quinta-feira, fevereiro 26, 2004

RETÓRICA DE CIGANO

Primeiramente, gostaria de debater a popularidade do nosso Blog. Com quase 3 meses de idade, se não estou em erro, já nos podemos considerar polémicos.

Já fomos visitados por seiscentas e tal pessoas distintas (COF COF!!!). Nessas quase sete centenas, conseguimos reunir alguns simpatizantes, alguns fãs e até alguns inimigos.
Os nossos inimigos acusam-nos de plagiarmos os episódios extra de O Homem da Constipação com o Bruno Mártir, no dvd vendido unicamente no quiosque do Tio Zé, na Trafaria. O mais triste é que as pessoas que nos odeiam, já fizeram parte da nossa Família de Imperialistas. Laikaless e Dneta, não nos odeiem...
Continuando, o que eu no fundo queria dizer, é que a nossa fama tem chegado longe. Como prova disso, eu, o Parvovirus, o SSS, ou simplesmente o filipe, já influenciei alguém fora das nossas portas. Falo, claro está, do Blog Parvoeira. Porém nem só eu influenciei alguem de fora. O Nerzhul influenciou o Blog Nerzhul, o Gothicman influenciou o Blog Gotika, o Ruben deu luzes ao Blog Religion News, o Rui deu ideias ao Blog Triciadias e a Paula marcou, indubitávelmente, o Blog Soloot.
Na realidade não influenciámos ninguém, mas faz de conta, para ver se isto ganha alguma fama...

A história em si
Eu, nos meus 10 anos, lembro-me perfeitamente das poucas vezes, que a minha mãe ia à Praça dos Ciganos, no Feijó (aka The Preisse). Devida à qualidade e preço reduzido dos produtos vendidos, este "Centro Comercial", enchia por volta das 11:00, ficando "a abarrotar" de gente. A minha progenitora costumava comprar fruta e acessórios de vestuário. Eu não gostava muito que ela trouxesse roupa para mim de lá, porque naquela altura não era fáte.
"Roupa da Preisse... Tss, ka pelintra!": eram as palavras de represália, dirigidas aos que admitiam, que a sua roupa tinha sido lá comprada. Muitas vezes havia a desculpa das Marcas e da suposta fraca qualidade dos produtos de lá. Petas! O meu computador veio de lá, tal como o meu carro (Afia Puto), a minha casa, os meus vizinhos: o Sr Sounda, a Dona Sesta, a Dona Élena e o Sr Marfim (ou então vieram do Bairro do Rato, agora não me lembro ao certo). Foram baratuchos e nunca deram problemas! Bem na realidade até deram. O meu computador às vezes "mara", devido à humidade; o meu carro é uma bosta e nem leitor de cd's tem; a minha casa é fria como gelo; o Sr Sounda anda sempre a sondar para ver se há algo para "fanar"; a Dona Sesta, segundo a avaliação intelectual do meu pai, é uma brucha nojenta tal como a filha, a Dona Élena; o Sr Marfim é um cusco daqueles(!).
Deixei-me desviar do assunto. Eu na realidade queria vos informar, que fui à Preisse mesmo ontem e disse o seguinte à minha mãe: "Mãe?". Ao que ela respondeu "Ah?". Eu: "O que é o almoço?". Ela: "Ainda vou pensar". Eu: "Ah. 'tá bem. O pai vai trabalhar hoje?". Ela: "Vai. Porquê?". Eu: "Nada, só para saber". (pequena pausa) Eu: "Sabias que os todos os comerciantes utilizam entimemas, para fazer com que os clientes comprem os seus produtos?". Ela: "Cala-te!". Eu: "A sério!". Ela: "Os ciganos não!". Eu: "Até os ciganos!". Ela: "Ah é? Então segue-me".
Conduziu-me então a uma cigana. Ela repetia incessantemente a mesma mensagem, para convencer as pessoas em redor a comprarem os seus acessórios de vestuário. A frase era:
"Oh vizinha, oh vizinho
Compre roupa da moda
Por apenas um tostãozinho
E ainda fica a lucrar
Porque o tecido é pra durar!"
Eu, perante tais palavras não me mostrei surpreendido, e disse:
"O que ela quer dizer, é que a sua roupa é melhor que a dos outros, através de um entimema. Especificamente, pode-se transformar o "poema" em um silogismo, ficando assim:
"A minha roupa tem boa duração
Tudo o que tem boa duração vale a pena comprar
Logo a minha roupa vale a pena a comprar"
Este raciocínio é inválido, pois o raciocínio é apenas subentendido, ficando na cabeça. É obviamente um raciocínio retórico, para nos persuadir a comprar. Além disso é um argumento falso: nem tudo o que tem boa duração vale a pena comprar, como por exemplo as peras, os professores de Filosofia, o Sr Fiambre, a Cláudia Shiffer... (se bem que esta até...). Logo, conclui-se naturalmente que, é um entimema".
A minha mãe e o resto dos clientes ficaram boqueabertos. A cigana ao aperceber-se disso, começou a chamar: "Ai Lélinho, anda cá filho! 'Tão aqui umas pessoas com vontade de levar umas "naifadas!". Eu ao aperceber-me que as "pessoas" eram eu e a minha progenitora disse "PISGA-TE!".
É óbvio que eu e a minha mãe tivemos que correr que nem uns loucos até ao carro, enquanto eramos perseguidos pelo "Lélinho", que de "inho" não tinha nada, pois ainda era maior que o Claro, da turma do Davide Gordinho. **Dasse!

Conclusão: A Filosofia mata!!!

Ass.: SSS

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