terça-feira, outubro 26, 2004

Mais um post da treta feito à pressa

Enquanto não me vier uma coisa bonita chamada de “inspiração”, postarei histórias da treta como esta:

Pizzaria Filémon – Tráfego de Kit Kat’s

Eram exactamente duas horas e quatro minutos da manhã quando fui acordado pelo telefone que o meu pai instalou no corredor do 1º andar com o amigável objectivo de me matar de susto com a barulhaça que faz cada vez que toca. Trôpego devido ao sono, lá me levantei para o atender. Era o Filémon (para quem não sabe, é o chefe do gang de mafiosos a que faço parte. É também o dono de uma pizzaria onde fazem pratos deliciosos. Mas, sinceramente, o que mais me atrai na pizzaria dele é a Juliana, a empregada boazona. Eu queria era fazer uma missão em que tivesse que a salvar de um resgate. Isso sim, é que rendia! Agora missões como aquela do outro dia em que tínhamos de fazer um carregamento ilegal de Kit Kat’s vindos de um gajo que estava perto de Cacilhas?! Porra! Para isso nem vale a pena ser mafioso! E, ainda por cima, em troca tínhamos de levar uns quantos litros de Cola Cao, imaginem só.
Mas, essa missão também teve os seus momentos engraçados, como a anedota do Tuberculino sobre o James Browser e a queda do Dibó ao rio Tejo quando tentava escapar de uns Skin Heads.
Enquanto fazíamos o percurso de volta já com os Kit Kat’s, o Zacarias, que era quem conduzia, deduziu:
– Eh pá, desculpem lá, mas isto não faz o mínimo sentido!
– Também acho, meu! Desperdiçarem tanto papel numa porcaria de livro como este!! – disse eu, enquanto folheava a demonstração do livro Erargrorn de um tal de Cristophe.
– Eu não me ‘tava a referir a isso. Eu ‘tava a falar do facto de o chefe querer trocar Cola Cao por Kit Kat’s. Não faz o mínimo sentido trocar chocolate por chocolate! E, ainda por cima, ilegalmente! Isto não tem lógica.
Subitamente, ouviu-se algo a bater contra a porta esquerda da camioneta. Eu, que estava como “pendura”, espreitei pela janela e, surpreendido, vi o Midd a atirar-se de encontro à camioneta enquanto gesticulava e gritava várias vezes:
– Não tem lógica!!
E lá continuava ele sempre a correr e a atirar-se contra a viatura. O pior foi quando tivemos que virar à esquerda e embatemos com força nele, deixando-o estatelado no chão. Talvez tenha sido por isso que não veio segunda à escola.
Depois, parámos perto de um café para tomarmos o pequeno-almoço. Lá dentro encontrámos dois bófias que estavam sentados a lerem o jornal e a falarem sobre futebol. Pude averiguar que eles ignoravam a maior parte das mensagens que recebiam nos seus rádios transmissores:
- Unidade central chama unidade 34! Unidade central chama unidade 34! Respondam porra!
Depois de um bocado, lá continuava a voz distorcida e quase imperceptível a chamá-los:
- Roubo de jóias numa ourivesaria em Cacilhas! Roubo de jóias numa ourivesaria em Cacilhas!
Depois de um longo silêncio, as mensagens continuaram:
- As mães dos agentes da unidade 34 foram vistas a prostituírem-se, tal como as esposas!!
Eles pouco ligaram e continuaram a conversa sobre os passes do Manias, até que:
- Donuts de graça na ourivesaria “Alcides” em Cacilhas! Repito, donuts de graça na ourivesaria “Alcides” em Cacilhas!
Depois de ouvirem isto, saltaram os dois da mesa e foram até ao carro a correr, dirigindo-se então para a tal ourivesaria o mais rápido possível.
– Vocês ouviram aquilo!? – perguntou Zacarias.
– Claro que sim! Temos de ir lá rápido antes que se esgotem os donuts! – disse eu, levantando-me da mesa.
– Não é isso, idiota! Eu ‘tava me a referir àquela frase do roubo na ourivesaria em Cacilhas. Cá para mim, nós não temos Kit Kat’s naquela camioneta…
E dito isto, Zacarias levanta-se e vai ver às embalagens que estavam arrumadas na carga abrindo uma delas. E, perante o olhar abismado de todos, surgiram não chocolates com recheio de bolacha, ou que raio é aquilo, mas sim várias jóias, anéis, fios e pulseiras de alto valor.
Com isto só podemos concluir que o Filémon é um velho cabrão que não nos conta os seus negócios como deve ser. Deve ‘tar com medo de que a gente o roube, ou que peçamos mais dinheiro… Eh!) que queria falar comigo sobre um assunto importante:
– Olha, ‘tão aqui uns gajos a dizerem que tinhas prometido que ias para o hospício dia 26, e não sei quê. Como é que isso fica?
– Como é que eles foram ter consigo?
– Porque deixaste a minha morada em vez da tua…
– Ah, peço desculpa. Olhe, pergunte-lhes se pode ser antes para o ano novo, que agora tenho mais que fazer, se faz favor.
Depois de uma curta espera, o Filémon regressa ao telefone, dizendo-me:
– Eles dizem que por eles tudo bem desde que não excedas o mês de Fevereiro, que nessa altura têm de entregar as camisas de força alugadas.
– Ok, óptimo!
– É verdade… Não comentes o post da Anti-Crista!! É uma ordem!
– Ah, sim? Mas porquê?
– Não interessa! É uma ordem!
Depois desligou-me o telefone e eu fui para a cama. Dormi o resto da noite.

Ass.: Stupid Son of Sam

P.S.: Peço desculpa à Anti-Crista, mas ordens são ordens e eu não quero perder aquele emprego.

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