segunda-feira, outubro 18, 2004

Tem medo de mim, caraças!

Estava eu em minha casa fazendo o que os filhos de Sam normalmente fazem nas noites de Sábado – jogar uma partida de solitária ouvindo Children of Bodom – quando fui interrompido pela campainha. Vendo que devia ser a Leufócita Hibernácula, uma jovem mulher interessada nuns terrenos que tenho em minha posse lá para Travancinha de São Tomé, chamei de imediato o meu mordomo.
– Stuart, vai abrir as portas, mas faz isso de modo a que ela pense que se abriram sozinhas.
– Sim, mestre.
Dos meus aposentos, pude ver o meu fiel mordomo a descer as escadas sem fazer barulho e a abrir as portas, pondo-se de imediato atrás de uma delas. A minha convidada ficou incrédula.
– Wow! Sistema de portas automático! Cool!
Enervado por ela não pensar que a casa estivesse assombrada, carreguei no botão que faz com que o órgão toque, mas algo chamou-a à atenção e ela não reparou.
– O que o senhor ‘tá aí a fazer atrás da porta? Não me diga que afinal foi você que as abriu?
– Não! Eu só estou a fazer… a limpar as teias de aranha… – responde Stuart, atrapalhado.
– Shh… Ouça… Música de fundo! Incrível! Como um castelo tão antigo pode ‘tar tão modernizado a nível electrónico?
– Não é música de fundo, menina. É o fantasma do órgão que ‘tá tocando a Sonata ao Luar.
– Ahah! Que belo sentido de humor, senhor…
– Stuart! – responde o mordomo com um sorriso nos lábios.

Perante tal fracasso, bati com a palma da mão na testa com toda a força. Em seguida, tive uma ideia. Decidi ir pela passagem secreta que ia dar ao sótão, depois à cave e, por último, à sala de estar, que seria por onde o Stuart a conduziria, de modo a assustá-la lá. O plano era bom, portanto entrei rapidamente dentro da porta secreta. Corri o mais rápido que podia o resto do percurso no sótão, mas a meio tropecei indo bater contra um velho armário cheio de louça. O armário caiu em cima de mim e maior parte dos objectos nele partiram-se no chão, fazendo um cagaçal daqueles! Enquanto estava tentando levantar o pesado móvel de cima de mim, ouvi no piso de baixo eles a comentarem:
– Que barulheira foi esta?
– Ah, não se preocupe. São os ratos.
– Ratos? Só se forem enormes…
– “Enormes” é uma palavra demasiado limitada para descrever o tamanho das criaturas que habitam no nosso sótão, menina.
– É o que dá não os matarem enquanto são pequenos.
“Eu não acredito!” pensei para mim. “Será que esta gaja não se assusta com nada?”
Depois de ter arrastado o armário para o lado, limpei o pó da minha roupa e continuei o meu caminho. Foi num instante em que cheguei ao alçapão que dava acesso à sala de estar. Imaginando que ela estaria sentada no sofá que está virado em sentido oposto ao daquela entrada, abri o alçapão. Agachado e sem fazer barulho voltei a fechá-lo. Depois dei um pulo gritando simultaneamente:
– Os orangotangos são muito inteligentes e já foram vistos usando objectos como ferramentas!!!!!!!!!!!!
Isto até teria dado resultado se ela estivesse ali. Mas o meu mordomo não tinha cumprido o que estava planeado. Fui então ter à cozinha e lá encontrei os dois a falarem relaxadamente.
– Bem, Stuart, foi pouco tempo, mas ‘tiveste muito bem! – dizia ela ao meu mordomo.
– Ah… Não digas isso… Tu também não ‘tiveste mal.
– Ahm… O que se passa aqui? – interrompi.
– Desculpe, mestre. Esta é a senhora Leufócita. Eu era para a ter levado para a sala de estar, mas primeiro dei-lhe a conhecer o meu quarto.
Depois de dizer isto, Stuart e Leufócita coraram e contiveram um riso maldoso.
– Eu nem quero saber o que andaram a fazer…
– Pois… Então, diga-me lá, você é que é o Conde? – perguntou ela.
– Err… Não me chames isso! Agora com a porcaria da QdC, quando se fala em conde vem sempre à memória aquela evolução reles de macaco com a mania que é andrógino. Prefiro que me chames pelo meu nome: Filipe.
– Não pode ser antes Fili?
– Uh?! Claro que não!
– E Filão?
– Eh pá, o meu nome é Filipe e é assim que me chamas. Acabou!
– E Filiacorvinagnisklogueto?
– …
– E Fil?
– Fogo! Se eu já te disse que o meu no…
– E Filovski?
– Ah, esse não me parece mal. Pode ser…
– E Filete?
– Que idiotice! Eu já disse que…
– E Filo?
– Porra, pára lá com…
– E Filé?
Neste momento, Stuart salva a situação dando-lhe um forte soco na nuca fazendo com que ela desmaiasse. Chegou-se perto de mim e, em segredo, disse:
– Há bocado também não a consegui comer porque ela começou a judiar com o meu nome. “Oh, Stewie, Oh Stuzinho, Oh Stuzão!” Dass! Tive de lhe aplicar um safanão pondo-a inconsciente. Depois arrastei-a para aqui e, quando acordou, disse-lhe que tinha sido espectacular.
Depois de ela voltar a recuperar os sentidos, Stuart, disfarçando, mudou de tema radicalmente.
– Não come nada, mestre?
– Nah. Não tenho fome. – disse eu, sentando-me à mesa.
– Ah, eu cá tenho. Acho que vou comer uma maçã. – afirma Leufócita, cumprindo o que dissera.
– Não me fales em maçã que me faz lembrar a outra que foi para o Alentejo!
– Uma maçã foi para o Alentejo?
– Sim, a outra que todos diziam que tinha hipóteses de a comer e não sei quê… Bah! Uma ova! Se tivesse alguma chance, ela não dava de fuga sem me dizer nada e sem perguntar por mim.
– Hmmm, pois…
– Mas sabes que mais? ‘Tou me a *oder para ela! E aposto que ela ainda se ‘tá mais a *oder para mim!
– Hmmm…
– Se bem que eu não me importava nada de *oder com ela, mas… bem… isso já é outra história.
– Então, mas porque foi ela para o Alentejo?
– Sabes – disse eu, aproveitando-me da situação – eu escondo algo horrível dentro de mim.
– Para além desse macaco no nariz, não estou a ver o que seja.
Ao ouvir isto, apressei-me logo a limpá-lo com um lenço. Mas a minha convidada começou-se a rir fazendo me aperceber que estava no gozo.
“Ah, ‘tás a gozar comigo?” – pensei. “’Pera aí que já te digo!”
Virei-me de costas, fingindo que ia-me assoar, e retirei de dentro do bolso do casaco uma dentadura de vampiro. Coloquei-a e virei me rapidamente fazendo caretas e mostrando os meus falsos caninos.
– Gniaaaaaahhhhrrrgghhhhhuuuaaaziiiattttt… – foi o grunho que acompanhou a minha sessão de caretas.
– ‘Tás com dores de dentes com certeza. Eu lembro-me de quando era nova acontecer o mesmo aos meus irmãos e eles terem de bochechar um pouco de bagaço para lhes passar.
– Pois, mas a mim não é das cáries… É dos caninos que crescem exageradamente fazendo com que eu tenho ânsias de morder algo…
– Ah, eu sei como resolver esse assunto!
Eu, nesse momento, bem tentei atirar-me ao pescoço dela mas, mesmo antes que conseguisse, ela põe me um trapo na boca, dizendo:
– Com os meus cães resulta sempre!

Desanimado, levantei-me e saí da cozinha. Nada do que eu tinha feito até então tinha a assustado. Fui para o meu quarto terminar a partida de solitária que tinha começado antes de ela ter chegado ao meu castelo. Enquanto arrastava o sete de copas para todos os cantos do ecrã, por não saber onde o havia de meter, tive uma boa ideia. Consistia em ir ao quarto da Leufócita durante a noite e fazer-lhe coisas más.
Eram 3:03 da manhã quando entrei sorrateiramente nos aposentos da minha convidada. Inclinei-me sobre ela, mas Leufócita parecia estar acordada.
– O que queres, Filito?
– Raios partam, já disse que é Filipe!! E eu só quero que te mantenhas quietinha e me deixes violar-te e chupar-te o sangue do pescoço.
– Ok, pode ser.
Fiquei completamente paralisado de admiração devido a esta resposta.
– Ah, ‘pera, Filanzão. Pode ser antes amanhã? É que agora ‘tou com uma dor de cabeça daquelas! – disse ela, pondo a mão sobre a testa.
“Raios! Não vou violá-la enquanto ‘tá com dores de cabeça que há de ser chato. Coitada.” – pensei para mim.
Rapidamente ofereci-lhe uma aspirina tendo, depois disso, dirigido me para a cozinha. Lá encontrei o Stuart a resolver uns pseudo-códigos para recuperar o sono. Surpreendentemente, a janela da cozinha quebra-se com o enorme salto da stôra de EOTD que vai parar mesmo em cima da mesa onde Stuart estava a fazer os exercícios.
– Isso agora é assim!! – dizia ela, apontando para uma folha com os exercícios resolvidos e pondo-a à frente do meu mordomo.
Depois do Stuart muito protestar dizendo que sabia, ela virou-se para mim e disse-me:
– Então e tu, Cristophe? Não fazes a ficha?
– Meta uma coisa na cabeça: eu não sou o Cristophe!! Devo ter cara de francês, não? Vá chatear o Glorioso, talvez o Cristophe também lá esteja.
E então a mulherzinha saiu por onde tinha entrado, quase tão desanimada como eu. O Stuart reparou na minha frustração e perguntou-me:
– O que tem, mestre?
– Acho que vou perder o estatuto de Son of Sam… Não consigo assustar a Leufócita…
– Talvez ela seja “inassustável”.
– Ou talvez eu esteja a fazer as coisas mal, que é o mais provável.
– Não se preocupe, mestre. Enquanto você planeia algo malévolo, eu vou ter com ela inventar histórias horríveis sobre si.
– És um grande amigo, Stuart! – admiti eu, comovido.
– Na realidade não vou lá por si, é mais por a gaja ser podre de boa…

Fui me deitar desconsolado, enquanto o meu mordomo se encaminhava para o quarto da convidada, esfregando as mãos. Não dormi muito bem e sonhei que um gajo tinha me plagiado e feito um blog sério. Tal pesadelo fez me acordar cheio de suores por volta das 6:37. Como o sono não pegava, decidi pensar em algo que poderia fazer para assustar a Leufócita.
Personalidade 1: Sempre podia praticar necrofilia. Toda a gente tem nojo e assusta-se com isso.
Personalidade 2: Pois, mas isso é realmente enojante! Jamais seria capaz de fazer uma coisa dessas!
Personalidade 1: Sempre se podia convidar uma gaja para fingir de morta.
Personalidade 2: Mas quem é que não se importaria de fazer sexo comigo? Não ‘tou a ver ninguém…
Personalidade 1: Ah, já sei! A MdF!
Personalidade 2: Nah! Essa já não aceitava, ganhou juízo.
Personalidade 1: Pois… Ou então comprou lentes de contacto.
Personalidade 2: É o mais provável.
Personalidade 1: Exacto…
Personalidade 2: ‘Peraí… ‘Tás a dizer que sou feio? Não quer dizer que eu não seja, mas porra…!
Personalidade 1: Calma, pá! Eu considero-te tão feio como eu.
Personalidade 2: Isso foi uma piada, não? Somos os dois a mesma pessoa!
Personalidade 1: Ok, acabemos com as discussões. É melhor pensar antes no que fazer para assustar a Leufócita.
Personalidade 2: Tens razão… Deixa pensar… Hmmm! Já sei quem aceitaria!
Personalidade 1: Quem?
Personalidade 2: A stôra de EOTD! Ela deve estar tão necessitada que até já deve aceitar canzanas com ursos! Portanto, basta eu… Argh! ‘Tou a começar a ficar enjoado só de ponderar esta hipótese.
Personalidade 1: Deves ‘tar doido!!! Eu jamais tocarei naquela mulher!!! Entre ela e necrofilia, nem sei o que preferia…
Personalidade 2: Ah, então basta dizer à outra que vou praticar necrofilia, mostrá-la a stôra deitada simulando que está morta e, nesse momento, penso que ela terá um baque.
Personalidade 1: Sim senhor! Boa ideia, pá! ‘Tás de parabéns! Eu até te dava umas pancadinhas nas costas mas, como somos a mesma pessoa, não parece bem.
E depois disto voltei a cerrar os olhos e a dormir, tendo acordado só às 12:17. Depois de me levantar encontrei no corredor o Stuart resmungando qualquer coisa entre dentes.
– Então, sempre a conseguiste comer? – perguntei eu, amigavelmente.
– Acha mesmo que sim? Aquela mulher é impossível! Fez me passar a noite toda a falar lhe das suas “esquisitices”, só porque eu disse que haviam histórias terríveis sobre si.
– Ah sim? E o que lhe disseste?
– Disse-lhe que o mestre engolia a pasta enquanto escovava os dentes, que bebia vomitado de gato siamês e que comia peúgas mal cheirosas ao pequeno-almoço.
– Porque foste dizer isso?
– Sei lá! Não me ocorreu nada melhor…
– Ok. Olha, vai chamar a stôra de EOTD. Diz-lhe que ela se faça de morta em cima da mesa da cozinha. Ela deve estar à porta da casa do Carlos.
– Sim, mestre. – disse Stuart obedientemente, saindo do castelo.
Como tinha de entreter a minha convidada com algo, enquanto o mordomo não chegava com a “defunta”, decidi perguntar ao pessoal no Éme Ésse Éne o que fazer:
Stupid Son of Sam says:
na vossa opiniao, como se pode entreter alguem enquanto se nao a mata de susto?
Neoclipse says:
piadas ribeirinhas?
***_Sara_*** says:
...
Stupid Son of Sam says:
boa ideia!

Saí então da minha conta e fui ter com a Leufócita com uma mão cheia de piadas em mente. O pior foi que quando lhe falei em piadas ela disse que quem tinha piada era o Zé White Castle e que era ele quem dava ânimo à casa. Ora, claro está que quando me falam da QdC fico cheio de dores no abdómen. Desta vez até caí desamparado com uma guinada incrível que me deu no flanco direito. Mas, esta mulher, como já deve ter dado para reparar, quando começa a falar é quase impossível calá-la. Logo, ela continuou com as suas teorias mirabolantes, dizendo que o jumento devia apresentar o programa sozinho e devia se casar com a Teresa Caserne, já que esta estava livre por o Manuel Luís Trouxa andar com um moçambicano. Quase ia morrendo de dores. Mais uma vez, foi o Stuart quem me salvou o dia. Ele entrou de repelão na sala, que era o sítio onde falávamos, e disse que estava tudo pronto na cozinha. Levantei-me custosamente e segui-os.
Enquanto caminhávamos, disse, como quem não quer a coisa, à Leufócita:
– Hmm, algo me diz que é a defunta que encomendei…
– Defunta?
– Já vês. É uma surpresa.
De lado pude ver a sua expressão de admiração. Desta vez tinha de dar certo! Finalmente, tínhamos chegado ao corredor que conduz à cozinha. Stuart abre a posta vagarosamente. Depois de estar toda aberta, Leufócita reagiu:
– Meu deus! A stôra de EOTD! Essa vaca chumbou-me porque não concordava com o facto de eu meter “Escrever” nos pseudo-códigos e não “Escreva”! Obrigado, Filado. Eu já queria ver essa cabra morta há muito!
– Err… Mas… Eu vou fazer sexo com ela agora!! – disse eu, desesperado.
– Óptimo! E, no fim, retalha o corpo. Quanto mais macabro o fores, melhor!
Aí entrei completamente em desespero. Não sabendo o que mais poderia fazer para assustar aquela gaja, ordenei ao Stuart para amarrá-la e para a levarmos para a sala de torturas. Porém, e para grande surpresa minha, ela pensou que tivéssemos a brincar e deixou-se amarrar descontraidamente. Decidi então metê-la no esmagador de crânios. Talvez ela assim aprendesse a temer-me.

Quando chegámos à sala de torturas, deparámo-nos com um grupo de meninas vestidas de escuteiras, que deviam ter vindo de uma mata dos arredores do meu castelo, a serem perseguidas pelo Abutre.
– Oh, sim! Adoro “mulheres” de farda! Excitam-me! – dizia ele enquanto perseguia uma loira.
Surpreendido, reparei na reacção esquisita de Leufócita ao ver o Abutre.
– Nãããããooo!!! Ele não!! Por favor, Filz, tira me daqui antes que ele me veja. Imploro-te… Buá!
Ela, vendo que os seus prantos tinham chamado a atenção do próprio Abutre, morre de aflição. Perante o meu olhar de espanto, ele esquece as pequenas escuteiras e chega-se perto de nós, dizendo:
– Olha a minha amiga Leufócita morreu… Coitada.
– Tu conhecia-la? – perguntei eu, não entendendo muito bem o que se passava ali.
– Sim, claro. Saí com ela uma vez. Mas ela nunca mais me disse nada.
– Porque será? – afirmou Stuart, ironicamente.
– Bem, não interessa. Tens aí alguma gaja boa que ainda esteja viva para se comer, Filipe?
– Olha, na cozinha está a minha stôra de EOTD… – disse eu, perfeitamente no gozo.
– É aquela das verrugas?
– Eheh! Iá! Se a quiseres comer, ‘tás à vontade!
– Ok, onde é que ela está mesmo?
– Na cozinha. – respondeu o Stuart enquanto eu estava vomitando.

Perto das 22:00 recebo um telegrama da Associação de Todos os Filhos de Sam (ATFS) a mandarem-me as congratulações pela maneira excelente como tinha morto de susto a Sra. Hibernácula. ”Será uma vitoria acertar inconscientemente ou, na realidade, um fracasso?” Esta frase muito me remoeu a cabeça. Cinco minutos depois de receber o telegrama, o Stuart aparece no meu quarto e perguntou-me:
– Sabe se o Porto ganhou, mestre?
– Nop. Foi o Benfica. 1-0.
– A sério?
– Yap.
– Arggghhh! E eu que tinha apostado todo o meu dinheiro no Po… – disse Stuart pressionando o peito e deixando-se cair para o lado.
– Eheh! ‘Tava no gozo, pah! O teu clube venceu.
Porém, ele não se levantava.
– Stuart…? Vá, pára lá de fingir, meu. O Porto ganhou 1-0. ‘Tava a reinar.
Como continuava sem obter resposta, levantei-me e averiguei que ele não tinha pulso.
– Eh pá, que merda! Só mato as pessoas de susto quando não quero!!

Ass.: Stupid Son of Sam

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