quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A Saga da Lua

(Humor? só a partir deste para baixo : As aventuras da gazela Anuket em Marte!)

Um lobo chamado Skor e uma troll chamada Unga

Mais tarde vim a descobrir que fiz o contrario, a Unga deliciava-se com a historia que os irmãos lhe contaram, de como a discução começou, da luta e da derrota de Torg, e para minha satisfação e alivio, a Unga, assim como toda a familia riam-se desmesoradamente com a escepção de Yorgsh, talvez não estivesse a acreditar na parte em que Torg insultou a Unga e eu defendia a honra dela, ou a parte em que eu peguei numa cadeira e parti-a nas costas de Torg, ou quem sabe não acrerditasse que o chefe da aledeia veio congratularme por aquele enorme favor á sua patria, talvez porque Yorgsh fosse ele proprio o chefe da aldeia mas parece que todos esses pensamentos foram em vão, pois o velho levantou-se e disse-me:

Yorgsh: Skor, mais uma vez fizestes um grande feito pela minha familia e povo, eu sei que me estou a repitir, mas tenho de te dizer, mas neste pouco tempo que entrastes na vida da minha filha, só tenho tido boas impreções tuas, eu podia desejar ter um filho como tu, mas os meus dois filhos já me dão muita satisfação, mas por outro lado aquele falhanço de futuro genro não me dá qualquer gosto...

E enquanto Yorgsh divagava eu podia ver as duas cunhadas a entre olharem-se com ar de que planeavam uma coisa, nem quis começar a pensar no que seria. Nisto a Unga sentou-se ao meu lado e agarrou-se ao meu pescoso, senti um ligeiro sufoco, mas não propriamente causado por ela a agarrar-me mas por algo que não precebi, se calhar estava a ficar com pulgas, ou se calhar foi das gomas que andei a comer, mas o tempo passava e o Yorgsh não parava de divagar e então para quebrar o ambiente de tedio que as teorias de Yorgsh causavam, a mãe de Unga foi gentil o suficiente para me perguntar por certas coisas:

Urnia: então Skor, fala-nos de ti, não é todos os dias que temos um convidado na nossa mesa, muito menos um lobo que fala.
Skor: eu gostava muito de dizer quem sou, mas...
Brov: és um espião ultra secreto e estás numa missão super mega secreta?
Unga: shhh, deixa-o contar Brov
Skor: eu por acaso gostava de confirmar isso rapaz, mas eu na realidade estou muito confuso, eu só sei que era humano.

O abraço de Unga torna-se mais apertado por uma razão desconhecida, talvez fosse o meu pelo a causar-lhe comixão ou porque estava com sono, mas isso tambem não interessava muito agora, a menos que o seu aperto me fizesse saltar o cerebro da cabeça.

Skor: não sei o que aconteceu, mas tambem não me lembro da minha identidade, as vezes sinto que fui alguem poderoso, que tinha um mundo a meus pés, mas outras vezes, outras vezes sinto que vivia algo mais pacato, uma casa simples na floresta com uma mulher.

Palavras que me causaram uma certa tristeza recordando os tempos passados que escorriam vagamente na minha mente, trocados e emaranhados como duas vidas vividas em tempos destintos, tal discurso e tal desmotivação do meu ser fez com que a Unga encostasse a sua cabeça á minha, com este acto as cunhadas entreolham-se outra vez. Agora eu achei mesmo que algo estranho se passava, mas mesmo assim, decidi não ligar coisas mais estranhas se passaram.

O tempo passou-se e com ele varias gaivotas voaram norte presseguidas por enormes gruas amarelas, castores começaram a fazer os seus rituais satanicos, o que foi um berbicacho para a tribo de trolls a que eu me tinha juntado, ajudei na caçada a esses vies servos da Demonstração, que foi algo que correu ás mil maravilhas, a tribo tinha peles novas para os artezãos fabricarem novas roupas e eu tinha ganho um gosto pelas caçadas realizadas por estas criaturas que agora chamava de minha familia. Mas esta paz não durou para sempre. Meses depois, tambores foram ouvidos á distancia o soar de melodias de batalha despertou os mais jovens que desejavam provar-se em batalha e receber mais gomas, mas o que me mais custou ver foi as mulheres que choravam pelos seus irmãos, maridos e filhos que se queriam lançar loucamente ao encontro da morte. Mas foi então que a ideia me surgiu, um flache da memoria de uma victoria antiga, perdida na minha mente, corri para avisar o lider do grupo que se preparava para defender a aldeia, que neste caso era Grizaldo, mas antes de ir falar com ele ainda tive tempo de mandar uma moeda ao poço, pedir um desejo e ir comer qualquer coisa. Ao fim de estar bem alimentado finalmente dirigi-me assim como a minha palavra ao irmão de Unga.

Skor: Grizaldo isto são tambores de ursos!
Grizaldo: diz-me algo que eu não saiba.
Skor: antes da batalha, estes tambores, eles têm um espaço de tempo em que fazem danças tradicionais e não as interrompem por nada.
Grizaldo: eu não acredito! quer dizer que…
Skor: sim!
Grizaldo: ainda podemos ir comer a feijoada!
Skor: podias ter poupado a piada previsível.
Grizaldo: sou novo nisto, o que queres? Bem, vamos então aproveitar da situação e matar ursos?
Skor: ora ai está algo que eu não ouvia á muito tempo. Com gosto! Lidera o caminho.

E assim percorremos as planícies brancas deste eterno Inverno até que ao subirmos uma colina, deparamo-nos com um enorme exército de ursos, o Grizaldo até ficara assombrado de medo com a imensidão de tamanho exército, mas desta vez quem não estavam prontos eram eles. Com um tremendo grito o irmão de Unga comandou o seu pequeno grupo a atacar o exército acampado e como perdido por uma fúria e sede de sangue mais antigas que o próprio mundo, eu lancei-me na companhia dos Trolls sob o exército incrédulo dos ursos. A batalha começou e sem dificuldades o pequeno grupo organizado de Trolls subjugou os ursos que tentavam combinar a sua dança frenética com as artes de combate só conhecidas por eles. Por entre as hordas infindáveis de dançarinos lá estava um ou outro a fazer gazeta, que eram rapidamente subjugados pois os guerreiros podiam dar-se ao luxo de desviar a atenção dos dançarinos para atacar os gazeteiros. Mas tanta facilidade era de estranhar e os meus receios não foram ao acaso, pois quando a vitoria parecia assegurada, um urso bem pequeno, mas com uma mão enorme aparece pelo meio dos restantes ursídeos e ataca o Grizaldo com uma fúria e um poder incrível, abanando a sua mão de um lado para o outro. Três outros Trolls tentam defender o seu líder mas acabam por sucumbir aos furiosos ataques do urso pequeno. Quando eu tento reagir sinto as minha patas presas, batalha continua mas quanto mais eu tento avançar, mais dor sinto até que, cansada da minha recusa, a minha captora revela-se, ou pelo menos a sua voz.

Captora: Esta não é a tua batalha! Nunca foi!
Skor: e quem és tu para decidir isso? O que eu faço é de minha escolha apenas.
Captora: silencio criança! Não tens nada a decidir aqui o destino deles está traçado.
Skor: O destino é aquilo que fazemos dele sua cobarde. Mostra-te e luta!
Captora: Não admito que deites tudo a perder por um erro de julgamento, insolente.

A minha atenção é desviada desta estranha conversa pelo que decorria no campo de batalha. Brov que nem devia estar aqui tinha se posto entre o pequeno urso e o seu irmão, o que seguiu da batalha ficou fora da minha percepção pois a força que me agarrava, forçou-me para o chão e fez-me desmaiar…

Voz: Midd… Midd acorda
Outra voz: …Pai… o que é que estás a fazer?
Ainda Outra voz: quer poupar em chamadas de longa distância?

Os meus olhos abrem-se lentamente para observar duas figuras femininas no meio de uma imensa escuridão, ambas estavam vestidas com enormes capas e capuzes que impossibilitavam de ver como eram mas as suas vozes eram tão familiares que me faziam estremecer o… pelo?
Levantei-me e observei que eu era do mesmo tamanho. Já não era um lobo mas sim um humano e as roupas que me cobriam, essas sim eram feitas de pelo de um lobo negro.

Voz: onde é que estás Midd? Eu procuro-te mas não te consigo encontrar…
Outra voz: Pai… nós precisamos de ti, iremos desaparecer no esquecimento sem ti…

Eu gritei para elas, mas nenhum som saiu da minha boca, tanta coisa que queria explicada e que desejava que elas me explicassem mas algo não estava certo. Tentei falar outra vez, mas era como se a minha voz se tivesse apagado do mundo. E as duas raparigas repetiam as mesmas frases, vezes e vezes sem conta enquanto o desespero começava a invadir-me. Naquela câmara escura, para alem do passado desconhecido que me atormentava, as mesmas correntes invisíveis me aprisionavam. A fúria e o desespero consumiam-me cada vez mais enquanto que o humano escondia-se e o lobo começava a vir ao de cima. Mas por fim, algo acontece que faz toda a minha fúria desvanecer.


Uma rapariga que não teria mais de oito anos corre em direcção a mim agarrando num pequeno lobo de peluche, chegando perto de mim, desaparece como se não passasse de uma miragem. Não me deixando recuperar do choque, outra rapariga corre em minha direcção, esta era muito parecida á primeira menina, mas esta não era nenhuma menina, mas uma jovem na flor da idade, ela abraça-se a mim e desaparece como a primeira, deixando-me como um estranho e frio terror. Segundos depois uma terceira aparece, esta não corria como as duas primeiras, mas o gelo dos seus olhos azuis e o fogo do seu cabelo curto marcaram-se em mim. Esta não hesita nem um instante e ao chegar perto de mim dá-me uma violenta chapada desvanecendo logo de seguida por entre um riso maligno e ensurdecedor. E para finalizar, uma anciã aproxima-se de mim, com longos cabelos tornados brancos pela idade, mantos também brancos e com um olhar que mostrava uma infinita sabedoria. Ela caminha lentamente até perto de mim e ao contrário do que eu esperava ela não desaparece mas dirige-se para mim com uma voz estranhamente pouco desgastada pela idade.

Anciã: peço desculpa pela atitude das minhas irmãs, elas são novas e inconscientes. Eu sei que não podes falar, culpa a ruiva, ela ganhou um terrível gosto em brincar contigo, enquanto que as pequenas simplesmente não sabem o que fazer contigo mas está descansado, não vais ficar á mercê delas por muito mais tempo.

Ainda outra voz: telefone já e poupe connosco que não iremos revelar o nome mas somos bons em fazer pessoas poupar

E com essas palavras sou solto da prisão invisível e caio no chão com um sufoco enorme quando volto a olhar para cima a anciã tinha desaparecido e por entre as sombras que me sufocavam consegui ver um rosto azul que me envolvia de calma. E a sua voz trémula dizia-me com algum alívio.

Unga: pensava que te tinha perdido também…
Skor: também…?

Afastada dali mas também com algum pesar na voz a sua tia anuncia:

Kandia: O Grizaldo foi morto na batalha, o Broy foi gravemente ferido…

Fim...

As aventuras da gazela Anuket em Marte!

Estava eu a dormir, confortável e quentinha quando de repente ao virar-me senti falta do Freddy (o tal ursinho de peluche que dorme comigo e faz de mim pecadora...) e acordei!


Eu quando acordo nunca vejo muito bem e ao levantar-me bati com a cabeça em alguma que pensei ser a porta do meu quarto como é costume, dirigi-me à casa de banho e ouvi um barulho horrível de tiros e vozes irritantes de seres desconhecidos que julguei ser o meu irmão a jogar Playstation, como é habitual…
Ia entrar na “casa de banho” quando reparei que não tinha saído do mesmo sítio e algo me impedia de avançar, olhei para o relógio, apenas com um olho semi-aberto e reparei que eram 11 da manhã.

Anuket: Onze da manhã??? Isto é madrugada…
Uma voz: Blá…blá...bla…e mais blás e blá blás
Anuket (a abrir os 2 olhos irritada e a tentar focar): Bolas mãe, estou de férias!!!

Olhei melhor e vi uma criatura verde com olhos pretos enormes e uma juba de Leão…

Anuket (baixinho): Ok…estou frita, cozida, assada…será que tenho Smarties aqui na mala para comprar a minha liberdade?

Aquela coisa que era ligeiramente mais bonita que o Neopinguim continuava com os blás para mim até que eu disse:

Anuket: Do you speak English?
Criatura Verde: blá blá blá...
Anuket: Spanish?
Criatura Verde: blá blá blá blá...
Anuket: Epa está bem ó coisa, cala-te que já não te posso ouvir, ainda falas menos Inglês que eu…deixa lá ver se encontro aqui algum papel na mala para falarmos por desenhos…

Já dizia a minha mãe, “ uma senhora nunca larga a sua mala que deve sempre combinar com os sapatos”, eu naquela altura percebi o verdadeiro sentido daquela expressão e arrependi-me de lhe ter dito tantas vezes: “És tão vaidosa…porque é que te pintas? Para ficares bonita? Então e porque é que não ficas? Hahaha”…Enfim, encontrei 3 batons, um suissinho fora de prazo, 3 caixas de óculos vazias, uns brincos que eu julgava perdidos hà mais de um ano, papeis de rebuçados, caixas de pastilhas, lenços com ranho do Inverno de há dois anos, um dragão, umas meias do meu irmão, 3 canetas e aquele caderno que eu uso para todas as disciplinas…!

Dragão: Hey Anuket, és capaz de te chegar para lá?
Anuket: Volta já para dentro da mala!!! Não temos espaço o dois aqui e tu cheiras mal da boca…
Dragão: Que mau feitio…
Anuket: Mau feitio nada…a minha dieta ainda não deu resultados e se me apertas muito fico com celulite!
Dragão: Gosto do teu perfume…
Anuket: Voltas para lá para dentro, hoje? Eu devo ter sido muito má na outra vida…

E lá foi o dragão a resmungar…

Comecei a fazer desenhos para ver se o outro me percebia, mas como os meus desenhos são ainda piores do que os de um miúdo da primária, ele não me percebeu e farto de me aturar foi sentar-se numa cratera fora da casa onde adormeceu e se pôs a grunhir. Eu presumi que aquilo fosse o ressonar lá da terra dele, depois de me lembrar que devia estar em Marte e que tinha sido levada por aquele amigo esquisito do Neopinguim.

Anuket (com a cabeça enfiada na mala): Hey Dragão! Tu derretes-me aqui o ferro da jaula onde estamos e eu dou-te as pastilhas que tenho na mala, apresento-te uma “Dragõa” toda jeitosa, que eu tenho no meu hi5 e ainda te faço o arranjinho com ela, o que dizes?
Dragão (a sair da mala e a deixar-me novamente quase sem ar…): Está bem, eu sabia que ia desencalhar primeiro do que tu…hahahaha…

Derreteu a fechadura da jaula e ia eu a sair quando um ser qualquer saltou para cima de mim e me mordeu a garganta tal como os leões fazem para matar as gazelas! Fiquei apavorada e comecei a perder os sentidos, quando de repente, ouviu-se um barulho e a criatura caiu no chão sem vida.

Acente-se a luz e eu vejo um ser barrigudo, de grandes olhos vermelhos, antenas cor-de-rosa bebé , 2 metros de altura, com uma longa juba, patas de leão e dentes grandes a dirigir-se até mim:
Aquela coisa parecida com um Leão: Olá escrava, tencionavas fugir?
Anuket: Bem, tu pelo menos sabes falar português…Olha lá, não me ias querer para escrava, eu não ponho sal na comida, estou sempre a partir copos, nem um botão sei coser e estrago os aspiradores todos…
Aquela coisa parecida com um Leão: Não faz mal, serves de jantar. Também pelo preço que foste…O outro idiota não sabia mesmo negociar devia ser burro como o patrão dele, um tal de Neo qualquer coisa…
Anuket: És um mercador inter-planetário? É por isso que sabes falar a minha língua não é?
Aquela coisa parecida com um Leão: Sim, sou um mercador, mas percebo a tua língua porque comprei um tradutor num dos anéis de Júpiter a semana passada, que traduz todas as línguas desde sistema solar e faz com que o que digo seja automaticamente traduzido também, é muito fixe por acaso, valeu bem o que paguei por ele…
Anuket: Quanto pagaste?
Aquela coisa(…) : A minha mãe.

Naquela altura percebi o quão cruel era aquela criatura e que não estava a lidar com um simples amador, pensei que a melhor forma para escapar dali seria negociar com ele…

Anuket: Queres o meu Dragão?
Dragão: O quêeeeeeeeeee? Tanto tempo a comer as formigas da tua mala para isto?
Anuket: Cala-te senão levas uma marretada!
Aquela coisa (…): Quero-te para o jantar!
Anuket: Estou demasiado gorda, ia-te fazer mal ao colesterol, acredita no que te digo lá na meu planeta finjo que estudo enfermagem!
Aquela coisa (…): Ah...está bem…então casa comigo!
Anuket: Sou demasiado ciumenta e possessiva não ias aguentar-me…
Aquela coisa (…): Hey, só tenho 33 mulheres nem são assim muitas…o meu irmão tem 101!!!
Anuket: Eu ia aniquilando as outras todas uma por uma, detesto concorrência, ias ter uma vida desgraçada, não te deixava ir aos jogos de futebol, não queria jogos de sueca lá em casa com os amigos, ias passar a ser vegetariano e quem passava a mandar lá em casa era eu…
Aquela coisa (…): Ok esquece lá isso…vais ficar encalhada para sempre com esse feitio…
Anuket: Ainda bem, tenho uma competição a ganhar! Olha, queres-me trocar pelo meu telemóvel? É um Nokia daqueles muito antigos, é quase uma peça de museu já…
Aquela coisa (…): Eh…tem músicas? Tens aquele toque das Pussycat Dolls?
Anuket: Só a do Dartacão, da Abelha Maia e do Inspector Gadget, serve? Já agora, gostavas também de ter um escravo guitarrista com a sua magnífica guitarra, a Michelle?
Aquela coisa (…): Então fazemos assim, vamos no meu Ovni lá ver esse guitarrista, dás-me o teu mega telemóvel e se eu ficar satisfeito, estás liberta!
Anuket: Não te vais arrepender, ele sabe cozinhar comida congelada, diz que sabe fazer bacalhau com natas, podes pô-lo a tocar a “Happy Birthday” em festas de anos e desde que não o ponhas a lavar copos nem a conduzir está tudo mais ou menos safo! Ah! Tem um problema… ele tem uns pés tão grandes que talvez quando o trouxeres, tenham que ir de fora, mas tapas-lhe a boca e não o tens que ouvir refilar…
Aquela coisa (…): Está bem! Vamos!

Chegamos ao planeta Terra, e lá encontrámos o Neo. Ficámos um tempo a observá-lo e ainda nos rimos pois este estava a andar de patins e acabava de mandar uma grande queda mesmo à frente dos nossos narizes…

Uma voz saída do Ovni (…): Uauuuuuuuuuuu! Ele é lindooooooooooooo!!!Que carinha de peixe-balão tãoooooo fofinha…
Anuket (com cara de parva): Olha lá, mas quem é aquela?
Aquela coisa (…):É a minha filha da minha 17º esposa, é a minha vergonha…nem por todo o dinheiro que eu tenho querem casar com ela…

Eu olhei e vi uma coisa estranha cheia de verrugas com pêlos no meio,3 metros de altura, mais gorda que o pai, um nariz gigante, mau hálito, cabelos oleosos, umas enormes argolas e uns sapatinhos azuis enfiados nuns pezinhos 35…

A filha da coisa: Paiiiiiiiiiizinho, quero casar com o peixe-balão, vá-láaaaaa!!!Obriga-o! Quero ter Mafaldinhas com ele e seremos felizes para sempre!!!!
O pai coisa: Aiii filha, o que eu não faço para me ver livre de ti…já viste o ar de arrogante dele?

ESPEREM!!!!! Isto seria um final mau de mais até para o Neoclipse, por isso vou abdicar da vitória que teria aqui na competição do “quem desencalha depois” e vou abdicar também deste final humilhante para lhe dar outra “chapada de luva branca”, e mostrar que o Odeio mais, mas que gosto tanto de o humilhar, que não quero que ele se vá já embora…temos muita competição pela frente!
Portanto, recuando…


Aquela coisa (…): Uauuuuuuuuuuuuu! O meu sonho era ter um Lidl!!! Achas que é um negócio rentável?
Anuket: Bem…acho que deve ser…faz uma plástica, muda para humano e faz “Franchising” disso, mas não abras em Portugal que a nossa economia está pela hora da morte! Não me perguntes mais detalhes porque não percebo nada de negócios…

Dito isto, desapareceu do nada e eu fiquei com cara de parva a olhar para o céu e para o Neoclipse caído no chão que só gritava pela mãe…
...Até que quando olhei novamente para o céu…

Dragão (a voar com um sorriso parvo em direcção a mim):Anukeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeet!!!!Bora lá ao Hi5!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anuket: ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh nãooooooooooooooo…






Anuket*

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Apaguem isto depois de lerem, por favor

Eu sei que o imperialium não deve ser usado como um fórum, mas queria deixar aqui a mensagem disponível para todos. Bem, é só para dizer que vou andar desaparecido por mais algum tempo do MSN e mesmo do mundo virtual porque estou a ver se resolvo umas coisas.
Com esta pausa vou também arrastar comigo a conclusão e publicação do album dos GEA (God's Evil Army). Eu depois tento recompensar-vos por esta espera enorme pelo "debut" oficial da banda cristã mais irritante e extremista de sempre.
Era só mesmo para dizer isto... portanto, peço que um dos administradores o apague após o pessoal o ler.
E mais uma coisa, se me precisarem de dizer qualquer coisa importante, ou simplesmente quiserem mandar-me spam como vingança de eu nunca cumprir prazos, escrevam para: filipesoares08@gmail.com .

Fiquem bem, pessoal. Que a inspiração esteja convosco!


(Edição pelo neopinguim: http://www.petitiononline.com/lunatico/petition.html)

sábado, fevereiro 10, 2007

Stress pós-exame (um disfarçado remake do Let The Games Begin!)

(este post é a continuação/resposta a um post da Anuket que pode ser encontrado aqui.)

A noite já durava há vários dias quando decidi que estava na hora de voltar para casa. Peguei na bicicleta da minha irmã e lá fui eu a pedalar, desde o Egipto até à Sobreda, amaldiçoando a múmia bolorenta que me deixou pendurado na Núbia, no seu último post.

Perdido no meio do deserto, dei de caras com uma raposa bem feia e bem vermelha, que me reconheceu instantaneamente.

Raposa bem feia e bem vermelha: Olha quem é ele!
neo: Tu? Aqui?

Percebi claramente que para uma personagem como aquela estar a entrar nesta história, certamente alguém na festa me tinha colocado uma substância qualquer na mousse de chocolate, que me estava a provocar um grave caso de obstipação intelectual e criativa.

Raposa: É mesmo. Que fazes?
neo: Pedalo... e tenho sede. Estou de regresso da festa mais secante de sempre. E tu? Que fazes por cá?
Raposa: Foi um tal de Zé Manel das Iscas que me telefonou. Disse que tinha uma missão para mim.
neo: Então anda lá, que eu dou-te boleia. Ele está alojado em minha casa.
Raposa: Nesse caso é melhor eu dar-te boleia a ti. Tenho aqui a minha sardinha voadora.
neo: Ok! Calha bem, porque não estou inspirado o suficiente para relatar uma luta com aqueles cactos mutantes que estão ali adiante.

Subimos para a sardinha, apertámos os cintos e tomámos a direcção de uma recta que possuía um vector director ortogonal ao plano formado pela areia e pelas rochas. Foi então que a Raposa bateu violentamente na sardinha com uma iguana até que a segunda derivada da posição desta fosse superior a zero, fazendo-nos levantar voo.
Pelo caminho, fomos perseguidos por uma nuvem rota a quem eu me esqueci de pagar uns servicinhos especiais. Só a conseguimos despistar a meio do Mediterrâneo, quando esta foi atropelada pelo Hot Wheels do Anjo da Morte, que andava a erradicar os pecadores da face da Terra desde que a Anuket fora ressuscitada. Porquê no Mediterrâneo, perguntam vocês? Ora essa, os carapaus também pecam... já dizia o Santo António.

Quando cheguei a casa, tinha duas aves raras à minha espera.

neo: Abutre!? Como é possível teres chegado aqui primeiro que eu, se ainda estavas na festa quando saí?
Abutre: Simples. Entrei no Portal para o mundo Imperialium que existe perto do Nilo. Quando lá cheguei, fui a pé até à base da BAU e a partir de lá apanhei o portal para a Sobreda. Poupei umas 6 horas de viagem. Como vieste tu?
neo (irritado por não se ter lembrado daquilo): Eu.. ahm.. também vim assim, mas.. parei várias vezes pelo caminho para apertar os atacadores.
Abutre: Ah, ok. Olha lá, tenho uma dúvida. Como é que anteontem descobriste que aquele Pelicano era o Padre Zé Manel das Iscas se nunca o tinhas visto antes?
neo: Sei lá... tenho poderes.
Abutre: E aquela história do tsunami.. eu pensei que o mundo estava às escuras. Não achas que tu--
neo: Não, não acho.
Abutre: Mas a sério, a única coisa que gostei nesta história toda foi quando começaste a dançar a macarena lá na festa, todo enfeitado de cor-de-rosa. Não achas que devias--
neo: Por falar nisso... Padre Iscas, a Joaninha Mecânica que eu programei para se declarar àquela feiticeira sua prisioneira já regressou?
ZMdI: Já sim. Está estacionada na garagem e voltou sem as antenas, conforme planeado.
neo (esfregando as mãos com um sorriso “béda evil”): Eheh..
Abutre: Até a Joaninha Mecânica foi mais esperta e chegou primeiro que o neo? Ehh.. como isto anda...
neo: É pá! Estou a ficar farto de te aturar a criticar os meus posts!! Não devias andar a comer chouriças?
Abutre: Calma jovem! Com tanto stress daqui a pouco viras zombie..
neo: Grr!! Eu devia era--

Nisto, tocam à campainha da casa do neopinguim, criando silêncio nos momentos seguintes.

Abutre: Como é que podem tocar à campainha se não há electricidade?
ZMdI: Cala a boca!!!........... irmão! Faça-se silêncio para o plano correr como combinado.

O neopinguim foi espreitar pela janela para ver quem era. Lá fora estava uma rapariga mascarada de plesiossauro, fazendo lembrar a monstra de Loch Ness, com um chapéu de aniversariante na cabeça e uma “batatinha” vermelha no nariz.

neo (pelo intercomunicador): Quem é?
Anuket vestida de Nessie (perdida de riso): Ohhh neeeeoooooo! Esqueceste-te das tuas antenazinhas cor-de-rosa tããããããão fófinhaaaaaaaaaas!! Hahahaha!
neo (fazendo sinal à "Raposa Vermelha" que brincava com um regador): É agora, Matrix! Rapta-a e leva-a para o teu planeta!

E o marciano Matrix, um descendente de Ozzy Osbourne de quem já poucos se lembravam, assim fez. Anuket estava paralisada com medo e nem sequer reagiu. Matrix agarrou-a pelos cabelos e levou-a para Marte na sua sardinha voadora, fazendo-a bater com a cabeça em várias estrelas que estavam espalhadas pelo céu.


No dia seguinte, o Sol voltou a nascer e tudo voltou à normalidade. O mundo estava salvo, por enquanto.


Anuket (berrando quando chegava a Marte): Maldito sejas neeeeeoooooooo!! Vou fazer queixa à Mariaaaaaaanaaaaaaaaaaaaaaaa!!!


neop.X

PS: Os créditos pelo título (a parte não entre parêntesis) vão para o 4oRbIdd3N.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Entrada para a Faculdade

Hail Imperialistas!

Para quem julgava que o _Ice_Mind_ tinha adormecido ou sido abatido em combate nesta procura das questões deveras interessantes que vos tenho exposto ao longo dos meus posts anteriores… está enganado: elas são cada vez mais e, se calhar, de melhor qualidade…
Não fui abatido, mas precisei de tempo para as amadurecer e arranjar uma maneira de as apresentar… algumas são boas demais… é por isso que recebi, com muito prazer, o vosso pedido para ajudar a colocar o Imperialium em bom caminho e, assim aproveito, para colocar em dia mais uns pensamentos e umas situações caricatas que qualquer pessoa que, com um senso crítico e minimamente analista como o meu, não pode deixar de achar que isto é uma delicia…

A entrada para a faculdade é algo muito bom… e não estou a falar de ficarmos com um curso superior, termos mais formação ou outro tipo de pensamento que vos possa ocorrer quando falamos em entrar para a faculdade… O assunto de que vos quero falar aqui é das experiências e das situações que este novo meio onde estou inserido nos proporcionam…
A primeira situação que me coloca algumas questões é a seguinte: Imaginem-se num auditório com não sei quantas pessoas que não conhecem e uma professora à vossa frente a apresentar-vos qualquer coisa que, às 9 horas da manhã, ainda não vos faz sentido e que, olhem quando olharem para aquilo, o sentido vai continuar a ser o mesmo… Agora peço-vos que naveguem nos vossos pensamentos… se conseguirem, é claro, eu às 9 horas… quanto muito… durmo de olho aberto!
Mas agora não interessa o que eu faço às 9 horas… interessa mais o que se passa a essa hora: estão então nessa aula e a professora está-vos a explicar algo até que não tem outra forma de vos explicar isso e recorre à super ajuda: a professora que se encontrava no fundo do auditório, mesmo por trás de ti e que tu nem sonhavas que ela lá se encontrava!
Mas recorre a ela apenas para destabilizar o ambiente, porque acabou por não justificar nada… e como devem imaginar, os alunos aproveitaram o momento para acordar… cumprimentar a colega que estava ao lado… lançar um bocado de charme… fica sempre bem! Mas a professora que estava aflita para descarregar os seus assuntos, sente que não está a controlar a situação e argumenta: “Não olhem para ela, que eu sou mais bonita!”
Parou tudo! Finalmente, e após eu ter torrado não sei quantas linhas nesta introdução, cheguei à primeira questão que surgiu na mente gelada: afinal não devemos estar atentos nas aulas porque é do nosso interesse, ou porque apenas queremos passar a uma cadeira… nós queremos estar atentos porque a professora que se encontra diante de nós é mais bonita que a que se encontra por detrás de nós! Faz todo o sentido! Agora pensem comigo… O sr. Ministro da Educação devia ter assistido a este momento e pensado bem na sua vida e nos resultados do sucesso escolar em Portugal e chegava à mesma conclusão que eu: os portugueses não têm melhores resultados escolares porque as professoras que lhes apresentam não são podres de boas! É verdade, finalmente percebi muita coisa… entre as quais o meu ódio de estimação à Matemática! Eu não odiaria, e penso que vocês também não, a Matemática se eu tivesse uma loira, nórdica, olhos claros… 1,80m de altura… e um corpinho de bradar aos céus a dar-me aulas! Ora aí está a solução… só me assusta que seja uma Mente Gelada como a minha a descobrir…
Não seria fantástico ter umas aulas assim? Em que não só não prestavam a mínima atenção ao que vos estão a expor, como fazemos no dia a dia, como tinham uma vista muito agradável em simultâneo!
Se os Imperialistas se juntarem, proponho que fundemos um partido político (está na moda… mas disso já nem quero falar…) e vamos lutar pela instituição de professoras com aspecto de muitas revistas de literatura avançada!

Outra das questões que me salta à mente e que me levam à escrita deste post é a seguinte: Numa aula de Matemática… (como não poderia deixar de ser) eu e os meus colegas chegámos a um brilhante conclusão: a resposta para tudo é “isto é uma função potência exponencial!”
Claro que vocês, neste momento, devem estar-me a chamar nomes por vir para aqui falar em termos que não devem conhecer e que eu estou armado em intelectual e dar um ar de superioridade… mas, a resposta a esse pensamento que vos possa ocorrer, é simples: Não sabem o que é? Óptimo! Eu passei este tempo todo a tentar descobrir e EU TAMBÉM NÃO!
Mas, voltando à questão em si, na altura quando ouvíamos esta resposta a qualquer dúvida que colocávamos não percebíamos o sentido… mas pessoal, o sentido da vida está ai!
Sim, num dos meus posts anteriores, pensava ter descoberto que os frangos estão no centro da vida e que são o seu verdadeiro sentido, mas, afinal, a resposta “potência exponencial” é que nos leva aos frangos!
Imaginem-se estão na estrada, precisam de saber o caminho para um determinado destino, encostam o carro e perguntam o caminho e obtêm como resposta: então você só tem de ver que isto é uma função “potência exponencial” e ficam logo a saber para onde querem ir! Eu ficava, vocês não ficavam?
Muitos filósofos existencialistas como Camus, Kierkegaard e Sartre levaram uma vida a tentar descobrir qual o sentido da vida e eu, _Ice_Mind_, um simples Imperialista de mente gelada, descubro ao entrar para a faculdade! Tomem lá países nórdicos com os vossos avanços nos conhecimentos das literaturas e científicos… as faculdades portuguesas são bem melhores! Não devíamos ter feito o tratado de Bolonha, deviam era ter feito o tratado de inserção ao Imperialismo! Se fossem imperialistas, se vivessem no nosso mundo, não gastavam anos em pensamento e pesquisa, já teriam acesso prévio a isso tudo!

Após este breve momento de exaltação dos nossos valores, despeço-me com apenas mais uma situação particularmente deliciosa que ocorreu na noite mais pseudo importante do ano: A PASSAGEM DE ANO!
É verdade, é uma noite fantástica, uma noite em que toda a gente finge ser o que não é e se embebeda… e aí é que vemos a verdadeira natureza da pessoa! Muitas vezes essa natureza é que nos proporciona momentos deliciosos…
Estava na passagem de ano organizada por uns amigos meus e, uns minutos após a meia-noite (como não poderia deixar de ser), uma boa percentagem dos presentes encontrava-se bêbada e as máscaras começavam a cair…
A primeira personagem que me deliciou foi vê-la a segurar muito séria um portão e fazer força para que ele não caísse! Está certo, pensem que o mundo é um sítio bem melhor porque os portões (que estão fixos) são seguros por pessoas muito competentes que não abandonam o seu posto de trabalho, nem mesmo na passagem de ano!
A segunda personagem… essa proporcionou um momento ainda mais brilhante! Tenho um enorme prazer em partilhar convosco o momento… Esta personagem tem o seu carro com os pára-brisas levantados (não faço ideia porquê, mas a resposta para isto deve vir mais à frente) e, bêbado, desata aos pontapés aos pára-brisas, pronto… eu confesso, mesmo sóbrio, não suporto vê-los levantados… só me apetece é desatar ao pontapé e parti-los todos! Ora bem… foi exactamente o que aconteceu, a nossa personagem pontapeou os pára-brisas até estes caírem… Quando questionado o porquê da sua acção a resposta foi inspiradora: “Epá… é o álcool!”
Não percebo porque é que não nos ocorreu esta resposta tão simples… e, voltando ao que disse anteriormente, que é quando bêbado que se encontra a verdadeira natureza da pessoa, cheguei à resposta óbvia: este gajo é estúpido! O álcool é o elixir da verdade…
P.S. para mim: esconder as garrafas todas de bebidas espirituosas a que o Pinto da Costa possa deitar a mão… seria uma enorme perda para o futebol português a falta de um presidente extremamente dedicado ao clube e a actividades de diversão futebolística quanto ele…

Despeço-me dos Imperialistas com a promessa de que tenho mais questões para vos colocar… aliás… elas devem estar por aí…

Hasta,

_Ice_Mind_

P.S. 2 – Usei a expressão “potência exponencial” entre aspas porque não é meu intento roubar os direitos de autor a ninguém… há que ser cívico e respeitar os direitos de cada um... e é por isso mesmo, ser cívico, e um cidadão consciente que vos coloco estas questões que assolam a minha Mente Gelada (ou então porque o Imperiallium me paga muito bem e eu venho aqui encher uns chouriços porque me pagam as contas…)

E ficámos animais assim...

Talvez fosse a hora de vos revelar como me tornei numa gazela...
Nós imperialistas sempre combatemos os ursos com muita paixão, assim como eles nunca perdem uma oportunidade de nos atacar.

Certo dia, estávamos todos a passar férias na Arca de Noé, que fazia um “cruzeiro” pelas ilhas Galápagos, quando um flagelo aconteceu provocado pelos nossos inimigos de sempre…

Eu, fazia animadamente o relato da viagem na minha máquina de filmar tirando algumas notas ao mesmo tempo, enquanto os outros imperialistas obrigados por uma valente birra feita por mim recolhiam amostras e animais como tentilhões e tartarugas.
Eu estava a elaborar um estudo detalhado sobre os diversos fenótipos, se tal acontecia devido a diferenças causadas por causa dos variados nichos ecológicos em que os animais viviam ou se por outro lado tinham sido modificados geneticamente pelo professor Porta-Velha, que era meu professor na faculdade.
Suspeitava que este me espiava e estava também intrigada que ele pertencia à máfia dos ursos. Ele era resultado de uma transformação genética de macaco para homem.

Esta experiência genética tinha sido realizada pela sua chefe, a flaminga Priscila. A Priscila, era uma flaminga que tinha pisado fezes de ursos e se tinha transformado num urso.
Na sua adolescência tinha se apaixonado pelo Rumba, sem que tivesse sido correspondida.
Ela tinha tentado chamar à sua atenção e também integrar-se na sociedade humana usando argolas com um raio de meio metro, pintando os olhos de azul e usando roupas de “dama”, mas o máximo que tinha conseguido tinha sido um emprego na “Natura” para ficar à porta de língua de fora.
Mal amada e de orgulho ferido (sentimentos mais temíveis numa fêmea), depois de não ter conseguido o amor do Rumba jurou vingança aos humanos, ao Imperialium e especialmente aos imperialistas.
Não sei, se ela é a manda-chuva dos ursos que tanto mal querem ao nosso amado Imperialium, pois este ser vil nunca deixou qualquer rasto, mas consegui apurar depois de uma investigação inconsciente de anos que ela fazia parte do grupo de cientistas malvados com pêlo em pé que trabalhavam para o crime dos ursos.

O Prof. Porta-Velha era seu aprendiz e experiência que lhe havia valido um prémio Nobel dos ursos da medicina malvada.
Ela havia destinado o Prof. Porta-Velha a seguir-me e a infernizar-me na faculdade (mesmo quando eu ia baldar-me às aulas e fugia pelas escadas, ele ia pelas escadas em vez de ir pelo elevador só para me apanhar em flagrante). A grande missão dele seria controlar as minhas investidas contra os ursos através de uma torre de controlo que eu tinha instalado no 15º andar da ESSCVP. Ali, eu fingia tirar o curso de enfermagem de forma a manter as aparências de uma pessoa normal e camuflar a minha profissão de agente secreta imperialista.
Cansada de aturar aquele macaquinho sempre atrás de mim, de mudar fraldas dos utentes nos hospitais e de aturar o Sr. Pombo (Auxiliar de acção escolar) sempre a dizer: “Os alunos não podem estar nas salas depois das aulas acabarem, muito menos no 15º andar”, arruinando por completo as horas extraordinárias que o Zé me pagava, decidi tirar férias com os outros imperialistas que estavam igualmente cansados de combater ursos!
O Zé, vendo-nos cansados ofereceu-nos umas férias na Arca de Noé às ilhas Galápagos com o subsidio das férias grandes adiantado.

Será que afinal não era bem uma viagem de férias? E que aquela birra toda que eu tinha feito quando estávamos a discutir o nosso destino de férias tinha sido através de um controlo de mente feito pelo Zé?
Nah… não questionemos o nosso guardião!
Tinha sido um “Ai Jesus” para impingir este destino de férias aos outros imperialistas, que exigiam Wireless e electricidade para irem à internet…
Anuket: Preciso de manipular as vossas mentes ou aceitam isto de uma vez?
Eles lá cederam porque se lembraram que eu era velhota e teria de aproveitar os menos 365 dias de vida que tinha em relação a eles... de qualquer forma era mãe deles quase todos. Por isso, aturaram-me com as manias de imperialista ambientalista e ajudaram na recolha de provas que confirmassem a presença de ursos naquelas bandas.
Eu sei que eram férias, mas apanhar ursos é quase tão irresistível como discutir com o Nerzhul…Eu sentia realmente o meu sentido de imperialista activo naquela zona e obriguei os meus companheiros que queriam bronzear-se um pouco a trabalharem também...
Construímos um laboratório improvisado a bordo da Arca de Noé e descobrimos que a variabilidade de fenótipos por ali, não era devida aos diferentes nichos ecológicos onde se encontravam aqueles animais, como dizia Charles Darwin na sua teoria, mas sim porque Ursulina pretendia conquistar o mundo humano, imperialista e vingar-se de nós, como vocês já sabem. Ela andava a fazer modificações genéticas naqueles animais como testes de uma experiência que seria futuramente aplicada em nós imperialistas.

No entanto, ela nunca imaginava que iríamos passar férias justamente para o local do seu laboratório experimental, e por isso seguia testando em animais dali conseguindo alterações bem notórias e rindo-se maleficamente todos os dias quando nos imaginava como tentilhões ou tartarugas alheios a tudo.
Quando a malvada Priscila soube pelo Porta-Velha que eu estava de férias precisamente em cima do seu laboratório subterrâneo, não pensou duas vezes e lançou um gás que nos pôs todos a dormir. Graças aos poderes imperialistas das nossas células cerebrais, estas bloquearam o efeito maléfico das injecções que nos foram dadas, ocorrendo apenas alguns casos de amnésia e somente a nossa aparência sofreu alterações.Também tivemos sorte, porque não fomos puncionados com o produto final dado que a má da fita não tinha ainda concluído as suas investigações.
Nós imperialistas, temos também uma protecção de emergência que é activada por um dos secretários do Zé em casos de emergência, que nos teleporta para a base nº1 da BAU caso estejamos nas mãos dos ursos.No entanto, este é um processo complicado e raramente funciona…O máximo que o secretário, o Sr. Gracindo, conseguiu foi tirar-nos da ilha…

Ocorreu uma falha e desaparecemos todos dos radares do Imperialium, assim como fomos todos espalhados pelo planeta Terra em lugar incerto...
Eu lembro-me de acordar meio atordoada e com febres altas na savana africana, não me conseguindo levantar e por isso arrastei-me durante km até encontrar água. Ia beber e…
Anuket: AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!! Mas…Mas…Eu não tinha encarnado num corpo humano, gigante, gordinho e meio careca???
Tentei comunicar com os outros imperialistas, mas os botões do inter-comunicador que tínhamos implantados na epiderme eram muito pequenos e os meus cascos não conseguiam carregar nos botões.

Fui tentando salvar a minha vida, como podia com o choque de ter perdido a minha aparência humana mas a certeza que o espírito imperialista permanecia bem vivo!


Anuket*

(esperem pela continuação...)







A Saga da Lua

Um lobo chamado Skor e uma troll chamada Unga

A minha primeira reacção foi correr em direcção a aldeia e perguntar o que tinha acontecido mas as minhas forças são rapidamente sugadas pois quando eu tento correr com a minha cauda agarrada pela azulinha. Cai por terra e ela agarrau-me pelo pescoço, puxando-me para perto dela.

Unga: não é boa ideia, pequeno, os inimigos ainda podem estar por perto.
Skor: chamastes-me o quê?
Unga: eles vêm do sul, já destruíram duas aldeias da minha raça e quem sabe quantas outras de homens. Eu tenho medo pequeno.
Skor: eu não sou pequeno, porra!
Unga: dizem que são homens urso. Eu não sei onde acaba a historia e começa as fabricações do medo, dizem que são metade homens metade ursos, que destroem tudo o que aparece pela frente e quanto atingem um grande prazer em batalha eles transformam-se completamente em ursos e que comem sem lavar as mãos.
Skor: isso não parece assim tão mau…
Unga: não?
Skor: não, ursos não são assim tão perigosos, são chatos sim, mas uma ou duas mocadas e…

A minha conversa é interrompida por um grande rugido por detrás de nós, olho para trás enquanto a Unga arrasta-se, assustada, pelo chão para trás de mim. Um homem alto e forte vestido em pele de urso e com garras do mesmo animal a fazer de arma avança sobre nós.

Homem-Urso: yo dama! Chilloutes isto aqui estás entre sócios.
Skor: ela não quer nada contigo, afasta-te.
Homem-Urso: ei, sócio, vê lá se não queres que te leve lá fora.
Skor: não sei se me ouvistes verme! Vai-te embora antes que eu te faça arrepender de ter saltado da árvore que te gerou.

O Homem-urso fica possesso de fúria e avança sobre mim rápida e monstruosamente sedento de sangue, eu tento pensar rápido, mas muito mais rápido que eu – como também extremamente misterioso – são os desígnios da natureza e antes que o aspirante de urso me pudesse atacar ou eu ataca-lo, uma arvore cai sem explicação alguma em cima do homem-urso esmagando-o.

Skor: Azulinha, estás bem?
Unga: estou, apenas estou assu… azulinha?
Skor: ah… uh… er…
Unga: não precisas de ficar assim Skor, achei piada.

Ela sorria para mim e eu, se eu tivesse lábios, aposto que também estaria a sorrir. Achava estranho, uma, uma fosse o que ela fosse, acarinhar-me tanto como se fosse um familiar, ou um amigo. Mais estranho, é que ela parecia conhecer-me apesar de não saber quem eu era e admito, era difícil não sentir também carinho por ela assim como era difícil não sentir uma leve comichão na orelha que me obrigou a usar a minha pata para me coçar.

Mas a nossa situação não passou despercebida, vários aldeões aproximaram-se de nós ajudando a Unga a levantar-se e ficando estáticos a olhar para mim não sei o que fiz, mas algo teve de ser para levantar a admiração e o medo que via nos seus olhos, a situação estava a tornar-se embaraçosa e outra vez vi-me forçado a recorrer á velocidade de pensamento para escapar desta situação, mas repetindo-se algo acontece cortando-me o pensamento e fazendo mover a historia. Um ser bastante alto mas encurvado, sustentando-se num cajado e com as formações ósseas bastante maiores fazendo lembrar hastes, irrompe pela multidão e lança-se aos meus pés, a Unga corre rapidamente ao seu encontro e agarra-lhe no braço, apesar de me parecer alta não se comparava á criatura que se encontrava prostrada diante mim.

Velho: salvastes a minha filha! Como é que alguma vez te poderei pagar.
Skor: eu… eu não quero nada.
Velho: tolices! Tenho uma divida para contigo que ultrapassa qualquer riqueza que possas pedir, portanto pede qualquer coisa! Até a minha vida te darei.
Unga: …guarida…

O silêncio devastador transforma-se num burburinho incomodativo, não conseguia perceber o que se passava, porque é que esta gente estava tão perturbada com a minha presença e porque é que o pedido da Unga causou tantos comentários por parte do povo, para alem do mais, como é que este velho se apercebeu que eu conseguia falar e o que raio ela queria dizer com pequeno?

Velho: … filha?
Unga: ele está sozinho, defendeu-me e nós sabemos o quanto ele é importante para nós, portanto pai, eu peço-te… já agora, o que é o jantar?
Velho: moelas.
Unga: gostas de moelas pequeno?
Skor: gosto sim!
Velho: então está decidido.

Afirmou o velho levantando-se com um fulgor que não assentava nada com a sua idade.

Velho: Este nobre lobo irá permanecer em minha casa e será tratado como membro da minha família pois está sobre minha guarida. E se alguém o tratar mal, é como se estivesse a tratar mal a minha família, pois eu decidi guardar este rapaz. Portanto não o tratem mal, pois ele é da minha família e…
Unga: pai, estás a divagar

Um maior clamor ergue-se da população, não conseguia perceber se os murmúrios eram bons ou maus mas pelo meio lá se ouvia um daqueles seres a gritar: “vamos morrer!!!” e em seguida a entrar em combustão instantânea e correr pela aldeia pondo mais algumas casas a arder antes de cair por terra. Com esses novos fogos os aldeões lançam-se outra vez aos trabalhos que faziam após o ataque, enquanto que eu, era levado por esta nova família para o que iria ser a minha casa.

A casa era maior que as restantes, o que parecia indicar que também a posição social desta família seria superior aos outros. E apesar de tudo a casa era muito simples, tinha um grande salão na entrada, com vários bancos compridos em volta de uma fogueira com um grande caldeirão por cima, e em volta deste salão estavam bastantes portas que eu assumi que levassem para os diferentes quartos. Mas agora estava na altura de conhecer a família.

Foram-me apresentando algo lentamente os membros daquela família, o velho que me tinha oferecido guarida era o senhor da aldeia de nome Yorgsh, duas mulheres vieram receber-me, uma delas chamava-se Kandia, era esbelta, de cabelo cinzento, um pouco mais alta que Yorgsh, as formações ósseas no seu corpo eram leves e comparadas a outras que tinha visto, quase imperceptíveis, era a tia de Unga que habitava com o seu irmão porque nunca tinha procurado alguém que a desposa-se, a outra senhora era a mãe de Unga, era uma mulher forte, com o cabelo igual á sua filha, mas repleto de tranças, o seu nome era Urnia.

Mais tarde cheguei a conhecer dois irmãos de Unga, um chamava-se Bron mais novo e tinha uma figura nada parecida com o seu pai ou sua mãe, fazia mais lembrar a tia apesar do cabelo ruivo mostrar de quem era filho, o ultimo rapaz, era tão alto quanto o pai e era uma parede de músculos e de osso, segundo me contavam seria ele o próximo líder da tribo e chefe das tropas da aldeia e tinha pelo nome de Grizaldo.

Bron: mas eu posso ficar com ele?
Yorgsh: não! Já te disse que ele é da tua irmã.
Unga: pára de o tratar como um animal de estimação.
Yorgsh: desculpa filha eu…
Urnia: a miúda tem razão, porque é que tens de estar sempre a...

Eu estava a ser o catalisador de uma discussão que nem compreendia porque acontecia. No entanto, num acto de benevolência, o membro da família mais prometedor na sucessão da sua família, interveio por mim, calando toda a sala.

Grizaldo: chega de discussão! Não vamos estragar um momento por causa de uma coisa estúpida, ele salvou a minha irmã e por isso estou-lhe eternamente grato.
Yorgsh: esse discurso era meu!
Kandia: Cala-te Yorgsh! O teu filho tem razão e não venhas gerar mais confusão por causa disso. Já bastou da outra vez por causa das peúgas!
Urnia: pois bem, mas nós não temos cama para onde ele dormir.
Kandia: tratamos disso depois, ainda temos de ir arranjar carne para o jantar, Unga, vens connosco
Yorgsh: mas aquele era o meu dircurso.
Unga: eu não queria deixar o Skor sozinho.
Skor: não te preocupes eu enrosco-me ai num canto.
Grizaldo: não te enroscas nada! Vens comigo e o meu irmão, a gente mostra-te ai as coisas.

Assim foi decidido e assim foi feito, a Unga despediu-se de mim e cada um de nós for para o seu lago, os dois rapazes mostraram-me todos os locais influenciáis da região. O terreno de treinos, o campo de arco, a casa de uma antiga vidente, a loja de gomas, o poço, local que me chamou muito a atenção e uma taberna. Segundo os rapazes me disseram, precisavam de ir buscar umas coisas á taberna e então entramos. Era um local acolhedor, mas não me está a apetecer fazer uma grande descrição, portanto eles sentaram-se no balcão e eu enrolei-me perto dos pés do Bron, nisto um outro rapaz de aspecto galante com uma estrutura óssea finíssima e um sorriso de orelha a orelha aproxima-se dos meus dois companheiros e cumprimenta-os.

Rapaz: então caros amigos, Bron, Grizaldo, como estão neste belo dia?
Grizaldo: nós não somos teus amigos Torg, tu só estás a falar connosco porque queres saltar para cima da nossa irmã.
Skor: frio.
Torg: uh, o cão fala! Então foi este rafeiro que salvou a vida á delicada Unga?
Skor: ei!
Grizaldo: enfia um urso vestido de ananás nessa boca minha besta, este “rafeiro” como tu dizes, fez algo que tu nunca farias e foi defender a minha irmã contra um homem-urso.
Torg: pois claro! Defende o rafeiro quando eu poderia ter-me safado muito melhor.
Brom: Torg, vai dar uma volta, ou vai haver problemas.
Torg: vejo que vocês são tudo menos cavalheiros, portan…
Grizaldo: não é o que eu digo? Olha-me para esta flor a falar, como é que isto pode alguma vez desposar a nossa irmã? Não concordas Skor?
Torg: que rudes…
Skor: eu não tenho muito a dizer, apenas não gosto das coisas que ele me chama.
Torg: o único que gatinha aqui és tu!
Skor: não por muito tempo.

Não é preciso dizer muito, começou uma rixa e este indivíduo de nome Torg saiu de rojo pelo chão a gatinhar e a chorar que nem um bebé a chorar pela mãe, claro que foi dois contra um e foi desequilibrado, mas pelo que parece o Grizaldo também não gostava dele, mas mal de tudo, parecia que ele andava interessado pela Unga. Espero que não tenha feito algo para a chatear.

996

(este post é a continuação de um outro post que pode ser encontrado aqui: 966)


A chegada da noite arrefeceu o último dia do planeta Terra.

Bernardo acordara sobressaltado do pesadelo que tivera e levantava-se agora da cama a cambalear. Dirigiu-se lentamente para a janela e, ainda meio tonto, recordou o seu sonho.

Uma pequena mulher com asas flutuava perto dele enquanto ele se vestia. Pedia-lhe dinheiro e perguntava-lhe insistentemente onde tinha estado na noite anterior. Apesar de ele não se lembrar dela, sabia que já a tinha visto antes. Era assim todas as noites.

De repente, quebrando o silêncio fúnebre habitual naquela hora tardia, ouve-se um enorme estrondo lá fora, indicando um grave acidente. Bernardo apressa-se a ir ver o que se tinha passado.

Uns metros abaixo da sua casa andavam os bombeiros, polícia e força aérea à procura da zona do acidente. Mas como não conseguiram encontrar, foram-se embora.

Bernardo observou horrorizado a destruição que o carro sofreu ao embater violentamente contra um candeeiro de rua. O condutor fora decapitado pelo esticão do cinto de segurança, criando uma apoteose de sangue escarlate nas paredes do habitáculo do automóvel. No lugar do morto estava uma enorme poça de alcatrão negro, que escorria pela rua fora. Nos assentos de trás, encontrava-se deitada uma pequena mulher desmaiada.


E Bernardo ainda mais horrorizado ficou quando descobriu que as vítimas do acidente estavam a ouvir Sérgio Godinho!!

Mas as surpresas não tinham acabado ali! Ao tentar socorrer a mulher que estava inanimada no banco de trás, vê que ela era nem mais nem menos a mesma que atormentava os seus sonhos há várias semanas!

Como se tal não bastasse, mais surpresas se avizinhavam! Observando melhor o carro pôde ver que este não era um carro mas sim um triceratops oco por dentro, e, como se não chegasse, este não tinha chocado contra um candeeiro de rua como pudera ver antes, mas contra a sua alteza, rainha de Inglaterra.



Felismino, um vizinho de Bernardo, também não conseguia dormir e, como estava aborrecido, resolveu ir à cozinha buscar um pacote de gomas. Tinha acabado de o abrir quando ouviu um estrondo vindo lá de fora. O sobressalto fê-lo deixar cair o pacote e correr para a janela, para ver o que se tinha passado. Conseguiu ver um animal estranho ferido à porta da casa do Bernardo, bem como este seu vizinho agachado de volta dele. Subitamente, viu-o levantar-se e, com os olhos fechados como num transe, dirigir-se para as traseiras da sua própria casa, murmurando as misteriosas palavras “preçooooo certooooo...”.

Quando Felismino deu por si, reparou que já não tinha o pacote das gomas na mão e começou à procura dele pela casa toda, só o encontrando quando uma goma com 2 metros de altura lho estendeu amigavelmente.

Felismino agarra no pacote, agradece, e volta para o quarto, quando de repente apercebe-se do que o narrador tinha dito na última frase do parágrafo anterior. Em pânico, tranca então a porta do seu quarto para se proteger da monstruosa guloseima. Enervada por ter sido a excluída das suas colegas do saco, a goma gigante decide assassinar o seu ex-futuro consumidor e começa a rebolar derrubando não só a porta, como também a parede do seu quarto. Este pequeno caos provocou um abalo na estrutura da casa, fazendo o pesadíssimo candeeiro no quarto de Felismino cair brutalmente sobre a cabeça da Goma, que precisou de vários minutos para se recompor.

Encurralado pela dorida goma gigante e sem grandes alternativas, Felismino decide saltar pela janela. Num movimento brusco, coloca um pé em falso no parapeito e cai de cabeça do seu segundo andar, ficando inconsciente por algumas horas. A Goma, após espreitar pela janela, ficou convencida que a sua presa estava morta e resolveu ir ver um DVD para a sala de estar enquanto comia sugos. Sugos esses que, encontrando-se especialmente sombrios naquela fatídica noite tenebrosa, resolveram pregar uma partida malvada à Goma e engasgaram-na propositadamente. A Goma, tossindo quase todo o seu sistema respiratório para fora do seu pegajoso corpo, dirigiu-se à cozinha aos tropeções, encontrando antes a despensa cujo conteúdo estava atulhado e quase a transbordar. Ao abri-la, caíram-lhe em cima diversas embalagens de feijão, arroz, cereais e fritos juntamente com latas de atum, salsichas e cogumelos. Meia cega e a coxear, lá deu com a cozinha e com o frigorífico, mas em vez de agarrar na garrafa de água, acabou a beber meia embalagem de sonasol amoniacal. Cada vez com maior dificuldade em respirar, questionava-se o que fazia uma garrafa de detergente no frigorífico quando finalmente deu com um garrafão de água no chão, junto ao lava-loiça. Ao dirigir-se lá, bateu com o pé na perna da mesa, tropeçou num chinelo esquecido e foi bater com a cabeça no balcão. Esta estava a ser, sem sombra para dúvidas, uma noite-não para aquela infeliz goma.



Otávio também ouvira o acidente. Como tinha trocado os seus binóculos por apenas dois murros na barriga com o rufia da sua escola, teve de ir a pé ao sítio onde tinha ouvido um carro bater, para saber o que se passava.

Depois de lá chegar encontra um triceratops a cambalear de um lado para o outro e a Rainha de Inglaterra caída e a estrebuchar.

Apanhando-o de surpresa, uma cabeça rebola pelo chão e trinca-lhe um atacador do ténis. Otávio, assustado, recua, o que faz com que os atacadores se desatem e o ténis lhe salte do pé.

Um corpo decapitado, ao ouvir um assobio vindo da sua cabeça, sai de dentro do triceratops pela porta do condutor, e apanha-a do chão.

Otávio, horrorizado, foge o mais rápido que as suas pernas lhe permitem. O degolado não perde tempo e começa a persegui-lo, driblando a cabeça como uma bola de basket.

Enquanto Otávio se defendia com um taco de baseball das investidas da cabeça, agora atada a um elástico, que lhe tentava morder o pescoço de cada arremesso feito pelo seu respectivo corpo decapitado (cinturão negro em artes marciais com especialização na cadeira de matracas), Felismino acordava cheio de dores depois da queda que sofreu. Por uma incrível e inexplicável coincidência, acordou mesmo a tempo de ouvir o diálogo entre uma bela fada azul e o horrendo resultado de uma experiência de laboratório com uma mulher feia que correu terrivelmente mal, reconhecendo-a como Polga. Elas conversavam a 5 metros de si, ignorando a sua presença.

Fada: "Sabes a combinação do euro-milhões para esta semana?"
Polga: "Melhor do que isso migá! Eu tenho o prémio aqui nesta mala!"
Fada: "Mas como é que--"
Polga: "Oh minha cara amigá, isto de ser professora-demónio não é só passar os alunos... também traz as suas vantagens!"
Fada: "Por favor. Eu preciso mesmo disso."
Polga: "E isto será teu. Só é preciso que honres a tua parte do acordo. A tua missão é demasiado importante para falhares."
Fada: "Eu conheço a tua fama de caloteira. Metade agora. Metade depois. Que tal?"

O que Polga não sabia era que para o terrível plano da Fada, metade era mais do que suficiente.


Felismino viu Polga a aceitar a proposta da estranha fada. Depois de dar metade do dinheiro que tinha na mala, Polga dá uma tripla pirueta e transforma-se num bando de morcegos que voam para fora do alcance visual de todos.

A anã azulada após se virar depara-se finalmente com Felismino.

- Não tenhas medo.

Ela aproxima-se tirando uma pá azul e um saco de plástico azul dos seus bolsos azuis.

- Toma. Dentro do saco estão chuchuzeiros pré-semeados.
- Isso come-se?
- Eu não quero que tu os comas! Eu quero que os plantes naquele quintal!
- Então não quero.
- E se te der um saco de gomas em troca?
- Não me fales em gomas!
- Uma televisão azul da Grundig? - continuou a fada, procurando nos seus bolsos.
- Não.
- Charutos cubanos?
- Eu não fumo.
- Um pacote de jelly beans?
- Onde é que tenho que plantar os chuchus?
- Naquele quintal ali.
- Acordado!

Felismino caminha em direcção ao quintal de Bernardo, enquanto assobia as músicas do "Tubarão".

A anã alada esfrega as mãos de contente e lança um pó mágico ao ar que, numa explosão, faz aparecer um avião a jacto e um livro que tinha escrito na capa: "Como Aprender a Voar Enquanto O Narrador Diz o Título".


Felismino vê do quintal de Bernardo um avião a jacto levantar voo e a desaparecer no firmamento.

- Estranhas coisas têm acontecido ultimamente... - suspirou, enquanto começou a cavar.


Já o esburacamento ia bem avançado, quando o seu trabalho é interrompido pelo que lhe parece ser um choro de bebé vindo de uma barraca de madeira à sua frente.

A noite estava tão escura que até o quintal de Bernardo parecia a mais assombrada das florestas e, portanto, até o berro de uma criança era assustador.

Felismino, não sabendo o que havia de fazer, começa a roer as unhas acompanhando com jelly beans e uma gasosa de limão. O vento ocasionalmente fazia-se ouvir parecendo trazer consigo palavras soltas numa voz sibilante.

Felismino ganha coragem após a sua vigésima primeira unha e cautelosamente abre a porta da barraca de madeira.

Um restolhar atrás de si impossibilitou-o de continuar. Um vulto com enormes proporções aproxima-se, fazendo os seus joelhos tremer de medo.

Ao aproximar-se, reparou que era a gigante Goma. Desta vez ela trazia uma chave de fendas na mão e diversas nódoas negras pelo corpo todo.

- En garde! - grita o monstruoso doce antes de começarem os dois numa épica luta de esgrima de enxada contra chave de fendas. Contudo, a Goma, canalizando toda a fúria dos desastres que lhe aconteceram no sentido de se vingar de Felismino, não se apercebeu do buraco recém-cavado que se encontrava no meio do quintal de Bernardo e mergulhou de cabeça lá para dentro, fracturando duas costelas e ficando imunda em terra e adubo natural. Felismino, sem pensar duas vezes, foge para a rua onde dá de caras com uma cena ainda mais invulgar.

O seu amigo e vizinho Otávio estava no meio da rua com as pernas e os braços amarrados, dando pequenos saltos de um lado para o outro, tentando-se desviar daquilo que parecia uma bola de bowling a derrubar cinco pinos fora do normal. Eram eles: Otávio, o cão de Felismino, a Rainha de Inglaterra, o Sô Sousa e o homem que Felismino reconheceu como sendo o árbitro de wrestling que arbitrara o combate de Polga contra um mosquito gigante, três meses antes. Após uma cuidada observação, percebeu que a bola que os tentava derrubar era, de facto, a cabeça desse próprio senhor que servia-se a si próprio como pino naquele jogo tétrico e desumano. Esperou pacientemente pela altura em que a cabeça fosse anotar os seus pontos, algo que fazia facilmente escrevendo com a boca usando o lápis que prendia na orelha e, quando tal aconteceu, correu a ajudar o seu amigo. Mas a cabeça apercebeu-se disso e assobiou alto para que o seu corpo os detivesse. O corpo correu atrás da sua cabeça guiando-se pelo som, pegou nela e atou-lhe um elástico rapidamente. Tudo isso enquanto Felismino tentava em vão soltar o seu amigo. De seguida, começou a chicotear violentamente Felismino que corria desesperado em todas as direcções gritando a plenos pulmões.

Aquela chinfrineira toda acordou a goma titã que estava no buraco a dormir e a sonhar com nuvenzinhas e outros objectos fofos e confortáveis. Saiu de lá a custo, após ter escorregado de novo lá para dentro repetidas vezes, e dirigiu-se para a rua. Assim que passou o quintal e pôs o primeiro pé na rua, levou uma valente cabeçada da agora desgovernada cabeça do árbitro, que se soltara do elástico.

A gigante e azarada goma teria se vingado em seguida do árbitro, se um avião a jacto azul não lhe tivesse aterrado em cima. Quem o pilotava era a fada azulada, que saltou para o chão com uma arma de vários tons de azul nas suas mãos (que também eram azuis).


Sem que alguém tivesse tempo para pestanejar, contar até 10000 e ler as obras completas de Júlio Verne, esta dispara da sua arma um raio azul clarinho que faz ricochete nos óculos da Rainha da Inglaterra e acerta em cheio na gigante goma que se estava a levantar, fazendo com que esta voltasse ao seu tamanho normal.


Enquanto ela rastejava a caminho do saco de Felismino para junto da sua família de guloseimas, aparece um gavião que a eleva no ar só para a deixar cair nuns espigões de metal no meio da estrada. É ouvida então uma voz rouca e agressiva vinda dos céus a dizer: “FATALITY!”


Nesse exacto instante, do mesmo local de onde a voz surgiu, a malvada Polga aterra no meio da rua, criando uma cratera gigantesca e fumegante, e dá uma gargalhada dissonante que faz o chão tremer de pavor. Aproximou-se rapidamente da Fada Azulinha e apontou-lhe um apagador negro ao pescoço. A Fada Azul, prevendo o que se seguia, rodou a máquina redutora, apontando-a ao Felismino, que tinha parado de fugir do árbitro, pois estava com dor de burro.

- Fizeste o que te mandei? – perguntou a Polga à Fada, com uma voz ameaçadora.
- Fizeste o que ela me mandou? – perguntou a Fada ao Felismino, com uma voz delicada.
- Fizeste o que ela lhe mandou? – perguntou o Felismino à atmosfera, com uma voz de grunho.

Seguiu-se uma pausa em silêncio. Todas as personagens entreolhavam-se sem entender o que se passava e somente se ouvia o piar de um mocho, nos horizontes das trevas.


- Ele diz que fez. – respondeu o Felismino.
- Ele di... – começou a fada.
- Sim! Eu ouvi o que ele disse! – interrompeu a Polga – Mas tu és maluco ou fazes-te?
- És maluco ou fazes-te? – perguntou Felismino à atmosfera.

Polga olhava incrédula.

- Ele diz que se faz, mas só nos dias pares. – respondeu após alguns instantes.


Irritada, Polga tirou das suas costas uma pá malévola fabricada nos confins do Inferno e deu uma pazada na cabeça do Felismino, deixando-o inconsciente. Fez o mesmo a Otávio, que ainda estava amarrado no meio do chão, e arrastou ambos até ao quintal do Bernardo, seguida de perto pela Fada Azul.


Chegando lá, a Polga acordou o inconsciente Felismino com outra pazada e desamarrou o Otávio, também como uma pazada (não me perguntem como). Estendeu uma pá ao Felismino e outra ao Otávio quando este se levantou.


- Agora cavem, suas Amélias.
- Mas já está ali um buraco gigantesco, que eu cavei nem há 10 minutos – protestou o Felismino.
- Sim, mas esse não serve.
- Como, não serve?
- Não serve.
- Não serve? Mas é um prodígio de buraco! Nem na Dinamarca se cavam buracos com esta qualidade!
- Qualidade? Aquilo está tão mal cavado que até parece ter sido feito pelo teu cão zombie!
- Mas...
- Já te disse que não serve! Queres que eu te ponha a fazer equações?
- Pronto. A gente cava.
- Acho bem.

Felismino e Otávio pegaram lentamente nas pás, resignados com o trabalho que tinham de cumprir. Cavavam nem há dois minutos, quando Felismino voltou a incomodar Polga, que pusera os seus óculos escuros e se tinha sentado numa cadeira reclinável por baixo de um chapéu-de-sol, a beber uma caipirinha.


- Senhora demónio, desculpe lá...
- Que foi, caraças!? – respondeu a Polga com maus modos.
- Eu estava aqui a pensar... não seria muito mais rápido se você fizesse aparecer uma dessas pás mágicas para o meu amigo imaginário cavar também?
- E tu interrompeste o meu bronze para me perguntares isso?
- Bronze? Mas não é de noite?
- E eu não sou uma Demónio? Já alguma vez ouviste falar de um demónio fixe que se bronzeasse de dia?
- O Ashmed?
- Bah! O Ashmed era tudo menos fixe. Não ouviste dizer que ele tirava macacos vivos do nariz?
- Eww... nojento.
- Podes crer! – concordou Polga.


Depois deste momento, nasceu uma suave empatia entre Felismino e Polga, que acabou por dar-lhe uma terceira pá para o seu amigo imaginário cavar. Quando o fez, Felismino estendeu-a ao seu amigo e a pá agitou-se no ar três ou quatro vezes, caindo no chão seguidamente. Depois, no instante seguinte, a pá viajou quase 200 metros em menos de 2 segundos, acertando mesmo em cheio na cabeça da Rainha de Inglaterra, que desmaiou novamente. Ouviu-se um “Oops!” vindo da pá, enquanto esta dançava alegremente pelo ar como uma criança voadora.


“Lá lá lá lá”, cantarolava a pá aos saltinhos, rodopiando e bailando com vontade própria.

E a divertida pá pôs toda a gente a dançar ao som e ritmo da sua cantoria. Polga dançava com Felismino, enquanto Otávio, ainda amordaçado, dançava com a Azulinha. O árbitro decapitado começou a dançar com a ainda desmaiada rainha de Inglaterra, e o cão zombie de Felismino dançava com o Sôr Sousa. Até o saco com os chuchus pré-semeados dava umas cambalhotas desajeitadamente enquanto assobiava ao som da música.

Aparecendo do nada, um coro operático formado por centenas de pessoas começa a cantar a melodia que a pá trauteava, harmonizando de forma magnífica a música gloriosa que parecia ser a sinfonia daquela pá. Por todo o lado começaram a aparecer violinos, trombetas, harpas, tubas e outros instrumentos orquestrais, que se tocavam sozinhos enquanto a pá planava para trás e para a frente de forma alucinada.


Naquele que era o clímax do concerto fantasma, que fazia lembrar o melhor dos musicais da Disney, a pá elevou-se no ar juntamente com as suas duas amigas que estavam nas mãos de Otávio e Felismino antes de estes terem começado a dançar. Os violinos trinavam violentamente, os tambores rufavam fazendo vibrar o chão e uma ou outra pandeireta timidamente marcava o compasso de forma inaudível. As pás estavam a terminar o seu número de ballet aquático em pleno ar quando, para grande espanto de todas as pessoas e até mesmo do narrador, as três pás se transformaram na versão mais demoníaca de que há história dos três porquinhos e começam a cuspir fogo por todos os presentes que dançavam alegremente.


A alegria transformou-se em desespero à medida que as pessoas começaram a ver que estavam a arder e não conseguiam parar de dançar. Os três porquinhos voadores tinham agora pegado em três canetas sem carga e deliciavam-se a espalhar o terror entre os cantores do coro, projectando pequenas bolinhas de papel impregnadas em cuspo corrosivo. Os dançarinos tentaram abrigar-se onde conseguiam, mas não era o suficiente. Muito menos quando as dezenas de instrumentos em chamas faziam lembrar meteoros em rota de colisão com qualquer coisa que se mexesse, enquanto tocavam algo desafinado saído do pior filme de terror.


Foi então que um deles atingiu impetuosamente a barraca de madeira fazendo chover carvão em brasa pelas cabeças de todos os presentes, que rebolavam no chão coordenadamente sob o comando de um bombeiro com um megafone. Polga, que esteve abrigada por baixo do seu chapéu-de-sol este tempo todo, vendo a barraca das ferramentas explodir, teleportou-se para esta em pânico e agarrou uma embalagem que lá estava encoberta, pontapeando acidentalmente a cabeça de Bernardo, que tremia no meio do chão depois de ter sido explodido juntamente com a barraca. Não pediu desculpa e saiu instantaneamente do meio daquela confusão, deixando para trás uma névoa negra e levando o seu maior tesouro, a estranha embalagem sombria, nos seus braços.


O que Polga desconhecia é que na janela mais alta da casa de Bernardo, lá em cima no sótão, por entre teias de aranha e armários repletos de esqueletos, um ser misterioso se sentia frustrado agora que percebera que o seu ambicioso plano acabara de falhar redondamente.


História horripilante relatada em conjunto por Neoclipse e Lunático.
Algumas ideias e apoio psiquiátrico fornecidos por Anuket e Vargtid.
Bolo-rei fornecido pela Rainha de Inglaterra.

domingo, fevereiro 04, 2007

Parabéns a mim!

O pobre do Abutre tinha comido enchidos previamente envenenados pelo Neoclipse que tinha engendrado todo aquele plano maquiavélico porque é má pessoa, egoísta e mau colega Imperialista.
Quando fui salvar o Abutre das garras dos ursos, reparei que este estava a ser depenado e preparado ser o jantar dos ursos.
Tentei tomar a minha forma humana, mas não consegui. O feitiço dos ursos que nos tinha transformado a todos em animais era demasiado forte e nem o Zé estava a conseguir encontrar solução…talvez tivéssemos que ficar assim para sempre…
Estava eu atrás dos arbustos escondida a pensar numa forma de salvar o Abutre quando…
Arbusto azul voador do quintal do Filipe: Hey Anuket, que fazes aqui?
Anuket: Mas…mas…tu não eras pequeno no Natal?
Arbusto Azul voador: Oh sim era…Mas nós crescemos muito depressa e tornamo-nos “homens” quando raptamos um humano, e eu já cumpri esse ritual e então saí do quintal porque haviam menos miúdas e vim viver para aqui…
Anuket: Comeste muito adubo não?
Arbusto Azul voador: Nahh…nós temos uma infância mais pequena que vocês…o que é mau…dava tudo para ser criança outra vez e ouvir do quintal o barulho dos ensaios, vindo da garagem…
Anuket: Foi bom ver-te e obrigado por me teres escondido ali dos malditos! Eles têm o Abutre…
Arbusto Azul voador: Queres ajuda? Eu posso tentar resgatar o Abutre num voo picado, que me dizes?
Anuket: Agradeço!
E num voo picado lá foi o Arbusto Azul Voador, cujo seu nome era Anastásio. O Arbusto como era de noite não foi logo visto pelos ursos e muito rapidamente agarrou o Abutre por uma pata e voou dali com ele até mim, desviando-se com alguma sorte das setas envenenadas com saliva de urso que estes lhe atiraram.
Abutre: Inaaa pah…obrigado malta!
Anuket: De nada Abutre, era o mínimo que eu podia fazer depois de te ter metido nesta alhada…Epa desculpa lá, eu pensava que era o Neo!
Abutre: Queres um aliado na vingança? Ele vai-me pagar…estou cheio de flatulência por causa dos enchidos…
Anuket: Bem, somos parceiros então! Ele precisa de uma lição! Mas antes vai procurar algo para vestir porque pareces um frango do talho…
O Abutre corou e abanou afirmativamente a cabeça.
Arbusto Azul Voador: Bem, podem retirar-me algumas folhas se isto ajudar. – disse o Arbusto a pensar que poderia ser mais uma boa acção a contabilizar e seria muito boa para a sua cura, segundo a Associação dos raptores anónimos que este andava a frequentar depois de ter ficado viciado em raptar seres humanos.
Lá vestimos o Abutre e o Arbusto despediu-se de nós mandando cumprimentos para o Lunático e família e para o Dead.
Anuket: bem Abutre vou para casa…hoje faço anos sabias? Vou dar uma festa lá em casa e tréguas ao Neoclipse por hoje…
Abutre: Tens enchidos em casa?
Anuket: Sim…estás convidado…
E lá fui eu para casa preparar tudo para a minha festa de aniversário…21 primaveras, os cascos estavam cada vez mais gastos mas eu ainda queria matar ursos por muitos mais anos, ir ao zoo com os imperialistas, recordar muitas mais vezes Outubro de 2006,fazer muitos arranjinhos, assim como falar horas a fio nas conversas e grupo e voltar a estar acordada até às 6 da manhã a falar nestas…
A minha casa do Parque da Paz era bonita sim, no entanto eu tinha saudades do meu lar na Núbia, de comprar relva importada quando enjoava das acácias, nadar no Nilo e fazer ski nas pirâmides , abrir sarcófagos , brincar às escondidas nas nos túmulos dos dos faraós…Por isso a minha festa só poderia ser lá, seria como que um ritual de regresso às origens 21 anos depois da minha reencarnação num corpo humano…
O meu Templo ficava num bonito Oásis e era cuidado pelas minhas sacerdotisas.
Era uma pirâmide às riscas com hieróglifos alusivos à minha era como uma das Deusas do Egipto e ao mesmo tempo com uma decoração muito “à Vén”, tipo bruxas, Budas, símbolos da paz por todo o lado, espanta-espiritos, uma W Van à porta e som ambiente com muito ska…
Eu tinha deixado a organização da festa ao cargo da minha sacerdotisa Ankh e ela tinha tratado da decoração e enviado um convite a muitos conhecidos do mundo Imperialium, inclusive esperava-se a solene presença do nosso amado guardião, o Zé.
Seria uma festa de mascarados, onde ninguém poderia ser reconhecido e faríamos também sessões de cinema com filmes da nossa infância e séries da Tv tipo Moto-ratos, Dartacão e Swat Cats. Eu vesti-me de vesti-me de… Não digo!!!Hahaha!
O Vargtid foi facilmente reconhecido, pois deixou a cauda de fora, o Lunático não resistiu à tentação de vestir-se de robot, o Abutre não tinha tido tempo para comprar roupa então meteu uma grelha pela cabeça, sujou-se de carvão e foi de frango assado, o Rumba foi de Power Ranger, mas ia mudando de cor de acordo com as cores das paredes, a Nexitah estava de Tuxinha, o Sr. Fiambre de tosta mista, os egípcios de romanos, as gazelas de leões e os outros imperialistas nem sei…Mas…e o Neoclipse? Eu sabia que ele estava na festa porque veio uma praga de moscas, a água transformou-se em sangue, todas as gazelas primogénitas morreram, praga de rãs, piolhos, sarna que rebentava em úlceras, gafanhotos, raiva, praga nos animais e Trevas!
Abrimos o bolo e recebi uma lavagem cerebral completa de metal como prenda de aniversário dos meus amigos imperialistas, assim como um livro sobre as 50 ou mais divisões do metal.
Havia muito joi e bongo e começavam todos a ficar em alto estado de embriaguez:
O vargtid dizia que só queria o meu cão, o Rumba telefonava para todos a perguntar se queriam crédito, o Lunático tinha alucinações com os GEA a tocarem kizomba…e alguém ao longe declarava-se uma vez e outra à Nexitah…
Anuket (em voz baixa): Apanhei-te Neo! Hahaha
A Nexitah na realidade não era a Nexitah mas sim o a bruxa da Branca de Neve com uma maçã envenenada disfarçada de Nexitah.
Quando disse ao Abutre, ele que não quis saber de tréguas e agarrou o Neo pelas costas que estava vestido de joaninha e eu não resistindo dei-lhe gás hilariante e ele foi para cima das colunas dançar como uma miúda do Hk na sua plena puberdade…
Foi a risada total e ele foi sem dúvida a atracção da festa!
Obrigado Neo!





Anuket*





Ps: Agradeço ao Lunático que foi o criador do Arbusto Azul Voador numa conversa de MSN por esta maravilhosa personagem que foi tão decisiva para o Abutre, para o Imperialium, para este post e para a nossa boa disposição!

Proposta de Videogame


Ultimamente, em vez de me dedicar como deve ser ao projecto GEA, tenho andado entretido a jogar clássicos de 8 e 16 bits (que são as consolas que estão por aqui no Paraíso na moda). Então decidi ir para um Cyber-Café escrever no Imperialium as minhas ideias para um possível vídeo-game de qualidade que me veio à cabeça… Aqui vai:

Coiso e tal (leiam antes os dois posts debaixo deste... olhem que eu lia)

Um bom vídeo-jogo que poderia trazer muito sucesso seria um beat ‘em up (ao estilo de Double Dragon) com o Ghandi e o Dalai Lama como personagens principais.

Toda a gente sabe que este tipo de jogos foi um sucesso nas décadas de 80 e 90 e com certeza que seria actualmente, se ainda fossem criados. Agora um jogo deste calibre, com duas personagens históricas conhecidas pelos seus feitos sem recorrerem à violência, seria não só divertido mas também lúdico e didáctico, pois haveria a hipótese em aberto de não se atacar uma única vez o seu oponente e passar o jogo.

Pensem bem nestes dois pacifistas! Agora imaginem-nos como dois irmãos gémeos que combatem gangues de criminosos, pela rua, chefiadas por organizações fascistas e capitalistas. Que tal?

Ataques

Os seus ataques poderiam ser um misto de artes marciais, dando a hipótese do jogador recorrer a um ataque especial pacifista (cá está!) em que cada vilão que batesse na sua personagem morria instantaneamente, apesar do seu dano ser válido.

Os botões necessários para os combates seriam os seguintes:

A – Ataque especial básico: Um carro com uma metralhadora de fita a ser controlada por o Che Guevara aparece e dispara sobre todos os gangsters no ecrã. Só se pode usar uma vez por nível e é aconselhado para matar vários inimigos de uma só vez quando se está em apuros (ou para tirar uma quantidade enorme de HP ao Boss de cada nível);

B – Ataque físico básico: À medida que se vai carregando, a personagem executa uma série de movimentos, entre eles murros e pontapés, e finaliza com um golpe mais forte fazendo o adversário tombar. Combinando o botão de ataque físico (B) com o de ataque especial (A), o Ghandi ou o Dalai Lama fazem o ataque pacifista referido acima. Combinando, por sua vez, com o botão de salto (C) a personagem faz o super-ataque físico. Um rotativo ou qualquer coisa assim.

C – Salto. Carregando se duas vezes seguidas, o herói dá uma cambalhota ao estilo ninja o que fará que ainda se eleve mais no ar. Carregando no B, enquanto se está no ar, faz com que o herói execute um pontapé voador. Carregando no A, durante o salto, irá fazer aparecer o Hitler, no lugar do Che Guevara, que disparará sobre as personagens boas: Dalai Lama, Ghandi e civis.

Start – Para escolher a personagem, opções e tal… Não há cá pausas! O que garantiu o sucesso do Mortal Kombat na Mega Drive foi não haverem pausas! Um jogo frenético e imparável! É isso que este vai ser!

Níveis

1 – Rua durante a noite: Os principais inimigos são punks pugilistas, skaters que atiram com granadas e motoqueiras ora montadas na sua moto, ora desmontadas e prontas para um confronto corpo a corpo. Por lá também estão espalhados civis que, assim que são salvos dos seus agressores, fogem, ocasionalmente deixando comida para trás (latas de ervilhas ou uma ervilha gigante) o que faz recuperar o HP da personagem, caso se coma. Há sempre a opção de não usar estes itens, deixando-os no chão. No caso de se estar a jogar com o Ghandi, ele recebe um bónus pela comida que não ingere na pontuação final. E em que é que a pontuação ajuda durante o jogo? A dar vidas à personagem! De cada X em X pontos ganha-se uma vida!

O Boss deste nível é o terrível Mussolini montado num cavalo robot voador que dispara raios laser pelos olhos.

2 – Discoteca: Os maus são robots, dançarinos punks e rappers de ambos os sexos com bastões de cricket. Os bastões de cricket, depois de caírem, podem ser usados. Quantos menos forem usados, maior o bónus na pontuação. Há civis que poderão oferecer comida assim que forem salvos, ou dinheiro (que aumenta a pontuação total). O Boss é o Bin Laden como “barman” a atirar com canecas de cerveja cheias e vazias.

3 – Continuação da rua durante o amanhecer: Bombistas suicidas e helicópteros fazem de henchmen do cruel Boss Staline, neste nível complicado. Staline está dentro de um tanque que dispara Donuts sem buraco.

4 – Selva: O jogador terá de passar por entre amazonas e homens-leopardo. É neste nível onde é justificada a escolha de Dalai Lama em vez de Ghandi. Para equilibrarmos um pouco as coisas, neste nível há a oportunidade de escolher dois caminhos a uma certa parte: um por cima e um em frente. O Dalai Lama, que é o que tem o melhor salto entre os dois heróis, é o único que consegue alcançar a plataforma de cima e seguir por aquele caminho facilitado. Também é oferecido um bónus chorudo nesta escolha. Não há civis na selva, logo não há hipóteses de a personagem receber pontos através de dinheiro. Se bem que se pode recuperar HP ao comer frutos de algumas árvores. O Sub-Boss é o chefe das amazonas e o Boss final do nível o Rei da Selva Pinto da Costa, que anda a baloiçar numa liana e a mandar manadas de elefantes atropelar o herói.

5 – Vulcão: Não há vilões menores neste nível. O verdadeiro conflito até chegar ao chefe de nível final, será saltar por algumas plataformas sem cair a um lago de magma e ver a vida a descer gradualmente quando se está perto dele. Vencendo um Sub-Boss opcional dará acesso a uma fonte de água onde se recupera toda a energia perdida, de modo a lutar-se contra o último adversário deste nível: o recém falecido Saddam Hussein! Disparos de metralhadora, mísseis a caírem do céu e batatas vampiras a saltarem do chão serão os seus ataques.

6 – Laboratório: O laboratório final é a ninhada de todo o mal no mundo, neste momento (na história do jogo, claro). Lá o jogador terá de enfrentar Ursos piratas, Ursos militares russos com AK 47 e Ursos vestidos de Ananás que disparam ananases. Não há maneira de adquirir vida ou bónus extra para a pontuação através de itens. As personagens, porém, poderão usar as armas que os seus adversários deixam cair: Cimitarras pirata, metralhadoras soviéticas e bolsas cheias de ananases. O último inimigo será o Urso Ernesto tendo como guarda-costas o Duque Rodolfo II. Ambos os bosses têm apenas ataques físicos, mas a sua agilidade e elevado HP fazem deles o maior desafio que o jogador tem de passar.

Final

No final, antes da mostragem de créditos, é contada a história da vida real de Ghandi e Dalai Lama. Se o jogo for passado no nível de dificuldade mais difícil, o jogador ganhará a hipótese de poder escolher a Madre Teresa de Calcutá quando quiser recomeçar o jogo.

E pronto, esta foi a minha proposta para vídeo-jogo. Peço desculpa pelo final foleiro, mas escrever isto tudo assim de seguida sugou-me a mente.

P.S.: Braaaaaains… Nuts! And vegetables!

P.P.S.: Agradecimentos ao Neopenguin e ao Skor pelas ideias principalmente no nível final.