segunda-feira, abril 26, 2004

A Odisseia de Guelsen: Uma história que faz todo o sentido

Era uma vez, um gato que odiava todos aqueles que escrevem histórias começadas por “Era uma vez”. Como esse gato cospe fogo sobre quem não gosta, vou modificar o início da história. Não quero acabar grelhado num restaurante canibal e exportado como restos de comida para o estrangeiro.

A história a sério começa aqui:
Era uma vez um gajo que andava sempre a fugir de um animal que não era senão o Smoothie. "Um" Smoothie é o que se chama ao cruzamento entre um gato persa e um dragão vermelho. Esse gajo, que estranhamente andava sempre com o cabelo chamuscado, era amigo de um outro fulano que trabalhava num frondoso circo, caracterizado pela enorme tenda que se erguia imponentemente perto das barracas reservadas para os animais. Entre esses animais estava o gatinho alado, mais conhecido por Smoothie. Entre os funcionários do circo estava um tratador, o homem que perdera os suspensórios numa explosão no Kuwait. É sobre ele que esta história incide.

Após a explosão, restava a Guelsen procurar uns suspensórios novos, só com estes poderia ele desempenhar a sua função de Anticristo na corte del Rei D. Schnek Schnek IV. Como não fica bem a um anticristo usar suspensórios com o mickey lá desenhado, Guelsen acabou por comprar uns com o Pato Donald, que era o seu ídolo (bem, ao menos esse comia a rata à pata em vez de comer a rata à rata).
Encontrados os suspensórios, Guelsen partiu em direcção a Sacavém, com o objectivo de torturar um ananás até à morte, isto porque os ananases para além de serem amarelos, têm umas verduras muita verdes em cima. Guelsen embirrava com esse género de coisas.
Guelsen não só encontrou um ananás como, para sua grande satisfação, encontrou dois ananases e uma papaia que destes se encontrava refém.
Foi para casa comer uma salada de fruta. Mandou a criada descascar os ananases lenta e sadicamente quando pegou na papaia e lhe foi mostrar um pouco da vida na cidade. Virou-se para a papaia e disse “Esta é a cidade! Deves evitar ao máximo vir aqui, pois a morte observa-te e aguarda-te de dentro dos estômagos dos polvos gigantes moradores em todo o beco sombrio, nestas ruas estreitas da capital. É isso e os graffittis nas paredes. Pode não parecer, mas isso são marcas de uma antiga civilização canibal que aqui viveu. Diz-se que quando menos se espera, saem laminas afiadas de dentro das paredes que contêm esses fantasmagóricos exemplos de vandalismo e cortam em fatias tudo o que as rodeiam.”.
Dito isto, três lâminas saem a rodar e cortam a papaia em inúmeros pedacinhos pequeninos, separando minuciosamente as sementes da parte comestível.
Guelsen ficou destroçado quando viu a sua querida papaia destruída. Chorando, preparava-se para recolher os restos mortais da sua querida, quando três possantes polvos aparecem e comem o que sobra da papaia, excepto uma única semente.
Essa semente é tudo o que existe para Guelsen hoje em dia. Colocou-a numa caixinha que transporta ao pescoço, à qual chama de “Caixinha portadora da semente de papaia que transporto ao pescoço”, e é ela que o protege do ardor das chamas de Smoothie, o gato persa que está neste momento a olhar para mim com cara de quem me quer queimaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarrgghhh..

Aquele que não vai assinar por ter sido reduzido a um monte de cinzas que não consegue esticar o braço até ao teclado,

NZL

P.S.: Esqueci-me de dizer, mas subentende-se que lá o outro gajo.. o.. Guelsen! acabou por não comer os ananases naquele dia..