quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Uma tarde bem passada

Os meus pais tardavam em chegar de Lisboa. Preocupado e com o telemóvel no quarto, perguntei à minha irmã que horas eram.. Ela, após olhar para o relógio, respondeu-me algo que nunca esperaria dela: “Está na hora de fazer um post a comemorar o aniversário do Imperialium..” Face a isto fiquei perplexo e incrédulo. Após súbitos e inesperados choques, as pessoas normais, por vezes, têm tendência a ter náuseas, desmaios e, na pior das hipóteses, ataques cardíacos. Aparentemente pessoas anormais limitam-se a abrir a boca. Passado este momentâneo estado de estupefacção, fiz a coisa mais óbvia após um susto destes: fechar a boca. De seguida, perguntei à minha irmã três das mais estúpidas questões que alguma vez me ocorreram.. ou seja..

- Qual Imperialium?
- O Imperialium!!.. O Blog lá do coiso..

(pausa)
- Faz anos?
- Não.. mas faz 2 meses..

(pausa)
- Então não é aniversário! – repliquei eu, e continuei - O que quer dizer a sigla DNA?
- Deixa ver
– parou para pensar – DUUUH!!! Quer dizer Deoxyribo Nucleic Acid. Em português Ácido Desoxirribonucleico, ou seja, ADN
- Ok.. vai brincar.. – Finalizei eu. E fui para o meu quarto..

A caminho do quarto, senti o chão tremer.. Afigurando o pior, fui-me refugiar na ombreira da porta mais próxima, da porta da sala de estar. Num golpe de vista, examinei a sala. Notei que seria um sismo de 5.0 na escala de Richter. A minha irmã, que se encontrava na ombreira da porta da cozinha, rapidamente me corrigiu: “Nope.. não chega a 5.. deverá ser 4,7 no máximo”.. tendo de seguida soltado um pequeno som orgásmico e pronunciado um nome que vim a saber mais tarde que era élfico.. Devo ter pensado o valor alto acidentalmente..
O sismo acabou segundos depois. Segui então para o meu quarto, agora em direcção ao telemóvel, com a finalidade de telefonar aos meus pais, saber como eles estavam e perguntar se ainda demorariam muito. Ao segurar o telemóvel, verifiquei que tinha uma chamada não atendida de um número oculto. Após ter vociferado contra os membros da ATIPS, marquei o número do telemóvel da minha mãe. Ouvi um telefone tocar no andar de baixo. O telemóvel tinha ficado em casa. Mais preocupado que antes, fui para a varanda do meu quarto, para ver se os via em Lisboa, ou pelo menos a atravessar a 25 de Abril..
Escusado será dizer que foi uma atitude irreflectida: no instante que transpus a fronteira entre o meu quarto e a varanda, uma gaivota “excrementou-me em cima”. Olhei para baixo e contemplei o chão imaculado, livre de merda de gaivota. De seguida levantei a cabeça, ergui o punho e praguejei a minha praga favorita: “MALVADA!!!”. Resultado.. cagou-me em cima outra vez.. Ia eu dizer a “F Word” quando de repente, qual castigo dos Deuses, o chão começou a abanar novamente. Era uma réplica. Não esquecer que eu me encontrava na varanda. As últimas coisas que me lembro foi de deixar de sentir o chão da varanda sob os meus pés e de cair vertiginosamente, quando, em vez de me estatelar no chão, bati com a cabeça na mesinha de cabeceira, tendo acordado definitivamente e tendo-me aparecido um hematoma na testa.

Ok.. os meus pais chegaram..
NZL

PS.: Abaixo a ATIPS (Associação de Telefonistas Incógnitos Provocadores de Sismos) e viva o DNA!!

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