domingo, outubro 31, 2004

Conto de Halloween

Jack-O-Lantern – A Verdadeira História

Era uma vez um homem que trocava uma imperial sacada pela Rita por uma caneca de Sagres. Esse homem chamava-se Jack e vivia num sítio bonito que há pouco tempo mudou de nome, mas que na altura se chamava Casal Ventoso. Umas lendas dizem que esse gajo viveu na Irlanda, mas não passam de histórias estúpidas e sem sentido, tal como o boato do Cavalo (ou Égua, whatever) de Tróia não ser português… Qualquer dia dizem que não somos o país menos desenvolvido da União Europeia. Era só o que faltava! Bem, como sabem eu não estou aqui para enganar ninguém e muito menos para contar histórias néscias, portanto cá vai a versão verídica do Jack-O-Lantern:
Estava o Jack na tasca do Zé não tão Mau quanto isso tomando uma cerveja, quando entra o Diabo e senta-se mesmo ao seu lado. Nessa mesma tasca estava um padre de nome LaVey. Ele, ao ver Satã, aproximou-se com a Bíblia na mão e disse em voz alta:
- Sai daqui, Demónio!!
- E porque havia eu de sair daqui? - disse Satã, sem sequer olhar para ele.
- Porque Deus assim o quer!!
- Ah, sim? E como sabes isso?
- Porque… Porque ele disse-me!
- Cala-te, pá! Tu ‘tás bêbado, tal como todos os idiotas o estavam quando escreveram esse livro estúpido. - afirmou o Diabo apontando para a Bíblia, continuando a não olhar para o sacerdote.
- Como ousas falar assim da palavra sagrada do Senhor?! Tomara tu teres uma Bíblia!!!
Nesse momento, o chifrudo olha directamente para o padre. A escuridão que invadia os seus olhos fez LaVey tremer de medo.
- Boa ideia, padre! Toma lá uns trocos e vai escrever uma Bíblia para mim. Inventa o que quiseres, desde que enalteças o meu nome… - ordenou, enquanto que atirava umas moedas de ouro para o chão.
E este, tal como o Demónio previra, não se fez de rogado. Apanhou-as apressadamente, enquanto que afirmava:
- Sim, mestre. A sua bondade é infinita!
E lá sumiu, indo com certeza escrever a tal Bíblia que Satanás pedira. Jack, ao assistir àquilo, virou-se para o Diabo e disse-lhe:
- Hei, chefe, reparei que tem dinheiro a dar com um pau.
- Sim e depois?
- Podia-me pagar uma bejeca.
- É claro que não!
- Oh, vá lá!
- E o que me dás em troca? A alma?
- Não, mas posso pedir à tarântula da minha filha para lhe fazer um broche.
- Nah! A última vez que fiz sexo com um animal foi com a gorila da Missy Elliot e foi por estar podre de bêbado. Nunca mais faço uma coisa daquelas! Nem que seja pecado!!
- A Missy Elliot tem uma gorila?
- Eu não disse isso… Então, vendes me a alma, ou não?
- Sim, claro. À falta de melhor…
- Ah óptimo! Hmmm… Porra! Dei todo o meu dinheiro àquele idiota! - concluiu Satã, mexendo nos bolsos das suas calças. - E agora? Posso te pagar depois?
- Não! Mas sempre te podias transformar em moeda para me pagares a cervejola. - opinou Jack, tendo uma ideia.
Depois do chifrudo se ter convertido numa moeda, Jack agarra-a e mete-a no bolso, dizendo:
- Ahah! Apanhei-te! Agora vais morrer de sofrimento ao pé de um crucifixo!
- Que crucifixo? - pergunta o Diabo, dentro do bolso - Aqui só estão umas migalhas de pão.
- Merda! Esqueci-me do crucifixo em casa!
- Bahaha! Querias me enganar, hein? Vais pagar caro seu… Hmm? Que sombra é aquela?... Jasus! Uma aranha!
- A tarântula da minha filha deve ter entrado no meu bolso.
- Chiça! Como ela é grande! Tira-me daqui! Tira-me daqui!
- Só se não apareceres para me pedir a alma durante dez anos.
- Ok, ok! Pode ser, mas agora tira-me daqui!
Jack tirou então o Demónio de dentro do seu bolso posando-o no chão. Ele rapidamente voltou à sua forma física normal. Virou costas e foi-se embora, dizendo:
- Daqui a dez anos voltamos a falar...

Uma década depois, Satanás regressou à terra para pagar o dinheiro que devia ao Piro vendedor da coca e encontrou Jack encostado a uma macieira falando com outro bêbado.
- Pois é, Newton, a vida é assim, pá!
- Mas, tu não entendes… A força que obrigou esta maçã a cair é a mesma que faz com que a Lua gire em volta da Terra.
- Claro que entendo! Quando a Inácia me deixou eu também passei a não dizer coisa com coisa. Mas não te preocupes. ‘Tou aqui para te ajudar, amigão.
- Oh, vai te coser! - disse o tal de Newton, abandonando aquele local.
O Diabo foi então ter com Jack, que tinha ficado sozinho a beber Whisky de uma pequena garrafa.
- Olha, olha. Como o Mundo é pequeno. - disse Satã, com ânsias de se vingar.
- Arghh! Tu… Sai daqui, já! - exclamou Jack, levantando-se
- Bah, não me metes medo, mortal!
- Sai daqui… antes que eu…
- Antes que tu o quê, hein?!
- Bleeerghhh!! - foi o som emitido pelo nosso herói ao vomitar para cima do Demónio - … Antes que eu vomite para cima de ti…
- Uh! Que nojo! Tu vais pagá-las caras!
- Eh pá, desculpa, foi da bebida. Eu ainda te avisei para saíres daqui…
- Vou te despedaçar! Ainda por cima estragaste-me o meu smoking novo!
- Eh pá, agora, depois de vomitar, começo a sentir fome. Podias-me ir buscar ali uma maçã?
- Tu vai sofr… Uma maçã? Ok, é para já. - disse o Demónio, trepando a árvore.
Jack, inteligentemente, desenhou uma cruz no chão de modo a o Demónio não descer da árvore.
- O que ‘tás a fazer, desgraçado? - perguntou Satã, apercebendo-se.
- Acabei de desenhar uma cruz. Agora quero ver como vais sair daí.
- Tss! És um idiota, pá! Isso do meu ângulo é uma cruz invertida.
E o Diabo já teria descido para desancar no nosso herói, não fosse um braço castanho-escuro e peludo como o de um homem o ter puxado para trás.
- Argh! O que é isto?... Não!!! Larga-me!!! Deixa-me em paz, Missy Elliot!!!
Depois da famosa cantora o ter violado, este desceu da árvore. Cá em baixo olhou para a copa da macieira e ameaçou, agitando a mão cerrada:
- Hás de mas pagar, sua regressão de australopiteco!!
- Uh, uh-ah! - foi a resposta pronta da Missy Elliot.
- Meu deus! Que horror!
- Oh, não exageres, não há de ter sido assim tão mau…
- Só dizes isso porque nunca a viste nua!… Enfim… Jack, bebes alguma coisa comigo? Pago eu.
- Só se eu nunca chegar a ir para o Inferno.
- Ok, como queiras. Não entrarás no Inferno depois de morreres.
E lá foram os dois emborcar umas quantas para esquecer os problemas da vida. No caso de Satã, a violação; no caso de Jack, o facto de a sua garrafa de Whisky ter chegado ao fim.

Depois de Jack ter morrido de cirrose foi para o Purgatório. Lá falou com São Pedro.
- Deixe cá ver o que você andou a fazer enquanto vivo. – disse o Justiceiro, tirando um livro de uma estante gigante. - Hmm, problemas de alcoolismo, violência doméstica, roubo, agressão… Meu amigo, você jamais entrará no Paraíso.
- Err… Não me diga uma coisa dessas.
- Ah, pois! Não andasse… - disse São Pedro, sendo interrompido por umas senhoras em trajes menores que entraram subitamente no Purgatório.
- Meninas, esperem aí pela vossa vez ou então entrem já para o Inferno e poupem me trabalho, pois aposto que sei para onde vão devido à forma como estão vestidas.
- Ohhh… Não nos mande para o Inferno! Nós já cá viemos fazer uns serviços a Jeovah bastantes vezes.
- Ah, sim? Nesse caso podem passar. - afirmou, abaixando-se ligeiramente para ver as nádegas das moças, assobiando em seguida. - Ah, o Senhor escolhe-as a dedo…
- Hei! Ainda ‘tou aqui! – exclamou Jack.
- Ah, sim desculpe. Bem, tal como ‘tava a dizer, não andasse a pecar a torto e a direito. Se tivesse juízo nada disto aconteceria! Agora só lhe resta uma solução: o Inferno.
E lá foi o nosso herói caminhando para o elevador que conduzia ao Inferno. Lá encontrou o Diabo que estava jogando às damas online contra o Papa. Depois de uma jogada excelente de sua Santidade, o jogo acaba com a sua vitória, aparecendo a mensagem no ecrã do monitor de Satã: “Eheh! O bem vence sempre!”
- Cabrão do velho! - suspirou Satanás.
Depois de se virar, apercebeu-se que Jack estava à espera de ser atendido. Após uma longa conversa, o Diabo recordou ao nosso herói o que lhe tinha prometido naquela noite ao pé da macieira. Jack iria, portanto, ter de vaguear na Terra por toda a eternidade.
- Pelo menos podias me arranjar um disfarce, para não ter de pagar aos gajos a quem devo, se me encontrar na rua com eles? - pediu ele ao Diabo.
- Ah, com certeza. Deixa só procurar no meu sótão uma fantasia fixe para ti.
Depois de um bocado, Satanás trouxe uma máscara em formato de abóbora que brilhava por dentro como se tivesse uma lanterna e uma capa preta.
- Pronto aqui está. Fica bem e emborca umas por mim!

E assim se formou a lenda do Halloween. É óbvio que o Jack, como não era aceite em nenhum emprego por estar morto, tinha de pedir comida de porta em porta, dando assim origem àquela treta do “dossura ou travessura”.

Ass.: Stupid Son of Sam

1 comentários:

JC disse...

nossa...mtu loko seu blog ...da hora...Jack-o-Lantern....adoro essa historia, mas eu não lembor de ser o satã em passsoa....lembrava de ser um enviado dele...mas enfim..mtu boa ^^...se não se importar....vou te linkar , tudo bem?! abraços