Foi numa fria e chuvosa manhã de Inverno que Lunático regressou do seu voluntariado em África a ajudar as crianças do Zimbabué. Arrebatado por uma enorme fome, Lunático dirigiu-se aos Ribeirinhos para comprar pistácios de marca Alestorm quando junto a si pára uma limusina preta com os vidros fumados de cor-de-rosa.
A sua porta abriu-se.

- Entrá, sóu éu! – disse uma voz familiar.
- Quem és? – perguntou Lunático, desconfiado.
- Sóu éu, entrá!
- Ah, ok.

Assim fez. Lá dentro estava uma figura com toneladas de maquilhagem castanha, roupas indígenas e um martini com duas azeitonas. Após entrar, o carro arrancou.

- Abutre?
- Éu!
­- Que fazes com esse turbante ridículo?
- Só vidente agorá!
- Hum? Vidente?!
- Porque estás tão chocado? Até parece que ninguém previu! Só Ástrólogo Vidente com 40 ános dé experiência e puderes dé mágia négra e bránca, para ser más préciso.
- Professor Mamadu?
- Não, só o Prófessô Kuduro. Más o Mamadu trábálha pára mim por acaso.
- Tens uma empresa então?
- Um império! Sóu o pátrao de tódos os bruxos que desempenham funções em Pórtugal!
- Até o professor Karamba?
- Até o proféssô Karamba!
- Até o professor Sabugu?
- Sim...
- Até o professor Kadeirudu?
- Ok, já chega.
- Para onde estamos a ir? Eu queria comprar pistácios...
- Vou ser honesto contigo. – disse Abutre passando-lhe um copo de jói para as mãos – A má notícia é que te estou a raptar. A boa notícia é que lá há pistácios.


---- Fim da 1ª parte ----

- Stuart! Vai buscar pistácios!
- Já não falas à web? – perguntou Varg.
- Não. Já passa da meia-noite em Sydney.
- Ahn?
- O que me lembra, temos de ir ter com a Justina... – disse Lunático.
- A Justina?
- Sim.
- Quem é a Justina?
- A Justina Genicas.
- Bora então.

E os quatro foram juntos a Lisboa ter com a Justina.
Justina morava num prédio cheio de bolor e a precisar de obras há pelo menos 30 anos. Não estava. A porta encontrava-se sempre destrancada, portanto eles entraram e espalharam-se pelo chão da sala dela, aleatoriamente, começando a comer o farnel reservado ao piquenique.

- Ok, o que estamos a fazer aqui? – perguntou Varg finalmente.
- Neste momento – disse Lunático olhando para o relógio – estamos à espera da Justina.
- Deixa-me reformular. Por que é que viemos aqui?
- Ah, boa pergunta! Viemos buscar a cenoura – disse, apontando para um altar decorado de pedras reluzentes das mais diversas cores que destoava de todo o apartamento. No topo do altar encontrava-se uma cenoura de borracha daquelas que, quando apertada, emite um som estridente aproximadamente bastante incómodo ao ouvido, causado por uma massa de ar a atravessar aquilo a que vulgarmente se chama de gaita – que está ali em cima.
- Por que é que viemos buscar aquilo?
- Porque finalmente chegou a hora de pagar a dívida que tenho para com os meus dois salvadores.
- Quem são eles?
- Eu contar-vos-ei!
- Então conta!
- Vou contar!
-.... força!
- Preparando para contar...!
- Epa conta pah!
- Conta isso já pá!
- Epah conta! - Conta pah, conta! – Pah, conta lá!! – Conta-me isso já pah!!!!
- Con...

Segunda parte d’ A História do Lunático
Isto é, desde o meio do seu desaparecimento até ao seu potencial reaparecimento
(como imaginada pelo neo)

- Bom, se me estás a levar contra a minha vontade para um sítio onde há frutos secos, dificilmente se pode chamar rapto...
- Queres que lhe chame abdução?
- Parece-me melhor, sim. Para onde me abduzes?
- Para a minha arrecadação. Vais ter o prazer, a honra, a satisfação e a clemência de ser a pedra basilar do meu novo império! Supermercados Kuduru!

Lunático sugava o seu jói de laranja pela palhinha atentamente.

- Sim, depois de controlar todos os professores que aparecem no Destak, no JN, no DN, no Crime e no Ministério da Educação (sim, ouviste bem! O célio rijo trabalha para mim!), vou comprar todos os supermercados portugueses, cadeia por cadeia, de Norte a Sul. Depois vou oferecer vales de desconto em consultas de bruxaria por cada 500 euros de compras em cartão! Muahahah! Sou tão esperto!!!
- E onde entro eu no meio disso tudo? Precisas de alguém para gerir o teu vasto império?
- Não, preciso de alguém para me pintar os cartazes dos preços.

Foi a última coisa que Lunático se lembra de ter ouvido naquele carro e a última coisa que ouviu de alguém durante muito tempo. Quando recuperou a consciência, estava numa gaiola.
Do seu lado esquerdo tinha um monitor onde ia lendo o produto e o preço. Por baixo do monitor estava uma resma de cartolinas que iam sendo repostas à medida que ele as retirava do tabuleiro.
O conjunto de marcadores que estava à sua disposição não possuía nenhuma cor que ele gostasse, e as canetas não eram molin.
Do lado direito da gaiola existia uma calha de plástico que dispensava 4 pistácios para uma tigela cada vez que Lunático terminava uma cartolina com sucesso. Quando se enganava levava um choque eléctrico. Desenhou cartazes de preços para todas as lojas de todo o país. Não viu ninguém durante vários meses ou anos e o seu trabalho era constantemente vigiado por câmaras.
Uma vez a cada três ou quatro meses, Abutre deixava-o utilizar um computador por algumas horas, horas que Lunático aproveitava para mandar mensagens de socorro aos seus amigos, que eram prontamente filtradas e apagadas por Abutre usando um proxy malévolo. Abutre era absolutamente má pessoa, mas era distraído.
À beira do desespero, Lunático engendrou um sistema de códigos praticamente invisível que escondia nos cartazes dos preços do pingo doce e que apelavam ao seu salvamento com instruções vagas sobre a sua localização. Contudo, ninguém o detectou. Ninguém, excepto uma pessoa:

---- Fim da 2ª parte ----

- Justina!

Carregada de vários sacos das compras, Justina entrou pela porta de casa. Lunático correu a ajudá-la.

- Stuart, ajuda-a!
- A expectativa introdutória é satisfatoriamente distribuída por todos os elementos. – afirmou Justina.
- Boa tarde para si também, Justina. – respondeu Lunático – O momento chegou, temos de levar a cenoura. – declarou, com grave gravidade.

 A cara de Justina iluminou-se com um misto de surpresa e entusiasmo.

 - Este assunto ainda não foi desbolinado convenientemente, - disse Justina Genicas, e acrescentou – no entanto vamos imaginar a trajectória de uma câmara a filmar uma cena.

Stuart levou os sacos das compras para a cozinha. Quando regressou, juntou-se a Justina e Lunático numa dança tribal em redor do altar da cenoura. O prédio abanou todo e as paredes da sala ficaram vermelhas como o sangue que escorria de todas as reentrâncias. Dos respiradouros do tecto começou a aparecer fumo espesso. As luzes foram abaixo. No clímax da dança, entre os gritos alucinados de Justina e Stuart, que tentavam mais ou menos ingloriamente imitar as araras-azuis-de-lear, ouviu-se uma voz vinda de todos os lados e de nenhum lado em especial.

 - Caros Mortais, Sou Eu, Jesus Misto! Haveis-me Satisfeito com a Vossa Dança Exótica. Ide Agora. Regressai a mim com a Cenoura Sagrada do Mocho de Ghul’chok’motokross e Eu Vos Direi Qual o Próximo Passo da Vossa Missão.

A sala voltou ao normal como se nada tivesse acontecido, perante os olhares intrigados e apavorados de neo e Varg.

- Que raio se passou aqui? – perguntou neo.
- A classe desceu e tornou-se previsivelmente incompatível com as curvas. A condição para isso acontecer é que as atigradas sejam inesperadamente contínuas.
- Que raio se passa com ela? – perguntou Varg.
- As vossas perguntas serão respondidas em breve, – disse Lunático retirando a cenoura do seu altar – mas agora teremos de voltar ao meu castelo. Pelo caminho, aproveito e termino a minha história.


Conclusão d’ A História do Lunático
(como imaginada pelo neo)


Após meses infindáveis de escravatura, Lunático foi surpreendido por alguém a entrar de rompante na arrecadação de Abutre, após explodir com a porta. Era uma mulher totalmente despenteada que trazia consigo um guarda-chuva e armamento suficiente para aniquilar um exército. O seu nome era Justina Genicas. Quando Abutre a viu pelas câmaras, sem perceber como ela tinha passado pelos seus vários perímetros de segurança, ordenou aos seus dois melhores guarda-costas que descessem à arrecadação e tratassem do assunto. Acompanhou pelas câmaras os acontecimentos. Num tiroteio que durou pouco mais de quinze segundos, Justina despachou os dois sem sofrer um único arranhão. Abriu a porta da gaiola e deixou Lunático sair, que prontamente lhe agradeceu de forma efusiva. Em seguida, Justina ajoelhou-se e agradeceu a Jesus Misto a sua bênção.

- Vamos atrás do Abutre! – disse Lunático.
- Não, por esta altura ele já fugiu. – respondeu Justina – Pela sua traição, Jesus Misto transformá-lo-á na forma de vida mais miserável de sempre. Terás hipótese de te vingares dele no futuro. Por ora, tenho de ir. O meu trabalho está concluído. Encontrar-nos-emos quando precisares da relíquia.
- Qual relíquia?
- A seu tempo saberás. – afirmou enigmaticamente, deixando-o só e livre finalmente.

---- Fim ----

Estavam quase a chegar ao castelo do Lunático quando este terminou a sua história.

- Foi rápido. – disse Varg.
- Resumi um bocadinho para não se tornar fastidioso. – respondeu Lunático.
- Estou a ver.
- Então a cenoura é a relíquia? – perguntou neo a Lunático.
- Sim, com esta cenoura derrotaremos a forma que Abutre tomou no reino Imperialium, segundo o que o Jesus Misto me contou hoje de manhã.
- Bem, acho que isto explica tudo o que faltava. – referiu Varg pensativo -  Excepto uma coisa. Por que raio é que ela falava bem antes e daquela maneira italicizada depois?
- Ah, é uma história interessante. Levou com um escadote de metal na cabeça quando lhe estavam a arranjar o varão dos cortinados.
- Hmm...
- Chegámos!

Chegaram ao castelo do Lunático. Tal como acontecera naquela manhã, de dentro de uma das tartarugas despenhadas cujo combustível ainda fazia arder a gigante relva em redor do castelo do Lunático, emergiu um ser de cabelo absurdamente comprido vestido com um fato de carnaval que consistia basicamente numa tosta mista gigante.

- Stuart vai cortar a relva!
- Haveis Procedido Bem! De Facto, a Cenoura Sagrada do Mocho de Ghul’chok’motokross É Tão Esplendorosa Como os Monges e os Bardos de Ghul’chok Evocavam! Sabeis Agora o Que Tendes Pela Frente?
- Temos de pegar nela e ir destruir o Abutre? – perguntou Lunático.
- Precisamente! Encontrá-lo-ão no Reino Imperialium! A Vossa Recompensa Será Poderem Produzir a Realidade Toda que Desejarem com o Correr da Vossa Pena! Para Conseguirem Tal Feito, Terão de Produzir um Post em que Derrotarão esse Malvado Ignóbil Sedento de Líquido Infiel da Maldição: o Guaraná e Utilizador Assíduo desse Cruel e Desprezível Estabelecimento de Perdição: a Discoteca.
- Então e quem és tu para nos mandar fazer isso? – perguntou Varg quando conseguiu.
- EU SOU JESUS MISTO! Eu Sou o Queijo e o Fiambre! Sou Filho Unigénito de Deus Escombrídeo e das Santíssimas Virgens Cáries! Obedecei-me! Concluí a Minha Demanda Para Vós!
- Por que é que--
- Não Questionais o Santo Nome de Deus Escombrídeo!
- E nós vamos--              
- Não Questionais os Abençoados Desígnios Divinos!
- E voltamos a tempo--
- Não Questionais a Vontade Divina de Impor Demandas Durante a Final da Taça de Portugal!
- Pronto, ok. Vamos lá pessoal. – resignou-se Varg.
- Muito Bem! Caros Mortais, Tendes Alguma Questão?
- ...
- Então... Banzaaaai!

E, dizendo aquilo, Jesus Misto deu uma pirueta no ar e desapareceu. Em seguida ouviu-se a música de início das Tartarugas Ninja.


E assim começou a missão dos três Imperialistas.





2 comentários:

Vargtid disse...

"- Não, preciso de alguém para me pintar os cartazes dos preços."

Faz tudo sentido agora!!

Abutre (a sério!) disse...

Jesus H Christ! Que estória mais maluca! A realidade é bem mais simples, pá.

O Lunático perdeu toda a sua fortuna num jogo de Poker contra Sammy Farha e para escapar das suas dívidas fugiu para o México onde actualmente é um wrestler de lucha libre e o companheiro de Tag Team do neto de El Santo. Quando ainda estava por cá foi filmado na celebração do Benfica na Câmera Municipal de Lisboa no fim do campeonato. Era aquele indivíduo ao lado de António Costa, vestido de Power Ranger azul que ora gritava "Os Nevermore são Metalcore!!", ora cantava o hino da Alemanha Nazi a plenos pulmões.

E não!, o seu desaparecimento não tem nada a ver comigo! Eu estava noutra mesa, a ser depenado pelo Phil Hellmuth. Eu sei, é ridículo, mas é verdade!

PS: Ouvir um album completo de Arch Enemy sem adormecer baixa-me os níveis de testosterona.
PPS: Nintendo World Order 4 Life! Abaixo a ANACOZECA e os seus aliados! Que Mancha Negra jamais case com a Min!
PPD PSD: Oh, George, trazes ao de cima o pedófilo que há em mim! *DOO DOO DOO DOO* Where ever there's adventure to be fooound *doo doo doo*
...
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É melhor parar por aqui antes que comece a (deixar de) fazer sentido. Pois já dizia o Mestre Sho Kosugi "Only a ninja can stop a ninja!"