domingo, abril 25, 2004

Contos de Terror do Mordomo Stuart (1º Conto)

Andava eu pelas matas da Buraca à procura de aranhas-camelo para fazer criação (elas sempre dão jeito para afugentar pitas chatas), quando encontrei um indíviduo mandado pelo meu ex-mentor. Esse indivíduo chamava-se Stuart e tinha como ordens prestar me serviço e obediência durante um período de tempo definido pelas forças infernais. Stuart é estranhamente parecido com os mordomos dos grandes mestres da maldade, parecendo-se mais com Igor, o mordomo do Duckula. Psicológicamente, este era obediente e gostava sempre de praticar uma boa tortura por dia, para manter a forma.
Além destas qualidades, Stuart era um bom contador de histórias. Os seus contos de terror são absolutamente fenomenais.


Ontem pedi-lhe para me contar algo bastante assustador. Com um sorriso nos lábios Stuart disse: "Ouvi dizer que o Papa só vai morrer em 2006". Ao ouvir isto não me pude conter: "Porra pá! Ainda me matas do coração! Eu sou corajoso, mas não assim tanto! Conta algo menos assustador e não tão pessimista...". "Com certeza, mestre" respondeu Stuart, educadamente. E então, com a sua voz cavernosa que o tanto caracteriza, contou-me a seguinte história:

A Anestesia Assassina

Nas salas de operação médica portuguesas acontecem coisas que nem lembram a Baphomet. Uma delas é a aplicação de uma anestesia que corrói o organismo das pessoas durante a cirugia. A primeira vez em que a anestesia foi descoberta foi durante uma operação simples a um senhor de 47 anos, que tinha um osteocondroma na testa, ou seja um quisto benigno. A cirugia decorreu da seguinte maneira:

Cirugião 1 (C1): Então, ontem o Freichieiro ganhou ao Canaviense, pelos vistos.
Cirugião 3 (C3): Bah! Fomos robados injustamente pelo árbitro!
C1: Isso é o que todos dizem quando perdem...
Cirugião 2 (C2): Não devíamos antes estar concentrados na cirugia e deixar esses assuntos para depois?
C3 (dirigindo-se em voz baixa para C1): Não ligue, chefe. Este aqui é novato.
Cirugião 4 (C4) (chegando naquele momento à sala de operações): Desculpem o atraso. Fiquei retido no trânsito.
C1: Não faz mal. Íamos começar agora. (pausa) Oh, coisinho, passa me aí o bisturi.
C4: Olhem eu vou só ali lavar as mãos.
C1: Hhhmm. Vamos lá então circuncidar o gajo...
C2: Mas doutor, o homem tem um quisto na testa, não precisa de ser cicuncidado.
C3: Cala-te, pá! Deixa o doutor trabalhar! Ele é que sabe!
C1: Muito bem... Não me interrompam agora... Merda! Cortei demais! Tu, pára o fluxo de sangue!
C2: Com certeza.
C1: Onde está o anestesista?
C3: Foi lavar as mãos...
C1: Então é por isso que o paciente está a gritar tanto... Eu bem me parecia que algo me tinha desconcentrado... Com licença senhor Idalécio, isto é para o seu bem. (diz o médico arremessando uma cadeira à cabeça do paciente). Pronto, agora não vai sentir nada...
C2: Meu deus! Ele está a sangrar da cabeça...
C1: Cose-se no final, agora tenho de acabar a circuncisão.
C2: Mas o doutor já cortou metade do pénis ao homem...!
C3: Cala-te, pá! Deixa o doutor trabalhar! Ele é que sabe!
C1: É desta que consigo... Toma! Já está!
C2: Meu deus! Você acabou de castrar o paciente por completo.
C1: Agora que isto já está resolvido, vamos ao quisto. Onde é que era mesmo?
C3: No fémur, penso eu.
C2: Era na testa!
C3: Cala-te, pá! Deixa o doutor trabalhar! Ele é que sabe!
C4: Cá estou... Perdi alguma coisa?
C1: Nada de especial.
C4: Então vou só ali à casa de banho dar uma "mija", já volto.
C2: Eu não acredito nisto!
C3: Bah! Que seca! Alguém quer jogar uma "cartada"?
C1: Eu alinho, deixa só acabar de mutilar a perna ao paciente. Assim torna-se mais fácil arrancar o quisto...
C2: Meu deus! Que horror! O quisto era na testa!
C3: Cala-te, pá! Deixa o doutor trabalhar! Ele é que sabe!
C1: Oh, novato cromo! Se o quisto fosse na testa eu teria de decapitar o homem! Ele assim morria, não?
C2: Mas não é preciso mutilar o membro em questão, basta...
C4: Cheguei. Olhem o homem está a acordar. Rápido anestesia-o, que eu vou só ali beber um chocolate quente.
C2: Isto não está a acontecer...! (diz, enquanto aplica a anestesia).
C3: Vai uma "bisca"?
C1: "Bora"!
Enfermeira (chegando inesperadamente à sala de operações): Doutor, está um doente em paragem cardíaca na sala de espera. Ele precisa de ser reanimado urgentemente! O que fazemos?
C1: Por acaso está na vez dele?
Enfermeira: Não, mas...
C1: Então o que é que você quer que eu faça?! Se não está na vez dele, não posso fazer nada. Nós temos regras aqui! E além do mais não vê que estou ocupado numa cirugia de alto risco?!
C3: "Bisque", doutor.
C1: Com certeza. Percebeu? Nós não somos incompetentes! Ele que espere pela sua vez.
Enfermeira (visivelmente chocada): Err... com certeza, sr doutor.
C2: Meu deus! O paciente está a ter convulsões!
C4: Então, ainda estão aqui? Pensei que fosse rápido... Oh Zé, olha que o homem está a estrabuchar.
C2: Eu sei! Doutor, o paciente entrou em paragem cardíaca!
C1: Eu é que sei se ele entrou em paragem cardíaca ou não. Toma, tenho trunfo. Papei-te o ás! Ahah! Ninguém me pára!
C2: Mas doutor...
C3: Cala-te, pá! Deixa o doutor trabalhar! Ele é que sabe! Agora é a minha vez de "biscar"...
C4: Posso jogar também?
C1: Calma deixa acabar...
C2: Meu deus! Que horror! Não consigo reanimá-lo!
C1: Será que tenho que ser eu a fazer tudo? Não deixes o Tony ver o meu jogo... (dirige-se para a cama onde está o paciente) Meu deus! O que é que tu lhe fizeste, coiso?
C2: Eu nada!
C1: Nada, hein? O homem estava vivo quando saí daqui e quando volto já está morto! Seu assassino!
C2: Mas... eu só apliquei a anestesia (diz quase a chorar)!
C1: Seu filho da mãe! O que puseste tu na anestesia? Seu negligente! Seu incompetente!

Claro está que a culpa foi para o C2, pois foi ele que anestesiou o paciente. Estudos que estão a ser feitos, actualmente, provam cada vez mais que a anestesia em questão tem uma substância corrosiva, que provoca a morte quando aplicada. Essa substância tem o nome de DCM (Depois Culpam o Material).
Porém, certas pessoas defendem que os culpados são os anestesistas ou quem aplicou a anestesia durante a cirugia.


Ass.: Stupid Son of Sam

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